Patrícia combinou de encontrar Antônio em um concerto, o músico era alguém que ela tinha se esforçado muito para descobrir ser o favorito de Antônio. Ela pediu para Teófilo conseguir os ingressos cedo.Ela pediu a Teófilo para conseguir os ingressos com antecedência. Se preparou especialmente para o evento e, quando Antônio a viu, Patrícia estava sob uma árvore, aparentemente há algum tempo, coberta por uma espessa camada de neve branca. Ela olhava para cima, com os olhos brilhantes, sem perceber a chegada dele ao seu lado.— O que você está olhando? Assustada, como um pequeno coelho, Patrícia respondeu:— Alexandre, eu acabei de ver um pequeno esquilo.Olhos tão puros, Antônio nunca tinha visto uma mulher assim antes.Às vezes inocente, às vezes encantadora.— Então você ficou aqui, no frio da neve, por tanto tempo? Patrícia sorriu:— Não é comum ver um animalzinho desses em uma cidade grande, não é?— É bem raro. Vamos, o concerto está prestes a começar.— Certo.Caminhando à frent
Já estavam todos sentados quando uma voz suave ressoou por trás deles. Sem se virar, Patrícia sentiu aquele olhar penetrante, era como se alguém apontasse uma arma para sua nuca, fazendo ela hesitar antes de se mover. Felizmente, Antônio falava pouco, o que deixava Patrícia desconfortável.— Sr. Salvador, quanto tempo pretende ficar desta vez? — Perguntou a voz feminina, delicada e carregada de uma suavidade protetora.A resposta de Salvador foi direta:— Por favor, sem conversas durante a música.Patrícia ficou sem palavras. "Ele era direto e sincero, o que justificava, aos trinta e tantos anos, ainda estar solteiro!" De repente, ela se sentiu aliviada por Teófilo. Embora também reservado, ele fora gentil com ela e jamais diria algo assim.Ela imaginou a frustração da mulher atrás de si. Conviver com ele devia ser difícil. Conforme esperado, a mulher se calou, deixando apenas a música do palco preencher o espaço.Quando Salvador entrou, percebeu um olhar fixo em si da primeira fi
Patrícia parou e se virou para olhar Salvador, respondendo com sua voz natural, calma e controlada: — Senhor, há algo em que eu possa ajudar?Salvador avançava em sua direção, passo a passo, e Patrícia sentia um nervosismo crescente. "Será que, se descobrirem minha identidade, Teófilo será implicado? Eles certamente devem pensar que fui enviada por Teófilo."No entanto, Salvador apenas estendeu um lenço:— Você deixou cair isto.Patrícia viu o lenço em sua mão, que era originalmente um enfeite em sua bolsa, sem saber quando havia caído.Sentiu um alívio imediato:— Obrigada.Patrícia se apressou até a beira da calçada, onde Antônio de fato ainda a esperava. Vendo seu rosto aflito, ele perguntou:— O que aconteceu?— Encontrei alguém que conheço, vamos embora.Vendo que ela não queria falar mais, Antônio não insistiu e até mudou de assunto proativamente:— O que você quer comer?Patrícia apoiou o dedo na bochecha, um pouco distraída:— Qualquer coisa.— Então eu decido.Antônio a levo
No primeiro ano, Patrícia já havia investigado e descoberto a origem de Antônio como um filho ilegítimo. A pessoa que ele mais odiava e amava em sua vida era sua mãe, Violeta. Violeta era jovem e bonita na época, grávida e querendo se casar com o pai de Antônio, mas o rosto dela foi desfigurado pela esposa de seu pai, e até Antônio foi abandonado pela família Teixeira.Isso fez com que ele fosse insultado desde criança por ser o filho de uma amante.Violeta sempre sonhou em se casar com alguém da família Teixeira, e seu estado mental nunca foi muito estável. Antônio contratou uma empregada para cuidar dela, garantindo que nada lhe faltasse materialmente. Cada visita de Antônio era apenas um olhar de longe, nunca se aproximando. Isso mostra que ele tinha sua mãe em seu coração, mas não conseguia aceitar seu passado.Patrícia já tinha tudo planejado, a mãe dele sempre ia a uma cafeteria comprar dois cafés todas as tardes, faça chuva ou faça sol. Fazer com que ela caísse seria muito
