06

Não tenho tempo para responder. Sinto o piquete no meu braço, de novo, quase instantaneamente começo a beirar a inconsciência e finalmente me afasto para uma escuridão profunda. A última coisa que vi foi seu olhar maligno e a iminente vitória em seus lábios de cianeto.

...

Acordo abruptamente, pulando para cima e para baixo no local, porque um balde de água gelada foi jogado em mim de uma só vez. A causa é aquele maldito russo que fica gritando a plenos pulmões. Mal consigo me localizar em um banheiro, não qualquer, esse lugar é luxo em todo lugar. Não há mais nenhum vestígio daquele quarto antigo em que eu estava. Estou nua, é humilhante ser assim, exposta aos infelizes de... Aleksander? Acho que é o nome dele.

Não sei se já faz muito tempo que as sombras de um sonho obrigatório me pegaram. A única coisa que estou ciente é de alguma porra de tortura do meu captor.

- Pare com isso! Por que você está fazendo isso comigo? !! - estou solto tremendo, tenho medo de pegar hipotermia, embora neste momento nada possa ser pior do que já.

- Não pergunte, Você não tem direito, entre na banheira. - demanda com voz alta.

- P-Posso tomar banho sozinha, por favor...

Negue, eu tinha medo.

Pelos próximos minutos, tenho que suportar o caminho de suas mãos se movendo por todo o meu corpo. Ele não apenas esfrega uma esponja na minha pele, mas me apalpa descaradamente. Ele se aproveita da situação, e por medo de receber golpes eu me resigno a isso. Sinto um aperto ardente no peito, me causa falta de ar, nunca me senti tão suja como agora.

"Se você seguir minhas regras, sua estadia aqui não será tão dolorosa", diz ele. A afirmação não acalma minha alma.

Vou sofrer, não há dúvida, vai me machucar de qualquer jeito, na verdade já tem.

As lágrimas se misturam com a água fria, meus dentes começam a bater, meu corpo treme devido à baixa temperatura. Respiro fundo. Depois de um tempo ela lavou meu cabelo também.

"De pé", ordena, ajudando-me ao perceber que estou com problemas para me movimentar. Vou te levar para o quarto, você vai ficar na cama, OK?

Ele me dá uma toalha, pois posso me enrolar nela. Depois de abrir a porta, me encontro em uma sala que não costuma ser o lugar para um sequestro. Tudo é brilhante, Moderna e elegante. É uma alcova que exala orgulho em cada elemento. Não é possível estar ali, a descrença ocupa metade da minha cabeça que ainda não dá crédito ao clima que se respira.

- Olha para mim, não sei como consegui andar, estou com sede, com fome... Você vê que eu não consigo nem dar um passo-sussurro fraco.

- Vou te dar comida, é só seguir em frente. - ele insiste.

As paredes combinam tons pastéis que por um instante me dão calor, que é tirado de mim quando coloco os pés na realidade grotesca. Embora pareça perfeito, não acaba sendo perfeito, o propósito do quarto luxuoso é hostil, um objetivo malévolo que aponta para mim. Há uma enorme TV de plasma preta, um divã ao pé da cama branco como o sofá colocado perto de uma janela, cortinas de cetim cobrem o vidro. E, por fim, deitei os olhos na cama enorme, acompanhada de mesinhas de cabeceira com luminárias em cada uma.

Abandono o escrutínio, o mal estar ao meu lado me deixou me deixando na beira da cama. Tenho a sensação de que muita coisa vai acontecer nessa colcha que vai me marcar, chegar à ideia daqui pra frente não vai deixar a dor menos devastadora, mas não vai me pegar de surpresa. Sei muito bem que vou acabar raquítico, talvez morto.

Não sei, como poderia saber? Tudo isso é uma merda, o inferno está queimando, agora que eu vivo em minha própria carne, desejo a salvação. A polícia provavelmente já está me procurando, Talvez Papai ou mamãe pensem que estou morto. É uma loucura não conseguir a saída, nada vem à mente. Meus instintos estavam acorrentados com o vigor contido em meu ser, ele absorveu, aquele miserável Italiano, agora outro procura inalar meu último suspiro.

