Max, sempre uma figura discreta, se revelou na verdade o mais enigmático. Patrícia fixou o olhar em Max:— Se sou ou não da Cidade A, isso parecia não ter nada a ver com o senhor, Sr. Max.Desde o início, Patrícia estava disposta a causar problemas, criando propositalmente uma persona distante e difícil de lidar.Assim, ela evitava ter que conversar demais com as pessoas, deixando, no máximo, uma impressão de ser temperamental.Afinal, não era ela quem precisava pedir favores, então por que deveria se preocupar com o que os outros pensavam?Max deu um sorriso constrangido:— Sim, mas como ainda temos três meses de convivência pela frente, pensei que conhecer melhor a Maitê poderia nos tornar amigos.— Parece que o Sr. Max entendeu mal algo. Estou aqui para uma consulta médica, não para fazer amizades.Essa resposta foi bastante direta, considerando que a família Freitas era, no mínimo, uma família de grande renome. Como podia uma médica ser tão arrogante?Patrícia sempre foi assim com
Ela teve um lampejo de vislumbre sobre Teófilo. Seu melhor amigo desde a infância morreu por causa dela, deixando um último pedido para que ele cuidasse de Mariana. No entanto, Mariana não era uma pessoa exatamente boa, sempre buscando tirar vantagem das situações. Patrícia refletiu sobre isso e concluiu que talvez não pudesse ter feito melhor do que ele. Se não fosse por ter esgotado toda a paciência de Teófilo, como ele poderia se ter tornado tão indiferente a ela? Ao mencionar esse nome, Teófilo soltou uma risada fria: — Esse nome saindo da sua boca me enoja. Quem me foi grato foi Hélio, não você, Mariana. Sua gratidão já se esgotou há muito tempo. — Ele olhou diretamente nos olhos de Mariana. — Você mereceu a morte desde o dia em que empurrou Paty do cruzeiro!Após essas palavras, ele fechou a janela do carro, e Gabriel acelerou para ir embora. Com todas as suas forças, Mariana se jogou para frente, caindo na neve. Ela estendeu a mão tentando parar Teófilo: — Teófilo, não
O carro não retornou para casa, mas se dirigiu a um hotel. Ao entrarem no elevador, Patrícia perguntou: — Por que você me trouxe a este lugar?Teófilo tocou levemente seu nariz e respondeu:— Passei pouco tempo com você antes, embora tenhamos sido casados, não éramos nem como namorados comuns. Todas as coisas que não fizemos, Paty, eu quero fazer com você.Uma luz deslumbrante caía do teto, iluminando os olhos gentis de Teófilo, e Patrícia ouvia o som de seu próprio coração batendo.Ele parecia um pouco diferente.No segundo seguinte, ele se inclinou para sussurrar em seu ouvido: — Você não acha que seria mais emocionante em um arranha-céu de cem andares?Patrícia ficou sem palavras."Esse canalha."Ele a arrastou para fora do elevador sem qualquer constrangimento.O som do elevador soou e Patrícia foi empurrada para dentro.Ao entrar, Patrícia foi surpreendida por tudo que viu.O apartamento estava decorado com rosas, e o tapete estava coberto por uma camada espessa de pétalas de r
Ainda não amanhecera quando o celular de Teófilo começou a vibrar incessantemente. Ele pretendia desligá-lo e continuar dormindo, mas percebeu que era uma chamada de Vítor.Se não fosse algo importante, Vítor não o procuraria.— Vítor, o que aconteceu? — Teófilo olhou para a pessoa em seus braços e baixou a voz para não acordá-la.— Ele está machucado.O sono de Teófilo desapareceu num instante:— Quando isso aconteceu? Como não fui informado?— Faz meia hora, agora as informações estão sendo retidas pelos superiores.— Estou indo para lá agora.Teófilo desligou o telefone, olhou para Patrícia, que havia acabado de acordar, e deu um beijo em seus lábios:— Desculpe, Paty, tenho que resolver uma coisa.Patrícia sabia que, dada a sua posição, ele poderia ser chamado a qualquer momento, ela murmurou um consentimento e se virou para voltar a dormir.Observando sua indiferença, Teófilo não pôde deixar de sorrir.Se fosse antes, ela não conseguiria dormir se ele tivesse que sair antes do ama
