JANEAssim que abri os olhos há três dias, a primeira coisa que vi foi o teto cor de pastel. Eu estava amarrada em uma cama e as pulseiras de prata me queimavam. Eu estava amordaçada e não adiantava tentar gritar, tentei me soltar de todas as formas, mas além de ser mais fraca que lobas que já tinham seus lobos, ainda havia o fato da prata me deixar ainda mais fraca.Continuei tentando até que estava completamente suada e exausta. Tentei olhar ao redor apenas para descobrir que estava em um quarto sem nenhuma personalidade, não havia cômodas, armários ou retratos. As paredes tinham cores claras e neutras, e havia apenas uma janela que estava fechada.Apenas uma fresta entre a madeira me permitia saber se era dia ou noite.Tentei em vão me levantar, mas não consegui, até que aporta do quarto se abriu e eu não conseguia ver quem era. O completo terror me invadiu quando ouvi seus passos cada vez mais próximos da cama, até que pararam e o som de uma porta se abrindo soou. E depois mais nad
JANEHavia um nó se formando em minha garganta, uma sensação de sufocamento em meu peito me destruía, enquanto eu encarava as costas do macho que amava.Marius estava amarrado em uma espécie de suporte de ferro preso ao teto e por mais que eu quisesse correr até ele, eu ainda estava em choque parada no mesmo lugar.Lentamente, olhei ao redor. Havia uma bancada de metal presa a uma parede no lado esquerdo daquela sala, quando olhei atentamente, percebi que aquela bancada estava repleta de ferramentas de torturas, das mais variadas.Nas paredes também havia diversas facas e todo tipo e lâmina de metal presa, as paredes eram de um tom mais escuro, havia uma luz que iluminava tudo. Engoli em seco e voltei meu olhar para o macho preso do suporte de metal. Seus pulsos estavam presos ao suporte, e ao redor deles as pulseiras de prata, incluindo a coleira ao redor do seu pescoço.— Você está bem? Não consigo te ver. — ele perguntou preocupado.Limpei as lagrimas e tentei conter as emoções qu
DEVON — Por que fez isso? — rosnei para o macho, príncipe ou não, como ele ousava me agredir? Eu o conhecia desde que ele não passava de um filhote e agora ele me agredia como se eu não passasse de um filhote? Quando meu tom de voz se tornou agressivo, o macho Hunter que mais parecia um armário repleto de musculosos deu um passo a frente e mesmo de óculos eu podia imaginar que ele estava me lançando um olhar do tipo “Eu te mato se continuar falando assim” para mim. — Por que, Devon, você ia contar uma mentira para o seu príncipe e eu não tolero mentiras. — Zephyrus esclareceu e sua expressão era resoluta. De repente, ele tocou em meu ombro com a ponta dos dedos e eu gemi de dor. — Bem ocupado, não é? — ele disse e eu percebi que David o meu lobo não havia me curado da mordida. Merda, David, por que não me curou? Questionei mentalmente. Eu esqueci, a chegada do príncipe me distraiu e me deixou nervoso. Ele se justificou. Quando notei a minha camisa, havia sangue nela,
— Não, pela deusa eu não posso fazer isso! — falei para Marius. Meu coração batia descompassado e meu sangue estava congelado, o horror do que ele estava propondo me fazia querer vomitar e eu virei de costas para que ele não visse a cor abandonando o meu rosto. Como eu poderia machucá-lo? Como poderia cortar suas mãos a sangue frio com um machado? Marius sacudiu suas mãos contra as correntes fazendo um barulho terrível. — Jane! Caramba vire-se para mim agora! — ele ordenou, sua voz ainda imponente mesmo estando tão ferido. Eu estava me tremendo, todo o meu corpo tremendo enquanto continuava de costas para ele. — Eu não vou fazer isso, não vou. Quando ele chegar vou atacá-lo com o machado, depois pego a chave e liberto você. — falei, ainda sem olhar para ele. Ele voltou a bater as correntes no suporte de ferro para chamar minha atenção. — Isso, vou acertá-lo bem na cabeça! — falei e me abaixei para pegar o machado, mas Marius bateu com mais força e gritou: — Jane! OLHE PARA MIM
