O passado e os acontecimentos futuros passaram em flashes diante dos olhos de Luiza, cujas pupilas ficaram úmidas.Francisco não perguntou mais nada, não querendo tocar nas dores dela. Ele colocou o pen drive em suas mãos e disse:— Vamos voltar.— Tudo bem. — Luiza também estava cansada e queria ir para casa.De repente, ela sentiu vontade de voltar para abraçar Felipinho.Francisco a acompanhou até a porta e mencionou casualmente:— Que tal divulgarmos esse vídeo hoje?— Divulgar? — O cérebro de Luiza ainda estava confuso, seu olhar um pouco vazio.Francisco sugeriu:— Colocamos o vídeo na mídia de Valenciana do Rio para limpar o nome do seu pai.Luiza parou de andar e olhou para Francisco.— Isso é possível?— Claro que sim, só precisamos gastar um pouco de dinheiro. — Francisco foi direto ao ponto, sempre sendo leal a seus parceiros.Luiza estava prestes a falar, mas, como se tivesse sido atingida por um raio, ficou imóvel, olhando fixamente para um ponto à frente.Francisco, ao ve
Felipinho não queria que a mamãe ficasse com um homem tão desprezível e soltou um leve resmungo pelo nariz enquanto sussurrava no ouvido de Luiza:— O papai, aquele canalha até seguiu a gente até aqui, mamãe. Ele tem outra mulher, você não pode dar atenção para ele de jeito nenhum.Luiza não pôde deixar de rir e acariciou a cabeça de Felipinho.— Ele parece que não tem.Ela já tinha ouvido Marina falar sobre os acontecimentos em Valenciana do Rio.Marina disse que, depois que Luiza saiu, Alice foi arruinada por Miguel e acabou até presa.Nesse momento, Luiza sentiu um certo alívio em seu coração. Ela cobriu os olhos de Felipinho e disse para Francisco:— Guarde as armas primeiro, não assuste a criança.— Se eu guardar, ele pode te machucar. — Respondeu Francisco, que considerava Miguel extremamente perigoso.Luiza balançou a cabeça.— Não se preocupe, aqui é o País R. Ele não vai conseguir me levar.Aqui não era as Américas, nem Valenciana do Rio, e sim o País R, onde suas forças eram
— É do Theo. — Luiza falou sinceramente. — Ele já tinha esse vídeo há muito tempo, deve ter sido gravado pela mãe dele, Jaqueline, mas ele nunca mostrou antes.— Há muito tempo? — Miguel prestou atenção nessa expressão e, de repente, se lembrou de quatro anos atrás, quando Theo lhe contou que era filho de Jaqueline.Naquela época, Theo havia usado Luiza para enganá-lo, dizendo que ela não o amava há tempos, que ela o tinha traído e estava junto com Theo para conspirar contra ele, Miguel.Ele tinha sido consumido pelo ciúme e não pensou que poderia haver outra explicação."Então o Theo sabia de toda a verdade."Foi por isso que ele forneceu um vídeo para que a Nanda voltasse e os separasse?"Isso também explicava por que a Nanda, uma mulher inteligente, decidiu voltar para prejudicar a Luiza e o Bryan, porque, na verdade, o pai dela era o verdadeiro assassino..."Todos os mistérios em seu coração foram dissipados; as peças da verdade se encaixaram uma a uma, e Miguel riu de si mesmo.Qu
— Sobre o Felipinho, ele é seu filho, sim, mas fui eu quem o criou desde pequeno. Cuidei dele por quatro anos, e espero que, por causa disso, você não dispute a guarda do Felipinho comigo. Claro, mesmo que você queira lutar, eu não teria medo de você. Mas espero que possamos resolver isso pacificamente. Você tem boas condições, vai se casar de novo no futuro e terá filhos com sua esposa, enquanto eu... Você sabe que minha saúde é frágil, é muito difícil para eu engravidar. Espero que você aceite deixar o Felipinho comigo.— Eu não vou me casar de novo. — Miguel balançou a cabeça. — O Felipinho é meu filho, eu quero cuidar dele.Ele tinha acabado de vê-lo apenas uma vez e nem sequer tinha conseguido ver seu rosto com clareza.Luiza franziu as sobrancelhas:— O que você quer dizer? Vai mesmo disputar a guarda do Felipinho comigo?— Não. — Ele balançou a cabeça. Como ele poderia disputar a guarda do filho com ela? Ele não tinha esse direito. Segurando a dor que quase o despedaçava por den
