Luiza conhecia muito bem os truques de Alice, e isso só provava que ela não estava doente. Em um momento como aquele, ainda tinha disposição para jogar joguinhos.Calmamente, soltou a camisa que tinha nas mãos e se aproximou de Alice. Se inclinando ao lado de seu ouvido, disse suavemente:— Essa camisa, se você gostou, pode ficar. Mas vou te avisar: você e o Miguel nunca vão dar certo, porque nós já reatamos. Temos um certificado de casamento. Se quer se casar com ele, só se nós nos divorciarmos primeiro... — Dito isso, observou o olhar arregalado de Alice e saiu da loja.Luiza havia revelado essa informação de propósito para Alice.Queria plantar uma semente de dúvida em seu coração. Só assim Alice acabaria mostrando sua verdadeira face.Depois de sair da loja de roupas masculinas, Luiza foi a outra loja e escolheu um prendedor de gravata minimalista.Na hora de pagar, recebeu uma ligação de um número desconhecido.Do outro lado da linha, uma mulher perguntou:— Alô, Srta. Luiza? Aqui
Ela olhava para ele com um olhar suave. Miguel não pôde deixar de sorrir. — Obrigado, eu gostei muito. — Que bom que gostou. — Ela apenas ficou parada na frente dele, o cabelo comprido cobria metade de seu rosto, impedindo que ele visse a expressão em seus olhos. Miguel segurou o rosto dela, e ela levantou o olhar, o encarando com olhos límpidos. Miguel a observou por um longo tempo e, de repente, disse suavemente: — Desculpe, Lulu. — Por que está se desculpando comigo? — Amanhã, na minha festa de aniversário, talvez eu tenha que ficar noivo da Alice. Minha mãe me implorou ontem à noite, dizendo que queria partir em paz. Ela ainda está com febre. Miguel pensou que, ao dizer isso, Luiza ficaria com raiva, mas ela apenas balançou a cabeça. — Não tem problema, eu entendo você. — Você me entende? — Sei que sua família está te pressionando, não vou te culpar. — Ela arqueou levemente as sobrancelhas e fingiu estar despreocupada, os olhos curvados em um sorriso. Migu
— O senhor está de bom humor hoje? — Perguntou Eduardo, dirigindo o carro e notando a expressão de Miguel.— Sim. — Miguel sorriu, com os olhos cheios de alegria.Eduardo sugeriu:— Então, amanhã é o aniversário do senhor. Que tal reservarmos um restaurante melhor para a comemoração?Miguel pensou um pouco e instruiu Eduardo:— Reserve o Cloud Orchid Coastal Restaurant. Ela gosta da comida de lá. E peça para decorarem o ambiente de forma agradável.— Certo.— Prepare também um bolo de creme. A Lulu adora esse sabor. E providencie um buquê de flores bem bonito. — Era essencial que a atmosfera estivesse perfeita.— Sim, senhor! — Respondeu Eduardo com um sorriso. Se o chefe estava feliz, ele também ficava contente por ele.Ao chegarem ao hospital, Miguel colocou o broche novamente.Lulu estava certa. Aquele broche poderia acompanhá-lo por um longo tempo, dia e noite…...À noite.Luiza estava assando um bife em casa com Marina, mas permaneceu em silêncio o tempo todo.Marina cortava o bi
— Ela disse que sabe algumas coisas sobre o meu pai e marcou de me encontrar no Hotel Maré Branca. Ela quer pedir minha reconciliação e me contar toda a verdade.— Sério mesmo? — Marina parecia um pouco inquieta.Luiza respondeu:— Se trata do meu pai. Seja verdade ou não, eu tenho que ir.Marina pensou um pouco e disse:— Então, toma cuidado. Vai voltar para jantar?— Não, vai demorar muito. Você e o Leo comam sem mim. Hoje à noite eu provavelmente não volto.— Tudo bem, me liga se precisar de algo. — Marina acompanhou Luiza até a porta.Do lado de fora, Luiza abaixou os olhos.Hoje ela tinha vindo procurar Marina com um propósito.Ela sabia que Alice viria atrás dela assim que soubesse de sua reconciliação com Miguel.Seu objetivo ao procurar Marina era justamente informar seus passos, tornando ela uma pessoa ciente de seus movimentos.Depois, ela desceu até o primeiro andar.Sabia que os seguranças a aguardavam do lado de fora, então, de propósito, não saiu pela entrada principal. E
