Por Lenissya— Aonde estamos indo, meu amor? — perguntei, ansiosa, enquanto Zuldrax segurava minha mão e me guiava para algum lugar. — Em breve você saberá — respondeu ele, com um tom sério. Havia algo errado, eu podia sentir. A noite anterior havia sido simplesmente maravilhosa. Nós nos amamos intensamente por tanto tempo que a sensação ainda permanecia em meu corpo. No entanto, não pude descansar completamente. Antes mesmo do amanhecer, Zuldrax me pediu que me vestisse e o acompanhasse.Primeiro, caminhamos pelos corredores do palácio e, depois, saímos por uma porta discreta nos fundos. Seguimos por um caminho que nos levava para fora da cidade, passando por várias pessoas ao longo do trajeto.Os primeiros raios de luz despontavam no horizonte quando chegamos a uma escada que descia para algum lugar subterrâneo. — Que lugar é esse, Zuldrax? — perguntei, um pouco apreensiva. — Entre e veja por si mesma — respondeu ele suavemente. Lancei um olhar rápido para dentro. Mesmo sem con
Por LenissyaZuldrax e eu caminhamos logo atrás e os observamos partir, acenando em despedida. Foi comovente ver a expressão de alegria no rosto de Daigar ao contemplar o céu azul e o mundo exterior novamente, depois de tanto tempo enclausurado.— Vamos voltar, meu amor! — disse Zuldrax, puxando minha mão, mas eu não me movi. — Obrigada, Zuldrax! Isso significou muito para mim — respondi, sentindo a necessidade de expressar minha gratidão de alguma forma.— Eu sei, meu amor — respondeu ele, mas sua expressão estava distante. — Por que está tão pensativo? O que está planejando? — perguntei, observando-o atentamente. Quando ele não me respondeu, inclinei-me para mais perto e insisti: — Confie em mim!— Eu confio — disse ele com firmeza, virando-se de frente para mim enquanto pegava minhas mãos e as beijava suavemente. — Mas agora que você é minha esposa, minha preocupação com o nosso futuro aumentou muito. Sei que foi inesperado trazer você aqui tão cedo...— Sim, foi mesmo, mas eu gos
Por LenissyaLizbeth estava radiante durante a refeição e fez questão de nos abençoar no salão principal, na frente de todos. Houve um grande entusiasmo entre os presentes, que logo se prontificaram a levar a notícia da nova rainha para toda a cidade principal, ainda naquele dia.Rapidamente, as notícias se espalhariam por todo o reino, e com isso, a curiosidade sobre mim aumentaria. Assim que a verdade sobre minha origem fosse revelada, sabíamos que haveria discordâncias e muita pressão. Pelo menos, era o que esperávamos...Embora festas de pós-união não fossem tradição nesse povo, foi organizado um grande banquete ao ar livre, em clima de confraternização. Todos queriam me conhecer, saber de onde eu vinha, quem eram meus pais...Nos esquivamos de todos os questionamentos, mas era quest&
Por LenissyaEu queria continuar motivando Zuldrax, dar-lhe a confiança de que tudo ficaria bem, mas, no fundo, eu temia por tudo mais do que ele. Não havia como nos enganarmos, pois podíamos enxergar um ao outro por completo, até os sentimentos mais profundos. Isso se intensificou ainda mais agora que nos tornamos um só.— Tem certeza de que não estamos perdidos, meu amor? Já passamos por aqui umas duas vezes — perguntei, atordoada pela repetição do cenário ao nosso redor.— Não se preocupe, querida! Neste pântano, nem tudo é o que parece. Estudei muito bem os mapas antes de virmos. A semelhança no padrão das árvores dá essa impressão, mas é tudo uma ilusão.— E esses gases estranhos... Estou começando a me sentir um pouco tonta — murmurei, observando o gás alaranjado que envolvia toda a área.— Aguente firme, estamos quase lá! — disse Zuldrax, me pegando nos braços e me carregando.
