Capítulo 3

Lorena

Aí. Aí.

Eu me levanto e meus olhos doem quando sinto a luz forte contra eles, eu engulo em seco, e depois tento novamente, e eu suspiro de alívio por minha visão está bem.

Eu estou deitada em um colchão no chão, e tem outras mulheres à minha volta, muitas estão tristes, outras estão chorando. São cerca de trinta delas.

– Onde estou? – Eu pergunto com a mão na garganta. E a outra na minha cabeça, ela está latejando.

– No inferno. – Uma delas diz irritada. E eu a olho com ainda mais confusão para elas. Não sei onde estou e o que está acontecendo.

– Vamos ser vendidas para homens que querem nossos corpos. Prostituição de luxo. – Uma mulher com a pele igual a chocolate, ela é linda, mas está irritada e com razão. E o temor sobe em mim, e sinto o ar me faltar. Isso não pode ser.

– Não temos escolha. Se negamos, morremos. Esses caras tem muito dinheiro. – Uma loira pequena diz com a voz trêmula. Eu engulo em seco sem saber como vim parar nesse lugar, minha mente está tão bagunçada.

– A dor vai passar depois de alguns minutos. Essas drogas são fortes. – Falou a mulher preta novamente e eu concordo sem saber o que fazer.

– Vocês estão aqui há muito tempo? – eu perguntei estranhando minha voz.

– Nós somos exclusivas dessa cedi. Fazemos essa merda todo final de semana. Eles fazem tudo de ruim para nós. As pessoa que paga para passar uma noite com nós, pode fazer de tudo, só não nos matar. – A mulher loira volta a falar.

–Você estreia essa noite, junto com mais cinco. São as novas exclusivas de lugar. – Eu morena fala com nojo.

– Tem que ter um jeito de sair. – Eu digo sentindo a angústia chegar.

– Não tem. Esse lugar é fortemente guardado. Pessoas ricas os mantém de pé. – Outra delas fala, e eu não consigo acompanhar seus rostos.

Eu me levanto incerta, mas não tem para onde ir, estávamos em um quarto com dezenas de colchões no chão, e um banheiro pequeno, e a única porta que tem é de ferro pesado, como fosse uma porta de um cofre e eu olho para o teto e vejo uma câmera lá.

– Somos o tesouro deles. Idiotas malucos. Vou matar todos eles. – Falou uma mulher e eu sinto seu ódio e sua dor só pelo tom de sua voz.

Eu me arrasto para o colchão que acordei, e me sento, não posso fazer nada, não tem o que fazer. Não sei onde estou, e quem são essas pessoas. Só sei que elas podem me matar.

Deus, por que minha mente dói tanto, e por que tudo é tão nublado. 

Eu me assusto quando uma mulher vestida de vermelho abre a porta e atrás dela tem cinco homens armados. E eu engulo o bolo que se forma na minha garganta.

– Vamos, em fila única. – Eu sou puxada para esta de pé por uma das mulheres que estava ao meu lado, e sigo. – Vocês precisam de um banho, para depois serem entregue ao nosso maquiador.

Ela fala como se isso fosse algo como modelagem não estrupo, e outras coisas horríveis que vamos sofrer, e o pavor que está dentro de mim aumenta a cada passo que dou para fora da sala.

Eu engulo mais rápido e subo uma escada de mármore, e quando estamos no alto, passamos por mais uma porta com dois homens armados, e depois fomos levadas para uma grande sala, cheia de banheiros, onde somos obrigadas a tomar banho.

E depois, mais uma vez em fila única, somos levadas a outra sala como fosse um salão onde somos arrumadas e mais dez garotas chegam para se arrumar depois de nós.

E tudo que sinto é vontade de fugir e gritar, e acima de tudo de matar todos esses idiotas.

Sou forçada a usar um vestido que mal cobre a minha bunda, e uma lingerie que cobre muito menos, me sinto nua, exposta.

– Hoje será uma noite gloriosa! – disse a mulher vestida de vermelho, que eu chamo de diabo loiro.

– Meninas, vão para o salão – e eu vejo cerca de dez mulheres passarem pela porta que ela indicou e eu engulo em seco quando escuto barulhos e risadas lá fora.

– Vocês esperam aqui – fala o diabo loiro, apontando para mim, e as meninas que estão ao meu lado. Todas estamos vestindo do mesmo modelo, mas com cores diferentes. Mas essa merda não pode ser chamada de roupa.

Uma a uma elas são levadas para o palco e eu sinto o ar me faltando a cada minuto que passa, quando chega a minha vez, sinto que posso desmaiar, virei para correr, mas dois homens estão atrás de mim, e eu sou empurrada para o palco.

