Ela queria ir e mandar aquelas pessoas embora, mas sabia que não podia aparecer; se aparecesse, seria como revelar que Bryan ainda estava vivo.Ela pegou o celular e, escondida na curva do corredor, ligou para Miguel com a voz um pouco rouca:— Miguel.— O que foi? — Ao ouvir sua respiração, Miguel percebeu que algo estava errado. — Você está chorando? O que aconteceu?Luiza respondeu, aflita:— É sobre o hospital. Não sei quem vazou a localização do meu pai, mas agora tem uma porção de gente fazendo lives em frente ao quarto dele. Estão todos aglomerados na porta. Mande alguém vir resolver isso.— Você está no hospital agora?— Sim.— Tem muita gente aí agora, então não apareça. Encontre um lugar seguro para esperar. Estou indo agora mesmo. — Miguel temia que, com a multidão, sua presença pudesse prejudicá-la.— Eu sei. — Ela sabia que, se sua localização fosse descoberta, todos perceberiam que estava no hospital. Ela falou calmamente. — Vem logo.— Vou agora.Miguel desligou o telefo
Luiza estremeceu, percebendo que realmente não havia nenhum problema, e imediatamente assumiu uma expressão fria, dizendo:— Então, você está fingindo estar louca.Miguel lhe havia dito que Alice desenvolveu uma reação de estresse após o incidente de violência, e que agora ela tinha surtos frequentes."Embora ela pareça pálida, não há nada de errado com seu estado mental. Pelo contrário, seu sorriso é assustador, como se estivesse tramando algo..."Justo quando Luiza teve esse pensamento, a porta do corredor foi subitamente aberta com um estrondo.Isabelly e a Sra. Nunes estavam do lado de fora, parecendo estar à procura de Alice, com expressões ansiosas.Assim que a porta se abriu, elas viram Luiza segurando Alice contra o corrimão da escada, com a cabeça de Alice pendendo para baixo, enquanto esta, com uma voz fraca, implorava:— Por favor, me solte...O rosto da Sra. Nunes escureceu imediatamente, e ela gritou em tom severo:— Luiza, o que você está fazendo?— Alice! — Isabelly corr
Esta situação parecia um verdadeiro acúmulo de absurdos. Luiza, uma mulher comum, de repente se via acusada de ter atacado uma pessoa com problemas mentais, tentando empurrá-la escada abaixo.O repórter voltou para entrevistar a Sra. Nunes. — Sra. Nunes, foi assim que aconteceu?A Sra. Nunes olhou para Luiza com tanto ódio nos olhos que parecia querer devorá-la. Acenando a cabeça, ela respondeu com uma voz grave: — Sim, foi exatamente assim. Quando entrei, vi que ela estava prestes a empurrar minha neta escada abaixo...Os repórteres ficaram atônitos, e as câmeras imediatamente se voltaram para Luiza, carregadas de desprezo e questionamentos. — Por que você atacou uma pessoa com problemas mentais? É porque acha que elas são mais fáceis de intimidar? — Foi o abuso contínuo de Bryan que distorceu sua personalidade? Você costuma maltratar os fracos e pequenos animais?Os jornalistas já estavam claramente tendenciosos, e as perguntas ficavam cada vez mais afiadas e provocadoras.Lu
"Por que o Yago tinha que aparecer nesse momento? Se ele tivesse chegado um pouco mais tarde, Luiza certamente teria sido humilhada até não poder mais!" Alice estava um pouco irritada. Yago pegou Luiza e se preparava para sair. O jornalista não queria que a entrevista terminasse assim e deu um passo à frente para impedi-los. Yago o olhou com desagrado. — Não me importa qual seja a sua intenção agora, este é o meu hospital. Sem a minha permissão, você não tem o direito de fazer entrevistas aqui. Saia. — O quê? Você está ajudando essa mulher porque está interessado nela? Sim, ela tem certa beleza, mas não é uma mulher bondosa como parece. Ela quase matou a Srta. Alice agora há pouco, sabia? A Srta. Alice! Ela é a noiva de Miguel! Se você provocar o Miguel, o que acha que vai acontecer com você? Após ouvir isso, os olhos de Yago não revelaram nenhuma emoção. Ele apenas perguntou com indiferença: — Evidências? O jornalista, obviamente, não tinha nada para apresentar. Ya
