— Srta. Júlia, não há necessidade de ficar tão nervosa. Afinal, você só precisa continuar cuidando bem do Sr. Matheus. Ele pediu para você ir até lá para trocar os curativos e aplicar as injeções.Ao reencontrar Matheus, ele acabava de sair do banheiro, com uma toalha enrolada na cintura, exibindo o torso musculoso e as pernas firmes. O curativo que ela havia feito na noite anterior estava completamente molhado, com vestígios de sangue fresco se infiltrando. "Esse homem era incrivelmente desrespeitoso. Já encontrei homens de todos os tipos, mas alguém tão rude quanto o Matheus é uma novidade, quase como se tivesse problemas mentais." — Você não sabe que está ferido? — Patrícia apontou para o braço dele. O homem, segurando uma toalha, passou ela descuidadamente pelos cabelos e respondeu com indiferença: — É por isso que te chamei para tratar, algum problema?"O que diabos passava pela cabeça dele?" Matheus claramente brincava com os limites profissionais de Patrícia. Com rai
Patrícia sabia da identidade dele, mas, como uma mulher frágil, ela não tinha como mudar a situação. Mesmo que matasse Matheus hoje, o ataque do País C não cessaria. O País da Serenidade Azul estava sendo forçado a lutar, e lutar para acabar com a guerra não era a melhor estratégia. Ela não sabia como Matheus podia dizer algo assim tão facilmente, conteve sua raiva e perguntou: — Quem é você, afinal? — Você só precisa cuidar de mim, não se preocupe com o resto. Patrícia tinha uma expressão assustadora e, não querendo continuar essa conversa, falou calmamente: — Me deixe usar o banheiro. Se deite na cama, que logo vou verificar seu pulso. Seus problemas não são apenas na cabeça. Matheus ergueu o queixo e o primeiro ato de Patrícia ao entrar foi trancar a porta. A noite passou sem incidentes, parecia que, por enquanto, ele havia desistido das suspeitas sobre ela. Era a melhor oportunidade agora que Matheus havia acabado de tomar banho. Ele havia visto que não havia ne
O homem já estava extremamente fraco e a facada foi decisiva para lhe tirar a vida instantaneamente. O sangue que escorria começou a manchar lentamente a sola do sapato de Patrícia. Ao longo dos anos, suas mãos não estiveram isentas de sangue, mas ela mantinha seus princípios, todos aqueles que pereceram por suas mãos eram criminosos que mereciam seu fim.Pelas vestimentas, essas pessoas pareciam ser apenas civis patriotas, e a expressão do homem antes de sucumbir era a mesma de Suzana, ambos inocentes que tiveram suas vidas ceifadas. Não importava quanto tempo passasse, Patrícia ainda lutava para se habituar a essas circunstâncias.Ela tocou seu rosto instintivamente, como se pudesse recordar a temperatura e a textura do sangue de Suzana em sua pele. As pupilas dilatadas agradaram a Matheus, que se levantou e caminhou lentamente até o cadáver, se inclinou, e com um movimento ágil extraiu a adaga do peito do defunto. Ele rodopiou a lâmina em sua mão e, num gesto rápido, a direcion
Patrícia parecia um pequeno coelho sob sua alta estatura, tremendo involuntariamente, com as mãos apoiadas no chão enquanto recuava incessantemente. Ela interpretava o medo de maneira convincente. Afinal, a fuga desta noite havia sido meticulosamente planejada por ela. Qualquer mulher normal, ao ser capturada e após testemunhar a crueldade sanguinária de um homem, pensaria primeiro em fugir. Se ela simplesmente obedecesse, certamente levantaria suspeitas em Matheus, e isso também fazia parte de um jogo de astúcias entre os dois. Com a voz trêmula, Patrícia disse: — Eu, eu só queria tomar um pouco de ar, nunca pensei em fugir! Matheus, com um joelho dobrado, observava a mulher à sua frente, um sorriso malévolo surgindo em seus lábios: — É mesmo? Patrícia, como se bicasse grãos como uma galinha, acenou freneticamente com a cabeça: — Sim, sim, sim, eu só queria tomar ar, por favor, não machuque os outros, está bem? — Se você não está fugindo, por que eu machucaria al