Quando Teófilo chegou ao hospital, a expressão de Vítor era assustadora.— Vítor, como estão as coisas?Vítor negou com a cabeça:— A situação não está boa. Todos os médicos de topo já foram chamados. A bala atingiu uma posição muito perigosa, logo acima do coração de Jorge. Se não a removermos, ele ainda pode respirar, mas uma remoção mal sucedida seria fatal, e ele já está em coma.— Quem fez isso?— Ainda não sabemos, mas a prioridade é salvar a vida de Jorge. Lorenzo também chegou há pouco.— Com Jorge nesse estado, ele não poderá vê-lo. — Resmungou Teófilo friamente.— É verdade, mas há algo que você precisa saber. No mundo atual, existe uma pessoa capaz de realizar essa cirurgia. Você precisa encontrar essa pessoa antes do Lorenzo para salvar Jorge. Isso seria muito benéfico para sua campanha eleitoral.— Quem?— O cardiocirurgião renomado, Sebastião.Teófilo franzia a testa:— Ele não está aposentado? Onde vou encontrá-lo agora?— Você precisa encontrá-lo, mesmo que seja difícil
Gabriel deu um sorriso aliviado:— Certo, quase esquecemos da Sra. Patrícia. O procedimento cardíaco que ela realizou no ano passado ainda é elogiado até hoje. Isso significa que, mesmo que Lorenzo já tenha encontrado o Dr. Sebastião, ainda temos uma chance de vencer.— Se Lorenzo se preparou com antecedência, então o Dr. Sebastião já deve estar com ele agora. Ele certamente não permitirá que o Dr. Sebastião apareça tão cedo, para evitar suspeitas. Lorenzo só vai trazer o Dr. Sebastião amanhã de manhã.— Então, o presidente Teófilo deve ir rapidamente encontrar a Sra. Patrícia. Vamos criar uma diferença de tempo entre as ações.Teófilo dirigiu para o hotel, presumindo que Patrícia ainda estivesse dormindo a essa hora.Ao chegar ao quarto, encontrou o espaço vazio, sem sinal algum de Patrícia!O quarto ainda mostrava sinais do caos da noite anterior.Isso não era normal.Dado o caráter de Patrícia, mesmo que ela tivesse que sair, não deixaria suas roupas espalhadas pelo chão. Ela certam
"Quem poderia estar vindo a esta hora?" Ela não tinha amigos na Cidade A, nem esperava entregas ou encomendas. Ao verificar, se deparou com um rosto familiar. Era Teófilo. Ele havia conseguido encontrar o lugar, certamente possuindo um faro tão apurado quanto o de um cachorro. — Marcos, Teófilo está aqui. Vou lá fora ver o que ele quer. — Certo. Eles já tinham um acordo prévio, e certamente não seria por causa daquela questão sexual que ele a teria seguido até aqui, obviamente, algo havia acontecido. De qualquer forma, ele não lhe faria mal, isso ficaria claro assim que se encontrassem. Patrícia abriu a porta: — Como você... — Ela não terminou a frase quando Teófilo a abraçou fortemente, o calor do abraço do homem deixando ela um pouco atordoada. — O que aconteceu? — Paty, que bom que você está bem. Seu celular estava desligado, eu te procurei o dia todo. Patrícia de repente se lembrou que o celular que usava para se comunicar com Teófilo estava desligado durante
— Sim, é a casa temporária na Cidade A. — Você não está pensando em se mudar, está? Tudo aqui é do seu estilo, você escolheu os móveis pessoalmente, certo? Teófilo conhecia Patrícia melhor do que ninguém. Ela concordou: — Sim, a Cidade A é onde nasci e cresci, quero ter uma casa aqui. Foi por isso que ela investiu tanto em equipamentos médicos, também como precaução. Teófilo sentiu uma pontada de dor ao ouvir isso: — Paty, me desculpe. Originalmente, ela tinha uma casa, mas após a falência da família Bastos, a casa foi hipotecada e, mesmo tendo sido recomprada mais tarde, já não se sentia mais como seu lar. O lar de casados deles carregava muitas memórias ruins. Vila Montanha Dourada havia sido ocupada por Mariana, e o antigo apartamento pertencia a Roberto. Apenas esta casa foi comprada por ela, não pertencia a mais ninguém, tudo nela foi escolhido por suas próprias mãos. — Tudo isso já passou, vou fazer macarrão para você. Patrícia caminhou rapidamente em dire