No primeiro ano, Patrícia já havia investigado e descoberto a origem de Antônio como um filho ilegítimo. A pessoa que ele mais odiava e amava em sua vida era sua mãe, Violeta. Violeta era jovem e bonita na época, grávida e querendo se casar com o pai de Antônio, mas o rosto dela foi desfigurado pela esposa de seu pai, e até Antônio foi abandonado pela família Teixeira.Isso fez com que ele fosse insultado desde criança por ser o filho de uma amante.Violeta sempre sonhou em se casar com alguém da família Teixeira, e seu estado mental nunca foi muito estável. Antônio contratou uma empregada para cuidar dela, garantindo que nada lhe faltasse materialmente. Cada visita de Antônio era apenas um olhar de longe, nunca se aproximando. Isso mostra que ele tinha sua mãe em seu coração, mas não conseguia aceitar seu passado.Patrícia já tinha tudo planejado, a mãe dele sempre ia a uma cafeteria comprar dois cafés todas as tardes, faça chuva ou faça sol. Fazer com que ela caísse seria muito
Antônio insistiu em levá-la até a beira da estrada enquanto a neve caía ao redor deles. De repente, Patrícia parou.— Vou mandar o creme por um entregador amanhã, Alexandre... — Começou ela, levantando a cabeça com uma expressão conflituosa no rosto. — Acho melhor não nos vermos mais.— Por quê? — Perguntou Antônio, olhando para ela.Com uma expressão de dor, Patrícia mordeu o lábio:— Eu tenho medo...Ele deu um passo à frente, se aproximando:— Medo de quê?— Eu... — As bochechas dela coraram, a frase não dita era óbvia.Enquanto o carro parava, ela encontrou coragem para dizer:— Tenho medo de acabar gostando de você, então é melhor pararmos por aqui. Estou indo.Ela entrou rapidamente no carro e fechou a porta, enquanto o motorista acelerava.Antônio ficou sozinho no meio da neve, assistindo ela se afastar, ainda atordoado."Será que ela disse que gosta de mim? Por que ela gostaria de alguém que arruinou sua família?"No entanto, seu coração batia forte.Só quando os galhos se ench
Teófilo sabia que ela estava de férias nos últimos dois dias e, deliberadamente, tirou um dia de folga também. O casal dormiu abraçado até acordar naturalmente. Ao despertar, Patrícia encontrou ele ainda ao seu lado, seus olhos negros observando ela com carinho.— Você não está ocupado hoje?— Sabendo que você estaria de folga hoje, organizei tudo com antecedência. Já acordou?— Sim, já acordei. Tem algo planejado?— Uma surpresa.Patrícia não sabia o que ele havia preparado, mas, após se arrumar, seguiu-o até o helicóptero. Voaram por mais de duas horas até chegarem a uma ilha.— Você me trouxe aqui para um feriado?— Não é isso.Teófilo segurou sua mão e continuou caminhando. Tiros ecoaram da floresta, e ele a levou até uma torre de observação. Logo, Patrícia entendeu suas intenções quando um menino saiu correndo da mata. Era Diego! Ao ver Diego, Patrícia não conseguiu mais controlar suas emoções, e as lágrimas começaram a cair:— É o Diego.— Ele terminou o treinamento hoje, e
Diego se jogou nos braços de Patrícia, com lágrimas rolando copiosamente, temendo que tudo aquilo fosse apenas um sonho.— É você mesmo? Mãe?Patrícia, incapaz de conter suas próprias lágrimas, abraçava o filho repetidamente dizendo:— Sou eu, me desculpe por demorar tanto para vir te ver.— Mãe, eu pensei que você não me queria mais, fiquei te esperando na ilha por muitos anos.A cada ano, quando as cerejeiras floresciam, ele ia para a ilha, mas ele esperava do florescer ao murchar das cerejas, e nunca via um sinal dela.Ouvindo Teófilo dizer que ele também não conseguia encontrar Patrícia, ano após ano, Diego se perguntava se sua mãe não gostava dele, e por isso não vinha visitá-lo.— É tudo culpa da mamãe, mamãe que foi má, não deveria ter ficado tanto tempo sem te ver. Você é meu filho, como eu poderia não querer você?Se ele não fosse o filho mais velho, Patrícia ainda assim desejaria levar Diego para criar consigo.Patrícia passou a mão pelas lágrimas no rosto dele:— Não chore,
