Miguel retirou discretamente a mão e se virou para o médico, perguntando: - O que aconteceu?- Provavelmente foi um susto. - Respondeu o médico.- Miguel, eu também não quero especular sobre o caráter da Luiza, mas ela realmente me empurrou agora há pouco, eu estava com muito medo... - Clara soluçava enquanto as lágrimas giravam nos seus olhos. Ela temia que, se não mencionasse isso, Miguel deixaria passar, ela precisava que ele interviesse.- Esta questão, depois de investigada, darei a você uma explicação. - Disse Miguel de lado, instruindo Eduardo a investigar o assunto. Depois de toda essa agitação, ele percebeu que Luiza não tinha vindo ao hospital.Miguel franzia o cenho, pronto para ligar para Luiza, quando Clara começou a gemer de dor novamente. - Miguel, minha barriga está doendo muito, você pode me tocar...- Não se deve tocar na barriga de uma mulher grávida. - Lembrou o obstetra.Com outras pessoas na sala, Clara não podia fazer nada além de segurar a mão de Miguel e ch
Ao subir a partir do Jardins da Serra, se encontrava a bela paisagem da Chapada Diamantina, onde havia várias fileiras de túmulos, incluindo o túmulo da mãe de Luiza, Fabiana Pereira. De repente, ela sentiu vontade de visitar sua mãe. Theo não disse nada e dirigiu o carro para acima. Meia hora depois, eles chegaram à Chapada Diamantina, onde fileiras de lápides brancas estavam espalhadas.- Obrigada por me trazer aqui. - Luiza agradeceu, se dirigindo para a colina.Theo inicialmente pensou em ir embora, mas era muito perigoso uma garota subir a montanha sozinha à noite. Ele apertou os lábios e, finalmente, saiu do carro para seguir morro acima a figura de Luiza. Luiza já havia avançado muito.Quando Theo a encontrou, ela estava parada em frente a uma lápide, sua expressão solitária, mas com uma beleza arrepiante.Quando seus olhos se fixaram no nome na lápide, ele ficou chocado, seu sangue parecia congelar nos pés. - Sua mãe é a Fabiana Pereira? - Perguntou ele.Luiza se virou, c
Luiza colocou sua mão na de Theo.- Obrigada.- Me chame de Theozinho.- Certo, Theozinho. - Luiza o seguiu cuidadosamente escada abaixo.De repente, uma árvore ao lado direito tombou com estrondo.- Cuidado! - Theo a atraiu rapidamente para si.Assustada, Luiza mal teve tempo de se recuperar quando uma segunda e, em seguida, uma terceira árvore caíram, bloqueando o caminho de volta.Ao redor, só se via verde, como numa aventura pela selva.- O que vamos fazer? - Luiza se mostrou preocupada.Theo olhou ao redor.- Precisamos voltar, pode vir uma tempestade forte esta noite. Se ficarmos, teremos problemas.Luiza assentiu com a cabeça.- Está tudo bem? - Theo a questionou.Luiza negou com a cabeça.- Theozinho, fique tranquilo, eu sou bem ágil.- Ok, vamos de mãos dadas, é mais seguro.- Certo.Segurando as mãos, eles começaram a se arrastar por baixo das árvores derrubadas, enquanto Theo olhava para trás de vez em quando.- Tudo bem?- Sim. - Luiza, ágil, subia e descia sem dificuldade.
