Ana respirava lentamente. Ela ainda estava desacreditada e perplexa, olhava para mãe como se fosse espectadora de um filme. Sentia como se fosse apenas um personagem inanimado em uma história louca. Mais vendo o desespero da mãe ela respirou fundo mais uma vez. Respondeu pausadamente: Mãe, por favor, tudo isso parece tão surreal que não consigo assimilar. Preciso de um tempo para tentar compreender. Só te digo que realmente eu deixei de desfrutar muita coisa por conta desse segredo. Sinto como se tivesse ganhado um pai e perdido um passado todo com ele ao mesmo tempo. Sabe o que não ter nunca um pai nas festinhas da escola? Só saber que ele amava que ele existiu mais sem nenhuma lembrança palpável. Me dê um tempo por favor. Mary silenciou e assenou positivamente com a cabeça deixando a filha livre para pensar. Em NY. por sua vez, Jhon tomava um longo banho na tentativa de acordar desse sonho louco, uma mistura de medo e ansiedade tomaram conta dele. Eva já havia ido tra
Manhã de domingo, Jhom tomava um longo banho perdido em seus pensamentos. Tentava organizar suas ideias de forma clara e definitiva antes de falar com Eva. Eva o esperava na sala de jantar com a mesa posta. Ela não era uma mulher que conseguiria cozinhar mais após um tempo de namoro com Jhon acabou tendo que aprender a se virar e até acabou gostando. Quando saiu do banho ele já sentiu o cheiro dos ovos com bacon que ela preparava com frequência pois sabia que eram seus preferidos. Ele balançou a cabeça como se tentasse voltar os pensamentos novamente a conversa que teriam.Sentados á mesa Eva digitava o seu celular e tomando café puro. Sem olhar pro noivo não percebeu que ele a observava, ele por sua vez olhava e se sentia culpado por querer ter coragem de se separar por não querer mais aquela mulher do seu lado.Mais espera? Ele pensou, eu vou contar que tenho uma filha e não que vamos terminar. Respirou fundo e silenciou dentro de si a vontade enorme de dar um fim ao noivado de f
Ana já não se aguentava de ansiedade aguardando pela ligação do pai, Mary cada vez mais triste e isolada via os dias passar e sentia setão ansiosa quanto a própria filha. Jhon, por sua vez não conseguirá falar com Eva e via seu casamento se aproximando e o ódio por ela crescia cada vez mais. Depois das revelações de sua noiva ele não pode mais esperar. Mal esperou que ela saísse chamou Marcus seu amigo e secretário particular para que o acompanhasse novamente ao interior, seu assistente o lembrou que Anna estaria na escola no momento de sua chegada ele sorriu e disse, teremos então que buscar minha filha na escola hoje não é? Ambos sorriram e por um momento ele sentiu o orgulho de ter uma filha, o coração estava acelerado como se fosse ver o seu bebê a primeira vez e na verdade seria, ela somente não é mais um bebê. Algumas horas se passaram e ele longe em seus pensamentos tentava imaginar a vida que teriam tido os três, como teria sido criar a filha junto com Mary. Quanto sofrimen
Ao entrar pela porta de sua casa, Anna olhou a mãe nos olhos pela primeira vez a dias, sentiu seu coração acelerar ao perceber o quando a mãe estava abatida, havia perdido peso e estava bem mais pálida que antes. Anna correu e deu um longo abraço na mãe, ela era mais alta que a mãe então colocou a no peito como se ela fosse agora a filha, percebeu o quanto havia sido injusta com aquela que lhe deu a vida e acima de tudo sofreu e abriu mão de tudo para que ela pudesse nascer.Mary sentiu o coração quente novamente como se o mundo todo tivesse girado e estivesse novamente no lugar onde deveria estar, a sensação de segurança voltou novamente ao seu coração e naquele momento uma alegria enorme tomou conta dela. Enxugou as lágrimas da filha, pegou as flores em suas mãos e as colocou em um vaso. Com a empolgação de sempre disse: - Seu pai não mudou em nada mesmo.Sorrindo, foi para cozinha e de lá gritou:- Panquecas com chocolate? Temos sorvete de creme!Anna riu e pensou, ah quanto tempo
