Minha garganta travou. Meus pulmões pareciam ter parado de funcionar e quando ele colocou uma mão por baixo da peça de dormir, quando pareceu tocar minha bunda e… Quando pareceu me tocar, o vídeo chegou ao fim.A primeira lágrima dolorosa escorreu pela minha face.Não podia ser! Ele não podia ter feito aquilo. Não. Ele não podia ter sido louco a tal ponto. E por quê caralho eu não acordei? Por que eu parecia estar desmaiada?Não. Não. Não.Joe não podia ter feito aquilo! Ele não podia.Apavorada fui abrir os outros vídeos, e aquela mesma cena ia se repetindo, após tomar meus comprimidos controlados e deitar a cabeça no travesseiro, Joe aparecia quinze minutos depois e fazia as mesmas coisas. Ele me tocava lentamente e quando alcançava a parte de baixo do vestido, o vídeo acabava.Aquele filho de uma puta me tocou durante todas aquelas noites?Eu não precisava ver mais nada para ter certeza que sim. Joe era um asqueroso, uma pessoa nojenta e depravada. Ele tentou me machucar, como
Há situações em nossas vidas que simplesmente não sabemos o que fazer, como reagir, ou até mesmo como sermos fortes.Muitas vezes durante os meus anos, achei que chegaria uma hora onde eu daria fim aos meus sofrimentos de uma vez por todas, e mesmo assim eu resisti um pouco mais. Me fiz de forte um pouco mais.Nesse exato momento, entrando em um carro com Jason e Scott, eu estava sendo forte pra caralho. Não deu para esconder a verdade do mais velho, assim que ele chegou no apartamento e presenciou tudo aquilo, Jason teve que contar e ele viu o que havia no pen drive.Meu medo foi de ser rejeitada. Sim, se eu estava com nojo de mim mesma, por que então Scott não estaria? Mas ao contrário de qualquer pensamento meu, o homem me abraçou,me fez levantar do chão, vestiu uma roupa em mim e disse para que eu ficasse firme.Ele garantiu que Joe não ia mais passar despercebido, e que se fosse preciso, ia acionar a Família para buscar por ele, e o que eu fiz? O mandei prometer que não ia ab
Kodar era uma ilha tão extensa que havia uma pista para pouso, além de uma mansão enorme e uma floresta maior ainda.O avião pousou depois de quase uma hora. Os Jipes já estavam à nossa espera e quando Lily disse que ia no mesmo que eu, fui salva por Jason e por Buck, que conseguiram se enfiar no veículo antes que ela fizesse isso.Agora era a hora de vestir minha armadura e colocar um sorriso no rosto. Íamos dar de cara com toda a Família, bom, não exatamente todos os membros, mas o outro filho de Kiara estaria lá com sua esposa e seus filhos, como de costume.Luigi era o irmão mais velho de papai, contudo, a aparência de ambos era praticamente a mesma, quase como se fossem irmãos gêmeos. O mais velho usava também o sobrenome do pai deles. Fauzer. Tinham o próprio negócio assim como papai tinha a Hayans, mas não misturavam os sobrenomes porque até nisso a Família gostava de fazer distinção.Então, enquanto Paul aderiu ao sobrenome Legard para ficar conhecido, o irmão aderiu ao Fa
Corey e Lily se juntaram a nós ao descer do Jipe que havia ficado um tanto para trás, e então todos foram como malucos em cima da mulher para conhecê-la enfim, e para cumprimentar a noiva que logo seria esposa de Corey.Em cerca de um mês o casamento estaria acontecendo e todos mais uma vez estariam reunidos, na ilha, para participar da cerimônia que Kiara exigia que fizessem.Não podia negar, quando eu pensava em casamento, a única coisa que me deixava extasiada era a possibilidade de fazer o ritual exigido. Pelas fotos das cerimônias de meus pais e dos outros casais, era uma coisa linda. Só para os membros da Organização, mas realmente, um ritual muito bonito que enchia os olhos e transmitia uma conexão sem igual, apenas por fotografias.— Bom, já que estamos todos reunidos, vamos esperar mais o que para começar? São três ótimos dias para fazermos os Jogos, e esse é de inicialização, certo? — Klaus não esperou para falar.Lily, que parava de falar alguma coisa com Francesca, a mãe
