— Eu também não sei ao certo. Hoje tive uma cirurgia complicada, e um grupo de nós passou quase seis horas discutindo isso no andar de cima, nem percebemos o que estava acontecendo no hospital. Depois que você me ligou, desci para dar uma olhada. Quando cheguei, já tinha uma multidão lá, e aquele jornalista estava sendo extremamente agressivo. Tentei argumentar um pouco com ele. — Yago sabia apenas isso.— É uma conspiração. — Luiza, ao lado dele, de repente falou.Isso era, sem dúvida, uma conspiração.Embora não tivesse provas, ela tinha um pressentimento. Olhando para Alice, disse:— A Alice está fingindo estar doente. Ela está completamente normal. Ela atraiu propositalmente os repórteres para cobrir o caso do meu pai e depois fez com que eles me atacassem. Tudo isso foi obra dela.— Isso é um absurdo! — A Sra. Nunes foi a primeira a repreendê-la. — Quando te encontramos no corredor, você estava segurando a Alice, tentando empurrá-la escada abaixo!— Sim, Miguel, você não deve acre
Fingindo bem demais.Luiza, com uma expressão apática, continuou a perguntar:— E o vazamento das informações sobre o meu pai? Como vocês explicam isso?Ao ouvir isso, Miguel chamou Eduardo:— Verifique quem está espalhando as notícias online.Eduardo estava prestes a responder, mas a Sra. Nunes interrompeu:— Não precisa verificar, fui eu.Ela se adiantou.Miguel a olhou:— Vovó, por que você fez isso?— Por quê? Se não fosse por ela, a Alice nunca teria acabado assim! A Alice era uma boa garota, e foi por causa da Luiza que ela sofreu tratamentos desumanos, chegando a desenvolver traumas psicológicos. A Alice está nessa situação miserável, e por que Luiza tem o direito de viver feliz? Bryan matou o Zeca, que não era só seu pai, mas também meu genro. Miguel, como você pode ser tão cego? Essa mulher é um desastre, ela não merece sua proteção! — Com o rosto carregado de raiva, a Sra. Nunes começou a xingar, uma frase após a outra. — Miguel, não importa o que você pense de mim, eu vou ti
Por isso, ele estava esperando a resposta do psicólogo. O psicólogo era do hospital do Grupo Sunland, e não do lado da Alice, isso eles tinham certeza. Yago disse: — A Alice nunca quis colaborar para fazer os exames, então o relatório não é muito preciso. Acho que, se você tiver outra maneira, deveria tentar por outro lado. Miguel de repente lembrou daquela frase. "Aquele homem tinha uma tatuagem de dragão no braço e se chamava William." Naquele dia, entre as pessoas que mataram, ele deu uma olhada rápida, e parecia que não havia ninguém com uma tatuagem no braço. Talvez ele tivesse fugido. Pensando nisso, Miguel pegou o celular e fez uma ligação. — Vá procurar uma pessoa para mim. Miguel descreveu as características daquele homem pelo telefone. Yago, ouvindo, levantou a sobrancelha. — Esse cara é uma pista? — Naquela noite, a Alice disse que esse homem com uma tatuagem de dragão no braço fazia parte do grupo que a atacou. Mas entre os que matamos, não havia nin
Luiza não se opôs e foi levada pela mão até a sala de jantar, onde se sentou à mesa. Miguel serviu uma tigela de sopa de frutos do mar para ela. Luiza não disse nada, apenas tomou a sopa em silêncio até o fim. Quando terminou, voltou para o andar de cima, e Miguel trouxe um copo de leite, pedindo que ela o tomasse antes de dormir bem. Ele disse gentilmente: — Lulu, tome o leite e durma bem. Amanhã tudo estará bem. Sim. Amanhã tudo estaria bem. Assim como quatro anos atrás, quando Nanda matou o pai dela, e Miguel também a fez dormir. Ele acreditava que, depois de dormir, tudo ficaria bem. Enquanto seu coração estava despedaçado, sangrando incessantemente, ele dizia que uma boa noite de sono resolveria tudo. E as pessoas que a machucavam sempre estavam em uma posição elevada, prontas para feri-la de novo, sem o menor escrúpulo... Luiza não sabia por que, mas teve vontade de rir. No entanto, no fim, não o fez. Pegou o copo de leite, engoliu tudo, reprimindo o amarg
