- Fabiano, o que você está fazendo? - Uma voz fria ecoou da porta.Fabiano ficou chocado.Miguel entrou, seu rosto bonito irradiava um leve frio. Luiza se sentiu subitamente culpada, sem saber exatamente por quê. Talvez tenha sido por ter segurado a mão de Fabiano antes, ela não sabia se Miguel tinha visto ou não.- Eu não fui claro o suficiente com você esta tarde? - O olhar de Miguel caiu sobre Fabiano.Fabiano ficou em silêncio por um momento, mas acabou não dizendo nada e saiu. Luiza o observou sair, perplexa.- Você ainda não viu o suficiente? - A voz de Miguel soou fria.Luiza imediatamente se recompôs e perguntou: - O que você disse a ele esta tarde?- Nada demais.Miguel não queria falar muito sobre isso. Ele a abraçou enquanto ambos se sentavam em uma cadeira giratória, com pernas longas e musculosas.Luiza se sentou em seu colo, um pouco desconfortável. - Não faça isso, meu escritório é todo de vidro, os funcionários lá embaixo podem ver.- Estou apenas te abraçando, não
O garçom já havia feito o pedido e saiu da sala privada. Em poucos minutos, outra pessoa entrou, surpreendentemente era Clara.- Miguel. - Clara vestia um vestido cor-de-rosa, com um sorriso no rosto. - Eu estava na sala ao lado discutindo sobre uma cooperação e ouvi que você estava aqui, então vim.Clara se sentou. Luiza deu uma olhada nela e percebeu que o vestido rosa de seda dela era um pouco fora do seu estilo habitual.Miguel pareceu notar também e franziu levemente a testa. - Por que está vestindo rosa?- Estou apenas experimentando, fico bem? - Clara perguntou com expectativa.- Você está um pouco velha demais para isso. - Miguel respondeu sem rodeios.Luiza quase riu.Clara era colega de universidade de Miguel, tinha 30 anos, uma idade em que não era incomum nas grandes cidades estar solteira e sem filhos, mas certamente não era jovem.Então, ao ouvir isso, o sorriso de Clara congelou e ela respondeu com um tom de desagrado: - Você não sabe que idade é um tabu para as mulh
- Este não é o filho dele, o próximo pode ser. - Clara se aproximou dela, com um olhar um tanto desafiador. - Luiza, me diga, se fosse você que estivesse grávida, e seu primeiro amor lhe dissesse que iria assumir a responsabilidade pelo bebê, mas depois de alguns meses começasse a agir de forma irresponsável, o que você faria?Luiza empalideceu ligeiramente.Clara continuou: - Mas Miguel é uma pessoa responsável, eu acredito que ele não abandonaria esse bebê. Se você não acredita, posso provar.Luiza não confiava. Essa mulher era ardilosa demais, dizia a si mesma para não confiar nela e se virou para sair.Mas Clara não a deixou partir, seus olhos estreitaram enquanto ela segurava o pulso dela. - Luiza, não vá embora, vou provar para você se o Miguel realmente se importa comigo e com o bebê.- Me solte!Luiza afastou sua mão e saiu correndo.Clara estava grávida, ela não podia se aproximar muito dela, seria problemático se algo acontecesse. Mas tudo aconteceu tarde demais.Clara pux
Camile ergueu a mão para interromper a multidão. - Desculpe a todos, mas filmar e julgar alguém sem consentimento é uma violação dos direitos humanos.Enquanto isso, Luiza já tinha sido levada para fora do shopping pelo Theo. Os dois caminhavam rapidamente para longe. Luiza levantou os olhos e avistou uma figura larga à sua frente. Theo a ajudou a entrar em seu carro e fechou a janela, isolando o barulho exterior. - O que aconteceu lá atrás? - Theo perguntou a ela, a vendo tremendo de frio, ele pegou um cobertor fino e o colocou sobre ela.Luiza começou a se aquecer e olhou para o rosto bonito de Theo. - Obrigada.- Por que aquelas pessoas estavam te cercando?Luiza respondeu desanimada: - Eles pensaram que eu empurrei a Clara, então estavam filmando um vídeo.Empurrar uma mulher grávida seria uma grande notícia.Theo franzia a testa. - Você a empurrou?- Não, ela caiu sozinha. - Luiza temia que Theo não acreditasse nela, então perguntou. - Você acredita no que estou dizendo?The
