AMÉLIA— O que você quer, Arthur? — Meu coração batia descompassado enquanto sussurrava as palavras, tentando manter minha voz firme, mas falhando miseravelmente.— Precisamos conversar. — Ele disse, seus olhos implorando por uma chance de se explicar. — Larissa não significa nada para mim. Nós não temos nada.Eu ergui a mão, interrompendo-o antes que ele pudesse continuar. Senti meu coração bater mais rápido, mas mantive minha expressão firme.— Arthur, você não precisa me explicar nada. — Minhas palavras saíram mais frias do que eu pretendia, mas eram necessárias. — Nós não temos nenhum tipo de relação, e nem vamos ter. Somos muito diferentes. — Cortei suas palavras com firmeza, sentindo um nó na garganta ao encará-lo nos olhos.A expressão dele mudou, endurecendo enquanto ele se aproximava mais.— Você não entende, Amélia. — A voz de Arthur saiu rouca, quase desesperada, enquanto dava um passo à frente, os olhos brilhando com uma intensidade que me assustou. — Você precisa me dar u
AMÉLIADisquei o número de casa, cada toque aumentando a minha ansiedade. Minha mãe atendeu após alguns segundos, e a sua voz carregava uma mistura de preocupação e expectativa.— Oi, mãe... — comecei, tentando encontrar as palavras certas. — Preciso te contar uma coisa.Houve um breve silêncio do outro lado, antes de ela responder com cautela: — O que aconteceu, Amélia? Você está bem?Respirei fundo para me acalmar antes de continuar. — Eu decidi passar alguns dias na casa de uma amiga da igreja, a Liliana. Preciso de um tempo para pensar, para me acalmar.Ela ficou em silêncio por um momento, e então a sua voz soou firme e preocupada:— Você vai ficar onde, Amélia? Isso não é seguro para você, você sabe como o mundo de hoje é perigoso.— Eu sei, mãe... — respondi, tentando explicar. — Mas eu preciso disso. Eu sou uma adulta agora e tenho o direito de tomar minhas próprias decisões.Ela suspirou pesadamente do outro lado da linha.— Amélia, você precisa voltar para casa. Agenor e e
AMÉLIAA luz do sol da manhã passava pelas cortinas da pequena cozinha de Liliana, criando padrões suaves de luz no chão de azulejos. Sentadas à mesa, Liliana e eu tomávamos café da manhã.— Como dormiu, Amélia? — Liliana perguntou com um sorriso afetuoso, enquanto mexia sua xícara de café com leite.Aconchegada na cadeira, agradeci com um aceno de cabeça, sentindo o calor reconfortante da bebida nas minhas mãos trêmulas. A noite anterior ainda pairava sobre mim, as palavras da minha mãe ecoando em meus pensamentos.Por que Agenor tinha que aparecer na nossa vida e estragar tudo?— Melhor do que em casa, com certeza. — Respondi, tentando soar leve, apesar do peso em meu coração. — Faz muitos anos que não durmo uma noite completa, sem acordar. — confessei.Apesar da porta do meu quarto estar sempre fechada com chave, eu não confiava. Agenor poderia muito bem ter uma cópia da chave sem que eu soubesse ou sei lá. Pensamentos como esse me faziam acordar com um pequeno susto, e então eu n
AMÉLIADisquei o número de casa, cada toque aumentando a minha ansiedade. Minha mãe atendeu após alguns segundos, e a sua voz carregava uma mistura de preocupação e expectativa.— Oi, mãe... — comecei, tentando encontrar as palavras certas. — Preciso te contar uma coisa.Houve um breve silêncio do outro lado, antes de ela responder com cautela:— O que aconteceu, Amélia? Você está bem?Respirei fundo para me acalmar antes de continuar.— Eu decidi passar alguns dias na casa de uma amiga da igreja, a Liliana. Preciso de um tempo para pensar, para me acalmar.Ela ficou em silêncio por um momento, e então a sua voz soou firme e preocupada:— Você vai ficar onde, Amélia? Isso não é seguro para você, você sabe como o mundo de hoje é perigoso.— Eu sei, mãe... — respondi, tentando explicar. — Mas eu preciso disso. Eu sou uma adulta agora e tenho o direito de tomar minhas próprias decisões.Ela suspirou pesadamente do outro lado da linha.— Amélia, você precisa voltar para casa. Agenor e eu.