O psicólogo fez uma sessão de terapia com Luiza, e ela cooperou o tempo todo. O psicólogo saiu e disse ao Miguel: — Sr. Miguel, a Sra. Souza não tem grandes problemas, talvez esteja um pouco deprimida. Seria bom ela sair mais para espairecer. Miguel assentiu com a cabeça. — Ela precisa de intervenção medicamentosa? — Por enquanto, não. Se a situação da Sra. Souza piorar, ela pode voltar e prescrevemos alguma medicação. — Certo. — Respondeu Miguel, enquanto segurava a mão de Luiza e saía. O carro seguia pela estrada. Luiza estava sentada quieta, olhando para a paisagem do lado de fora, sem dizer uma palavra ou causar confusão. Ela geralmente era do tipo tagarela, então, quando ficava quieta, parecia algo incomum, deslocado. Miguel perguntou a ela: — Lulu, você quer sair para se divertir? — Você não tinha dito que não? — Luiza olhou para ele com olhos tranquilos. — Você disse para eu sair menos. — Lulu, não foi isso que eu quis dizer. Eu quis dizer que, se for p
— Quando estamos de mau humor, devemos olhar para a natureza. — Marina mais ou menos sabia por que Luiza estava chateada; Geraldo tinha contado para ela o que aconteceu ontem.O assunto do pai de Luiza havia sido exposto online pela avó de Miguel, e, embora o caso já tivesse sido resolvido, o dano já estava feito.Quando algo era trazido à tona repetidamente, qualquer pessoa normal seria torturada a ponto de desenvolver problemas psicológicos.Mas, além de consolá-la, Marina não tinha outra solução, então só pôde dizer:— Lulu, não pense mais no passado. Todos os dias, coma, se divirta e tente se alegrar um pouco.— Tá bom. — Luiza respondeu friamente, olhando para a cena ao ar livre à beira do lago.Ali havia um salão ao ar livre, com um palco elevado e vários arcos de flores, e, no momento, alguns garçons estavam arrumando uma longa mesa de buffet.De repente, Marina cobriu o rosto dela e virou sua cabeça para o outro lado.— Lulu, não olhe para lá.— O que houve?Marina não teve cor
No caminho de volta, Luiza adormeceu.Miguel lançou a ela um olhar, estendeu a mão para afastar suavemente o cabelo que caía em sua testa, o prendendo atrás da orelha, e ficou observando silenciosamente seu rosto delicado.Quando chegaram à Mansão Jardim, Eduardo disse:— Senhor, chegamos em casa.— Certo. — Miguel respondeu em um tom grave. — Você pode ir descansar agora.— Sim, senhor.Miguel quis pegar Luiza no colo para tirá-la do carro, mas, nesse momento, ela estremeceu e acordou, perguntando sonolenta:— Já chegamos em casa?— Sim, você adormeceu. Vou carregá-la para cima. — Miguel se ofereceu.Luiza permaneceu em silêncio, sem dizer nada, e ele a pegou no colo. Seu corpo ficou visivelmente tenso, mas, após um momento, ela relaxou.No segundo andar, ele a colocou na cama e, abaixando o olhar, a observou em silêncio.— Está se sentindo um pouco melhor?— Mais ou menos. — Ela respondeu.Miguel estendeu a mão para segurar a dela. Seus dedos se entrelaçaram, e as mãos dela estavam g
— E você? — Estou pensando em sair para dar uma volta.Miguel ponderou por um momento. — Certo, mas não deixe os seguranças ficarem muito longe. — Ok.Miguel subiu as escadas. Luiza saiu de casa e foi ao shopping.Ela entrou em uma loja de roupas masculinas, com o olhar fixo em uma fileira de camisas sociais elegantes.O aniversário de Miguel estava chegando, e ela pensou em comprar uma camisa para ele.A vendedora se aproximou para oferecer ajuda. — Senhora, estas são as últimas camisas masculinas que chegaram. A senhora procura algo em especial? — Vou dar uma olhada sozinha. — Luiza levantou a mão e começou a escolher. No final, decidiu por uma camisa preta com detalhes discretos. — Vou levar esta. Pode embrulhar para mim. — Ela a pegou e, ao estender a camisa para a vendedora, outra mão apareceu e a tirou dela.Luiza olhou para o lado.Isabelly e Alice estavam diante dela.Quem havia pegado a camisa era Isabelly. Ao lado de Alice, que parecia delicada e bonita em um v