No outro dia pela manhã Mary se antecipou ao ligar para Jhon pedindo pra que ele marcasse o horário e escolhesse um laboratório de confiança para que fizesse o DNA de Anna pra confirmar sua paternidade. Ele se assustou com a pergunta; - Mary, não creio que seja necessário, eu não tenho nenhuma dúvida quanto a paternidade da nossa filha, somos adultos, não precisamos de um papel que prove o que está explícito. Ela respondeu: -Jhon, você sabe, eu sei, mas nós dois sabemos em que mundo ela está entrando e sabemos que um papel no seu mundo não é algo desnecessário pelo contrário, garantirá a segurança dela, ela tem pensado muito em ir morar com você após o encerramento das aulas e eu estou apoiando, será difícil, mas ao mesmo tempo terei um tempo para me dedicar a minha vida pessoal. Ele engoliu seco, se dedicar? Seu rosto queimava, ainda bem que estavam se falando por áudio somente. E pensou, como assim estou com ciúmes? Já se passou tanto tempo! Mais como ela quer ter tempo
Após alguns minutos de silêncio o casal sorriu sem graça, tentando mudar de assunto Mary deu um sorriso ao ver a cafeteria que tanto gostava e que não tinham no interior.Disse pra eles já em passos acelerados:- vamos vamos quero muito meu café!Entrando o três na cafeteria ela já seguiu para o balcão e os dois sentaram se a sua espera nas mesas da entrada. Mary já veio com os três cafés, de Anna um Mocha completo com bastante chantilly, e dois caramel Machiato para ela Jhon, entregou o copo e ambos ficaram corados. Ele pensou, ela ainda se lembra! Sorrindo ele agradeceu mas não pode deixar de comentar:-Mary, você ainda toma isso! Cuidado não somos mais crianças!Ela respondeu:-Querido, não há nada melhor do que se presentear com as pequenas doçuras da vida, não fiquei tão preso aos detalhes só aproveite esse momento, a comida também é memória afetiva. O cheiro a cor o lugar, pra mim quase uma máquina do tempo. Depois disso um longo período de silêncio se estabeleceu ali, a impres
Sentindo-se ofendida Eva titubeou e por alguns segundos se calou. Mary conhecendo bem a antiga amiga aproveitou os segundos de descanso entre as palavras negativas e saiu agradecendo a Eva e a ajudante o delicioso lanche e caminhou em direção ao quarto de visitas, Eva estava perplexa em saber que Mary estava hospedada tão próximo do seu noivo. Mary fechou a porta e foi para o banheiro para ficar o mais longe possível do corredor e poder chorar sem ser ouvida e ela chorou, chorou muito. Se sentiu perdedora, invalidada pela arrogância da ex amiga. Sentiu ódio dela, mas também sentia muito ódio de Jhon, sentia que seu peito iria explodir e refletia em cada palavra q havia acabado de ouvir. Pensava nelas várias e várias vezes. Depois de chorar bastante tomou um banho olhou as horas e percebeu que já eram 21h olhou para o celular e viu uma mensagem de Anna dizendo que iam visitar alguns amigos do pai mais estariam em casa até as as 22h. Mary se sentiu sobrando naquele momento, mas não
Após a saída dramática de Eva, Mary desabou em prantos. Anna por sua vez era deveras forte parecida com seu pai, tomou 1 copo de água e seguiu como se fosse inabalável. Jhon buscou água para Mary que tremia muito e rindo sem jeito disse: - Algumas coisas não mudam nunca não é? Acalme- se, jamais deixaria que ela as ofendesse e saísse impune. Sentado muito próximo a ela, Anna percebeu e foi se deitar deixando os dois a vontade. Mary estava tão assustada que não percebeu a saída proposital da filha. Jhon não resistiu a proximidade, o cheiro dela, e o quanto ela precisava dele, ansiava por proteção e cuidado, ele sentiu uma vontade descontrolada de abraça- la e resolveu ceder ao impulso, abraçando- a gentilmente sentado ao seu lado, frágil, ela cedeu deitando a cabeça sobre o ombro do seu único amor. E ficaram presos nesse abraço por um tempo incontável. Juntos, sentido o cheiro um do outro todos os sentidos foram provocados. Mas ainda não encontraram o caminho um para o outro. Mary