Sem se importar com a reação de Juan, Alana virou-se de costas para ele. Fechou os olhos com força, tentando acalmar a inquietação dentro de si.Ainda assim, não conseguiu evitar que seus ouvidos se mantivessem atentos a qualquer movimento atrás dela.As luzes se apagaram, restando apenas a suave iluminação amarelada de uma lâmpada de parede. Antes de se deitar, Juan puxou o cobertor com cuidado e cobriu Alana, como se quisesse garantir que ela estivesse confortável.Ele intuía que ela estava chateada, provavelmente ainda remoendo os acontecimentos desagradáveis da festa.Juan percebera com clareza a parcialidade de Laura em relação a Liz. O mais estranho era que Liz sequer era filha biológica dela. Se fosse apenas um caso de leve preferência, talvez pudesse ser ignorado, mas a forma como Laura tratava Alana…"Que tipo de mãe ignoraria a própria filha para dar mais atenção a uma adotiva?"Juan decidiu que precisava investigar o motivo pelo qual Laura adotara Liz anos atrás. Esperava es
Alana ergueu os olhos discretamente e notou um homem do lado de fora da loja. Ele usava um boné e uma máscara, e estava fixamente olhando para ela e Karina.A sensação de déjà vu a incomodou. Aquele homem... parecia com Diego.Observando melhor, teve certeza. Era Diego, sem dúvida.A expressão da Alana se fechou em um instante.Diego não tinha sido preso há pouco tempo? E agora, recém-saído, já vinha atrás dela de novo? No entanto, pelo jeito, ele não ousaria fazer nada assim, tão abertamente.Alana decidiu ignorá-lo.— Tá vendo aquele vestido na vitrine da loja da frente? É da nova coleção da Hermès. Acho que combina com você. — Disse AlanaKarina era completamente apaixonada pela Hermes. Quando ouviu falar que tinha uma nova coleção, imediatamente puxou Alana para conferir, esquecendo completamente que tinham ido comprar uma gravata para Juan.Alana havia feito de propósito. Ela queria desviar a atenção de Karina, porque não queria comprar a gravata para Juan. Se levasse o presente,
A maneira como Alana resolvia problemas era simples e direta: esmagava boatos com fatos.Sem perder tempo, procurou a administração do shopping e conseguiu as imagens das câmeras de segurança do momento exato do incidente. Em seguida, publicou tudo online.No vídeo, era evidente que ela e o homem apenas haviam esbarrado sem querer. Ele, num reflexo automático, segurou seu braço por um breve instante. Nenhuma troca de palavras, nenhum gesto íntimo. Apenas um encontro casual entre dois desconhecidos.A narrativa da internet mudou imediatamente. Os perfis de fofoca, que antes espalhavam as falsas acusações, se tornaram alvo de uma enxurrada de críticas. Tiveram que se retratar, pedir desculpas e, no fim, alguns até excluíram suas contas.Mas para Alana, aquilo não era o suficiente. Ela queria descobrir quem estava por trás de tudo.— Olha, é aquele cara ali, agindo todo suspeito. — Karina apontou para um canto discreto do vídeo, onde um homem de chapéu bucket e máscara observava à distânc
Alana desviou o olhar, sem saber direito como encarar Juan e respondeu:— Com toda essa confusão, duvido que essa pessoa tenha coragem de aparecer de novo.— Mas… e se aparecer? — Juan suspirou internamente. Não adiantava insistir naquele assunto. — Tudo bem. Vamos para casa.Ele já havia colocado alguém para investigar o responsável pelas fotos. Até que obtivesse uma resposta, não ficaria tranquilo deixando Alana sozinha por aí.Ela apenas murmurou um “hm” baixo e seguiu ao lado dele, silenciosa.Juan franziu as sobrancelhas. Desde a noite passada, Alana estava agindo de maneira estranha, como se estivesse tentando evitá-lo.Discretamente, estendeu a mão na direção dela, mas acabou segurando apenas o ar. No exato momento, Alana colocou as mãos no bolso do casaco.Coincidência? Ou fez de propósito?Alana fingiu não perceber e olhou para os carros estacionados à beira da calçada:— Onde está seu carro?— Aqui.Juan conteve a estranha sensação no peito e, com um gesto cortês, abriu a por
