- Ela sofreu muito; deveríamos ser mais tolerantes com ela.Ao ouvir essas palavras, Luiza percebeu que não tinha nada a dizer. Miguel, se sentindo culpado em relação a Nanda, se mostrava extremamente tolerante com ela.Contudo, Luiza via Nanda como uma pessoa perigosa, uma bomba-relógio, e não queria manter uma ameaça dessas por perto. Com um sorriso irônico, disse:- Então seja bom com ela você mesmo, adeus! - Após essas palavras, soltou a mão dele e se afastou.Miguel franziu a testa, parecendo descontente.Ao deixar o shopping, o vento gelado do inverno a atingiu de frente, fazendo Luiza se sentir ainda mais só.Ela apertou o próprio casaco e caminhou até a entrada para pegar um táxi.Não muito depois, eles também deixaram o shopping. Nanda se aproximou, chamando suavemente:- Cunhada.Luiza olhou para eles uma vez. Miguel estava sob o céu noturno, seu rosto inexpressivo.Com sarcasmo, Luiza disse:- O que houve? Vocês não continuaram o encontro?Miguel ficou visivelmente mais
Miguel manteve uma expressão fria, e sua voz esfriou ao extremo.- O que você está aprontando, afinal? Você disse para não comprarmos aquela joia, e no final não a compramos. Você não quis comer, e todos nós voltamos juntos, sem que ninguém comesse, tentamos te agradar, mas você não nos ouve. O que você quer, afinal?Luiza apertou os lábios e permaneceu em silêncio.Ela estava descontente, mas não conseguia expressar o motivo.Quando Miguel falava, parecia que todos estavam tentando agradá-la, e que ela era a pessoa sendo irracional.Sim, era assim que parecia na superfície. Nanda falava de maneira doce e sofrida, enquanto Luiza era vista como temperamental, como uma mulher irracional e descontrolada.Mesmo que quisesse questionar, Luiza não conseguiria dizer muito, pois Nanda já havia afirmado que era ela quem estava com ciúmes e suspeitas infundadas sobre eles, dizendo que "o irmão gostava muito da cunhada", o que a fazia parecer mesquinha e injusta.No fim, ela só pôde dizer:- Ent
Nanda ainda falava:- O irmão é a pessoa mais próxima de mim neste mundo, e agora que a cunhada se casou com ele, espero que ela também trate bem meu irmão. O mal-entendido de ontem à noite não me deixou dormir, levantei cedo para preparar o café da manhã para o irmão e a cunhada, na esperança de receber seu perdão...Luiza sentia como se houvesse uma mosca zumbindo incessantemente em seus ouvidos.Ela não se conteve e deu a ela um tapa!O som claro ecoou no ar.Nanda caiu no chão, e omelete que segurava espirrou para todos os lados.- Nanda! - A voz de Miguel ecoou.Luiza empalideceu e olhou, vendo Miguel sair do quarto ao lado e se abaixar para verificar os ferimentos de Nanda.Ele estava de pé atrás da porta o tempo todo.Pelo lugar onde Nanda estava, ela provavelmente viu Miguel, e por isso disse aquelas palavras de propósito.- Irmão, estou bem. - Nanda, no chão, segurava o rosto, com os olhos cheios de lágrimas, mas sem deixá-las cair, uma expressão de alguém que aguentava a dor.
