POR LORENAAssim que Lincy me mostrou o portal que se formava e me deu instruções, coloquei-me de pé e corri até onde todos estavam.— Uma distração... — sussurrei para mim mesma. Ainda pensando no que fazer, levantei a voz, atraindo todos os olhares para mim.— ATENÇÃO, PESSOAL! — E agora, Lorena? O que eu faço? Respirei fundo, sentindo-me iluminada ao ver os rostos atentos de Bia e Jeff, e me lembrei do incidente no Ano Novo. Dessa vez, tinha que dar certo! — Hoje é um dia muito especial, então vou cantar uma música. Bia gosta de sertanejo, certo? Essa é para você!Comecei a cantar a primeira música sertaneja que veio à minha cabeça, concentrando-me na letra para não errar. Respirei com calma nas pausas para manter a afinação, sem conseguir tirar os olhos do portal, que ainda estava visível. Lincy provavelmente estava tentando camuflá-lo, mas eu conseguia vê-lo completamente, o que me deixou ainda mais nervosa. Uma aura de um azul-escuro começou a despontar. Assim que os pés da figu
POR LORENAAssim que chegamos à rua, procurei nas roupas a chave do carro.— No bolso da frente — Lin veio ao meu socorro. — Vai conseguir dirigir assim?— Com certeza, não. Por favor! — Peguei a chave e a atirei para ela. Ela destravou o carro, e eu abri a porta de trás, mas Zuldrax parecia hesitante em entrar comigo.— Uma jaula? Não entendo!— Isso é veículo como a V4, só que com capacidade para transportar mais pessoas. — expliquei, puxando-o para dentro comigo. Tirando a bainha, deixou a espada apoiada por entre as pernas.— Quero só ver a reação dos seus pais quando você chegar com ele — comentou Lin, enquanto ajustava o espelho. Eu ainda tentava ajudar Zuldrax a colocar o cinto. O pior era ter que explicar para que servia cada coisa.— Muito bem! Só preciso lembrar das aulas de direção que fiz. Estou meio sem prática.— Só vai! — pedi, segurando a mão de Zuldrax com força. — Amor, como conseguiu chegar até aqui?— Seu irmão. É uma longa história. — Ele olhava fixamente para mim
POR LINCY"Românticos" era uma palavra amena para descrever a troca de olhares e toques entre os dois. Havia tanto amor envolvido que me senti privilegiada por testemunhar esse reencontro tão lindo de camarote. A felicidade estava estampada no rosto de ambos, desde o primeiro contato até agora, enquanto adentrávamos o apartamento dos pais de Lorena.— Chegaram cedo. — A voz de Bruna soou ao nos ver entrando, e seus olhos se arregalaram de um jeito engraçado ao ver a filha de braços dados com um homem.Fui para o meu quarto, tirei as sapatilhas e voltei rapidamente até a sala para assistir ao momento:— JONAS! — Bruna chamou pela quarta vez, um pouco mais alto. Logo depois, ele apareceu sonolento, de pijama. A forma como ele arregalou os olhos ao ver Zuldrax foi semelhante à de Bruna; era óbvio que os trajes e a espada na cintura o denunciavam.— Pais — disse Lorena, toda risonha e boba, com as bochechas rosadas enquanto contava a novidade, envergonhada. — Zuldrax me encontrou.— Uau!
