Por LenissyaEu estava de pé sobre uma raiz tão grande quanto um caminhão. Depois de dois dias quase sem descanso, finalmente tinha chegado à entrada da Floresta Ancestral! Diante de mim, uma imensidão de árvores com troncos grossos, folhagem espessa e raízes expostas tão enormes que poderiam abrigar casas. A altura dessas árvores era comparável aos grandes prédios da cidade onde eu morava. Ninguém mais habitava ali, pois era onde se encontravam as ruínas de Julitar.Na literatura, é uma coisa, mas ver pessoalmente era inacreditável e absolutamente fascinante. O tamanho das árvores superava todas as expectativas que eu tinha. O sol brilhava intensamente, buscando pequenas brechas para penetrar entre as densas folhas das árvores. Apesar da sombra predominante, alguns raios de luz conseguiam alcançar-me, dando-me o ânimo necessário para avançar ainda mais pela floresta. Após caminhar alguns metros, precisei parar novamente. Era frustrante admitir, mas eu estava perdida. Por algum motivo
Por ZuldraxPor que fugi? Por que não completei meu objetivo? Estive tão perto de alcançar algo grandioso e, no entanto, parei. Depois de me encontrar com Lenissya, fiquei correndo por horas, temendo que Alister já soubesse que eu estava em Halis. Ele poderia usar aquela maldita dióxy de localização e me perseguir. Se eu não retornasse a tempo para Zafis, seria o meu fim.Já era madrugada quando finalmente consegui atravessar as fronteiras. A minha atitude com certeza teria consequências, afinal, mexi com alguém importante, a princesa. Segui até um dos fortes de vigília, onde me alimentei e repousei por algumas horas. Valentes soldados, a meu pedido, ficaram atentos para evitar surpresas.Até de manhã, nada havia acontecido. Pedi para ficar sozinho, e então utilizei minha dióxy espelho para observar
Por ZuldraxA respiração e o coração de Lenissya aceleraram com o impacto do susto, mas isso não durou muito:— Bem... quanto a isso, eu tenho certeza — respondeu ela suavemente, sorrindo para mim de um jeito amigável. Qual era o problema dela?— E seu irmão sabe que você está aqui? — perguntei, preocupado com possíveis armadilhas.— Não, ele jamais me deixaria vir — respondeu ela, olhando-me com firmeza. Senti a sinceridade tanto em sua aura quanto em seu olhar.— Então você fugiu? É muita audácia contrariar seu irmão desse jeito! — Como não sentir deleite diante de tanta tolice? Seria uma grande coincidência ou pura sorte do destino? Seja o que for, eu aproveitaria essa oportunidade ao máximo.— Eu não tive escolha. E você não deveria estar aqui também! Meu irmão pretende lançar um ataque em breve. Melhor você ir preparar uma defesa.Apertei seus braços com mais força. A sensação de sua pel
Por LenissyaAlgo gelado caiu sobre meu rosto, me despertando de repente.— Vamos logo, não tenho tempo a perder com você — ordenou uma voz masculina em tom grosseiro. Zuldrax havia jogado água da minha garrafinha na minha cara. Que sujeito desagradável! Comecei a secar o rosto com a capa.— Por que está me olhando assim? Não pense que pode fazer o que quiser só porque está longe de casa. Agora, quem dá as ordens aqui sou eu. Vamos logo para Julitar!— Ok — respondi passivamente. No momento, eu era praticamente uma refém, então não estava em posição de reclamar. — Só vou comer alguma coisa antes.— Tarde demais! Se quisesse comer, deveria ter acordado mais cedo, princesinha! — disse ele com um tom de zombaria.Ignorei o jeito antipático dele e acatei apenas parte de sua ordem. Enquanto o seguia, abri minha bolsa, peguei uma fruta e comecei a comê-la enquanto andava.— Está muito lerda! — reclamou ele me
Por LenissyaEstávamos em uma imensa clareira no meio de uma floresta, onde as árvores eram ainda maiores e mais colossais do que as da periferia. Descobrir o acesso a esse lugar secreto não seria fácil. As extensas ruínas haviam sido o lar dos três grandes povos que hoje existem. Ter toda uma população agrupada em um único lugar fez dessa a maior cidade do mundo, que agora, tristemente, se encontrava abandonada por razões que eu ainda não compreendia bem.Já estávamos próximos à área central quando uma estátua de mãos chamou minha atenção. Parei para observá-la e, em seguida, mudei de percurso sem consultar Zuldrax. Naturalmente, ele ficou furioso.— Para onde pensa que está indo? — perguntou ele, com evidente irritação.— No caminho certo — respondi, confiante.Antes que ele perdesse a paciência comigo novamente, apresentei minha explicação:— Repare na posição dos dedos daquela estátua. Estão juntos, apontan
Por LenissyaZuldrax avançou contra a estranha criatura e tentou golpeá-la com sua espada, mas o ataque foi bloqueado por algum tipo de barreira invisível. Ele recuou brevemente e tentou outra abordagem.Ao investir novamente, ele posicionou a espada de lado, permitindo que sua aura fluísse através dela e se concentrasse na lâmina. Com a outra mão, sacou uma adaga e focou sua energia apenas na ponta afiada. O inimigo lançou novas esferas de energia, mas Zuldrax se esquivou agilmente, saltando de um lado para o outro.Já próximo ao inimigo, Zuldrax tomou impulso e deu um salto alto, seguido por uma sequência de chutes precisos contra a barreira invisível. A cada chute, ondas de energia emanavam de seus pés, chocando-se contra a barreira, mas sem causar grandes efeitos.Antes que o inimigo pudesse reagir, Zuldrax girou no ar e usou a adaga para desferir um corte vertical na barreira, seguido por um corte longitudinal e outro e
Por ZuldraxAlgo em mim despertava sempre que eu a olhava. Eu deveria odiá-la, mas não conseguia. Quando fracassei na luta contra aquela criatura, ela prontamente se colocou em minha defesa e impediu que eu me ferisse ainda mais. Isso foi como um soco no meu ego. Além disso, ela se mostrou muito mais forte do que eu imaginava.Eu sempre a via como uma garota frágil, mas ela me surpreendeu muito, especialmente naquele último ataque, algo que jamais tinha lido ou visto antes. Eu a subestimei, e isso não voltará a acontecer. Uma halisiana com tamanho potencial deveria ser eliminada antes que se tornasse um perigo maior, mas... eu não conseguiria fazer isso, ainda mais agora.— Teria sido melhor para você se tivesse deixado nosso adversário me matar. Não tem medo do que eu possa te fazer agora?Ela permaneceu em silêncio, de cabeça baixa, com os punhos cerrados contra si. Em seguida, uma l
Por ZuldraxNão havia mais nada escrito. A frase era enigmática e pouco detalhada. Embora parecesse importante, eu não conseguia compreender seu significado por completo.— Rukmedes? — perguntei.— Há relatos sobre ele nos livros místicos que li. Rukmedes era um desertor, um híbrido, filho de um homem halisiano e de uma zafisiana. Seu melhor amigo era um salisiano, mas logo surgiram preconceitos quando os povos começaram a se fundir. Esse amigo acabou rejeitando-o, e ideias começaram a se espalhar de que cada um deveria buscar parceiros apenas dentro de seu próprio povo, evitando misturar-se com outras raças. Acreditavam que os filhos nasceriam fracos e impuros.— Impressionante você saber tudo isso — deixei escapar. Não era só o pouco tempo que ela tinha passado neste mundo aprendendo nossa história, mas também a segurança que sua voz transmitia.— Vamos dizer que andei lendo bastante, tentando entender as origens de