Embora quisesse colaborar com ela, ao entrar na água, o frio fez Luiza tremer de corpo inteiro. Ela gritou, estremecendo:— Alice, eu não sei nadar, me tira daqui...— Te salvar? E como eu vou me tornar esposa do Miguel? — Alice riu friamente da margem, sem mais interesse em manter a fachada, e disse de maneira sombria. — Luiza, se não fosse por essa tua alma penada sempre rondando, você não estaria nesse estado. A culpa é toda sua, sua vadia. Mesmo depois de sofrer tanto, ainda fica atrás do Miguel. Por que você é tão patética, hein?Luiza se debatia na água, a voz fraca:— Alice, você me enganou. Disse que queria conversar sobre meu pai, mas na verdade só queria me trazer até o lago para me matar.— Esquece a ideia de gravar isso. — Alice riu desdenhosamente, alisando o botão na manga. — Eu uso bloqueador de escuta o tempo todo.Luiza ficou momentaneamente perplexa e, cheia de ódio, respondeu:— Eu te subestimei.Alice observava Luiza, cujo plano havia fracassado, e o rosto estava ca
Miguel não dormiu a noite toda e, ao sair do hospital, estava visivelmente exausto.Entrou no carro e Eduardo perguntou: — Senhor, vamos direto para o Hotel Maré Branca?Eram dez e meia da manhã.Faltava apenas uma hora para o início da festa de aniversário de Miguel. Encostado no banco de trás, ele parecia indeciso, como se sentisse um cansaço mental ou um remorso por algo. De repente, quis ver Luiza e disse: — Vá para a casa da Marina.Eduardo dirigiu até o condomínio onde Marina morava.Miguel tocou a campainha.Foi Geraldo quem abriu a porta. Vestindo uma camisa branca impecável, ele olhou para Miguel com certa preguiça. Os dois ficaram parados por um momento, surpresos.Geraldo perguntou: — Miguel? O que está fazendo aqui?Miguel também demonstrou certa surpresa no olhar, mas não quis se alongar: — E a Luiza? Vim falar com ela.— Ela não passou a noite aqui.Coincidentemente, Marina apareceu com Leandro, saindo do quarto. Geraldo então disse para ela: — Marina, o Miguel
Alice sentiu suas pupilas tremerem e os olhos se encherem de lágrimas. Cobriu o rosto enquanto chorava: — Miguel, eu realmente não sei, nunca a vi... Assim que começou a chorar, Isabelly se aproximou para ampará-la: — Alice... A Sra. Nunes também estava na suíte e se levantou, dizendo: — Miguel, o que você está fazendo? Está intimidando a Alice por causa de uma desconhecida? Você não sabe que ela sofre de transtorno de estresse? Com as palavras da Sra. Nunes, Alice parecia estar prestes a ter um colapso. Balançava a cabeça enquanto chorava, dizendo que não sabia de nada. Mas Miguel não parecia disposto a deixá-la ir. Ele agarrou a mão dela e a forçou a se levantar: — Alice, estou te perguntando! Onde está a Luiza? Alice chorava ainda mais alto. A Sra. Nunes rapidamente se colocou entre os dois: — Se a Luiza desapareceu, vá à polícia! O que quer agora, culpar a Alice? Ela não fez nada, está aqui esperando por você, e mesmo assim isso te incomoda? — Ela sabe. — Mi
O gerente ficou tão assustado que seu rosto empalideceu. Ele repetiu várias vezes que iria consultar o chefe e então se retirou.Nesse momento, os mergulhadores de resgate trouxeram outro sapato de salto alto, enredado em algas, e o entregaram ao Miguel.— Presidente Miguel, veja, este é o sapato da Srta. Luiza?Miguel ficou em silêncio por um longo tempo.Marina, curiosa, levantou os olhos discretamente do abraço de Geraldo. De onde estava, só conseguia ver o perfil de Miguel.Ele olhava para o sapato bege como se tivesse desmoronado por completo, os olhos perdidos, vazios."Neste momento, a Lulu provavelmente já deixou Valenciana do Rio."Mas Marina precisava continuar atuando.Essas foram as palavras que Luiza lhe disse naquele dia.Luiza sabia que Alice viria procurá-la. Ela sabia que, após se reconciliar com o Miguel, Alice com certeza tentaria matá-la.Então, Luiza seguiu o plano e deixou que Alice a incriminasse, nadando até um ponto mais afastado e oculto do lago, onde se encon