A noite passou assim.No dia seguinte, Miguel acordou, mas Luiza não estava mais lá, embora o perfume dela ainda parecesse impregnado nos lençóis.Ele deu uma leve cheirada e se sentiu um pouco melhor. Então, percebeu que havia um terno cuidadosamente dobrado sobre o sofá ao lado da cama.Era uma roupa que ela havia preparado para ele.Miguel sorriu de canto e se levantou para lavar o rosto. Vestiu o terno e desceu.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu a voz de Ângela vinda da cozinha:— Senhora, os cogumelos devem ser fritos primeiro pelo lado de fora, depois pelo lado côncavo, assim o suco não escapa.— Entendi. — Respondeu Luiza, aprendendo com atenção.Ângela perguntou:— A senhora está aprendendo a cozinhar para o senhor?— Você não sabe? Ele não gosta de comer verduras, então tenho que pensar em todos os jeitos possíveis para fazê-lo comer. — Enquanto falava, Luiza colocou alguns aspargos na frigideira. — Vou fazer ele comer isso mais tarde.Ângela riu:— A senhora se preocu
— Quero dizer, viver juntos alegremente, conviver felizes. — Certo. — Ela respondeu suavemente. Miguel ficou satisfeito. Depois de comerem, Luiza o acompanhou até a porta, olhou para o céu azul lá fora e sorriu: — O tempo está ótimo hoje. — Nenhuma nuvem no céu. — Quer sair? — Miguel perguntou. Luiza virou a cabeça: — Posso? — Claro. Ela estava livre novamente. Sabia que precisava fazê-lo feliz. Luiza fez uma expressão de gratidão, seus olhos brilhavam ao dizer: — Você é o melhor marido do mundo! Miguel sorriu: — Não volte muito tarde. — Certo. Ela sorriu, o observando entrar no carro. ... À tarde, enquanto Luiza mexia no celular, de repente apareceu uma mensagem no WhatsApp, enviada por Marina. Marina dizia: [Lulu, dá uma olhada nesse vídeo. Será que estão falando do seu pai e do Zeca? Eu vi agora há pouco numa plataforma.] Marina continuou: [Estão comprando espaço nos trending topics. Acho essa história muito estranha, parece que tem alguém por
Ela queria ir e mandar aquelas pessoas embora, mas sabia que não podia aparecer; se aparecesse, seria como revelar que Bryan ainda estava vivo.Ela pegou o celular e, escondida na curva do corredor, ligou para Miguel com a voz um pouco rouca:— Miguel.— O que foi? — Ao ouvir sua respiração, Miguel percebeu que algo estava errado. — Você está chorando? O que aconteceu?Luiza respondeu, aflita:— É sobre o hospital. Não sei quem vazou a localização do meu pai, mas agora tem uma porção de gente fazendo lives em frente ao quarto dele. Estão todos aglomerados na porta. Mande alguém vir resolver isso.— Você está no hospital agora?— Sim.— Tem muita gente aí agora, então não apareça. Encontre um lugar seguro para esperar. Estou indo agora mesmo. — Miguel temia que, com a multidão, sua presença pudesse prejudicá-la.— Eu sei. — Ela sabia que, se sua localização fosse descoberta, todos perceberiam que estava no hospital. Ela falou calmamente. — Vem logo.— Vou agora.Miguel desligou o telefo
Luiza estremeceu, percebendo que realmente não havia nenhum problema, e imediatamente assumiu uma expressão fria, dizendo:— Então, você está fingindo estar louca.Miguel lhe havia dito que Alice desenvolveu uma reação de estresse após o incidente de violência, e que agora ela tinha surtos frequentes."Embora ela pareça pálida, não há nada de errado com seu estado mental. Pelo contrário, seu sorriso é assustador, como se estivesse tramando algo..."Justo quando Luiza teve esse pensamento, a porta do corredor foi subitamente aberta com um estrondo.Isabelly e a Sra. Nunes estavam do lado de fora, parecendo estar à procura de Alice, com expressões ansiosas.Assim que a porta se abriu, elas viram Luiza segurando Alice contra o corrimão da escada, com a cabeça de Alice pendendo para baixo, enquanto esta, com uma voz fraca, implorava:— Por favor, me solte...O rosto da Sra. Nunes escureceu imediatamente, e ela gritou em tom severo:— Luiza, o que você está fazendo?— Alice! — Isabelly corr
