O garçom já havia feito o pedido e saiu da sala privada. Em poucos minutos, outra pessoa entrou, surpreendentemente era Clara.- Miguel. - Clara vestia um vestido cor-de-rosa, com um sorriso no rosto. - Eu estava na sala ao lado discutindo sobre uma cooperação e ouvi que você estava aqui, então vim.Clara se sentou. Luiza deu uma olhada nela e percebeu que o vestido rosa de seda dela era um pouco fora do seu estilo habitual.Miguel pareceu notar também e franziu levemente a testa. - Por que está vestindo rosa?- Estou apenas experimentando, fico bem? - Clara perguntou com expectativa.- Você está um pouco velha demais para isso. - Miguel respondeu sem rodeios.Luiza quase riu.Clara era colega de universidade de Miguel, tinha 30 anos, uma idade em que não era incomum nas grandes cidades estar solteira e sem filhos, mas certamente não era jovem.Então, ao ouvir isso, o sorriso de Clara congelou e ela respondeu com um tom de desagrado: - Você não sabe que idade é um tabu para as mulh
- Este não é o filho dele, o próximo pode ser. - Clara se aproximou dela, com um olhar um tanto desafiador. - Luiza, me diga, se fosse você que estivesse grávida, e seu primeiro amor lhe dissesse que iria assumir a responsabilidade pelo bebê, mas depois de alguns meses começasse a agir de forma irresponsável, o que você faria?Luiza empalideceu ligeiramente.Clara continuou: - Mas Miguel é uma pessoa responsável, eu acredito que ele não abandonaria esse bebê. Se você não acredita, posso provar.Luiza não confiava. Essa mulher era ardilosa demais, dizia a si mesma para não confiar nela e se virou para sair.Mas Clara não a deixou partir, seus olhos estreitaram enquanto ela segurava o pulso dela. - Luiza, não vá embora, vou provar para você se o Miguel realmente se importa comigo e com o bebê.- Me solte!Luiza afastou sua mão e saiu correndo.Clara estava grávida, ela não podia se aproximar muito dela, seria problemático se algo acontecesse. Mas tudo aconteceu tarde demais.Clara pux
Camile ergueu a mão para interromper a multidão. - Desculpe a todos, mas filmar e julgar alguém sem consentimento é uma violação dos direitos humanos.Enquanto isso, Luiza já tinha sido levada para fora do shopping pelo Theo. Os dois caminhavam rapidamente para longe. Luiza levantou os olhos e avistou uma figura larga à sua frente. Theo a ajudou a entrar em seu carro e fechou a janela, isolando o barulho exterior. - O que aconteceu lá atrás? - Theo perguntou a ela, a vendo tremendo de frio, ele pegou um cobertor fino e o colocou sobre ela.Luiza começou a se aquecer e olhou para o rosto bonito de Theo. - Obrigada.- Por que aquelas pessoas estavam te cercando?Luiza respondeu desanimada: - Eles pensaram que eu empurrei a Clara, então estavam filmando um vídeo.Empurrar uma mulher grávida seria uma grande notícia.Theo franzia a testa. - Você a empurrou?- Não, ela caiu sozinha. - Luiza temia que Theo não acreditasse nela, então perguntou. - Você acredita no que estou dizendo?The
Miguel retirou discretamente a mão e se virou para o médico, perguntando: - O que aconteceu?- Provavelmente foi um susto. - Respondeu o médico.- Miguel, eu também não quero especular sobre o caráter da Luiza, mas ela realmente me empurrou agora há pouco, eu estava com muito medo... - Clara soluçava enquanto as lágrimas giravam nos seus olhos. Ela temia que, se não mencionasse isso, Miguel deixaria passar, ela precisava que ele interviesse.- Esta questão, depois de investigada, darei a você uma explicação. - Disse Miguel de lado, instruindo Eduardo a investigar o assunto. Depois de toda essa agitação, ele percebeu que Luiza não tinha vindo ao hospital.Miguel franzia o cenho, pronto para ligar para Luiza, quando Clara começou a gemer de dor novamente. - Miguel, minha barriga está doendo muito, você pode me tocar...- Não se deve tocar na barriga de uma mulher grávida. - Lembrou o obstetra.Com outras pessoas na sala, Clara não podia fazer nada além de segurar a mão de Miguel e ch
