AMÉLIATrês dias depois...O quarto onde estou presa cheira a xixi e sujeira. O ar pesado e fétido é sufocante. Tento ignorar, mas é impossível. Minha cabeça lateja, o corpo inteiro dói. Faz três dias que não como. Às vezes, jogam um pouco de água no chão, e eu bebo do chão como um animal, mas não me dão nenhuma comida.Estou suja e com fome, sem forças. Sinto uma humilhação profunda. Não tentaram mais me estuprar, porque durante a última tentativa, eu fiz xixi na roupa.Lembro da última vez que tentaram me atacar. Russo se aproximou, me puxou pelos cabelos e me forçou a ficar de pé. Meu corpo tremia de medo e fraqueza, eu imediatamente senti a pressão aumentar na bexiga, mas não consegui segurar. O xixi escorreu pelas minhas pernas, encharcando minhas roupas sujas. Russo observou tudo com um olhar de desprezo.— Que nojo! — ele exclamou, dando um passo para trás. — Você me dá nojo, sua vadia imunda!Ele me empurrou de volta para o chão, onde fiquei encolhida.Ainda bem que isso tinha
PESADELOO caminho até o cativeiro da Amélia tinha sido um inferno. Estávamos a poucos quilômetros de distância e a ansiedade aumentava a cada segundo.Eu só queria chegar logo lá. Droga!Os carros estavam parados no meio do nada, numa área isolada cercada por mato. Pegamos as armas, ajustamos os coletes à prova de balas, o som metálico das munições sendo carregadas e os barulhos dos homens ajustando os equipamentos preenchiam o ambiente. Ninguém falava nada.Eu estava fora de mim, a raiva e o desespero me consumindo. Tudo o que eu queria era salvar Amélia logo, abraçar ela, prender ela nos meus braços e nunca mais soltar.Marreta estava do meu lado e parecia ansioso para dar um fim no Russo logo, como todos aqui. Maicon, PH, e o resto dos homens estavam prontos, todo mundo tinha um motivo para odiar o Russo, mas o meu era maior nesse momento, e por isso a morte dele deveria ser pelas minhas mãos.— Vamos acabar com essa porra de uma vez! — gritei, segurando minha arma com força.Marr
[AUTORA]— Maicon, leva ela daqui! — gritou Pesadelo com a voz cheia de urgência e desespero.Amélia, ainda chorando, gritou desesperada por Arthur.— Volta! Você vai morrer!Ela tentou correr do carro, mas foi contida por Marreta. Ela se debatia com todas as forças, gritando, enquanto ele a segurava firmemente.— Arthur! Não! — ela gritava, sua voz se quebrando em soluços desesperados. — Por favor, volta!Pesadelo sentia cada grito como facas perfurando seu coração. Ele queria correr até ela, segurá-la nos braços e garantir que tudo ficaria bem, mas sabia que precisava fazer isso.Amélia continuava a se debater, tentando desesperadamente escapar do aperto de Marreta. Ela chutava e empurrava, tentando alcançar Arthur.— Me solta! — ela implorava, a voz cheia de pânico. — Deixa eu ir até ele!Marreta a segurava bem apertado para manter sob controle, seu rosto estava sério.— Parou! — ele gritou, tentando ser ouvido acima do caos. — A gente precisa te tirar daqui. Não complica mais as c
LILIANAEu andava de um lado para o outro, as mãos inquietas. Eu não conseguia parar de pensar em Amélia.Que minha amiga esteja bem.Finalmente, ouvi o som de um carro se aproximando. Meus ouvidos estavam atentos a qualquer sinal, e quando o barulho de pneus invadiu o silêncio, corri para a porta. Maicon estava ao volante, e meu coração deu um salto quando vi Amélia no banco de trás.Caminhei rápido até o carro antes mesmo que ele parasse completamente.Maicon saiu rapidamente e abriu a porta de trás, ajudando Amélia a sair. Seus olhos estavam vidrados, a pele pálida e sem vida. Sua expressão era um misto de pânico e vazio.— Ela não tá bem. — Maicon começou a falar, mas eu não dei atenção. Meu foco estava totalmente em Amélia.Ela parecia perdida, desorientada, seus movimentos eram automáticos, como se não estivesse realmente presente.Me aproximei dela, meu coração doendo ao ver o estado em que ela estava. A envolvi em um abraço apertado, querendo transmitir toda a segurança e confo