POR LENISSYAA vantagem de ser filha de um lojista é poder fazer compras a qualquer hora. Já a de ser uma maga? Tornar tudo isso muito mais prático. Abri um portal direto para dentro da loja, pronta para pegar o que precisava: itens de higiene pessoal, roupas novas...— Acho que esta serve. — Zuldrax examinava as roupas nos cabides, procurando peças específicas. Nesse meio tempo, já havia separado umas quatro camisas do Flamengo.— Essas não! — resmunguei. Não queria que pensassem que ele era torcedor e começassem a bombardeá-lo com perguntas sobre futebol.— Mas são vermelhas e pretas.— E representam algo que você não faz ideia do que é. Ao menos por aqui, esqueça a cultura de Halasin e tente se misturar. Não chame atenção das pessoas com perguntas que você não saberá responder.— Fingir ser humano vai ser mais difícil do que eu imaginava — ouvi-o murmurar para si mesmo.— Tudo certo aí? — Meu pai estava sentado em cima de uma cama de casal, com um bloco de notas na mão. Ele ia anot
POR LENISSYA— Dia complicado? — perguntou Lincy assim que nos viu entrando na cozinha, depois da guerra no banheiro. Ela estava respondendo a algumas mensagens no celular com uma mão e segurando uma xícara de café com a outra.— Nem me fale... — respondi.— A casa dos seus pais é tão alta! — Zuldrax estava perto da janela, analisando o aglomerado de prédios visto do nono andar. — Olha o tamanho dessas construções. Que surreal!— Se você acha isso alto, precisa andar de avião — brincou Lincy, abrindo um vídeo no celular e mostrando-o para ele.— Isso é uma dióxy? — perguntou ele, analisando o aparelho na mão dela. Ele ainda não conhecia essa tecnologia, já que o meu havia ficado em Seradon e nunca pedi de volta para Henry. — É mágico!— Com certeza é mágico! Nem imagina a quantidade de coisas que dá para fazer com isso. Dá para mandar mensagens para pessoas, falar com elas a longas distâncias, gravar imagens e vídeos, pesquisar coisas...— Lincy, vai com calma. É muita coisa para ele
POR LORENAVer Zuldrax com roupas comuns me fez querer tirar algumas fotos com ele. Ele parecia apenas um cara comum no meio dessa sociedade agitada. Tirando a reclamação sobre o desconforto de usar jeans, parecia se adaptar bem ao resto do look, desde os tênis esportivos até a camisa vermelha.— Pare! — pedi, apertando sua mão. — Está vendo aquelas luzes lá em cima? Verde é para os carros passarem, e vermelho é para os pedestres.— E por que temos que esperar? Não podemos simplesmente saltar por cima dos carros para o outro lado?— Não, não podemos. É perigoso! — Inclinei levemente a cabeça para o lado, indicando para que ele observasse as pessoas ao redor. Ele entendeu o recado, mas seu olhar se fixou no pequeno animal nos braços de uma moça próxima.— Não sabia que os humanos criam elos com animais. Isso é... um cachorro?— Como você sabe? — Ele não respondeu, apenas observava, intrigado, o filhote de poodle lambendo o pescoço da garota e fazendo-a rir.— O sinal está vermelho. Vam
POR LORENAA semana passou voando, e eu me sentia orgulhosa de como meu marido aprendia tudo rapidamente. Entre o trabalho e as atividades divertidas que encontramos para fazer em família, consegui um tempo para responder a Bia e marcar com ela o encontro prometido. Eu pretendia levar Zuldrax ao zoológico, e minha amiga parecia ter aderido bem à ideia.— Você realmente não vem? — perguntei a Lincy pela terceira vez, torcendo para que ela mudasse de ideia.— Dessa vez não. Fiquei de ajudar com algumas coisas lá em casa — respondeu, preparando-se para invocar o portal. — Divirtam-se!— Neste caso, até amanhã. Iremos sem falta.— Vamos aguardar ansiosos. Minha família está bastante curiosa para conhecer o Zuldrax.— Imagino que sim. — Ela assentiu, sorrindo, e assim que se foi, voltei-me para Zuldrax, que estava lidando com o barbeador elétrico. Meu pai estava ao lado dele, dando instruções.— Parece que o dia vai ser ensolarado — comentou minha mãe, sentando-se no sofá ao meu lado.— Ai
POR LORENAAs conversas não pararam um segundo durante o trajeto, mas eu não conseguia responder a tudo com a atenção presa ao percurso. Eu já tinha estudado o mapa antes, mas ainda tive algumas dúvidas sobre onde entrar. Respirei aliviada ao conseguir estacionar o carro. Assim que saí, peguei na mão de Zuldrax e caminhamos até a bilheteria. Já eram cerca de 11h20 quando entramos no zoológico.— Para que lado vamos primeiro? — perguntei, abrindo o mapa que peguei na bilheteria. Zuldrax olhou o mapa e apontou para uma imagem específica.— Isso é um leão?— É sim! Você conhece? — perguntei, intrigada. Não havia leões em Halasin.— Não pessoalmente — respondeu, de forma sucinta. — Quero vê-lo!— Fechado! — disse Jeff, tomando a dianteira. — Vamos pela direita. Melhor começarmos logo ou não vai dar tempo de ver tudo.Senti-me grata por ele assumir o papel de guia, mas parecia que Jeff resolveu começar pelos animais grandes. A primeira pergunta intrigante de Zuldrax veio instantes depois,