Por LenissyaEnquanto eu guardava o livro na estante, Lizbeth me atualizava sobre os últimos acontecimentos: — As pessoas estão eufóricas com a notícia. Muitos guerreiros já abandonaram suas armaduras e retornaram para casa, para junto de suas famílias. Mesmo sem compreenderem exatamente o motivo, a simples possibilidade de termos finalmente alcançado a paz já encheu os corações de quase todos com alegria. No entanto, há uma minoria que ousa questionar tanto o decreto quanto a escolha de Zuldrax em tomá-la como esposa. O que realmente me preocupa é o que esses poucos são capazes de fazer.Eu deveria ter imaginado que haveria oposição. Sempre há, mesmo com os motivos certos e as melhores intenções. Preconceitos estão profundamente enraizados na mente, e nem mesmo as holiaths serão capazes de desfazê-los por completo. Somente o tempo e uma reeducação cultural poderão mudar isso. Espero que as futuras gerações possam desfrutar de um mundo mais sereno e altruísta.— Quais medidas estão se
Por LenissyaNos dias seguintes, estive revezando entre ajudar Lizbeth e acompanhar meu marido e seu grupo nas rondas. Zuldrax, Drakhan e um homem chamado Laux sempre carregavam as pedrinhas de holiath, garantindo que todos as tocassem. Isso já havia se tornado norma geral, não apenas para os problemáticos. Com isso, uma nova e inesperada reclamação surgiu:— Algumas pessoas que tiveram contato com a holiath estão reclamando de se sentirem mais fracas — relatou Drakhan.— Você também está se sentindo assim? — perguntei a Zuldrax com seriedade.— Lembra que estar em contato com a energia da dióxy-mestre torna nossa aura compatível com ela, nos permitindo absorver seu poder? O lado negativo da holiath é que ela não neutraliza apenas a energia das dióxys comuns, mas também essa força, removendo a energia que absorvemos da dióxy-mestre. Quando retornei às fronteiras de Zafis com você, percebi essa mudança. No entanto, ainda não tinha compreendido que a holiath era a causa. Pelo menos, os
ZuldraxEu amava acordar cedo e observar minha bela Lenissya dormindo. Sentir sua respiração me acalmava, e acariciar seu rosto me confortava, dando-me forças a cada nova manhã. Eu não conseguia sequer imaginar minha vida sem ela, e isso se tornou minha principal motivação para desejar um mundo diferente, onde pudéssemos ficar juntos sem medos ou receios. Há vários dias, a preocupação com a reunião vinha tirando meu sono. Alister me odiava, e, embora eu estivesse livre da energia negra, ainda guardava ressentimentos em relação a ele. Apesar disso, eu estava disposto a fazer o possível para termos um diálogo sensato. Eu não podia levantar a espada contra ele, por amor a Lenissya. Ela nunca me perdoaria se isso se transformasse em um confronto, mas, dependendo de como ele agisse, talvez não houvesse escolha.Eu estava sentado ao lado dela, apreciando a serenidade de seu rosto enquanto dormia. Então, ela se mexeu suavemente, abriu os olhos e, ao me ver, me presenteou com um sorriso doc
Por ZuldraxLenissya se levantou sem dizer nada, seus lábios esboçando um sorriso forçado, enquanto por dentro estava cheia de ansiedade e apreensão. Quando ela está bem, eu também estou, mas quando está mal, isso me afeta profundamente. Com ela, tudo é mais intenso do que com qualquer outro.— Que tal fazermos uma parada aqui? — sugeriu Drakhan. — Teremos bastante tempo para descansar, e se prosseguirmos no início da noite, chegaremos a tempo.— O que acha? — perguntei à minha amada, sabendo que o momento parecia oportuno, mas desejando ouvir sua opinião. Eu precisava ter certeza de que isso seria o melhor para ela. — Acho ótimo. Desta vez estou bem agasalhada — respondeu suavemente.Caminhei pelo terreno à procura de um lugar mais adequado, enquanto Drakhan estendia um manto sobre o solo para que Lenissya e eu nos sentássemos. Passamos algumas horas conversando e contando histórias para nos distrair, até que Lenissya adormeceu em meus braços. Deitei-me ao lado dela, tentando aquecê
