Luiza disse:- Não, só não quero voltar.- Não quer ver a Nanda?- Exato. Luiza era alguém que não conseguia esconder seus sentimentos e admitiu francamente que simplesmente não queria lidar com Nanda.Miguel se virou e olhou para ela friamente:- Você colocou a Nanda no hospital, ela não te culpou, e você diz que não quer vê-la?- Eu só dei um tapa nela, como ela poderia ter ido para o hospital? - Indagou Luiza, olhando para ele.- Ela ficou em coma por vários anos e acabou de acordar. Já estava com a saúde frágil, agora teve que ir ao hospital para uma transfusão de sangue.Luiza apertou os lábios.Miguel disse:- Você deveria pedir desculpas a ela.Um sentimento de sufocamento subiu ao coração de Luiza:- Eu não vou.Ela insistiu em voltar para casa, caminhou até a estrada para pegar um táxi, recusando até mesmo pegar uma carona no carro de Emerson.A expressão de Miguel estava gélida quando ele saiu do carro.Luiza levantou a mão para chamar um táxi.De repente, um par de mãos lon
Luiza olhou para as expressões dos dois: o pai com um rosto cheio de preocupação e a avó sentindo medo.A família deles tinha acabado de se estabilizar, e a avó não queria que ela ofendesse Miguel novamente.Luiza pareceu entender o olhar da avó e, após um momento de silêncio, disse:- Não, só voltei para jantar com vocês. Depois, volto para lá.Bryan suspirou aliviado.A avó também bateu no próprio peito, dizendo a Luiza:- Lulu, Miguel ajudou muito nossa família. Seja boa com ele, dê um pouco de espaço a ele.Luiza baixou os olhos e não disse nada.Durante a refeição, a avó continuou falando para ela controlar seu temperamento e não ficar sempre brava com Miguel.Luiza não gostava de ouvir isso e, depois de mexer displicentemente na comida, foi para o quintal.Bryan a seguiu e, parando ao seu lado, perguntou:- Aconteceu alguma coisa?Luiza balançou a cabeça.- Não.Bryan percebeu que ela não queria falar e, após um momento, disse:- O relacionamento entre marido e mulher é assim mes
- Aqui!Luiza foi agarrada por três capangas e atirada sobre um gramado.Seu rosto pálido surgiu no campo de visão deles, provocando um lampejo de surpresa em seus olhos.A escuridão da noite só permitia perceber que ela tinha um corpo esbelto; contudo, não esperavam que seu rosto fosse ainda mais belo, deslumbrante a ponto de encantar.Os três trocaram olhares e cercaram Luiza.- Por que a pressa, linda? Não somos maus, apenas achamos você tão bonita que queremos ser seus amigos. - Disse um dos capangas, tentando tocar seu rosto.Luiza segurava um punhado de lama na mão e, assim que o capanga se aproximou, esfregou a lama nos olhos dele.O capanga gritou de dor e a soltou.Luiza começou a correr imediatamente.Os outros dois capangas reagiram e correram atrás dela, alcançando ela e algemando suas mãos atrás das costas com um casaco.Luiza foi imobilizada e empurrada de volta ao gramado.Ela se virou e encarou os dois capangas ferozmente, como um pequeno animal selvagem.- Eu vou dizer
Miguel perguntou:- Como ela está?- Exceto por um lado do rosto estar inchado, não há mais ferimentos. Não deve ser nada sério. - Respondeu a médica.Miguel suspirou aliviado, o olhar fixo no lado inchado do rosto dela. Sua pele era clara, então um hematoma era muito evidente.O coração de Miguel doeu levemente.Sentia um certo arrependimento.Se soubesse que isso aconteceria, jamais teria deixado ela sair sozinha aquela noite.Ele sempre tinha dito que não permitia que ela dirigisse sozinha, nem que pegasse táxi.Justamente na primeira noite, algo aconteceu.Ele se sentia pesado enquanto esperava a médica sair. Então, se virou para Eduardo e disse:- Esses três, quero que você quebre os braços e as pernas deles e os mande para a prisão.Sua expressão estava muito tensa.Eduardo respondeu:- Sim.Depois que ele saiu, Miguel se aproximou da cama, afastou o cabelo bagunçado dela com a mão e observou cuidadosamente sua bochecha ferida.Estava bastante inchada, e o médico já havia aplic
