Por ZuldraxApós deixar Lenissya para trás, fui forçado a aceitar que a havia perdido. Meu coração, atribulado e cheio de arrependimento, não permitia que minha mente encontrasse um instante de paz. Drakhan e meus homens tentavam me acalmar, mas nada parecia funcionar.Como eu poderia ficar em paz comigo mesmo, sabendo que permiti que a mulher que amo fosse tão ferida? Como seguir em frente sem saber se ela ainda respirava? A raiva e o desespero tomaram conta de mim, e comecei a socar as pedras ao meu redor, gritando a cada golpe, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.— Eu a perdi, Drakhan. Eu a perdi!— Zuldrax, fique calmo! Esse não era o plano?— Eu não queria que ela morresse! Não, eu não quero que ela morra! Não consigo imaginar viver em um mundo sem ela.Drakhan, que antes parecia irritado e contrariado com minha confissão, agora mostrava compreensão. Em vez de julgar, ele me aju
Por Zuldrax"Deve haver algum erro!", tentei me convencer. Toda a dor que me consumia transformou-se em pura energia, impulsionando-me a acelerar ainda mais. Eu precisava chegar o mais rápido possível! Precisava desesperadamente saber o que havia acontecido. Por que Salis ainda parecia tão distante?Cerca de três horas haviam se passado desde que parei de sentir Lenissya, e a cada minuto eu me sentia mais exausto. No entanto, não podia me permitir parar, não enquanto não soubesse o motivo. Esse anseio era o que me impulsionava a continuar. Logo avistei luzes ao longe, e, minutos depois, as primeiras casas surgiram nítidas à minha visão e ao meu toque. As ruas estavam desertas, o que me levou a supor que o evento ainda estava acontecendo.Tive um pouco de sorte: na primeira casa que invadi, já encontrei trajes do meu tamanho. Afastei-me um pouco do vilarejo, escondi minhas roupas zafisianas atrás de um arbusto e segui em direção ao
Por ZuldraxHenry estendeu o punho, oferecendo o tradicional cumprimento zafisiano. Liberando uma das minhas mãos, retribuí o gesto, selando o início de um novo ciclo entre nós. Talvez uma amizade estivesse surgindo ali. Em seguida, parti com cautela, tomando cuidado para não ser visto. Ao chegar próximo à entrada da cidade, recuperei minhas roupas, deitando Lenissya com cuidado no chão para poder me trocar. Mal podia acreditar que ela estava ali, do meu lado, tão linda.Por um momento, fiquei hipnotizado, admirando-a. Sentia-me imensamente feliz por vê-la viva, respirando sem dificuldade e, acima de tudo, por ter uma nova chance com ela, algo que eu já havia perdido toda a esperança de conseguir.Deixei as roupas que havia roubado no mesmo local onde peguei as minhas. Quando fui guardar a dióxy localizadora em um dos bolsos da calça, peguei a dióxy reversa e comecei a refletir: por que eu tinha parado de senti-la? Coloquei o bracelete com a dióxy reversa em seu braço direito e observ
Por ZuldraxLenissya caminhava ao meu lado, segurando minha mão e olhando o mar. Estava um pouco quieta desde que nos beijamos. — Zuldrax... — chamou-me timidamente, o semblante pensativo. — O que te incomoda, princesa? — Bem, é que eu ainda estou com medo. — Ela virou-se para me olhar, deu um suspiro e voltou a encarar o mar. — Você acha que sua mãe vai me aceitar? — Não tenho certeza, mas sei que ela quer a minha felicidade, e você é a minha felicidade.— Eu te amo, Zuldrax! — disse ela, apertando minha mão com mais força, enquanto um sorriso lindo iluminava seu rosto e suas bochechas coravam de maneira encantadora. Suas palavras me pegaram de surpresa, e naquele instante, me senti o homem mais feliz do mundo. Queria que o tempo parasse ali. Com a outra mão, acariciei sua nuca, puxando-a para mais perto, e a beijei novamente.— Eu também te amo! — respondi, entre um beijo e outro. O sorriso dela era inestimável. Continuamos caminhando, agora abraçados e com passos tranquilos. E