— Quando é que eu procurei outra mulher? — Miguel olhou para ele, franzindo levemente as sobrancelhas. Felipinho, irritado, disse: — Não adianta negar. Eu já investiguei sobre você. Há quatro anos, você tinha uma noiva em Valenciana do Rio chamada Alice. Não foi há pouco tempo que você ia se casar com ela? Se você ia se casar com ela, por que veio procurar minha mamãe? Miguel franziu as sobrancelhas, respondendo: — Isso foi um mal-entendido, a mídia inventou essa história. Eu não tinha intenção de me casar com nenhuma mulher. Felipinho ficou surpreso, mas ainda assim não acreditou, e retrucou, fazendo um biquinho: — Não pense que eu sou uma criança de três anos que você pode enganar. Eu já tenho quatro anos! Miguel não pôde deixar de rir ao ouvir isso: — Eu nunca te tratei como uma criança. Tudo que eu disse é a verdade. — Sério? — Felipinho parecia hesitante, mas já não olhava para ele com tanto desprezo. Miguel disse: — Se você não acredita, pode procurar as not
— Desculpa. — Miguel abraçou a cabecinha dele, dizendo com seriedade. — Desculpa, Felipinho, eu não sabia que sua mãe tinha passado por tantas coisas quando estava grávida de você. A culpa é minha, eu errei.Naquela época, ele odiava Luiza profundamente e nunca mais a procurou. De vez em quando, ele se lembrava dela, mas apenas pensava em como tinha sido extremamente tolo. Ele se forçava a não pensar nela, a não procurar saber sobre ela.Assim, durante quatro anos, ele lutou contra seus próprios sentimentos. Se alguém mencionava o nome dela, ele ficava inexplicavelmente inquieto e irritado. Por isso, ninguém ousava falar de Luiza na frente dele. Ela se tornou um símbolo insignificante, desaparecendo no rio da vida dele. Mas como sentimentos reprimidos poderiam desaparecer sem deixar rastro? Quando ela anunciou que ficaria noiva do Theo, toda a insatisfação e raiva vieram à tona. Ele quis ir para as Américas e acabar com tudo, dar um fim a essa relação tortuosa. Porém, ao ch
— O Bryan já acordou? — Bryan era seu genro, mas ela nunca o tinha visto. No entanto, ouviu Luiza dizer que ele era um ótimo pai, amava Fabiana e também a filha, e que, por causa de Fabiana, nunca mais se casou. — Sim, mas a unidade de terapia intensiva é esterilizada, só pode entrar uma pessoa por vez. — Explicou Francisco. Melissa disse: — Muito obrigada por nos avisar. — De nada. Os dois conversavam de forma educada. Miguel estava ao lado, apertando os lábios em silêncio. Antes, era ele quem cuidava de tudo relacionado ao Bryan, mas agora era Francisco quem fazia isso. Ele apenas ouvia os dois conversando, se sentindo deslocado e desconfortável, como se não conseguisse se encaixar ali. Bryan acordou por um momento e logo adormeceu novamente. O médico disse que ele precisava de repouso e pediu que Luiza voltasse no dia seguinte para visitá-lo. Luiza assentiu com a cabeça, saiu do quarto e viu que sua avó e os outros já tinham chegado. — Luiza. — Assim que viu Lu
— Meu pai acabou de me contar que ele não vai se casar com aquela noiva, que tudo isso foi invenção da mídia. Mamãe, é verdade? — Felipinho olhou para Luiza com seus grandes olhos, esperando sua resposta.Luiza teve que responder sinceramente:— Sim.— Então eu não o odeio mais. O papai ainda disse que vai tentar te reconquistar.Essas palavras fizeram com que Melissa, que estava à frente, também olhasse para trás, e Priscila a observasse pelo retrovisor.Francisco não estava no carro.Luiza ficou um pouco constrangida e disse, fingindo desdém:— O que você está falando?— É verdade, ele acabou de admitir com todas as palavras. Ele disse que antes foi injusto com você, mas que de agora em diante vai cuidar bem de você. — Felipinho tentou ao máximo falar bem do pai.Luiza ficou ligeiramente surpresa e, por reflexo, olhou para trás, através do vidro do carro, para o veículo que os seguia.Miguel estava sentado no banco do passageiro, olhando para ela com uma expressão séria, mas não fria