— Eu também não sei ao certo. Hoje tive uma cirurgia complicada, e um grupo de nós passou quase seis horas discutindo isso no andar de cima, nem percebemos o que estava acontecendo no hospital. Depois que você me ligou, desci para dar uma olhada. Quando cheguei, já tinha uma multidão lá, e aquele jornalista estava sendo extremamente agressivo. Tentei argumentar um pouco com ele. — Yago sabia apenas isso.— É uma conspiração. — Luiza, ao lado dele, de repente falou.Isso era, sem dúvida, uma conspiração.Embora não tivesse provas, ela tinha um pressentimento. Olhando para Alice, disse:— A Alice está fingindo estar doente. Ela está completamente normal. Ela atraiu propositalmente os repórteres para cobrir o caso do meu pai e depois fez com que eles me atacassem. Tudo isso foi obra dela.— Isso é um absurdo! — A Sra. Nunes foi a primeira a repreendê-la. — Quando te encontramos no corredor, você estava segurando a Alice, tentando empurrá-la escada abaixo!— Sim, Miguel, você não deve acre
Fingindo bem demais.Luiza, com uma expressão apática, continuou a perguntar:— E o vazamento das informações sobre o meu pai? Como vocês explicam isso?Ao ouvir isso, Miguel chamou Eduardo:— Verifique quem está espalhando as notícias online.Eduardo estava prestes a responder, mas a Sra. Nunes interrompeu:— Não precisa verificar, fui eu.Ela se adiantou.Miguel a olhou:— Vovó, por que você fez isso?— Por quê? Se não fosse por ela, a Alice nunca teria acabado assim! A Alice era uma boa garota, e foi por causa da Luiza que ela sofreu tratamentos desumanos, chegando a desenvolver traumas psicológicos. A Alice está nessa situação miserável, e por que Luiza tem o direito de viver feliz? Bryan matou o Zeca, que não era só seu pai, mas também meu genro. Miguel, como você pode ser tão cego? Essa mulher é um desastre, ela não merece sua proteção! — Com o rosto carregado de raiva, a Sra. Nunes começou a xingar, uma frase após a outra. — Miguel, não importa o que você pense de mim, eu vou ti
Por isso, ele estava esperando a resposta do psicólogo. O psicólogo era do hospital do Grupo Sunland, e não do lado da Alice, isso eles tinham certeza. Yago disse: — A Alice nunca quis colaborar para fazer os exames, então o relatório não é muito preciso. Acho que, se você tiver outra maneira, deveria tentar por outro lado. Miguel de repente lembrou daquela frase. "Aquele homem tinha uma tatuagem de dragão no braço e se chamava William." Naquele dia, entre as pessoas que mataram, ele deu uma olhada rápida, e parecia que não havia ninguém com uma tatuagem no braço. Talvez ele tivesse fugido. Pensando nisso, Miguel pegou o celular e fez uma ligação. — Vá procurar uma pessoa para mim. Miguel descreveu as características daquele homem pelo telefone. Yago, ouvindo, levantou a sobrancelha. — Esse cara é uma pista? — Naquela noite, a Alice disse que esse homem com uma tatuagem de dragão no braço fazia parte do grupo que a atacou. Mas entre os que matamos, não havia nin
Luiza não se opôs e foi levada pela mão até a sala de jantar, onde se sentou à mesa. Miguel serviu uma tigela de sopa de frutos do mar para ela. Luiza não disse nada, apenas tomou a sopa em silêncio até o fim. Quando terminou, voltou para o andar de cima, e Miguel trouxe um copo de leite, pedindo que ela o tomasse antes de dormir bem. Ele disse gentilmente: — Lulu, tome o leite e durma bem. Amanhã tudo estará bem. Sim. Amanhã tudo estaria bem. Assim como quatro anos atrás, quando Nanda matou o pai dela, e Miguel também a fez dormir. Ele acreditava que, depois de dormir, tudo ficaria bem. Enquanto seu coração estava despedaçado, sangrando incessantemente, ele dizia que uma boa noite de sono resolveria tudo. E as pessoas que a machucavam sempre estavam em uma posição elevada, prontas para feri-la de novo, sem o menor escrúpulo... Luiza não sabia por que, mas teve vontade de rir. No entanto, no fim, não o fez. Pegou o copo de leite, engoliu tudo, reprimindo o amarg