Miguel retirou discretamente a mão e se virou para o médico, perguntando: - O que aconteceu?- Provavelmente foi um susto. - Respondeu o médico.- Miguel, eu também não quero especular sobre o caráter da Luiza, mas ela realmente me empurrou agora há pouco, eu estava com muito medo... - Clara soluçava enquanto as lágrimas giravam nos seus olhos. Ela temia que, se não mencionasse isso, Miguel deixaria passar, ela precisava que ele interviesse.- Esta questão, depois de investigada, darei a você uma explicação. - Disse Miguel de lado, instruindo Eduardo a investigar o assunto. Depois de toda essa agitação, ele percebeu que Luiza não tinha vindo ao hospital.Miguel franzia o cenho, pronto para ligar para Luiza, quando Clara começou a gemer de dor novamente. - Miguel, minha barriga está doendo muito, você pode me tocar...- Não se deve tocar na barriga de uma mulher grávida. - Lembrou o obstetra.Com outras pessoas na sala, Clara não podia fazer nada além de segurar a mão de Miguel e ch
Ao subir a partir do Jardins da Serra, se encontrava a bela paisagem da Chapada Diamantina, onde havia várias fileiras de túmulos, incluindo o túmulo da mãe de Luiza, Fabiana Pereira. De repente, ela sentiu vontade de visitar sua mãe. Theo não disse nada e dirigiu o carro para acima. Meia hora depois, eles chegaram à Chapada Diamantina, onde fileiras de lápides brancas estavam espalhadas.- Obrigada por me trazer aqui. - Luiza agradeceu, se dirigindo para a colina.Theo inicialmente pensou em ir embora, mas era muito perigoso uma garota subir a montanha sozinha à noite. Ele apertou os lábios e, finalmente, saiu do carro para seguir morro acima a figura de Luiza. Luiza já havia avançado muito.Quando Theo a encontrou, ela estava parada em frente a uma lápide, sua expressão solitária, mas com uma beleza arrepiante.Quando seus olhos se fixaram no nome na lápide, ele ficou chocado, seu sangue parecia congelar nos pés. - Sua mãe é a Fabiana Pereira? - Perguntou ele.Luiza se virou, c
Luiza colocou sua mão na de Theo.- Obrigada.- Me chame de Theozinho.- Certo, Theozinho. - Luiza o seguiu cuidadosamente escada abaixo.De repente, uma árvore ao lado direito tombou com estrondo.- Cuidado! - Theo a atraiu rapidamente para si.Assustada, Luiza mal teve tempo de se recuperar quando uma segunda e, em seguida, uma terceira árvore caíram, bloqueando o caminho de volta.Ao redor, só se via verde, como numa aventura pela selva.- O que vamos fazer? - Luiza se mostrou preocupada.Theo olhou ao redor.- Precisamos voltar, pode vir uma tempestade forte esta noite. Se ficarmos, teremos problemas.Luiza assentiu com a cabeça.- Está tudo bem? - Theo a questionou.Luiza negou com a cabeça.- Theozinho, fique tranquilo, eu sou bem ágil.- Ok, vamos de mãos dadas, é mais seguro.- Certo.Segurando as mãos, eles começaram a se arrastar por baixo das árvores derrubadas, enquanto Theo olhava para trás de vez em quando.- Tudo bem?- Sim. - Luiza, ágil, subia e descia sem dificuldade.
No hospital.Theo já havia sido enfaixado e jazia na cama recebendo soro, dormindo. Embora tivesse passado por diversos exames e tivesse vomitado sangue, nenhum problema foi encontrado.Os resultados da ressonância magnética só estariam disponíveis no dia seguinte.Por isso, Luiza permaneceu cuidando dele no hospital, e finalmente teve um momento para olhar o celular.Miguel ligou várias vezes para ela, mas ela não tinha desejo de retornar as ligações e colocou o celular de lado.Ela estava inclinada sobre a beira da cama, pensando em dormir, quando a porta do quarto se abriu. Miguel entrou com Eduardo, usando um sobretudo preto e longo, exibindo uma expressão distante e aristocrática.Ao vê-lo, Luiza temeu que ele despertasse Theo, então se levantou da cadeira e saiu.Miguel não a seguiu imediatamente, ficando ainda à porta observando Theo.Luiza franziu a testa e o arrastou para fora.Os dois ficaram no corredor, ela ainda vestindo a mesma roupa, agora um pouco seca e suja, com mar