— Sobre o Felipinho, ele é seu filho, sim, mas fui eu quem o criou desde pequeno. Cuidei dele por quatro anos, e espero que, por causa disso, você não dispute a guarda do Felipinho comigo. Claro, mesmo que você queira lutar, eu não teria medo de você. Mas espero que possamos resolver isso pacificamente. Você tem boas condições, vai se casar de novo no futuro e terá filhos com sua esposa, enquanto eu... Você sabe que minha saúde é frágil, é muito difícil para eu engravidar. Espero que você aceite deixar o Felipinho comigo.— Eu não vou me casar de novo. — Miguel balançou a cabeça. — O Felipinho é meu filho, eu quero cuidar dele.Ele tinha acabado de vê-lo apenas uma vez e nem sequer tinha conseguido ver seu rosto com clareza.Luiza franziu as sobrancelhas:— O que você quer dizer? Vai mesmo disputar a guarda do Felipinho comigo?— Não. — Ele balançou a cabeça. Como ele poderia disputar a guarda do filho com ela? Ele não tinha esse direito. Segurando a dor que quase o despedaçava por den
— Quando é que eu procurei outra mulher? — Miguel olhou para ele, franzindo levemente as sobrancelhas. Felipinho, irritado, disse: — Não adianta negar. Eu já investiguei sobre você. Há quatro anos, você tinha uma noiva em Valenciana do Rio chamada Alice. Não foi há pouco tempo que você ia se casar com ela? Se você ia se casar com ela, por que veio procurar minha mamãe? Miguel franziu as sobrancelhas, respondendo: — Isso foi um mal-entendido, a mídia inventou essa história. Eu não tinha intenção de me casar com nenhuma mulher. Felipinho ficou surpreso, mas ainda assim não acreditou, e retrucou, fazendo um biquinho: — Não pense que eu sou uma criança de três anos que você pode enganar. Eu já tenho quatro anos! Miguel não pôde deixar de rir ao ouvir isso: — Eu nunca te tratei como uma criança. Tudo que eu disse é a verdade. — Sério? — Felipinho parecia hesitante, mas já não olhava para ele com tanto desprezo. Miguel disse: — Se você não acredita, pode procurar as not
— Desculpa. — Miguel abraçou a cabecinha dele, dizendo com seriedade. — Desculpa, Felipinho, eu não sabia que sua mãe tinha passado por tantas coisas quando estava grávida de você. A culpa é minha, eu errei.Naquela época, ele odiava Luiza profundamente e nunca mais a procurou. De vez em quando, ele se lembrava dela, mas apenas pensava em como tinha sido extremamente tolo. Ele se forçava a não pensar nela, a não procurar saber sobre ela.Assim, durante quatro anos, ele lutou contra seus próprios sentimentos. Se alguém mencionava o nome dela, ele ficava inexplicavelmente inquieto e irritado. Por isso, ninguém ousava falar de Luiza na frente dele. Ela se tornou um símbolo insignificante, desaparecendo no rio da vida dele. Mas como sentimentos reprimidos poderiam desaparecer sem deixar rastro? Quando ela anunciou que ficaria noiva do Theo, toda a insatisfação e raiva vieram à tona. Ele quis ir para as Américas e acabar com tudo, dar um fim a essa relação tortuosa. Porém, ao ch
— O Bryan já acordou? — Bryan era seu genro, mas ela nunca o tinha visto. No entanto, ouviu Luiza dizer que ele era um ótimo pai, amava Fabiana e também a filha, e que, por causa de Fabiana, nunca mais se casou. — Sim, mas a unidade de terapia intensiva é esterilizada, só pode entrar uma pessoa por vez. — Explicou Francisco. Melissa disse: — Muito obrigada por nos avisar. — De nada. Os dois conversavam de forma educada. Miguel estava ao lado, apertando os lábios em silêncio. Antes, era ele quem cuidava de tudo relacionado ao Bryan, mas agora era Francisco quem fazia isso. Ele apenas ouvia os dois conversando, se sentindo deslocado e desconfortável, como se não conseguisse se encaixar ali. Bryan acordou por um momento e logo adormeceu novamente. O médico disse que ele precisava de repouso e pediu que Luiza voltasse no dia seguinte para visitá-lo. Luiza assentiu com a cabeça, saiu do quarto e viu que sua avó e os outros já tinham chegado. — Luiza. — Assim que viu Lu