JANEO machado estava fincado em suas costas e seus gritos cortavam o ar da sala.Soltei o machado em desespero e olhei para Marius, ele ainda mordia o pescoço do macho, tanto sangue, tanto. Os olhos de Marius estava brutal, vermelhos sombrios e por um instante eu não o reconheci, era como se outro tivesse tomado o seu lugar.Como se alguma criatura das profundezas o tivesse possuído, sua expressão demoníaca que me fez paralisar por alguns segundos, até que eu me libertei do meu torpor e gritei.— Solte-o! Solte-o! Temos que ir.O macho piscou e seus olhos escureceram como se Marius estivesse retornando ao tempo presente.Ele soltou o pescoço do machado que caiu no chão, me aproximei e puxei o machado de suas costas, não tinha certeza do porquê havia feito aquilo, mas se tivesse mais alguém na casa, queria ter algo para me defender.Marius tentou se levantar, mas suas pernas vacilaram e eu corri para ampará-lo. Agora seu rosto estava pálido.— Vamos, vamos. — falei, mais para tentar d
O macho não abriu os olhos de tão fraco que estava e seu aperto em meu braço parecia mais uma tentativa desesperada de me deter.Seu aperto era fraco e eu apenas puxei o braço e o acertei um soco no rosto.O macho voltou a dormir.Continuei procurando em seus bolsos até que encontrei sua carteira. A abri rapidamente.Devon Liam GraysonRastreador realFechei a carteira e olhei no outro bolso.Isso! A chave!Peguei todo o dinheiro que encontrei na carteira do macho e descobri rapidamente onde ficava a garagem, em seguida voltei correndo para a sala, Marius estava de olhos fechados e seu sangue por todo o sofá.Rapidamente coloquei a chave na pequena fechadura da coleira e a joguei longe.— Marius, se cure! Não há mais prata, se cure! — o sacudi e ele abriu os olhos escarlate sobressaltado.Olhei ao redor procurando algum pano para enrolar em seus ferimentos, mas não havia nada.Tirei a blusa e a rasguei, transformando em dois retalhos de pano e os enrolando cada um em uma mão, procuran
O macho estreitou os olhos na direção de Marius que estava ao meu lado.Marius o encarava e não tremia, mesmo estando machucado, mesmo tendo dormido a maior parte do tempo desde que deixamos a casa de Devon, fraco, debilitado pelos ferimentos graves...— Se não fosse filho de Kilian, eu te jogaria desse carro agora. — O macho no volante rosnou as palavras para Marius.Marius não respondeu, mas tampouco baixou sua guarda, encarando-o com firmeza, até que seu olhar vacilou e ele ficou pálido novamente.Sua cabeça pendeu para frente, sua respiração entrecortada e eu me inclinei em sua direção com as mãos sobre suas costas.— Marius? Você está bem? — perguntei.Ele abriu e fechou os olhos, sua respiração arrastada.— Quer água? — perguntei e minha voz estava com um tom de desespero que eu não queria que o macho no volante presenciasse.— Estou bem. — Ele respondeu, sua voz estava arrastada.Ele não estava bem, Marius estava fraco ainda, seu lobo tentando curá-lo e recuperá-lo.— Não deveri
Suas palavras em meu ouvido fizeram todo o meu corpo responder a ele imediatamente.Enviando uma corrente elétrica pelo meu corpo, minhas mãos começaram a suar rapidamente. Fechei os olhos por alguns segundos tentando me lembrar que estava chateada por ele ter mentido.— Marius... você mentiu. — Arfei contra seu peito.Seus lábios roçaram levemente na pele do meu pescoço e isso me fez me lembrar o quão bom eram seus beijos naquela parte específica.— Sim, menti. E faria de novo para proteger você amor. — Sua voz era profunda, fazendo cada parte de mim estremecer com seus braços ao meu redor e aquela altura das coisas, verdade seja dita, ele não estava mais me prendendo junto a ele, e sim eu o estava agarrando.Meus braços estavam em volta de sua cintura agora, lentamente minhas mãos foram subindo por suas costas que agora estavam ásperas e musculosas como sempre, mas sem qualquer vestígio das horríveis feridas pelas chicotadas.Quando me lembrei delas, minhas mãos recuaram por alguns