— O Bryan já acordou? — Bryan era seu genro, mas ela nunca o tinha visto. No entanto, ouviu Luiza dizer que ele era um ótimo pai, amava Fabiana e também a filha, e que, por causa de Fabiana, nunca mais se casou. — Sim, mas a unidade de terapia intensiva é esterilizada, só pode entrar uma pessoa por vez. — Explicou Francisco. Melissa disse: — Muito obrigada por nos avisar. — De nada. Os dois conversavam de forma educada. Miguel estava ao lado, apertando os lábios em silêncio. Antes, era ele quem cuidava de tudo relacionado ao Bryan, mas agora era Francisco quem fazia isso. Ele apenas ouvia os dois conversando, se sentindo deslocado e desconfortável, como se não conseguisse se encaixar ali. Bryan acordou por um momento e logo adormeceu novamente. O médico disse que ele precisava de repouso e pediu que Luiza voltasse no dia seguinte para visitá-lo. Luiza assentiu com a cabeça, saiu do quarto e viu que sua avó e os outros já tinham chegado. — Luiza. — Assim que viu Lu
— Meu pai acabou de me contar que ele não vai se casar com aquela noiva, que tudo isso foi invenção da mídia. Mamãe, é verdade? — Felipinho olhou para Luiza com seus grandes olhos, esperando sua resposta.Luiza teve que responder sinceramente:— Sim.— Então eu não o odeio mais. O papai ainda disse que vai tentar te reconquistar.Essas palavras fizeram com que Melissa, que estava à frente, também olhasse para trás, e Priscila a observasse pelo retrovisor.Francisco não estava no carro.Luiza ficou um pouco constrangida e disse, fingindo desdém:— O que você está falando?— É verdade, ele acabou de admitir com todas as palavras. Ele disse que antes foi injusto com você, mas que de agora em diante vai cuidar bem de você. — Felipinho tentou ao máximo falar bem do pai.Luiza ficou ligeiramente surpresa e, por reflexo, olhou para trás, através do vidro do carro, para o veículo que os seguia.Miguel estava sentado no banco do passageiro, olhando para ela com uma expressão séria, mas não fria
Melissa disse com indiferença: — Não precisa, Sr. Miguel, eu já soube do que sua família fez com a Luiza. Já que há um conflito irreconciliável entre nossas famílias, acho melhor não incomodar. Luiza já deixou claro o que sentia desde que voltou de Valenciana do Rio. Melissa era sua avó e, naturalmente, ficaria do lado dela. Com uma família como aquela, seria melhor manter distância. Miguel apertou os lábios levemente e disse: — Vovó, o que aconteceu antes foi um mal-entendido. — Vovó? Miguel não escondeu nada: — Na verdade, eu e a Luiza nos reconciliamos em Valenciana do Rio. Agora somos marido e mulher. Por isso, ele a chamou de "vovó" diretamente. Melissa franziu a testa ligeiramente. Miguel sabia que ela talvez ainda não estivesse a par dos acontecimentos recentes em Valenciana do Rio e explicou: — Sobre os acontecimentos dos últimos dias, acho que posso esclarecer algumas coisas. Ele contou sobre como Alice o ajudou, que depois foi violentada, e que a avó
Miguel, em relação aos comportamentos de Luiza, ela já tinha ouvido falar, achava que as atitudes dele eram duras demais, e Melissa não estava satisfeita com isso. Miguel disse com franqueza: — Eu só não quero me separar dela. Pelas palavras dele, era possível perceber que era um homem apaixonado, mas Melissa não queria ser simpática com ele tão rápido. Ela tomou um gole de café e subiu para descansar. Claro, ela ainda não havia aceitado o presente de Miguel. Eduardo perguntou: — Sr. Miguel, este presente... — Guarde por enquanto. — Melissa estava resistindo a eles, e Miguel não queria que as coisas saíssem pela culatra, então se virou e perguntou. — Onde está o Felipinho agora? Tendo conquistado a chance de passar um tempo com Luiza e Felipinho, Miguel estava ansioso para vê-los novamente. Eduardo respondeu: — Vou perguntar ao mordomo. Eduardo foi falar com o mordomo, que informou que Felipinho estava brincando com a Srta. Maria no jardim dos fundos. No jardim d