Antônio insistiu em levá-la até a beira da estrada enquanto a neve caía ao redor deles. De repente, Patrícia parou.— Vou mandar o creme por um entregador amanhã, Alexandre... — Começou ela, levantando a cabeça com uma expressão conflituosa no rosto. — Acho melhor não nos vermos mais.— Por quê? — Perguntou Antônio, olhando para ela.Com uma expressão de dor, Patrícia mordeu o lábio:— Eu tenho medo...Ele deu um passo à frente, se aproximando:— Medo de quê?— Eu... — As bochechas dela coraram, a frase não dita era óbvia.Enquanto o carro parava, ela encontrou coragem para dizer:— Tenho medo de acabar gostando de você, então é melhor pararmos por aqui. Estou indo.Ela entrou rapidamente no carro e fechou a porta, enquanto o motorista acelerava.Antônio ficou sozinho no meio da neve, assistindo ela se afastar, ainda atordoado."Será que ela disse que gosta de mim? Por que ela gostaria de alguém que arruinou sua família?"No entanto, seu coração batia forte.Só quando os galhos se ench
Teófilo sabia que ela estava de férias nos últimos dois dias e, deliberadamente, tirou um dia de folga também. O casal dormiu abraçado até acordar naturalmente. Ao despertar, Patrícia encontrou ele ainda ao seu lado, seus olhos negros observando ela com carinho.— Você não está ocupado hoje?— Sabendo que você estaria de folga hoje, organizei tudo com antecedência. Já acordou?— Sim, já acordei. Tem algo planejado?— Uma surpresa.Patrícia não sabia o que ele havia preparado, mas, após se arrumar, seguiu-o até o helicóptero. Voaram por mais de duas horas até chegarem a uma ilha.— Você me trouxe aqui para um feriado?— Não é isso.Teófilo segurou sua mão e continuou caminhando. Tiros ecoaram da floresta, e ele a levou até uma torre de observação. Logo, Patrícia entendeu suas intenções quando um menino saiu correndo da mata. Era Diego! Ao ver Diego, Patrícia não conseguiu mais controlar suas emoções, e as lágrimas começaram a cair:— É o Diego.— Ele terminou o treinamento hoje, e
Diego se jogou nos braços de Patrícia, com lágrimas rolando copiosamente, temendo que tudo aquilo fosse apenas um sonho.— É você mesmo? Mãe?Patrícia, incapaz de conter suas próprias lágrimas, abraçava o filho repetidamente dizendo:— Sou eu, me desculpe por demorar tanto para vir te ver.— Mãe, eu pensei que você não me queria mais, fiquei te esperando na ilha por muitos anos.A cada ano, quando as cerejeiras floresciam, ele ia para a ilha, mas ele esperava do florescer ao murchar das cerejas, e nunca via um sinal dela.Ouvindo Teófilo dizer que ele também não conseguia encontrar Patrícia, ano após ano, Diego se perguntava se sua mãe não gostava dele, e por isso não vinha visitá-lo.— É tudo culpa da mamãe, mamãe que foi má, não deveria ter ficado tanto tempo sem te ver. Você é meu filho, como eu poderia não querer você?Se ele não fosse o filho mais velho, Patrícia ainda assim desejaria levar Diego para criar consigo.Patrícia passou a mão pelas lágrimas no rosto dele:— Não chore,
Na manhã seguinte, Patrícia pediu ao entregador que levasse a pomada para Violeta e, depois, voltou para a Mansão dos Botelho. Nos últimos dois dias, o local esteve relativamente tranquilo. Ivone era assediada por Lorenzo e, embora o detestasse, tinha prometido aos pais cooperar com ele, passando os dias em encontros externos. Com a ausência de Ivone, a mansão ficou bem mais silenciosa.— Você voltou. Venha ver a caligrafia que fiz. — Chamou Jorge, acenando.Patrícia se posicionou ao lado dele, estudando a tinta:— Forte e vigorosa, muito bem escrita. Jorge, você escreve tão bem, certamente também deve pintar, não é?Jorge sorriu:— Sim, um pouco.— Você parece muito melhor.— Devo isso aos seus cuidados. A partir de amanhã, acho que vou voltar ao trabalho. Para minha segurança, você virá comigo, tudo bem?— O Sr. Salvador falou isso antes, não tenho problemas aqui. Por enquanto, não vou embora e ficarei até você se recuperar.— Que bom, Maitê, senti sua falta esses dias.Patrícia so