AMÉLIAA luz do sol da manhã passava pelas cortinas da pequena cozinha de Liliana, criando padrões suaves de luz no chão de azulejos.Sentadas à mesa, Liliana e eu tomávamos café da manhã.— Como dormiu, Amélia? — Liliana perguntou com um sorriso afetuoso, enquanto mexia sua xícara de café com leite.Aconchegada na cadeira, agradeci com um aceno de cabeça, sentindo o calor reconfortante da bebida nas minhas mãos trêmulas. A noite anterior ainda pairava sobre mim, as palavras da minha mãe ecoando em meus pensamentos.Por que Agenor tinha que aparecer na nossa vida e estragar tudo?— Melhor do que em casa, com certeza. — Respondi, tentando soar leve, apesar do peso em meu coração. — Faz muitos anos que não durmo uma noite completa, sem acordar. — confessei.Apesar da porta do meu quarto estar sempre fechada com chave, eu não confiava. Agenor poderia muito bem ter uma cópia da chave sem que eu soubesse ou sei lá. Pensamentos como esse me faziam acordar com um pequeno susto, e então eu nã
AMÉLIAPesadelo segurou meu braço com firmeza, mas não com força excessiva, como se temesse que eu escapasse a qualquer momento.Eu puxei suavemente meu braço, olhando diretamente nos olhos dele, uma mistura de determinação e um leve temor refletindo nos meus próprios olhos.— Pesadelo, por favor. Eu não quero problemas. Me deixa em paz. — minha voz vacilou um pouco, nervosa, enquanto tentava transmitir minha firmeza.Ele respirou fundo, soltando um suspiro pesado. Seus olhos escuros buscavam desesperadamente os meus.— Só uma conversa. Eu preciso que você escute o que eu tenho para falar. — sua voz era baixa, carregada de emoção contida.Fiquei em silêncio por um momento, meu coração batendo descompassado. Apesar dos meus receios, algo no olhar de Pesadelo me fez hesitar.— Pesadelo...— Não me chama assim. Me chama só de Arthur, como antes. — ordenou, sua voz soando um pouco ríspida.Olhei para ele, um misto de confusão e hesitação em meus olhos.Pesadelo era como todos o conheciam,
LILIANAEu observava Amélia sendo levada por Pesadelo, o coração apertado de preocupação. Mas, naquele momento, minha própria situação exigia atenção.Meu corpo endureceu quando vi Maicon se aproximando.— Eu te acompanho até em casa, Liliana. — disse ele, sem dar margem para discussão.Revirei os olhos, tentando manter a compostura.— Não preciso de escolta, Maicon. Eu sei me virar sozinha.— Eu sei que sabe, mas não vou deixar você andar sozinha por aí. — respondeu, teimoso como sempre.Suspirei.Sabia que discutir com ele não adiantaria nada. Então, começamos a caminhar lado a lado, em silêncio.A tensão entre nós podia ser sentida de longe, era quase sufocante. Eu não podia ignorar os sentimentos não resolvidos que pairavam no ar.Depois de alguns minutos, ele quebrou o silêncio.— Você está bem?— Tô. — menti, tentando soar indiferente. — E você?— Melhor agora. — disse ele, com um sorriso que não alcançava os olhos. — Você sabe, Liliana, eu nunca quis que as coisas terminassem a
AMÉLIA— O que você tá fazendo? — murmurei sentindo seu hálito quente contra a minha boca.— Você é tão linda, Amélia. Parece um anjo, sabia? — disse Arthur, se aproximando ainda mais, eu quase podia sentir a sensação dos seus lábios tocando nos meus. — Sabe quantas vezes imaginei isso? Nós dois assim...Eu queria isso.— Eu... eu não sei o que pensar. — murmurei, minha voz tremendo. — A gente nem se conhece direito, Arthur. Eu não sou assim, não costumo agir desse jeito...Ele levantou a mão, desta vez tocando suavemente meu rosto. Seus dedos eram firmes, mas o toque era surpreendentemente delicado.Meu coração disparou, e eu senti um calor subir pelo meu corpo.— Você não tem vontade? — sussurrou ele, se inclinando para mais perto. — Me deixa mostrar o quanto eu te quero, hum?Nossos olhos se encontraram, e por um momento, tudo ao redor pareceu desaparecer. O mundo se resumiu ao toque dele, à proximidade, ao som suave de sua respiração.Eu sabia que era perigoso, sabia que estava br