Por HenryEla chamou minha atenção desde o primeiro momento em que a vi. Seu olhar inocente, seu jeito tímido, tudo nela me encantava. Seu sorriso meigo fazia meu coração acelerar, e, desde aquele instante, tudo o que eu queria era segurar sua mão e nunca mais soltá-la.Quando Alister a enviou para viver sob meus cuidados, mandou junto uma carta me concedendo permissão para conquistá-la e, se ela também me aceitasse, casar-me com ela. Fiquei imensamente feliz. Era tudo o que eu mais desejava, algo que me fora negado quando a visitei em Henir. Alister achava inaceitável que Lenissya se casasse comigo e fosse morar em Salis, longe dele. Pior ainda, ele não suportava a ideia de que a aura halisiana pura dela se misturasse à minha, que é verde. Ele queria que ela se unisse a outro halisiano para preservar a pureza da raça. Mas eu não me importava com miscigenação, eu só queria tê-la por perto. Sua companhia era preciosa demais para mim. Agora, nem isso eu tinha mais.Eu não queria que ela
LenissyaEstava frio, muito frio. Eu não conseguia sentir meu corpo enquanto afundava. Com os olhos fechados pela dor do impacto, meus pensamentos começaram a vagar para todos que me eram importantes: meus pais, amigos, meu irmão, Henry... e também Zuldrax. Por que Zuldrax tinha feito isso comigo? A consciência foi se esvaindo, junto com a sensação de uma luz interna que se apagava. Eu sabia que estava morrendo, sem forças ou poder para lutar contra a morte.Em minha mente, vi Rainessya, minha mãe. Ela tinha asas e voava ao meu redor, irradiando uma luz cálida. Seu rosto estava sereno, mas preocupado. Seu olhar, penetrante como chamas quentes, me envolvia com amor e ternura. Então, ela voou em minha direção, enquanto eu permanecia imóvel, apenas observando.— Você não deve desistir agora. Brilhe e aqueça o coração dos que te rodeiam. Faça com que sua luz alcance todos os reinos, para que a esperança da paz preencha o coração de todos. Não desista!Em seguida, o chão abaixo de mim se ab
Por LenissyaEu não sabia o que dizer. A firmeza e a segurança que Henry me transmitia pareciam ser a chave para minha recuperação. Sem palavras, ergui levemente o rosto, olhei em seus olhos e balancei a cabeça em um sinal afirmativo. Em seguida, encostei a cabeça em seu peito e, finalmente, adormeci.Mais tarde, naquele mesmo dia, soube que havia ficado inconsciente por vários dias e que levaria mais algumas semanas para me recuperar completamente. Henry passou a maior parte desse tempo ao meu lado e, quando não estava comigo, deixava livros para eu ler. Os gêmeos também vieram me fazer companhia em alguns momentos, enquanto Henry se dedicava à conclusão do projeto Tecbot com sua família.Eu estava sendo muito bem cuidada e tentava ao máximo afastar meus pensamentos de Zuldrax e do meu propósito inicial. Tudo o que eu queria era esquecê-lo, e para isso me concentrava em Henry. Hoje à noite, seria sua acompanhante no festival tecnológico. A família dele já estava cuidando dos últimos
Por ZuldraxApós deixar Lenissya para trás, fui forçado a aceitar que a havia perdido. Meu coração, atribulado e cheio de arrependimento, não permitia que minha mente encontrasse um instante de paz. Drakhan e meus homens tentavam me acalmar, mas nada parecia funcionar.Como eu poderia ficar em paz comigo mesmo, sabendo que permiti que a mulher que amo fosse tão ferida? Como seguir em frente sem saber se ela ainda respirava? A raiva e o desespero tomaram conta de mim, e comecei a socar as pedras ao meu redor, gritando a cada golpe, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.— Eu a perdi, Drakhan. Eu a perdi!— Zuldrax, fique calmo! Esse não era o plano?— Eu não queria que ela morresse! Não, eu não quero que ela morra! Não consigo imaginar viver em um mundo sem ela.Drakhan, que antes parecia irritado e contrariado com minha confissão, agora mostrava compreensão. Em vez de julgar, ele me aju
