Meu coração estava despedaçado, eu gritava ajoelhada no chão, o policial chamado Ward se ajoelhou e me envolveu em seus braços tentando me levantar.
— Mia? — Justin saiu do carro e veio correndo em minha direção.
Todas as pessoas que se encontravam ao redor da casa voltaram seu olhar para mim, eu reconheci o rosto de muitos deles, vizinhos que eram amigos da minha mãe, até mesmo o pai de Scott estava entre eles, sua expressão de profunda tristeza.
Ele ultrapassou a Fita de isolamento e tentou vir até mim.
— Mia! — gritou meu nome, mas foi rapidamente contido por outro policial que o colocou novamente atrás da fita.
Justin Jones se apresentou ao meu policial Ward como sendo meu amigo.
Eu reuni forças para me desvencilhar dos braços de Ward que insistia em me segurar.— Me solta! — esbravejei para ele.
— Se acalme, vai ficar tudo bem. — anunciou suave, me
O carro parou em frente a casa dos Jones, a Sra. Jones saiu do carro e eu a segui a passos lentos em direção a sua porta, enquanto caminhava senti as primeiras gotas de chuva cair sobre meus ombros, a mulher ao meu lado envolveu seus braços ao meu redor e me guiou gentilmente para o interior de sua casa, já no imóvel foi sugerido que eu me sentasse no sofá.Não havia sinal do senhor Jones na casa, muito provavelmente estava dormindo, já que ele acordava muito cedo, tinha um cargo importante em uma fábrica de sapatos.Olhei para minhas mãos trêmulas em meu colo, só naquele momento me dei conta de que havia deixado minha bolsa com meus pertences no carro de Justin.Fiquei aflita ao pensar nesse fato, mas não era a ausência das roupas que me causaram frustração, e sim o celular.Porque agora gradualmente fui me tornando ciente de que meu pai havia sido levado ao hospital, eu nem mesmo sabia qual.A Sra. Jo
Eu o encarei chocada com sua reação despreocupada com seu próprio irmão, ele me segurava pelo braço ainda e eu o puxei de sua mão.Ele voltou seu olhar para mim interrogativo, parecia não entender minha indignação.— Não preciso da sua ajuda. — rosnei para ele.Caminhei direto para o banco de informações onde a atendente foi muito prestativa, Scott me seguiu enquanto eu dizia o nome do meu pai e entregava minha identidade, Scott seguiu meus passos entregando os documentos, um cartão de identificação foi nos entregue e informado para colar na roupa.Visitantes, informava o papel.Segui para a ala sete no procurando o quarto 445, o estado de saúde do meu pai não me foi totalmente informado pela atendente, Scott seguia caminhando ao meu lado.A ala sete ficava no segundo andar, quando entramos no elevador Scott disse.— A Sra. Jones só foi informada do AVC no
Quando cheguei na porta da casa, antes que eu girasse a maçaneta a porta se abriu e Emily surgiu.— Mia.Pronunciou ela.Eu entrei procurando a Sra. Jones, ela estava em seu escritório ao telefone.— Assim que sair o laudo pericial eu preciso ser avisada. — falava quando bati na porta aberta para chamar sua atenção.Ela virou a cabeça em minha direção e desligou o telefone.— Mia, como você está? — perguntou.— Sra. Jones preciso que me leve a delegacia, um amigo foi preso...- então comecei a explicar tudo a ela sobre Rick.Por fim ela também não pareceu surpresa de Scott ter um irmão gêmeo.— Todos os adultos sabiam sobre ele?Ela assentiu.— Ben foi avisado?Ela se referia Ben Harper, pai de Rick e Scott.— Não sei.Ent&
Eu o abracei forte enquanto ele dirigia a moto, meu coração estava acelerado e quando paramos em frente a minha casa ela não estava mais como no dia do crime.Não havia fita amarela, tudo estava escuro e silencioso.Quando desci da moto senti minhas pernas fracas, meu corpo estremeceu e por um momento pensei que fosse cair, mas fui apoiada por mãos grandes que me envolveram me ajudando a firmar os pés ao chão.— Um passo de cada vez. — disse Rick.Rick avançou sorrateiramente até a janela, espiou o interior pelo vidro e eu fui direto ao vaso de flores perto da porta, vasculhei à terra e retirei a chave extra escondida.Quando me levantei retirando a chave do saco plástico estremeci com o som do vidro sendo quebrado.Olhei para Rick que havia acertado um soco na janela com o casaco fino enrolado no punho.Ele acenou para eu entrar e pulou para o interior.Eu me virei e girei a chave na maçaneta, quando entrei acendi as luzes