No hospital.Theo já havia sido enfaixado e jazia na cama recebendo soro, dormindo. Embora tivesse passado por diversos exames e tivesse vomitado sangue, nenhum problema foi encontrado.Os resultados da ressonância magnética só estariam disponíveis no dia seguinte.Por isso, Luiza permaneceu cuidando dele no hospital, e finalmente teve um momento para olhar o celular.Miguel ligou várias vezes para ela, mas ela não tinha desejo de retornar as ligações e colocou o celular de lado.Ela estava inclinada sobre a beira da cama, pensando em dormir, quando a porta do quarto se abriu. Miguel entrou com Eduardo, usando um sobretudo preto e longo, exibindo uma expressão distante e aristocrática.Ao vê-lo, Luiza temeu que ele despertasse Theo, então se levantou da cadeira e saiu.Miguel não a seguiu imediatamente, ficando ainda à porta observando Theo.Luiza franziu a testa e o arrastou para fora.Os dois ficaram no corredor, ela ainda vestindo a mesma roupa, agora um pouco seca e suja, com mar
Luiza estava um pouco assustada, mas disse a si mesma para manter a calma e continuou a limpar a lama de Theo.Isso foi o que a enfermeira pediu para ela fazer, explicando que remover a lama ajudaria a verificar se havia mais feridas no corpo. Luiza fez como lhe foi pedido, cuidando dele com todo o seu esforço e dedicação.Miguel finalmente se foi, com uma expressão sombria, como se nuvens escuras cobrissem a lua....No dia seguinte.A tempestade virou notícia, com fortes chuvas e ventos varrendo Valenciana do Rio durante toda a noite, deixando as ruas num caos.Muitas árvores foram destruídas nas estradas, com inúmeras delas arrancadas pela raiz e caídas ao longo das vias.Miguel estava no carro, ouvindo o noticiário sobre um incidente na colina atrás do Jardins da Serra.Relatavam que um homem e uma mulher ficaram presos entre as árvores, o homem foi atingido nas costas por uma delas, enquanto a mulher o arrastava para fora com dificuldade.Eduardo, sempre atento, disse imediatamen
Hospital.Theo acordou.- Você ainda está tonto? - Perguntou Luiza, depois de retornar com o laudo médico, o qual indicava que Theo tinha sofrido uma leve concussão, mas nada além disso.- Um pouco. - Theo segurou a testa, parecendo fraco.Luiza prontamente se aproximou e ajeitou dois travesseiros atrás dele.- Assim você vai se sentir melhor, encostado nos travesseiros. O médico disse que você está com uma leve concussão. Tonturas são normais, e você precisa ficar alguns dias no hospital.Theo assentiu.- Foi você quem cuidou de mim no hospital ontem à noite?Luiza fez um sinal afirmativo.- Eu não tinha o telefone da sua família, então...- Minha família está nas Américas. - Respondeu Theo.Luiza se sentiu um pouco culpada.- Desculpa, Theozinho, você se machucou por minha causa. Se não tivesse ido bloquear aquela árvore, não teria se machucado.- Não tem problema, eu teria feito o mesmo por qualquer pessoa. - Theo acariciou a cabeça dela.Quando Miguel entrou, presenciou essa cena,
Uma única frase fez com que Luiza sentisse um frio por todo o corpo, e ela se virou para olhá-lo.Miguel repetiu a mesma frase:- Volte comigo.Luiza respirou fundo e, finalmente, disse a Theo:- Theozinho, descanse bem aqui, eu volto amanhã para te ver.- Certo. - Theo sorriu suavemente, sempre mantendo sua habitual serenidade.Luiza seguiu Miguel para fora do quarto do hospital.Ela não esperava que, no fim, ele usasse seu pai como ameaça. Luiza se sentiu desapontada. Enquanto seu pai estivesse preso, ela estaria à mercê de outros, incapaz de agir livremente.Os dois deixaram o hospital e entraram no carro.Durante o trajeto, não trocaram uma palavra. Luiza não queria dizer nada, apenas se encostou na janela do carro e fechou os olhos.Ao chegarem aos Jardins da Serra, Lívia os recebeu:- Senhor, senhora, vocês voltaram? O jantar já está pronto, venham comer enquanto está quente.Miguel não respondeu e se dirigiu à sala de jantar.Luiza, por outro lado, disse a Lívia:- Lívia, não
Então, ela balançou a cabeça, respondendo:- Não, Theozinho está ferido por minha causa, preciso cuidar dele.Além do mais, a mãe de Theo era a melhor amiga da sua mãe, e ela desejava se aproximar mais de Theo para aprender sobre sua mãe.- Já lhe disse que você não pode ir. - A expressão de Miguel se tornou sombria.Luiza afirmou com convicção:- Eu irei.Miguel soltou uma risada fria:- Parece que você está decidida a me trair, não é?Ele havia alertado sobre as segundas intenções de Theo, mas ela não dava ouvidos, insistindo em se aproximar dele para serem amigos?Diante dessas palavras, Luiza não se defendeu, apenas virou a cabeça, o ignorando.Miguel, subitamente, segurou seu queixo com força, o olhar se tornando perigoso e sombrio:- Se você ousar ir, esqueça a liberdade do seu pai. - Dito isso, soltou ela e saiu com passos largos do quarto.O queixo de Luiza doía; ela tocou o local levemente, com o rosto determinado.Os acontecimentos do dia fizeram-na perceber que não podia sim