Felizmente, havia duas camadas de cobertores no chão, então Patrícia não se machucou com a queda. Ela estava extremamente irritada: "Que tipo de homem estranho é esse?" Seu mundo não incluía cuidado com os outros, nem respeito pelos mais velhos ou proteção às mulheres e crianças! Matheus deu um olhar para a mulher, cujos olhos estavam arregalados, e disse: — Apague a luz antes de dormir. Isso foi como jogar óleo no fogo. Patrícia não sabia como ele conseguia falar de maneira tão fria com uma temperatura de trinta e sete graus! Embora irritada, ela ainda apagou a luz. A voz fria de Matheus ecoou na escuridão da noite: — Sou bastante sensível, especialmente enquanto durmo. Se sentir qualquer perigo, não hesitarei em torcer o pescoço da pessoa. Espero que ainda esteja viva amanhã de manhã. Patrícia respondeu com sarcasmo: — Nossa, você é realmente incrível. Por que não tenta dormir de olhos abertos? — Hahaha. Patrícia se virou de costas para ele e se cobriu com o c
O quarto não era grande, e o ar se encontrava levemente úmido. Patrícia desviou o olhar e disse:— Você me sequestrou e estou usando as mesmas roupas há dias. Eu quero tomar um banho.— Então tome um banho. — Respondeu Matheus, de maneira direta.Patrícia franziu a testa:— Eu preciso de roupas limpas para trocar.Matheus, com casualidade, abriu o armário que Patrícia pretendia abrir. Dentro, havia apenas uma mala com algumas de suas roupas do dia a dia."Meu Deus, esse homem é realmente um líder nacional?"Patrícia pensou em Jorge, que consumia arroz de alta qualidade, bebia vinho centenário e cujo café diário provinha de grãos de uma árvore também centenária.As roupas que ele vestia, embora sem etiquetas de marca, foram desenhadas por um estilista renomado e possuía corte impecável.Patrícia examinou as roupas na mala, dois casacos, algumas camisetas e calças. Ele, então, jogou a ela casualmente uma camiseta amassada e um par de calças.— Por enquanto, vista isso.Patrícia se contev
Pouco depois, Matheus entrou apressado, acenando para ela:— Venha aqui, vamos trocar seus curativos.Patrícia estava muito obediente hoje, tendo preparado o medicamento logo cedo.— Tire sua roupa.— Você tira.— Você é realmente muito preguiçoso. — Reclamou Patrícia, enquanto seus dedos puxavam o zíper da jaqueta dele.Quando chegou à ferida em seu braço, ela notavelmente desacelerou suas ações, puxando delicadamente a manga com uma mão enquanto pressionava suavemente seu braço musculoso com a outra.Matheus tinha uma pele escura, e o contraste era particularmente acentuado quando os dedos de Patrícia tocavam sua pele."As mãos das mulheres são todas tão pequenas? Tão brancas?"O toque suave em seu braço fez Matheus pensar nas vezes em que ele brincava de dar tapinhas em seu traseiro, que também parecia bastante macio.Patrícia, alheia aos pensamentos dele, trocava seus curativos como de costume.Antes que ele pudesse aproveitar o momento, ela já havia envolvido habilidosamente a ata
Ainda estava escuro quando Matheus se levantou, e Patrícia, pensando nas roupas que deixou no banheiro, se preparava para entrar correndo a fim de pegá-las, quando percebeu que ele já havia trancado a porta.Ela certamente foi vista, e não esperava que Matheus despertasse tão cedo naquele dia.Embora Matheus fosse acostumado à rusticidade, ela não exporia suas peças íntimas tão pessoais na frente de um homem, se houvesse outra opção.Assim que Matheus fechou a porta, ele avistou os conjuntos de lingerie branca de renda, pendurados na prateleira, feitos de seda lisa com detalhes sutis de renda, exibindo uma delicadeza especial.Era a primeira vez que Matheus via as roupas íntimas de uma mulher, algo tão simples, mas que instantaneamente trouxe à sua mente a imagem dessas peças no corpo dela.A imagem da noite em que ele puxou as alças dela reapareceu em sua mente, mesmo tendo visto apenas parte do seio, já era o suficiente para alimentar muitas fantasias.Sua garganta secou, e ele engol