ZuldraxOs corredores eram largos e curtos, e eu já podia sentir a presença deles, mesmo sem vê-los. Nicolas abriu a porta, acenando positivamente para os que estavam dentro, indicando nossa chegada e que deveriam se preparar. Assim que ele gesticulou, Lenissya e eu entramos no cômodo juntos.— O que fizeste com ela? — vociferou Alister com fúria, levantando-se bruscamente da cadeira ao lado de Henry. Ele estava completamente possesso. — Tu a manchaste com teu vermelho desprezível!— Se fizer algo contra meu marido, eu nunca vou te perdoar! — disse Lenissya com firmeza, posicionando-se à minha frente ao perceber a ira de seu irmão. — Tente se acalmar e nos ouvir primeiro.— Alister, espere! Não tome medidas precipitadas — interveio Henry. Ele queria nos ajudar, e assim como seus pais, não sabia bem como fazer isso. — Tu e teu povo são uns traidores! — Alister empurrou Henry e apontou-lhe o dedo, cheio de raiva. — Você a amava, e mais do que ninguém deveria estar do meu lado!— Meu am
Por LenissyaPor que eles sempre tinham que brigar? Se achavam adultos, mas eram mais infantis do que eu. No fim, não tive escolha a não ser nocauteá-los. Se eles não fariam nada, eu faria, e sozinha! Meu coração estava de luto pela segunda vez, por um amigo que esteve ao meu lado desde que pisei neste mundo.— Haigar... — Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele sofreu tanto com a ausência do filho, e quando finalmente pôde tê-lo perto novamente, tudo já estava perdido. Aconteceu da pior maneira possível, e a culpa era minha, por ter pedido a Zuldrax que libertasse Daigar. — Me perdoe!Meu coração, destroçado, buscava desesperadamente uma forma de acabar com toda a angústia que o consumia. Por mais insano que parecesse, a zona de maior choque entre as energias das dióxys-mestre de Halis e Zafis era a única pista que me restava. Eu já havia falado sobre isso várias vezes com Zuldrax, mas ele se recusava a m
Por LenissyaSim, consegui! Nenhuma força me repelia naquele ponto, o que significava que o cinturão de repulsão tinha uma distância limite de ação. Contudo, a gravidade parecia pesar muito mais ali, tornando difícil tirar meus pés do chão. Tentei liberar energia nos pés para levitar, mas foi inútil. Projetei um luminus com uma das mãos, mantendo-me alerta para qualquer eventualidade.A cratera, que parecia pequena de longe, era na verdade imensa, um túnel que se estendia tanto para dentro da montanha quanto para debaixo do solo do lado oposto. Para onde aquele túnel levaria? Seria por ali que Rukmedes teria se infiltrado? Se este túnel foi o portal de entrada para ele, a continuidade só poderia levar ao interior da montanha. E é lá que a dióxy negra deve estar!Comecei a caminhar para dentro, num percurso de escuridão e calor que, somados ao peso gravitacional, pareciam querer me jogar ao chão e sufocar. A sensação
Por LenissyaPor um instante, fiquei paralisada de medo enquanto um vulto negro emergia lentamente de dentro da esfera. Parecia me observar, mas era impossível distinguir seu rosto devido às distorções em torno dele.— Rukmedes — murmurei entre dentes.— Sim, jovem — disse ele, com um tom malicioso. — Vieste encontrar o teu destino?— Destino? Do que você está falando? — recuei alguns passos, colocando-me em posição defensiva. — Pretende me matar?— Matar? Hahahahahahaaaa — Sua risada rouca ecoou pelo ambiente, fazendo o lugar parecer ainda mais assustador. — Esse não é o desejo que carreguei com minha alma.Ele realmente não faria nada contra mim? Parecia que não. Ficou parado, apenas me observando, com as mãos mergulhadas no c&iacut