Naquela noite, com exceção de Patrícia, que dormia segura e serenamente nos braços de Teófilo, todos estavam carregados de preocupações.Tamires, desde o encontro com Sophie, sentia que ela lhe era familiar, especialmente após a visita de Natacha. Um lampejo passou por sua mente. "Será que poderia ser ela?"Essa ideia foi imediatamente descartada por ela, pois a pessoa doente a quem ela administrou medicamentos durante sete anos, mesmo que não tivesse morrido na grande enchente, certamente não teria sobrevivido.Ademais, no ano da grande enchente, muitas pessoas perderam suas vidas nas águas, e muitos corpos sequer foram recuperados, quanto mais uma pessoa frágil como um gato, que um vento forte poderia facilmente carregar.Apesar de seus pensamentos, uma inquietação inexplicável tomava conta de Tamires.Com um estrondo, um trovão cortou os céus, e o rosto de Tamires ficou pálido sob a luz do relâmpago.Natacha, que já dormia inquieta, acordou abruptamente de um sonho, no qual ela reto
Natacha chegou ao hospital às cinco e meia da manhã, apressada. Lorenzo ficou surpreso, pensando consigo mesmo sobre o quanto ela estava dedicada a Ivone. — Sra. Natacha, já lhe disse que não adianta se esforçar tanto. Não importa o que faça, não vou desistir de processar Ivone. — Lorenzo, eu também já disse várias vezes que não estou fazendo isso por Ivone. Com o tempo ruim de hoje, também não conseguia dormir, então decidi vir ver como Sophie estava. Além disso, eu, sendo mulher, tenho mais facilidade para cuidar dela do que você. Sem mais delongas, Natacha empurrou Lorenzo de lado e entrou no quarto silenciosamente. Ao ver Sophie, seu coração finalmente se acalmou. Se sentou ao lado da cama e ajustou o cobertor sobre ela. O rosto inchado de Sophie já havia desinchado bastante. Suas sobrancelhas estavam franzidas, e ela parecia estar tendo um pesadelo, murmurando continuamente: — Socorro... Socorro... Sophie acordou subitamente do sonho, seu rosto pequeno tomado pelo me
— Você precisa descansar agora, pode investigar sua origem em qualquer momento. Não deve se sobrecarregar.— Minha cabeça dói muito. Estou com medo, medo de esquecer em breve. Irmão, por favor, me ajude.Rapidamente, Lorenzo providenciou um bloco de esboço e lápis de cor para ela. Sophie era mais habilidosa com aquarela e pintura a óleo. Nos dias em que Lorenzo não estava ao seu lado, pintar se tornara a única coisa que poderia curá-la. Ela se dedicava às suas pinturas dia e noite, e, por isso, muitas obras impressionantes nasceram sob seus pincéis.Ao contrário de sua aparência delicada, o estilo de pintura de Sophie era bastante robusto. Quando Natacha viu aquele estilo único, um olhar de surpresa apareceu em seu rosto:— Você é Yasmin?Yasmin era muito conhecida internacionalmente. Oito anos atrás, sua pintura "Vento Contra" maravilhou a todos, rompendo barreiras e ganhando o Prêmio de Ouro em Pintura. Cada uma de suas obras nessa competição foi vendida por preços impressionantes.
Patrícia foi despertada pela voz de Ivone, que murmurava irritada:— Que barulho infernal.A voz de Teófilo ecoou aos seus ouvidos:— Quer que eu corte a língua dela?O sono se desvaneceu num instante, e Patrícia abriu os olhos, sonolenta:— Você está cada vez mais violento.Teófilo beijou a ela os lábios suavemente:— Paty, para mim, nada é mais valioso do que a sua felicidade. Nem Ivone nem ninguém são tão importantes quanto o seu bem-estar.Incomodada pelo tumulto causado por Ivone, Patrícia se levantou sem entender o motivo da confusão.Ao sair do quarto, se deparou com a porta de Ivone escancarada e uma cena caótica, acompanhada de seus insultos:— Vocês são uns incompetentes, nem preparar um café da manhã decente sabem, é assim que enganam a patroa?Patrícia observou os ingredientes espalhados pelo chão e a moça que havia sido atingida por sopa quente atirada por Ivone:— O que aconteceu aqui?A empregada era nova e nunca tinha presenciado algo semelhante, sabia pela fala dos out
Salvador estava visivelmente irritado, com as sobrancelhas franzidas:— Você agora nem se presta mais a fingir?Teófilo abriu a porta do carro e, como uma sucuri, envolveu Patrícia, tirando ela do chão coberto de neve para dentro de seus braços.— Se não há como esconder, por que continuar fingindo?Se ele pudesse ascender ao poder na família Botelho, talvez o mundo devesse mudar seu sobrenome para Amaral, mas antes que isso acontecesse, provavelmente seria duramente repreendido por Jorge.Jorge fingia não saber de nada para evitar conflitos, portanto, também se comportava de maneira submissa e bajuladora.— Se Paty não voltar comigo para a Mansão dos Amaral, não me importo de seguir Paty e viver na Mansão dos Botelho.Salvador observava o comportamento bajulador de Teófilo, que balançava a cauda como um cachorro, parecendo claramente um cão de grande porte.Ele refletia sobre como, até pouco tempo atrás, a família Botelho usara todos os artifícios para convencê-lo a se tornar seu genr
O motorista olhou para a rachadura no vidro traseiro e disse:— Sr. Lorenzo, o carro...— Não importa, a água espirrou nele?— Sim, espirrou.— Ótimo.O motorista ficou sem palavras.Ele sempre sentiu que Lorenzo, após anos de contenção, estava à beira de explodir ou se tornar perigoso.Desde que Lorenzo começou a agir sem se preocupar tanto, suas ações se tornaram imprevisíveis.Patrícia observava os prédios da vila e perguntou:— Teófilo, esse lugar já foi atingido por algum desastre natural?— Sim, senhora, nossa vila sofreu uma grande enchente há mais de vinte anos. A enchente foi terrível, e como somos uma vila pobre, ninguém pôde fazer reparos, então tudo permanece como estava há vinte anos. — Um idoso se aproximou. — Vocês vieram investir na vila?Ele viu que os dois se vestiam de forma muito diferente das pessoas locais, parecendo muito ricos. Hoje em dia, muitas vilas enriqueceram e ele sentia inveja, esperando que algum rico investisse ali.O rosto de Patrícia mudou ligeirame
No dia em que Patrícia Bastos recebeu o diagnóstico de câncer de estômago, Teófilo Amaral estava acompanhando sua “deusa” na consulta de saúde do filho dela.Nos corredores do hospital, Roberto Catelli segurava o relatório da biópsia, com um olhar sério:- Patrícia, os resultados dos exames saíram.
Em uma noite escura, ela retornou sozinha e melancólica ao banheiro.O vapor da água quente dissipou o seu frio, enquanto ela massageava os olhos inchados e entrava em um quarto. Ao abrir a porta, diante dela se revelou um quarto de criança acolhedor.Ela tocou suavemente o móbile, e a música suave