Por ZuldraxLenissya se levantou sem dizer nada, seus lábios esboçando um sorriso forçado, enquanto por dentro estava cheia de ansiedade e apreensão. Quando ela está bem, eu também estou, mas quando está mal, isso me afeta profundamente. Com ela, tudo é mais intenso do que com qualquer outro.— Que tal fazermos uma parada aqui? — sugeriu Drakhan. — Teremos bastante tempo para descansar, e se prosseguirmos no início da noite, chegaremos a tempo.— O que acha? — perguntei à minha amada, sabendo que o momento parecia oportuno, mas desejando ouvir sua opinião. Eu precisava ter certeza de que isso seria o melhor para ela. — Acho ótimo. Desta vez estou bem agasalhada — respondeu suavemente.Caminhei pelo terreno à procura de um lugar mais adequado, enquanto Drakhan estendia um manto sobre o solo para que Lenissya e eu nos sentássemos. Passamos algumas horas conversando e contando histórias para nos distrair, até que Lenissya adormeceu em meus braços. Deitei-me ao lado dela, tentando aquecê
ZuldraxOs corredores eram largos e curtos, e eu já podia sentir a presença deles, mesmo sem vê-los. Nicolas abriu a porta, acenando positivamente para os que estavam dentro, indicando nossa chegada e que deveriam se preparar. Assim que ele gesticulou, Lenissya e eu entramos no cômodo juntos.— O que fizeste com ela? — vociferou Alister com fúria, levantando-se bruscamente da cadeira ao lado de Henry. Ele estava completamente possesso. — Tu a manchaste com teu vermelho desprezível!— Se fizer algo contra meu marido, eu nunca vou te perdoar! — disse Lenissya com firmeza, posicionando-se à minha frente ao perceber a ira de seu irmão. — Tente se acalmar e nos ouvir primeiro.— Alister, espere! Não tome medidas precipitadas — interveio Henry. Ele queria nos ajudar, e assim como seus pais, não sabia bem como fazer isso. — Tu e teu povo são uns traidores! — Alister empurrou Henry e apontou-lhe o dedo, cheio de raiva. — Você a amava, e mais do que ninguém deveria estar do meu lado!— Meu am
Por LenissyaPor que eles sempre tinham que brigar? Se achavam adultos, mas eram mais infantis do que eu. No fim, não tive escolha a não ser nocauteá-los. Se eles não fariam nada, eu faria, e sozinha! Meu coração estava de luto pela segunda vez, por um amigo que esteve ao meu lado desde que pisei neste mundo.— Haigar... — Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele sofreu tanto com a ausência do filho, e quando finalmente pôde tê-lo perto novamente, tudo já estava perdido. Aconteceu da pior maneira possível, e a culpa era minha, por ter pedido a Zuldrax que libertasse Daigar. — Me perdoe!Meu coração, destroçado, buscava desesperadamente uma forma de acabar com toda a angústia que o consumia. Por mais insano que parecesse, a zona de maior choque entre as energias das dióxys-mestre de Halis e Zafis era a única pista que me restava. Eu já havia falado sobre isso várias vezes com Zuldrax, mas ele se recusava a m
Por LenissyaSim, consegui! Nenhuma força me repelia naquele ponto, o que significava que o cinturão de repulsão tinha uma distância limite de ação. Contudo, a gravidade parecia pesar muito mais ali, tornando difícil tirar meus pés do chão. Tentei liberar energia nos pés para levitar, mas foi inútil. Projetei um luminus com uma das mãos, mantendo-me alerta para qualquer eventualidade.A cratera, que parecia pequena de longe, era na verdade imensa, um túnel que se estendia tanto para dentro da montanha quanto para debaixo do solo do lado oposto. Para onde aquele túnel levaria? Seria por ali que Rukmedes teria se infiltrado? Se este túnel foi o portal de entrada para ele, a continuidade só poderia levar ao interior da montanha. E é lá que a dióxy negra deve estar!Comecei a caminhar para dentro, num percurso de escuridão e calor que, somados ao peso gravitacional, pareciam querer me jogar ao chão e sufocar. A sensação