Juan trouxe uma tigela de caldo de peixe espesso e fumegante. O aroma quente e reconfortante preencheu o quarto, despertando instantaneamente o apetite de Alana.Sem hesitar, ela pegou a tigela e provou a primeira colherada. O sabor era incrível.A textura cremosa do caldo combinava perfeitamente com a suavidade do peixe, e os grãos de arroz estavam cozidos no ponto certo, desmanchando na boca.Conforme o calor do alimento se espalhava pelo estômago, seu corpo inteiro parecia relaxar.Em poucos minutos, a tigela estava praticamente vazia.Ao levantar os olhos, percebeu que Juan ainda estava ali, sentado ao lado da cama, observando-a. Suas bochechas esquentaram.— Você já comeu? Vai lá jantar também, eu posso me virar sozinha. — Disse Alana.Juan pegou a tigela vazia das mãos dela:— Quer mais?Alana hesitou por um momento, meio sem graça, mas acabou assentindo com a cabeça.Juan sorriu de leve, levantando-se para buscar mais. Quando voltou, trouxe não apenas outra porção de caldo, mas
Bruno soltou um sorriso imediato:— Sua intenção é…?Diego ergueu o queixo para ele, semicerrando os olhos com a frieza de uma serpente venenosa:— Preciso mesmo te ensinar o que fazer?— Entendido. — Bruno assentiu.Depois de acertarem os detalhes do plano, Diego dispensou Bruno.No momento, o mais importante para ele era garantir o contrato com o Grupo Griiff. Por mais que não quisesse admitir, precisava encarar a realidade: seu maior concorrente agora era o Grupo Alves.Se queria vencer, precisava descobrir qual estratégia o Grupo Alves estava preparando.Diego pegou o celular. Um amigo ligou, trazendo uma novidade interessante:— Você não quer fechar negócio com o Grupo Griiff? Fiquei sabendo que a segunda filha da família Alves está envolvida no projeto. Pelo que escutei, ela se apaixona fácil... e você é um mestre na arte da conquista. Não seria uma questão de tempo até ela cair na sua?— Legal. Se der certo, você não sairá de mãos abanando.— Mas Sr. Diego… seria bom preparar um
O olhar de Diego deslizou para baixo, cheio de malícia, enquanto ele continuava:— Mas… se você souber se comportar, posso até considerar te manter por fora. Ser minha amante ainda te renderia mais dinheiro do que ficar com aquele fracassado que vive às custas de mulher.Alana fitou seus olhos, notando a expressão distorcida em seu rosto. Sentiu um leve enjoo."Homem da segunda filha da família Alves?"Alana franziu a testa. Karina não havia dito que era apenas uma festa casual? Agora vinham com essa de apresentá-la para Diego? Engraçado… sendo ela mesma a tal "segunda filha da família Alves", ninguém a consultou sobre isso.— Segunda filha da família Alves?A risada da Alana foi fria.— Isso mesmo! A jovem da família Alves! — Diego inflou o peito, convencido. — Pelo seu jeito de roceira, imagino que nunca tenha chegado perto dela. A segunda filha da família Alves é uma verdadeira dama da alta sociedade. Nosso círculo não é para qualquer uma que se pendura em ricaços, achando que vai e
Por um instante, Alana se tornou o centro das atenções.Os olhares estavam todos sobre ela, carregados de expectativa, como se estivessem prestes a assistir a um espetáculo.— Não me diga que ela veio até aqui implorar pra voltar com ele? — Alguém zombou.Alana franziu as sobrancelhas. A maioria ali era composta por jovens herdeiros mimados; fazia sentido que não a reconhecessem como a segunda filha da família Alves, já que ela não costumava frequentar esses eventos.Mas insinuarem que ela estava ali para rastejar atrás de um ex-traidor já era demais.Uma socialite levou a mão à boca, rindo baixinho:— Pois é. Como alguém como ela conseguiu se infiltrar no nosso meio? Sr. Diego, você ainda tem sentimentos por essa daí?Diego bufou:— Ela veio do interior. No passado, só fui um pouco mais generoso com ela, só isso.— Roceira é sempre roceira. Olha só essa roupa cafona! Parece que nunca viu um evento de verdade. Sr. Diego, como você pôde ter um gosto tão ruim? — Outro debochou.Diego peg