ZuldraxO espanto tomou conta de seu rosto ao ouvir esse nome, um nome que ela mesma não havia me revelado. Caminhei em direção a uma gruta próxima, e ela, apreensiva, me seguiu. Sentei-me e ela se acomodou de frente para mim. Eu não sabia por onde começar, então fui direto ao ponto. — Eu observei você desde o momento em que chegou a este mundo. Vi quando Alister pediu a Hiratamino que usasse feitiços para liberar os selos em você. Vi seu corpo estremecer a cada onda de energia, e senti um incômodo profundo. Eu sabia que meu dever era te matar, mas, naquele momento, a necessidade de te proteger falou mais alto. Ela me encarava, confusa. Após uma pausa, continuei:— Observei você durante dias, trancada naquela sala secreta, e me perguntava: "Será que é ela? Ela realmente é minha inimiga? E se eu estivesse prestes a derramar sangue inocente se fizesse algo contra aquela garota?" Eu sabia que você era a princesa de Halis, minha grande inimiga, mas, no fundo, queria acreditar que era in
ZuldraxDias se passaram desde então, enquanto Lenissya e eu seguíamos nosso próprio ritmo. Em determinado momento, ela abandonou as sandálias pelo caminho. Nos divertíamos muito, brincando com nossos dons, conversando, e, em outros momentos, simplesmente mergulhávamos em um silêncio confortável, onde nossos sentimentos fluíam, sem que palavras fossem necessárias.Nunca havia sido tão feliz em toda a minha vida. Acho que não sabia o que a felicidade realmente significava até ter Lenissya ao meu lado. E eu jamais abriria mão dela. Pode parecer egoísmo, e talvez fosse, mas eu a queria só para mim, para sempre.Não muito longe, avistei Zaríon. Caminhávamos de mãos dadas, e eu havia dado minha capa a Lenissya para que ela ficasse sempre envolta nela. Guardas rondavam a região, e alguns acenaram para nós à distância. Ocultar a veste salisiana era essencial para a sua segurança, mas, na verdade, eu também não suportava a ideia de outros homens a observando. Com aquele vestido, tão deslumbra
Por LenissyaEu queria me sentir completamente segura, mas não sabia ao certo o que dizer. Apenas a segui pelos corredores daquele magnífico palácio, onde cada porta e objeto exibiam detalhes entalhados com maestria. Lizbeth, em silêncio, me guiou até uma sala repleta de armas, todas dispostas em suportes ao longo das paredes. O ambiente era escuro, com paredes negras, criando uma atmosfera opressora e assustadora. Meus olhos percorreram a vasta coleção de armamentos, que incluía desde enormes machados e espadas até pequenas adagas e agulhas. Eu não conhecia o nome de todas, mas sabia que, nas mãos de um guerreiro habilidoso, cada uma delas seria letal.— São belas, não acha? — comentou Lizbeth, observando as armas com admiração. — Fazem parte da cultura do nosso povo, e cada descendente desta família deve dominar técnicas com todas elas.Fiquei em silêncio, tentando compreender aonde ela queria chegar com aquelas palavras. Lizbeth
Por LenissyaEu mal conseguia conter meu entusiasmo. Queria descer correndo até onde meu amado estava, fazer-lhe companhia e contar-lhe tudo. No entanto, temia atrapalhá-lo em seus afazeres e causar algum incômodo.Com um suspiro controlado, abri a porta e entrei no quarto. Era muito maior do que qualquer outro em que já estivera, surpreendentemente decorado com armas nas paredes e o brasão zafisiano estampado em um belo tapete próximo à porta que levava a uma varanda externa. A cama era enorme, e o quarto estava rodeado por cortinas de um tom vermelho-escuro, feitas de um tecido fino, semelhante à seda, conferindo ao espaço uma atmosfera elegante e imponente.Havia um armário na parede lateral, próximo à porta de entrada, e uma mesa retangular ao lado, acompanhada de uma cadeira de madeira. Aproximei-me para ver os detalhes esculpidos nas bordas, mas logo desviei minha atenção para um imenso mapa na parede. Parecia ser o mapa deste mundo, contendo todos os territórios conhecidos até e