Eu acordei horas depois com a luz do sol entrando no quarto, levei as mãos ao rosto e imediatamente senti o inchaço no meu olho direito.Gemi e tentei me mover no chão frio, todo o meu corpo doía.Quando minha visão finalmente se focou se tornando nítida vi Rick deitado a poucos metros de mim, seu rosto coberto de sangue, seus olhos estavam fechados e inchados.Reuni forças ignorando a vertigem e me levantei indo até ele.Seus ferimentos eram ainda pior de perto.— Rick! — o chamei e não obtive resposta.Seu nariz estava em um ângulo estranho, devia estar quebrado.Eu o sacudi o chamando mais uma vez e dessa vez ele gemeu.Meu coração saltou de alívio quando ele abriu os olhos.— Mia. — murmurou ele.Ele levantou a mão e a levou ao rosto, seus dedos roçaram no meu olho machucado e eu me afastei.— Está machucada. — anunciou e
Olhei para Rick sendo levado de maca para ser tratado, mesmo com dor e com seu nariz visivelmente quebrado enquanto seguiam com ele pelo corredor do hospital ele sorriu para mim, de uma maneira como se tudo fosse ficar bem.— Você vai voltar? — gritou ele da maca.— Vou! — respondi.Acenei para ele em seguida, tentei forçar um sorriso otimista, mas não fui tive êxito nisso.Nada me permitia sorri naquele momento, uma parte de mim, guardou rancor por ele não ter sido inteligente e ter pegado o quadro quando teve a oportunidade, por ser burro o bastante para me buscar no meio da madrugada para ir atrás da prova por mim mesma, mas outra parte de mim me lembrava de que Rick era uma das poucas pessoas ao meu redor que eu confiava.Me lembrei do que ele estava disposto a aguentar para que eu solucionasse o crime.Que obtivesse justiça.Até quanto tempo daquela surra brutal ele aguentaria? Eu sentia que ele
Eu tive um sonho.Um sonho bom, onde eu estava na praia, meus pés tocavam a areia e eu sentia o calor do sol em meu rosto.Mas não era eu do presente, era a Mia do passado, a Mia criança que não tinha nenhuma preocupação.Ouvi minha mãe me chamar, eu estava caminhando para o mar, tentando sentir a água nos meus pés e ignorei o seu chamado, continuei andando deslumbrada com a imensidão do oceano, quando vi estava com a água na cintura, mas não tive medo.Continuei brincando e não demorou muito até eu não sentir mais o chão sobre meus pés, fui arrastada pelas ondas intensas e traiçoeiras, tentei a todo custo nadar de volta à margem, mas quanto mais fazia isso mais era levada para longe, eu era muito pequena e fraca no meio de todo aquele oceano...Vi ao longe minha mãe gritar por mim e chorar e eu queria responder,
Havia se passado três meses desde que minha mãe morreu, havia alguns dias como hoje que eu acordava, mas não queria de modo algum levantar.Ficava deitada na minha cama encarando o teto do meu quarto, uma parte de mim, aguardava ouvir meus pais saindo para o trabalho, eu virava minha cabeça para a porta esperando ver minha mãe me avisando estar indo.Mas é claro que nada disso acontecia.Então eu virava para o outro lado e logo sentia as lágrimas descerem.Isso durava alguns minutos até ouvir a buzina de uma certa moto em frente a minha.Virei de barriga para cima e sorri ouvindo a buzina impaciente.Levantei e fui olhar na janela, parado em cima da Harley Davidson estava Rick acenando e sorrindo.Ele sempre estava sorrindo ao aparecer pontualmente todas as manhãs às sete para me levar ao trabalho no centro.Me arrumei rapidamente e desci correndo em sua direção, ao me aproximar o suficiente ele me puxou pela c