Lucas Park
Ela sempre tinha essa reação. Sempre tinha surpresa em seus olhos e aquela leve mordiscada em seu lábio inferior. A mão sendo levada ao pequeno pingente em seu pescoço quando estava nervosa. Todo o seu conjunto me desestabilizava de uma forma que nenhuma outra mulher, jamais conseguiu. Ela nem precisava fazer nada além de respirar, para iniciar um incêndio dentro de mim.
Ela me observava, ainda confusa, ainda tentando me decifrar. Mas eu sabia que, dessa vez, ela não encontraria as respostas que buscava. Pois nem eu as tinha. O que eu sabia é que estava a um fio de quebrar a promessa que fizera a mim mesmo, porque o medo de perdê-la era infinitamente maior do que qualquer culpa que poderia me assombrar na manhã seguinte.
— Eu prefiro quebrar uma promessa a mim mesmo do que vê
Lucas ParkLutando contra o desejo ardente de devorar cada centímetro de sua pele, mantive os olhos fechados enquanto traçava um caminho de beijos quentes pelo seu pescoço. Seu corpo reagiu instantaneamente, arqueando-se sob o meu toque. Um tremor sutil percorreu sua pele, e o som suave de sua respiração entrecortada foi suficiente para inflamar cada fibra do meu ser.— Eu te amo mais do que a minha própria vida — murmurei contra sua pele, deixando meu hálito quente roçar seu ouvido. — Então preciso que me prometa… que irá me dizer para parar se não conseguir suportar.Ela hesitou por um segundo, sua mão deslizando pela minha nuca, puxando-me mais para perto.— E por que eu faria isso? — Sua voz era um desafio, mas ta
Lucas ParkDeslizei para dentro da banheira, posicionando-me atrás dela. Seu corpo cedeu contra o meu, sua cabeça repousando sobre meu peito. Fiquei ali, sentindo sua respiração se alinhar com a minha, o calor da água envolvendo ambos. Ela estava tão silenciosa que, por um momento, achei que tivesse adormecido em meus braços.— Como está se sentindo? — perguntei, minha voz grave e baixa. Ela abriu os olhos devagar, como se voltasse de um transe. — Um pouco pesada e... dolorida — admitiu, seu tom carregado de vulnerabilidade. Fechei os olhos por um instante, sentindo um aperto no peito. — Me perdoe por isso, meu amor, mas não existe outra forma... Antes que eu pudess
Lucas ParkAquela noite foi como se todos os meus desejos mais profundos estivessem expostos diante de mim, ao alcance da minha mão, prontos para serem tomados sem que nada ou ninguém pudesse me impedir. Eu a tinha por completo, e nem mesmo Gadreel poderia nos separar.Eu a conhecia bem o suficiente para saber que, depois do que aconteceu entre nós, ela jamais recusaria se casar comigo. E por favor, não me entenda mal. Nunca foi essa aminha intenção, eu não me rendia a tentação de seu corpo apenas para usar como uma arma. Apenas aconteceu que, de acordo com as circunstâncias, era exatamente dessa forma que se parecia.O destino tem um senso de ironia cruel. Porque apesar de não saber dizer exatamente o momento em que entrei no paraíso, posso afirmar com precisão o instante exato em
Lucas ParkMe obriguei a recuar alguns centímetros, mantendo meu olhar cravado no dela. Ela ouviu o que eu disse, absorveu cada palavra, entendeu exatamente o que eu queria.— Se me disser, agora mesmo, que aceita se casar comigo em dezoito dias, eu juro por Deus que a farei ver o paraíso. — Meus olhos desceram lentamente por seu rosto, demorando-se em sua boca. — E te farei gozar quantas vezes for possível, até que compreenda o quanto eu te amo.— Querido... — A voz dela falhou, trêmula, frágil.Aquele som foi como um soco direto no meu peito.Ela estava relutante. Mas eu sabia. Eu sabia que a dúvida estava corroendo as barreiras que ela tentava desesperadamente manter entre nós.&md
Lucas Park Sempre disse que daria minha vida por ela, que a amava mais do que tudo nesse mundo. Mas nunca com aquela intensidade. Antes foi como dizer que ela estava bonita, apenas uma constatação do que todos já sabiam, algo dito sem ter qualquer esforço ou pensamento mais profundo. Mas dizer que a amava, de forma simples, cru e tão verdadeira, foi a primeira vez. Engoli em seco, o coração batendo pesado. — Eu te amo mais do que a minha própria vida. — A confissão veio carregada de peso, arrancada do lugar mais profundo e sombrio dentro de mim. — E não quero passar mais um único dia dessa vida sem que você seja minha esposa. Ela não desviou o olhar, mas as lágrimas ainda desciam por suas bochechas. Silenciosas. Dolorosas. &
Lucas Park Desafiando todas as expectativas, enquanto me atormentava, observando a escuridão consumir tanto o quarto quanto a minha mente, senti o celular vibrar no bolso. Nunca era um bom sinal. Por que diabos nunca conseguia receber uma boa notícia vinda daquela merda de aparelho? O identificador de chamadas nem precisava me dizer quem estava do outro lado. O frio cortante que percorreu minha espinha já se encarregava disso. — É muita ousadia me ligar a essa hora — rosnei, rispidamente. — Boa noite, senhor Park — ouvi sua risada. — Não parece de bom humor. — Vai se foder, seu filho da puta! — Bravejei, com o sangue fervendo. — Talvez eu faça isso... na próxima vez que a encontrar. — Ele deixou a provoca&cced
Lucas Park Já fazia tanto tempo que eu não nos permitia passar um momento juntos. Um instante em que pudesse tê-la ao meu lado, observá-la simplesmente ser ela mesma — ou, ao menos, aquilo que ela escolhia me mostrar. Era como se eu tivesse esquecido como era estar perto de Gabrielle sem segundas intenções, sem as barreiras que eu mesmo construíra entre nós. E eu estraguei tudo. Quando abri os olhos naquela manhã, senti o peso de todas as escolhas que fiz. Decidi que, naquele dia, cada minuto seria dela. Embora estivesse ciente que não havia tempo para redenção, eu precisava ao menos demonstrar que eu me importava. Eu precisava faze-la entender que o que tivemos, que o que fizemos, não tinha nenhuma relação com a obrigatoriedade de nosso casamento. Nós
Gabrielle Para alguém que sempre se orgulhava de ser controlada e autossuficiente, eu estava me saindo péssima. Ser motivo de decepção para os outros já era difícil; mas para si mesma? Esse era um peso insuportável. E os meus fardos tinham nomes, rostos... e, pior ainda, vozes que não paravam de ecoar na minha mente. Gadreel, Lucas, Murilo... Cada um à sua maneira, ocupando espaços em mim que eu nem sabia que existiam, como se travassem uma guerra silenciosa enquanto eu estava no meio do fogo cruzado. Eu não sabia o que era mais inquietante: o fato de que, de alguma forma, eles estavam ligados de maneiras que ainda não entendia, ou o fato de que talvez não estivessem tão distantes quanto eu gostaria. Todos faziam parte de um emaranhado que me prendia, e não importava o quanto eu lutasse, parecia impossível sair