Ao subir a partir do Jardins da Serra, se encontrava a bela paisagem da Chapada Diamantina, onde havia várias fileiras de túmulos, incluindo o túmulo da mãe de Luiza, Fabiana Pereira. De repente, ela sentiu vontade de visitar sua mãe. Theo não disse nada e dirigiu o carro para acima. Meia hora depois, eles chegaram à Chapada Diamantina, onde fileiras de lápides brancas estavam espalhadas.- Obrigada por me trazer aqui. - Luiza agradeceu, se dirigindo para a colina.Theo inicialmente pensou em ir embora, mas era muito perigoso uma garota subir a montanha sozinha à noite. Ele apertou os lábios e, finalmente, saiu do carro para seguir morro acima a figura de Luiza. Luiza já havia avançado muito.Quando Theo a encontrou, ela estava parada em frente a uma lápide, sua expressão solitária, mas com uma beleza arrepiante.Quando seus olhos se fixaram no nome na lápide, ele ficou chocado, seu sangue parecia congelar nos pés. - Sua mãe é a Fabiana Pereira? - Perguntou ele.Luiza se virou, c
Luiza colocou sua mão na de Theo.- Obrigada.- Me chame de Theozinho.- Certo, Theozinho. - Luiza o seguiu cuidadosamente escada abaixo.De repente, uma árvore ao lado direito tombou com estrondo.- Cuidado! - Theo a atraiu rapidamente para si.Assustada, Luiza mal teve tempo de se recuperar quando uma segunda e, em seguida, uma terceira árvore caíram, bloqueando o caminho de volta.Ao redor, só se via verde, como numa aventura pela selva.- O que vamos fazer? - Luiza se mostrou preocupada.Theo olhou ao redor.- Precisamos voltar, pode vir uma tempestade forte esta noite. Se ficarmos, teremos problemas.Luiza assentiu com a cabeça.- Está tudo bem? - Theo a questionou.Luiza negou com a cabeça.- Theozinho, fique tranquilo, eu sou bem ágil.- Ok, vamos de mãos dadas, é mais seguro.- Certo.Segurando as mãos, eles começaram a se arrastar por baixo das árvores derrubadas, enquanto Theo olhava para trás de vez em quando.- Tudo bem?- Sim. - Luiza, ágil, subia e descia sem dificuldade.
No hospital.Theo já havia sido enfaixado e jazia na cama recebendo soro, dormindo. Embora tivesse passado por diversos exames e tivesse vomitado sangue, nenhum problema foi encontrado.Os resultados da ressonância magnética só estariam disponíveis no dia seguinte.Por isso, Luiza permaneceu cuidando dele no hospital, e finalmente teve um momento para olhar o celular.Miguel ligou várias vezes para ela, mas ela não tinha desejo de retornar as ligações e colocou o celular de lado.Ela estava inclinada sobre a beira da cama, pensando em dormir, quando a porta do quarto se abriu. Miguel entrou com Eduardo, usando um sobretudo preto e longo, exibindo uma expressão distante e aristocrática.Ao vê-lo, Luiza temeu que ele despertasse Theo, então se levantou da cadeira e saiu.Miguel não a seguiu imediatamente, ficando ainda à porta observando Theo.Luiza franziu a testa e o arrastou para fora.Os dois ficaram no corredor, ela ainda vestindo a mesma roupa, agora um pouco seca e suja, com mar
Luiza estava um pouco assustada, mas disse a si mesma para manter a calma e continuou a limpar a lama de Theo.Isso foi o que a enfermeira pediu para ela fazer, explicando que remover a lama ajudaria a verificar se havia mais feridas no corpo. Luiza fez como lhe foi pedido, cuidando dele com todo o seu esforço e dedicação.Miguel finalmente se foi, com uma expressão sombria, como se nuvens escuras cobrissem a lua....No dia seguinte.A tempestade virou notícia, com fortes chuvas e ventos varrendo Valenciana do Rio durante toda a noite, deixando as ruas num caos.Muitas árvores foram destruídas nas estradas, com inúmeras delas arrancadas pela raiz e caídas ao longo das vias.Miguel estava no carro, ouvindo o noticiário sobre um incidente na colina atrás do Jardins da Serra.Relatavam que um homem e uma mulher ficaram presos entre as árvores, o homem foi atingido nas costas por uma delas, enquanto a mulher o arrastava para fora com dificuldade.Eduardo, sempre atento, disse imediatamen