Se ela tivesse contado para ele, daquela época nas Américas, ele com certeza não teria sido assim com ela...— E o que mudaria se eu tivesse contado? — Luiza respondeu com outra pergunta.Miguel ficou surpreso por um momento.— Se eu soubesse da existência do Felipinho, eu nunca teria sido daquele jeito com você.Luiza sorriu.— E depois? Depois você nos levaria de volta para Valenciana do Rio, para sofrer junto com você todos os ataques dos seus parentes? Eu não concordaria e não poderia partir, porque você nos manteria presos. E se eu resistisse, você me impediria de sair de casa. Antes, você ameaçou meu pai; se soubesse da existência do Felipinho, não teria me ameaçado com ele também, o usando para me pressionar?O corpo de Miguel enrijeceu subitamente, e com o rosto pálido, ele disse:— Lulu, me desculpa.— Você sabe por que eu não quero ficar com você? — Luiza, inicialmente, não queria se alongar na conversa, mas sentiu que precisava desabafar.Os dias que ela passou em Valenciana
Luiza estava servindo a sopa e, ao ouvir isso, parou por um momento e disse: — Ele não mora com a gente, é claro que na hora das refeições ele precisa voltar. — Não dá para ele ficar e comer com a gente? — Felipinho disse, desanimado. — Eu queria comer junto com ele. Foi Maria quem o ensinou isso; ela disse que, se ele mencionasse o pai várias vezes, no dia seguinte ele quase sempre apareceria. E, de fato, Luiza mostrou um olhar de compaixão: — Você quer tanto assim comer com ele? — Hoje ele me disse que não me abandonou, que só não sabia da minha existência. Agora que ele sabe, ele disse que eu sempre serei o filho dele. O coração de Luiza apertou sem motivo. Antes, Felipinho quase não falava sobre o pai, e ela achava que ele não ligava muito para isso. Mas, na verdade, ele também queria muito um pai. À noite, ao tentar dormir, Luiza se revirava na cama, sem conseguir pegar no sono. Talvez fosse por causa das palavras de Felipinho, que a fizeram sentir uma certa culp
Esse fedelho, como ele pôde ter contado tudo o que ela disse para ele? Que situação embaraçosa. Os dois conversaram por alguns minutos antes de desligar o telefone, e Luiza ainda estava sentada em silêncio. Felipinho virou seu pequeno corpo e deitou no colo dela. Luiza aproveitou a situação e abraçou o corpinho dele. Felipinho perguntou: — Mamãe, você vai ficar brava se eu for próximo do papai? A pergunta de Felipinho foi tão triste que Luiza não teve como não se sentir comovida. Ela sorriu levemente e respondeu: — Não vou, ele é seu pai. Se você quiser se aproximar dele, pode se aproximar. Contanto que ele não levasse Felipinho embora, Luiza estava disposta a deixá-los se aproximarem, pois sabia que Felipinho também ansiava pelo amor de um pai. — Obrigado, mamãe. — Felipinho beijou a mão dela. Luiza também sorriu e beijou a testa dele. — Durma bem. No dia seguinte. Uma figura alta entrou no quarto de Luiza e se agachou no chão, observando ela em silêncio. Lui
Isabelly disse: — O Bryan não é o assassino do Zeca. — O que você disse? — Alice levantou a cabeça de repente. Isabelly suspirou e disse: — A polícia já anunciou nas notícias, o Bryan não é o assassino do Zeca, é o Igor, ele é o verdadeiro assassino. — Como isso é possível? — Alice não acreditava. Isabelly estava com o rosto pálido: — Quando vi a notícia de manhã, eu também não acreditei, mas o Miguel enviou as provas de vigilância para a Sra. Nunes, e o assassino é realmente o Igor. — Isso é verdade? — Alice estava pálida, ainda relutante em acreditar. A única carta que tinha na manga era a inimizade entre Miguel e Luiza; enquanto essa rivalidade existisse, eles jamais poderiam ficar juntos. "Agora dizem que o Bryan não é o assassino?" Isabelly assentiu: — É verdade, eu vi a gravação de vigilância com meus próprios olhos. O Bryan não empurrou o Zeca da escada, ele tentou salvá-lo, mas o Zeca caiu sozinho. O rosto de Alice estava pálido. Isabelly disse: —