Luiza não falou.Miguel suspirou e disse:- Aqueles que te intimidaram ontem à noite, eu quebrei os braços e as pernas e os enviei para a prisão.Os cílios de Luiza tremeram, ela olhou para ele e, após um momento, disse:- Obrigada.Ela devia agradecer; ele a tinha salvado.Miguel apertou os lábios e a abraçou, dizendo:- Não precisa agradecer, sou seu marido, é meu dever proteger você.Luiza ficou em silêncio novamente, sua relutância era evidente.Miguel só pôde acariciar sua cabeça e dizer:- Bem, vou pedir o café da manhã. O que você gostaria de comer? Eu cuido disso?Luiza continuou sem falar com ele, mantendo uma expressão fria no rosto delicado.Miguel, sem opções, foi organizar tudo por conta própria.O café da manhã foi entregue rapidamente.Miguel e Luiza se sentaram para comer no quarto do hospital.- Coma um pouco de ovo. - Miguel colocou o ovo na frente dela.Luiza olhou para ele, e ele sorriu:- Você não ama ovos?Ela não respondeu e baixou a cabeça para comer.De repente
- Minhas pernas estão sem força. - Disse ela.- Sem forças? - Miguel, com suas mãos esguias, pressionou as pernas dela. - Onde exatamente? Devo chamar um médico para examiná-la?- Não, não estou ferida. É só que pressionei uma das pernas e agora ela está dormente.- Má postura. - Criticou Miguel. - Sempre te digo para sentar com as duas pernas no chão, não para pressioná-las ou cruzá-las.Ela baixou os olhos e não disse nada.Miguel a observou por um momento e de repente explicou:- Não estou te repreendendo, só estou dizendo que essas posturas são maus hábitos e prejudicam o seu corpo.Ele explicou isso com muita delicadeza.Luiza olhou para ele.Ele abaixou a voz e continuou:- A partir de hoje, Emerson vai te levar e buscar no trabalho. Você dirigir ou pegar um táxi é perigoso; não vou permitir que saia sozinha.Essas palavras eram tanto uma ordem quanto um sinal de cuidado.Luiza sentiu seu cuidado e gradualmente se acalmou, embora ainda se sentisse um pouco ressentida.Depois de u
Quando ela abriu os olhos novamente, já era noite.Estava com muita fome.Luiza abriu os olhos instintivamente e então foi abraçada; o peito musculoso do homem se pressionava contra ela, sua voz carregando um tom alegre e sorridente.- Acordou, Sra. Souza?Luiza, ainda grogue, se virou para vê-lo, um pouco surpresa.- Você não foi para a empresa à tarde?Sua voz carregava uma preguiça morna e suave.- Fui seduzido por você; agora não consigo mais sair da cama. - Miguel sorriu, se aproximou e beijou sua bochecha, alva como a neve; seus braços a envolviam pela cintura, em uma pose que demonstrava um forte desejo de posse.Luiza não resistiu, se deixou beijar por um momento e murmurou:- Estou com fome, quero comer.- Certo. - Ele riu, apertou sua bochecha e ajudou ela a se sentar.Ao se sentar, percebeu que seu corpo estava dolorido e mole; ela se recostou no travesseiro e disse:- Não tenho forças, Miguel, você precisa me carregar.Ela se aninhou preguiçosamente.Miguel, que estava se v
- Não, nós vamos realizar outro casamento. - Respondeu Miguel calmamente.Nanda estava um pouco confusa:- Mas... Vocês não estão já casados?- Não ficamos satisfeitos com o casamento anterior; agora queremos fazer uma grande festa. - Explicou Miguel.Nanda mordeu o lábio inferior e, após um longo momento, parecendo ter organizado seus sentimentos, perguntou baixinho:- Quando será o casamento?- Em março. - Respondeu Miguel.Nanda fez as contas; agora era janeiro e faltava pouco mais de um mês para o casamento...Ela olhou para o rosto distante e nobre de Miguel, sem dizer mais nada.Luiza percebeu que ela estava distraída, o que, de certa forma, a alegrou.Depois do jantar, Luiza, ignorando Nanda, pegou o braço de Miguel e se aninhou nele, dizendo:- Miguel, vamos dar uma volta no jardim.- Ainda não apliquei o remédio; vou subir para pegá-lo para você. - Disse Miguel, subindo para o segundo andar.Luiza o esperou à porta.Nanda se aproximou de Luiza, com uma expressão um tanto lasti