A princípio não vejo nada a não ser os holofotes em meu rosto, depois o barulhos de aplausos, a voz da diaba loira, e por fim as pessoas, que me olhavam com cobiça, luxúria e tantas outras emoções que me dão nojo.

Não estou segura, eu nunca vou estar neste lugar.

Derek

No minuto que entrei no salão, eu podia sentir que estava no lugar certo, e a espera que ela aparecesse quase me levou a insanidade, mas eu esperei, não podia colocá-la em perigo ou pior, a leva para longe de mim novamente, eu não tenho mais tempo para caça.

Eu odeio todas as pessoas que estão aqui.

–... Ele é meu novo indicado ao clube. – Andrew diz a um senhor pomposo que está na nossa mesa. Tudo que ele falava era irritante, e se prestasse mais atenção no que ele dizia, corria o perigo dele ser morto com o garfo.

– Bom. Espero que seja confiável. Não podemos deixa a nossa diversão acaba. – Diz o velhote idiota.

– Com certeza senhor Braga. – Falou Andrew escondendo sua irritação.

Eu seguro um rosnando e foco o meu olhar no palco, onde uma mulher de vermelho começa a apresentar as mulheres que serão vendidas hoje a noite. E isso me deixa ainda mais irritado. Fica difícil me segurar.

Eu mudo meu olhar para o cardápio da noite, e não fico surpreso quando vejo os nomes das meninas que serão vendidas hoje, e o que elas podem fazer.

São seis, entre passa a noite e até outras coisas que nem quero comentar de tão honrosa que são. Odeio esses idiotas, babacas e filhos do diabo.

Eu vejo uma por uma as mulheres subirem ao palco e serem vendidas, isso me deixa enjoado com toda a merda que estou vendo.

Eu abaixo minha cabeça para o prato vazio que está na minha frente, pois não tenho vontade de comer nada. E foco na minha respiração para me acalmar, é quando eu sinto, o seu cheiro de tulipas e água da chuva, e eu e meu lobo sabemos que encontramos.

Aí está nossa guerreira.

– Começando, agora com a sexta garota e última. Ela está na categoria BDSM – a apresentadora diz e eu gelo por dentro e direcionei todo o meu autocontrole para manter meu lobo quieto. – Ela está interpretando uma garota sequestrada, amedrontada, querendo fugir, como as outras, hoje é o dia do sim, mesmo quando elas dizem "não". Tudo que a sociedade diz que é errado, aqui é possível. Lembrando que elas são ótimas atrizes. Vamos começar com 80 mil. Quem dá mais?

Eu olho para minha companheira e sinto seu medo, desespero que vem dela, é como um imã para mim. Ela está sem esperança, seu espírito está morrendo e eu não posso deixá-la quebrar.

Ela é tão linda, mesmo com o medo sobre ela, ela tem lindos cabelos loiros que caíam em cachos sobre seus ombros e posso ver as pontas na cintura. Ela tem curvas, e ela é tão bela, mesmo nessas roupas que a deixa tão indisposta contra sua vontade.

Quero tirá-la daquele palco e protegê-la contra meus braços e garantir que nada de ruim possa atingi-la. E vou fazer isso como missão para ela.

– Meio milhão – saiu dos meus pensamentos quando vejo o velho idiota gritando.

– Dole uma, dole duas…

– Um milhão e meio. – Eu digo com a voz mais fria, demonstrando que não estou desistindo, e eu vejo seu corpo tremer de medo e horror e luto para não correr em sua direção e confortá-la.

– Dois milhões. – O velho idiota diz estufando o peito e eu seguro minha raiva.

– Três milhões.  –  Eu continuei voltando meus olhos para ela.

– Quatro milhões. – Ele volta a dizer e eu começo a ver o pavor nela, suas mãos estão juntas entrelaçam na frente do seu corpo, e seus dedos estão brancos de tanto ela aperta um contra o outro. Isso me irrita, isso pode machucá-la.

– Dez milhões. – Eu falo. Posso fazer isso o dia todo. O dinheiro vem do meu tio, ele não negou ao meu pedido de ajuda, e colocou meio bilhão na minha conta. Não posso ficar ofendido, não quando isso salvará minha companhia.

Não tinha todo esse dinheiro na minha conta bancária, eu fiz alguns investimentos ao longo dos anos com ajuda do meu tio, e tenho uma quantia que  possa viver bem por alguns anos sem trabalhar e sustentar meus filhos e companheira. Mas não penso em parar de trabalhar.

– ...vendido para a mesa quatro, para o novo indicado do ser Montgomery. Um novo associado. Senhor Collins. Palmas. Essa foi a última por hoje! – falou a mulher odiosa em cima do palco, e eu vejo ela puxando minha companhia. Quero ir até ela, mas me mantenho quieto.

Companheira. Buscar.

Ainda não, mas estamos perto.

Mais perto do que jamais estivemos.

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