Minha decisão havia sido tomada, entretanto, não agradou nem a Corey e nem a Buck.Os dois me encaravam com uma feição nada amigável. Buck queria participar dos Jogos comigo, mas papai sugeriu que ele fosse com Klaus dessa vez, e Corey ainda não estava feliz com a companhia de sua própria noiva, visto que teria de jogar sem ser de modo muito competitivo, visto que ia ser a primeira maratona que ela participaria. Contudo, para mim ele era um baita idiota, isso sim.Por acaso era minha a culpa de ela ser sua noiva, e consequentemente, seu par?Optei por Jason para ser minha companhia, não só porque Kiara sugeriu, como porque me pareceu realmente a melhor coisa a se fazer. Teríamos que atravessar a floresta de uma ponta à outra. Tínhamos três dias para fazer isso e eu esperava concluir o percurso em menos de vinte e quatro horas, como Buck pediu.Seria um recorde sim, e também seria bom para que assim, todos voltassem para suas casas e eu ficasse só com a minha família ali, preparada
— Vai me contar o que está te incomodando ou vai ficar com essa cara?Olhei de relance para Jason, cerrando os olhos como se pudesse o repreender por falar tão alto.Estávamos andando já fazia mais de uma hora e era muito estranho não ter ouvido nenhum som diferente, nem mesmo um som que acusasse que estávamos sendo cercados ou seguidos, contudo, se falasse alto demais, poderiam nos encontrar antes do tempo, e se eu pudesse escolher entre ter de lidar com Green, por exemplo, ou seguir caminho sem ter ela na minha frente, eu escolheria seguir só com Jason.— No que ajuda se eu contar?— Depende. É uma informação muito importante? Causa muito impacto?Parei abruptamente assim que pisei em um galho e ele se partiu soltando um barulho chamativo demais. Jason também ficou estático, aguçando a audição para tentar identificar a presença de alguém, ou um sussurro, ou qualquer coisa que pudesse nos dar uma pista.Silêncio foi a única coisa que ouvimos. "Silêncio" bem entre aspas, claro, porq
— Eles são malucos — sussurrou, olhando ao redor para se certificar de que não havia mais ninguém ali.— E eu acho que precisamos mesmo parar e esperar. Se eles ficarem na nossa frente, temos mais chances do que ser pegos pelas costas. Vamos deixá-los seguir alguns metros, e depois podemos dar um jeito de encurralar quem aparecer em nossa frente.Concordando em silêncio, seguimos floresta adentro, cautelosos e atentos a qualquer barulho estranho. Após acharmos uma árvore grande onde poderíamos subir e nos esconder caso fosse necessário, nos sentamos sobre os troncos no chão, cada um de nós colocando as mochilas na parte frontal do corpo para evitar que um tiro de surpresa nos acertasse. Green e os outros podiam ser bem inteligentes quanto a caçar.— Quer me contar o que está me escondendo?A pergunta saiu sussurrada e minha resposta foi silenciosa. Balancei a cabeça, ondulando o pescoço para lá e para cá em um "talvez".Jason capturou um graveto que havia pelo chão entre tantos out
"Me posicionei na sacada de um prédio abandonado bem na frente do estabelecimento. Beirava as duas da madrugada, não tinha uma alma viva pairando por ali, e quando o papai sussurrou pelo rádio que eu deveria ficar em alerta, eu fiquei. Estava com a besta, preparado para atingir o alvo, e sem muita visão do que acontecia lá dentro, assim que ele disse "agora" eu disparei a flecha e ela acertou o corpo que tinha um capuz na cabeça.A flecha entrou no peito, sem erro acertou o coração. Só pude ver o rosto da pessoa quando ela caiu de joelhos e tombou para o lado. Era ela. Era a minha garota.O papai passou por ela com uma calma impressionante, e quando olhou para cima para me encarar, ele bateu uma continência, uma maldita continência, como se tivesse acabado de prestar um ótimo serviço, e então saiu.Acho que eu nunca fiquei tão apavorado em toda a minha vida. Desci de lá em uma velocidade absurda, e quando eu a peguei em meus braços, ela já não tinha mais vida. Ela já não era mais a