Por LenissyaAbri bem os olhos para ver o que estava acontecendo. Um vulto escuro, cercado por uma espessa camada de gás, estava exatamente no local onde eu tinha tentado me esconder.Antes de cair, liberei uma onda de energia através de diferentes pontos do meu corpo, amortecendo a queda. A água espirrou em todas as direções com o impacto, mas consegui aterrissar de pé, apenas me desequilibrando um pouco.— Quem é você? — questionei, trêmula.O vulto estranho permanecia parado no mesmo lugar, me encarando fixamente. Eu precisava de Zuldrax aqui, agora! Desesperada, procurei pela dióxy na água, mas não conseguia enxergá-la. Dei alguns passos na direção do vulto, ainda buscando, até finalmente avistá-la a cerca de três metros de mim... bem perto dele.Eu não tinha escolha, precisava ser rápida. Será que convocar um feitiço para trazer a dióxy até mim seria eficaz? Na dúvida, decidi que e
Por LenissyaNão sei por quanto tempo fiquei assim, mas senti meu corpo ceder ao sono. Meus olhos foram se fechando aos poucos, e, quando eu já estava quase inconsciente, senti algo me tocando por trás da cabeça. — Meu amor, o que aconteceu? Lenissya! Fale comigo, por favor! Lutei para abrir os olhos. Tudo o que eu queria era ver o rosto dele, contar-lhe tudo... — Como me encontrou?— Vi um clarão vindo dessa direção e temi o pior, então corri até aqui. Você está bem? Está sangrando! — A voz dele tremia, carregada de desespero, quase à beira das lágrimas. — Sua aura está tão fraca... Por que gastou tanta energia?— Zuldrax, eu estava tentando te encontrar... — minha voz saiu fraca, e não consegui continuar. — Por que não usou a dióxy de comunicação? Eu teria vindo até você! — Ele pegou a dióxy... — Ele quem? — Zuldrax perguntou, o tom cheio de urgência.— Eu! — soou novamente aquela voz grossa e rouca. Zuldrax me puxou para seus braços e saltou para trás, me apertando com força,
Por LenissyaSem mais rastros de Terafiz, paramos para descansar enquanto Zuldrax me ajudava a cuidar das minhas feridas. Mais tarde, naquele mesmo dia, seguimos com a missão. O silêncio que nos envolvia carregava um peso que dispensava palavras; ambos sabíamos exatamente o que o outro sentia. Abracei-o e, em um instante, nos teletransportei para o local que Terafiz havia indicado. Como ele descreveu, não muito longe dali, avistamos uma pequena cabana de madeira, simples e modesta.Zuldrax entrou primeiro. Tudo estava exatamente como Terafiz havia descrito. Movendo o baú de lugar, ele socou o piso, quebrando-o. Dentro, encontramos uma sacola prateada. Assim como Terafiz nos dissera, lá estavam os dois amuletos, com correntes metálicas e pedrinhas de holiath, menores e mais bem esculpidas do que a que encontramos em Julitar.— Com este, são três — disse Zuldrax, tirando o amuleto de holiath do bolso e colocando-o na sacola. — Isso é
Por Lenissya— Por que estamos parados aqui, Zuldrax? — perguntei, curiosa. Estávamos abraçados no topo de uma grande árvore, próximos a Zaríon. Não podia deixar de admirar a cidade ao longe, iluminada pela luz das luas. A luz se refletia na água, iluminando as esculturas e as casas de uma forma singular. Ele olhou para mim e sorriu, com um ar de suspense.— Apenas observe.— Gosta de me deixar curiosa, não é?Ele conteve uma risada e permaneceu em silêncio, olhando para o horizonte. Segui seu olhar. O céu começou a escurecer gradualmente à medida que uma das luas desaparecia no horizonte. A outra logo também sumiria de vista, mas antes disso... luz! O sol começava a nascer no extremo oposto. Era hipnotizante observar o contraste entre os últimos vestígios de luz da lua e os primeiros raios dourados deste sol, como se o céu dançasse entre o fim da noite e o início d