Y... Quero sucumbir.

Clack, clack, clack...

Esse som me aciona por dentro, é estrondoso para minha audição sensível. Estou morrendo de frio, ele me abraçou o máximo que pude, então para causar calor, não basta. Aleksander me j**a uma camisola branca, nada mais. Não vou exigir cueca, é óbvio que ele não vai me dar. Ainda sob seu olhar profundo, entro no tecido aquecendo meus músculos dormentes.

Eu seco um pouco o cabelo, mas estou perdendo o fio, o sentido, desmaio num piscar de olhos.

Acordo com a ardência no rosto. Toco minha bochecha, algo fica ali sobre a ferida, é um curativo, suspiro virando a cabeça para o lado. Todo o oxigênio desaparece dos meus pulmões quando me deparo com ele. Ele se aproxima com um copo de água que eu anseio tanto para poder beber, estou morrendo de vontade de fazer isso.

- Abra a boca, Não tenho o dia inteiro para você — ele rosna, eu obedeço, a primeira gota que molha meus lábios me dá fôlego e o primeiro gole me traz de volta à vida. O médico te examinou, você não é ruim. Você vai se recuperar, É só questão de dias. Aqui, é borsh.

Olho a sopa estranhamente, junto com um pedaço de pão. Sua cor é um vermelho profundo, Não tenho ideia do que vai conter, decido comê-lo. É comida de qualquer maneira.

- Até breve, tenho outras coisas para fazer - explica se aposentando sem se virar para me olhar novamente.

Não respondo, seja o que for que como tem um gosto bom demais, talvez seja o meu apetite voraz que torna irresistível o líquido peculiar. Suspiro quando vou buscar a quinta colher, decido experimentar o pão e alternar com a sopa. Alguns minutos depois, terminei de engolir você. Me sinto melhor. Meu estado despejado desapareceu.

Então me pego olhando de um lado para o outro o enorme espaço em que estou. O que eu poderia fazer nessas quatro paredes enormes? Queria que o curso parasse, queria poder fugir. Meus olhos estão fixos na maçaneta, girá-la será em vão, porém com a iludida esperança de que ele possa me dar liberdade, avanço para fazê-lo girar, mas ele tem seguro.

Porra, estou trancada, o que não deveria me surpreender, ainda dói, dá impotência e me deixa com raiva ao mesmo tempo, Cerro os dentes.

Volto para a cama e me acomodo nos travesseiros. Na raiva, muitas vezes as perguntas voltam. As questões estão agrupadas na minha cabeça, pensamentos intercalados que não me ajudam, só tecem hipóteses, alarmes falsos. Estou seriamente tentando entender meu sequestro, mas não consigo encontrar nenhuma conexão entre a máfia russa e minha família. A incerteza me abala. É um balanço que vai e volta. Não sei nada sobre esses caras. Mas... quais informações você conhece sobre nós?

Não posso tomar sabiamente, devo esclarecer as causas, algo que aponte o motivo. E se não houver motivos? E se eu realmente não for quem deveria estar aqui?

Torço as mãos encalhado na angústia que não sai, pior ainda aparece com maior zelo, e volto a fingir dormir quando sinto a chegada de uma pessoa.

Os passos sacodem a madeira, para mim, só Pisco quando percebo que não é um homem, que não é o lobo. Para minha surpresa, ela é uma mulher baixa, jovem e de aparência suave. Ele traz em suas mãos um monte de... Cobertor dobrado? Parece que sim.

Não sei como agir na frente dela, mas ela me dá confiança, então me sinto incentivada a iniciar uma conversa, pelo menos começo com uma saudação.

- Olá, meu nome é Luna Miller-me apresento. Ele mal sorri para mim e me pergunto se ele entendeu minhas palavras —. Você não me entendeu, entendeu?

- Priviet-corresponde com um sorriso afável -. Eu sou Alena, só estou deixando isso no lugar do meu parceiro, e sim, falo um pouco a sua língua.

- Ei...

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