— Meu pai acabou de me contar que ele não vai se casar com aquela noiva, que tudo isso foi invenção da mídia. Mamãe, é verdade? — Felipinho olhou para Luiza com seus grandes olhos, esperando sua resposta.Luiza teve que responder sinceramente:— Sim.— Então eu não o odeio mais. O papai ainda disse que vai tentar te reconquistar.Essas palavras fizeram com que Melissa, que estava à frente, também olhasse para trás, e Priscila a observasse pelo retrovisor.Francisco não estava no carro.Luiza ficou um pouco constrangida e disse, fingindo desdém:— O que você está falando?— É verdade, ele acabou de admitir com todas as palavras. Ele disse que antes foi injusto com você, mas que de agora em diante vai cuidar bem de você. — Felipinho tentou ao máximo falar bem do pai.Luiza ficou ligeiramente surpresa e, por reflexo, olhou para trás, através do vidro do carro, para o veículo que os seguia.Miguel estava sentado no banco do passageiro, olhando para ela com uma expressão séria, mas não fria
Melissa disse com indiferença: — Não precisa, Sr. Miguel, eu já soube do que sua família fez com a Luiza. Já que há um conflito irreconciliável entre nossas famílias, acho melhor não incomodar. Luiza já deixou claro o que sentia desde que voltou de Valenciana do Rio. Melissa era sua avó e, naturalmente, ficaria do lado dela. Com uma família como aquela, seria melhor manter distância. Miguel apertou os lábios levemente e disse: — Vovó, o que aconteceu antes foi um mal-entendido. — Vovó? Miguel não escondeu nada: — Na verdade, eu e a Luiza nos reconciliamos em Valenciana do Rio. Agora somos marido e mulher. Por isso, ele a chamou de "vovó" diretamente. Melissa franziu a testa ligeiramente. Miguel sabia que ela talvez ainda não estivesse a par dos acontecimentos recentes em Valenciana do Rio e explicou: — Sobre os acontecimentos dos últimos dias, acho que posso esclarecer algumas coisas. Ele contou sobre como Alice o ajudou, que depois foi violentada, e que a avó
Miguel, em relação aos comportamentos de Luiza, ela já tinha ouvido falar, achava que as atitudes dele eram duras demais, e Melissa não estava satisfeita com isso. Miguel disse com franqueza: — Eu só não quero me separar dela. Pelas palavras dele, era possível perceber que era um homem apaixonado, mas Melissa não queria ser simpática com ele tão rápido. Ela tomou um gole de café e subiu para descansar. Claro, ela ainda não havia aceitado o presente de Miguel. Eduardo perguntou: — Sr. Miguel, este presente... — Guarde por enquanto. — Melissa estava resistindo a eles, e Miguel não queria que as coisas saíssem pela culatra, então se virou e perguntou. — Onde está o Felipinho agora? Tendo conquistado a chance de passar um tempo com Luiza e Felipinho, Miguel estava ansioso para vê-los novamente. Eduardo respondeu: — Vou perguntar ao mordomo. Eduardo foi falar com o mordomo, que informou que Felipinho estava brincando com a Srta. Maria no jardim dos fundos. No jardim d
Se ela tivesse contado para ele, daquela época nas Américas, ele com certeza não teria sido assim com ela...— E o que mudaria se eu tivesse contado? — Luiza respondeu com outra pergunta.Miguel ficou surpreso por um momento.— Se eu soubesse da existência do Felipinho, eu nunca teria sido daquele jeito com você.Luiza sorriu.— E depois? Depois você nos levaria de volta para Valenciana do Rio, para sofrer junto com você todos os ataques dos seus parentes? Eu não concordaria e não poderia partir, porque você nos manteria presos. E se eu resistisse, você me impediria de sair de casa. Antes, você ameaçou meu pai; se soubesse da existência do Felipinho, não teria me ameaçado com ele também, o usando para me pressionar?O corpo de Miguel enrijeceu subitamente, e com o rosto pálido, ele disse:— Lulu, me desculpa.— Você sabe por que eu não quero ficar com você? — Luiza, inicialmente, não queria se alongar na conversa, mas sentiu que precisava desabafar.Os dias que ela passou em Valenciana