Por Zuldrax"Deve haver algum erro!", tentei me convencer. Toda a dor que me consumia transformou-se em pura energia, impulsionando-me a acelerar ainda mais. Eu precisava chegar o mais rápido possível! Precisava desesperadamente saber o que havia acontecido. Por que Salis ainda parecia tão distante?Cerca de três horas haviam se passado desde que parei de sentir Lenissya, e a cada minuto eu me sentia mais exausto. No entanto, não podia me permitir parar, não enquanto não soubesse o motivo. Esse anseio era o que me impulsionava a continuar. Logo avistei luzes ao longe, e, minutos depois, as primeiras casas surgiram nítidas à minha visão e ao meu toque. As ruas estavam desertas, o que me levou a supor que o evento ainda estava acontecendo.Tive um pouco de sorte: na primeira casa que invadi, já encontrei trajes do meu tamanho. Afastei-me um pouco do vilarejo, escondi minhas roupas zafisianas atrás de um arbusto e segui em direção ao
Por ZuldraxHenry estendeu o punho, oferecendo o tradicional cumprimento zafisiano. Liberando uma das minhas mãos, retribuí o gesto, selando o início de um novo ciclo entre nós. Talvez uma amizade estivesse surgindo ali. Em seguida, parti com cautela, tomando cuidado para não ser visto. Ao chegar próximo à entrada da cidade, recuperei minhas roupas, deitando Lenissya com cuidado no chão para poder me trocar. Mal podia acreditar que ela estava ali, do meu lado, tão linda.Por um momento, fiquei hipnotizado, admirando-a. Sentia-me imensamente feliz por vê-la viva, respirando sem dificuldade e, acima de tudo, por ter uma nova chance com ela, algo que eu já havia perdido toda a esperança de conseguir.Deixei as roupas que havia roubado no mesmo local onde peguei as minhas. Quando fui guardar a dióxy localizadora em um dos bolsos da calça, peguei a dióxy reversa e comecei a refletir: por que eu tinha parado de senti-la? Coloquei o bracelete com a dióxy reversa em seu braço direito e observ
Por ZuldraxLenissya caminhava ao meu lado, segurando minha mão e olhando o mar. Estava um pouco quieta desde que nos beijamos. — Zuldrax... — chamou-me timidamente, o semblante pensativo. — O que te incomoda, princesa? — Bem, é que eu ainda estou com medo. — Ela virou-se para me olhar, deu um suspiro e voltou a encarar o mar. — Você acha que sua mãe vai me aceitar? — Não tenho certeza, mas sei que ela quer a minha felicidade, e você é a minha felicidade.— Eu te amo, Zuldrax! — disse ela, apertando minha mão com mais força, enquanto um sorriso lindo iluminava seu rosto e suas bochechas coravam de maneira encantadora. Suas palavras me pegaram de surpresa, e naquele instante, me senti o homem mais feliz do mundo. Queria que o tempo parasse ali. Com a outra mão, acariciei sua nuca, puxando-a para mais perto, e a beijei novamente.— Eu também te amo! — respondi, entre um beijo e outro. O sorriso dela era inestimável. Continuamos caminhando, agora abraçados e com passos tranquilos. E
ZuldraxO espanto tomou conta de seu rosto ao ouvir esse nome, um nome que ela mesma não havia me revelado. Caminhei em direção a uma gruta próxima, e ela, apreensiva, me seguiu. Sentei-me e ela se acomodou de frente para mim. Eu não sabia por onde começar, então fui direto ao ponto. — Eu observei você desde o momento em que chegou a este mundo. Vi quando Alister pediu a Hiratamino que usasse feitiços para liberar os selos em você. Vi seu corpo estremecer a cada onda de energia, e senti um incômodo profundo. Eu sabia que meu dever era te matar, mas, naquele momento, a necessidade de te proteger falou mais alto. Ela me encarava, confusa. Após uma pausa, continuei:— Observei você durante dias, trancada naquela sala secreta, e me perguntava: "Será que é ela? Ela realmente é minha inimiga? E se eu estivesse prestes a derramar sangue inocente se fizesse algo contra aquela garota?" Eu sabia que você era a princesa de Halis, minha grande inimiga, mas, no fundo, queria acreditar que era in