Na manhã seguinte, Patrícia pediu ao entregador que levasse a pomada para Violeta e, depois, voltou para a Mansão dos Botelho. Nos últimos dois dias, o local esteve relativamente tranquilo. Ivone era assediada por Lorenzo e, embora o detestasse, tinha prometido aos pais cooperar com ele, passando os dias em encontros externos. Com a ausência de Ivone, a mansão ficou bem mais silenciosa.— Você voltou. Venha ver a caligrafia que fiz. — Chamou Jorge, acenando.Patrícia se posicionou ao lado dele, estudando a tinta:— Forte e vigorosa, muito bem escrita. Jorge, você escreve tão bem, certamente também deve pintar, não é?Jorge sorriu:— Sim, um pouco.— Você parece muito melhor.— Devo isso aos seus cuidados. A partir de amanhã, acho que vou voltar ao trabalho. Para minha segurança, você virá comigo, tudo bem?— O Sr. Salvador falou isso antes, não tenho problemas aqui. Por enquanto, não vou embora e ficarei até você se recuperar.— Que bom, Maitê, senti sua falta esses dias.Patrícia so
A pessoa que adentrou o ambiente era Natacha, que costumeiramente vinha verificar o que Patrícia preparava na cozinha, movida pela curiosidade sobre o que havia de tão especial na culinária de Patrícia para que Jorge sempre a elogiasse.Contudo, ela jamais imaginaria presenciar tal cena, principalmente porque Salvador agiu com tamanha rapidez que Patrícia não teve tempo de impedi-lo.Ultimamente, Natacha estava particularmente irritada e angustiada devido a um problema envolvendo Ivone, e agora, outra questão com Salvador a deixou intolerante.Sem hesitar, ela ergueu a mão e desferiu um tapa no rosto de Patrícia, mas Salvador a segurou, fazendo com que Natacha, por fim, acertasse o rosto do próprio filho:—Mãe, o que você está fazendo?—Sempre me pareceu estranho como vocês dois, pai e filho, poderiam se afeiçoar tanto a uma estranha. Nos últimos dias, incentivei você a conhecer outras garotas e nenhuma lhe agradou. O que está acontecendo aqui? Sua irmã cometeu uma tolice dessas, e voc
Salvador não era uma pessoa comum e não guardava ressentimentos contra ela, mas se a situação persistisse, quem sabe o que poderia acontecer.Patrícia concordou repetidas vezes com a cabeça:—Sra. Natacha, por favor, não me interprete mal, eu não tenho interesse algum no Sr. Salvador. Já tenho filhos e um marido.Salvador, abandonando sua habitual reserva, se declarou abertamente:—Você já o esqueceu? E se nunca se lembrar dele? Soube que você tem uma filha, não me importaria de tratá-la como se fosse minha, Maitê, estou sendo sincero.Com um estalo, Natacha não segurou sua mão:—Seu idiota, o que está dizendo? Parece que você só quer me irritar! Eu te disse para procurar uma esposa, e você escolhe uma que já foi casada e tem filhos! Está louco?—Mãe, já sou adulto faz tempo, sei o que estou fazendo.Patrícia ergueu a mão timidamente:—Posso dizer algo? Jorge, Sra. Natacha, eu realmente não tive a intenção de seduzir o filho de vocês. Se a Sra. Natacha está tão preocupada, posso deixar
Dois dias depois, Rita convidou Salvador para um encontro, animada.—Salvador, encontrei o perfume que você me pediu.—Me dê.Rita tinha uma pilha enorme de perfumes à sua frente, apresentando eles como se fossem tesouros:—Veja só, são fragrâncias medicinais bem exclusivas. O cheiro pode não ser muito agradável, mas tente sentir.—Quão desagradável pode ser?Salvador achou o aroma de um deles intrigante, embora fosse medicinal, não era desagradável, pelo contrário, era até atraente. Quando abriu uma das garrafas de perfume à sua frente, um forte odor de emplastro invadiu seu cérebro, quase o fazendo desmaiar."Bem, realmente é muito fedido."Ele abriu todas as garrafas, cheirando mais de cem tipos de uma vez.—Há algum cheiro de que você goste?—Não, não está certo.—O que está errado?—Esse cheiro não parece ser de uma coisa só, parece uma mistura de muitas ervas. Não consigo descrever exatamente, mas a combinação é suave, não é intensa, é muito agradável.Rita se inclinou para fren