Luiza disse:- Não, só não quero voltar.- Não quer ver a Nanda?- Exato. Luiza era alguém que não conseguia esconder seus sentimentos e admitiu francamente que simplesmente não queria lidar com Nanda.Miguel se virou e olhou para ela friamente:- Você colocou a Nanda no hospital, ela não te culpou, e você diz que não quer vê-la?- Eu só dei um tapa nela, como ela poderia ter ido para o hospital? - Indagou Luiza, olhando para ele.- Ela ficou em coma por vários anos e acabou de acordar. Já estava com a saúde frágil, agora teve que ir ao hospital para uma transfusão de sangue.Luiza apertou os lábios.Miguel disse:- Você deveria pedir desculpas a ela.Um sentimento de sufocamento subiu ao coração de Luiza:- Eu não vou.Ela insistiu em voltar para casa, caminhou até a estrada para pegar um táxi, recusando até mesmo pegar uma carona no carro de Emerson.A expressão de Miguel estava gélida quando ele saiu do carro.Luiza levantou a mão para chamar um táxi.De repente, um par de mãos lon
Luiza olhou para as expressões dos dois: o pai com um rosto cheio de preocupação e a avó sentindo medo.A família deles tinha acabado de se estabilizar, e a avó não queria que ela ofendesse Miguel novamente.Luiza pareceu entender o olhar da avó e, após um momento de silêncio, disse:- Não, só voltei para jantar com vocês. Depois, volto para lá.Bryan suspirou aliviado.A avó também bateu no próprio peito, dizendo a Luiza:- Lulu, Miguel ajudou muito nossa família. Seja boa com ele, dê um pouco de espaço a ele.Luiza baixou os olhos e não disse nada.Durante a refeição, a avó continuou falando para ela controlar seu temperamento e não ficar sempre brava com Miguel.Luiza não gostava de ouvir isso e, depois de mexer displicentemente na comida, foi para o quintal.Bryan a seguiu e, parando ao seu lado, perguntou:- Aconteceu alguma coisa?Luiza balançou a cabeça.- Não.Bryan percebeu que ela não queria falar e, após um momento, disse:- O relacionamento entre marido e mulher é assim mes
- Aqui!Luiza foi agarrada por três capangas e atirada sobre um gramado.Seu rosto pálido surgiu no campo de visão deles, provocando um lampejo de surpresa em seus olhos.A escuridão da noite só permitia perceber que ela tinha um corpo esbelto; contudo, não esperavam que seu rosto fosse ainda mais belo, deslumbrante a ponto de encantar.Os três trocaram olhares e cercaram Luiza.- Por que a pressa, linda? Não somos maus, apenas achamos você tão bonita que queremos ser seus amigos. - Disse um dos capangas, tentando tocar seu rosto.Luiza segurava um punhado de lama na mão e, assim que o capanga se aproximou, esfregou a lama nos olhos dele.O capanga gritou de dor e a soltou.Luiza começou a correr imediatamente.Os outros dois capangas reagiram e correram atrás dela, alcançando ela e algemando suas mãos atrás das costas com um casaco.Luiza foi imobilizada e empurrada de volta ao gramado.Ela se virou e encarou os dois capangas ferozmente, como um pequeno animal selvagem.- Eu vou dizer
Miguel perguntou:- Como ela está?- Exceto por um lado do rosto estar inchado, não há mais ferimentos. Não deve ser nada sério. - Respondeu a médica.Miguel suspirou aliviado, o olhar fixo no lado inchado do rosto dela. Sua pele era clara, então um hematoma era muito evidente.O coração de Miguel doeu levemente.Sentia um certo arrependimento.Se soubesse que isso aconteceria, jamais teria deixado ela sair sozinha aquela noite.Ele sempre tinha dito que não permitia que ela dirigisse sozinha, nem que pegasse táxi.Justamente na primeira noite, algo aconteceu.Ele se sentia pesado enquanto esperava a médica sair. Então, se virou para Eduardo e disse:- Esses três, quero que você quebre os braços e as pernas deles e os mande para a prisão.Sua expressão estava muito tensa.Eduardo respondeu:- Sim.Depois que ele saiu, Miguel se aproximou da cama, afastou o cabelo bagunçado dela com a mão e observou cuidadosamente sua bochecha ferida.Estava bastante inchada, e o médico já havia aplic
Luiza não falou.Miguel suspirou e disse:- Aqueles que te intimidaram ontem à noite, eu quebrei os braços e as pernas e os enviei para a prisão.Os cílios de Luiza tremeram, ela olhou para ele e, após um momento, disse:- Obrigada.Ela devia agradecer; ele a tinha salvado.Miguel apertou os lábios e a abraçou, dizendo:- Não precisa agradecer, sou seu marido, é meu dever proteger você.Luiza ficou em silêncio novamente, sua relutância era evidente.Miguel só pôde acariciar sua cabeça e dizer:- Bem, vou pedir o café da manhã. O que você gostaria de comer? Eu cuido disso?Luiza continuou sem falar com ele, mantendo uma expressão fria no rosto delicado.Miguel, sem opções, foi organizar tudo por conta própria.O café da manhã foi entregue rapidamente.Miguel e Luiza se sentaram para comer no quarto do hospital.- Coma um pouco de ovo. - Miguel colocou o ovo na frente dela.Luiza olhou para ele, e ele sorriu:- Você não ama ovos?Ela não respondeu e baixou a cabeça para comer.De repente