Esta situação parecia um verdadeiro acúmulo de absurdos. Luiza, uma mulher comum, de repente se via acusada de ter atacado uma pessoa com problemas mentais, tentando empurrá-la escada abaixo.O repórter voltou para entrevistar a Sra. Nunes. — Sra. Nunes, foi assim que aconteceu?A Sra. Nunes olhou para Luiza com tanto ódio nos olhos que parecia querer devorá-la. Acenando a cabeça, ela respondeu com uma voz grave: — Sim, foi exatamente assim. Quando entrei, vi que ela estava prestes a empurrar minha neta escada abaixo...Os repórteres ficaram atônitos, e as câmeras imediatamente se voltaram para Luiza, carregadas de desprezo e questionamentos. — Por que você atacou uma pessoa com problemas mentais? É porque acha que elas são mais fáceis de intimidar? — Foi o abuso contínuo de Bryan que distorceu sua personalidade? Você costuma maltratar os fracos e pequenos animais?Os jornalistas já estavam claramente tendenciosos, e as perguntas ficavam cada vez mais afiadas e provocadoras.Lu
"Por que o Yago tinha que aparecer nesse momento? Se ele tivesse chegado um pouco mais tarde, Luiza certamente teria sido humilhada até não poder mais!" Alice estava um pouco irritada. Yago pegou Luiza e se preparava para sair. O jornalista não queria que a entrevista terminasse assim e deu um passo à frente para impedi-los. Yago o olhou com desagrado. — Não me importa qual seja a sua intenção agora, este é o meu hospital. Sem a minha permissão, você não tem o direito de fazer entrevistas aqui. Saia. — O quê? Você está ajudando essa mulher porque está interessado nela? Sim, ela tem certa beleza, mas não é uma mulher bondosa como parece. Ela quase matou a Srta. Alice agora há pouco, sabia? A Srta. Alice! Ela é a noiva de Miguel! Se você provocar o Miguel, o que acha que vai acontecer com você? Após ouvir isso, os olhos de Yago não revelaram nenhuma emoção. Ele apenas perguntou com indiferença: — Evidências? O jornalista, obviamente, não tinha nada para apresentar. Ya
— Eu também não sei ao certo. Hoje tive uma cirurgia complicada, e um grupo de nós passou quase seis horas discutindo isso no andar de cima, nem percebemos o que estava acontecendo no hospital. Depois que você me ligou, desci para dar uma olhada. Quando cheguei, já tinha uma multidão lá, e aquele jornalista estava sendo extremamente agressivo. Tentei argumentar um pouco com ele. — Yago sabia apenas isso.— É uma conspiração. — Luiza, ao lado dele, de repente falou.Isso era, sem dúvida, uma conspiração.Embora não tivesse provas, ela tinha um pressentimento. Olhando para Alice, disse:— A Alice está fingindo estar doente. Ela está completamente normal. Ela atraiu propositalmente os repórteres para cobrir o caso do meu pai e depois fez com que eles me atacassem. Tudo isso foi obra dela.— Isso é um absurdo! — A Sra. Nunes foi a primeira a repreendê-la. — Quando te encontramos no corredor, você estava segurando a Alice, tentando empurrá-la escada abaixo!— Sim, Miguel, você não deve acre
Fingindo bem demais.Luiza, com uma expressão apática, continuou a perguntar:— E o vazamento das informações sobre o meu pai? Como vocês explicam isso?Ao ouvir isso, Miguel chamou Eduardo:— Verifique quem está espalhando as notícias online.Eduardo estava prestes a responder, mas a Sra. Nunes interrompeu:— Não precisa verificar, fui eu.Ela se adiantou.Miguel a olhou:— Vovó, por que você fez isso?— Por quê? Se não fosse por ela, a Alice nunca teria acabado assim! A Alice era uma boa garota, e foi por causa da Luiza que ela sofreu tratamentos desumanos, chegando a desenvolver traumas psicológicos. A Alice está nessa situação miserável, e por que Luiza tem o direito de viver feliz? Bryan matou o Zeca, que não era só seu pai, mas também meu genro. Miguel, como você pode ser tão cego? Essa mulher é um desastre, ela não merece sua proteção! — Com o rosto carregado de raiva, a Sra. Nunes começou a xingar, uma frase após a outra. — Miguel, não importa o que você pense de mim, eu vou ti