Por LenissyaPor um instante, fiquei paralisada de medo enquanto um vulto negro emergia lentamente de dentro da esfera. Parecia me observar, mas era impossível distinguir seu rosto devido às distorções em torno dele.— Rukmedes — murmurei entre dentes.— Sim, jovem — disse ele, com um tom malicioso. — Vieste encontrar o teu destino?— Destino? Do que você está falando? — recuei alguns passos, colocando-me em posição defensiva. — Pretende me matar?— Matar? Hahahahahahaaaa — Sua risada rouca ecoou pelo ambiente, fazendo o lugar parecer ainda mais assustador. — Esse não é o desejo que carreguei com minha alma.Ele realmente não faria nada contra mim? Parecia que não. Ficou parado, apenas me observando, com as mãos mergulhadas no c&iacut
Por ZuldraxEssa paralisia... por que não vai embora? A magia tão forte invocada por Lenissya parecia interminável. Cada minuto que passava era uma tortura para mim, pois poderia ser um minuto mais perto de sua morte. Conhecendo-a bem, eu sabia que ela tentaria, sozinha, adentrar o Cinturão do Caos, uma das zonas mais perigosas de nosso mundo. Ela é tão frágil... Eu precisava protegê-la a todo custo!— O que foi que eu fiz? — perguntei a mim mesmo, frustrado. Os lábios eram a única coisa que eu conseguia mexer. — Assim que eu sair dessa, tu estás acabado! — Alister não parava de me provocar desde que caímos no chão. Eu já não me importava com nada do que ele dizia. Minha única preocupação era ela.Durante meia hora, enquanto estávamos caídos, concentrei toda a energia que pude em meu corpo, tentando reparar os danos que a magia me causara. Nenhuma das escoltas na entrada da torre percebeu o que acontecera ou veio nos ajudar. Como poderiam? Lenissya se teletransportara, tornando sua s
Por ZuldraxO Rei Nicolas sorriu para mim e, inesperadamente, retribuiu a reverência que fiz. Não só ele, mas sua esposa também abaixou a cabeça em sinal de respeito.— Obrigado, Zuldrax. Graças a você e Lenissya, temos uma perspectiva melhor para o futuro deste mundo. Leve minha V4, por favor — disse Nicolas, erguendo a cabeça e me entregando um pequeno objeto cônico. — Agora, salve-a!Assenti, grato, e ao sair da construção, encontrei todos já em suas posições. Alister estava na garupa de Henry e Brook na de Luiz, prontos para partir. Drakhan permanecia firme, atento, aguardando minhas ordens.— O que meu pai queria? — perguntou Henry, curioso.— Ele me deu isso — respondi, erguendo a pequena pedra que acabara de receber e exibindo-a para ele.— É a V3, elemento de propulsão. Sem ela, a V4 não vai para frente. Encaixe-a na parte de trás daquela V4. — Henry apontou para o único veículo vazio. — Eu te mostro — disse Drakhan, apontando para uma fenda na parte traseira, sob o veículo. A
Por ZuldraxNão tardou para anoitecer. Já estávamos próximos e prosseguimos até o ponto em que os veículos deles foram repelidos, quase lançando-os contra o chão. Eu já havia sentido essa energia poderosa e parei instantes antes. Não dava para continuar. A percepção que meu corpo tinha do cinturão de energia repulsiva era tão intensa que eu quase podia vê-lo. Ele circundava toda a zona, formando uma barreira de proteção. Eu não sabia ao certo se estava ali para preservar algo que se escondia dentro ou para evitar que os desastres alcançassem aqueles que tentassem entrar de fora.O cinturão se erguia alto o bastante para impossibilitar qualquer salto sobre ele, e ao mesmo tempo, baixo o suficiente para tornar inviável qualquer tentativa de escavação. Havia algumas fissuras no solo que poderiam, talvez, permitir uma entrada, mas explorar cada uma delas levaria tempo — e tempo era justamente o que não tínhamos.— E agora? — Alister perguntou impacientemente, esperando por respostas. Desc