PESADELOEstava escuro. Meu corpo doía e eu não conseguia abrir os olhos, mas podia ouvir vozes ao meu redor.— Ele não vai aguentar aqui. O posto não tem estrutura para alguém no estado dele.— Vocês tem que dar um jeito, doutor. — PH respondeu. — Ele tem que ficar aqui.Tentei me mexer, mas não conseguia. Eu sabia que a situação era grave, mas não podia fazer nada além de escutar.— Se ele não for transferido para um hospital maior, pode ter complicações. — o médico insistiu, sua voz ficando mais baixa, quase como se estivesse implorando.— A gente entende, doutor. — Marreta interveio, a voz cheia de urgência. — Mas não temos como levar ele pra um hospital fora do morro. O que tiver que ser feito, precisa ser aqui mesmo. Dá teu jeito, tá ouvindo?Tentei focar na conversa, mas minha mente oscilava entre a realidade e a inconsciência.— Eu não tenho o equipamento necessário. — o médico falou, quase em desespero.— Então faz a lista, que a gente traz, porra! — a voz de Maicon era fria.
ARTHUR (PESADELO)Quando cheguei ao topo das escadas, virei à direita e caminhei até o quarto de hóspedes. A porta estava entreaberta, e empurrei lentamente, tentando não fazer barulho.Amélia estava deitada na cama, encolhida de lado e ela parecia completamente alheia ao meu movimento. Meu coração apertou vendo ela daquele jeito. Ela tinha passado por muito mais do que qualquer pessoa deveria suportar.Aquilo só aumentava ainda mais o meu ódio por aquele desgraçado. Eu não ficaria totalmente em paz enquanto não matasse ele.Entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim com cuidado. Caminhei até a cama, meus passos silenciosos, e me deitei ao lado dela, ficando atrás do seu corpo tão fragilizado.— Amélia. — murmurei suavemente em seu ouvido.Ela não reagiu imediatamente, mas vi seus ombros tensos relaxarem um pouco com o som da minha voz.— Eu tô aqui agora, amor. — continuei, aproximando-me mais e passando um braço ao redor dela, puxando ela para mais perto de mim. — Vou cuidar de
PESADELOO matadouro era um lugar de terror puro. As paredes escuras e sujas de sangue refletiam os gritos e gemidos de dor. Era um espaço onde ninguém queria estar, a não ser que fosse para fazer o trabalho sujo. O chão era frio e úmido, com manchas que contavam histórias horríveis de gente que sofreu ali.Mas nada daquilo me incomodava, porque cada um que sofreu ali, mereceu.Esse era o lugar certo para pessoas como Russo, malditos que teriam uma morte tão ruim quanto eles.Entrei com Marreta, PH e Maicon ao meu lado e lá estava Russo, preso a uma cadeira, amarrado pelos pés e mãos. Exatamente como ele deixava a Amélia jogada naquele chão podre e imundo.O corpo dele estava coberto de feridas abertas e hematomas. O infeliz parecia um rato encurralado, mas ainda tinha a audácia de me xingar.— Você é um desgraçado, Pesadelo! — ele cuspiu, com a voz fraca mas cheia de ódio.Dei uma risada debochada e o som frio ecoou pelo lugar.Me aproximei dele, pegando seu rosto com brutalidade.—
PESADELOPH e Maicon começaram a desamarrar Russo, rasgando as roupas dele.Os olhos dele se arregalaram quando percebeu o que eu ia fazer e ele merecia cada segundo de dor que estava prestes a sentir.— Como você diz mesmo? — fingi não lembrar. — Ah, é hora de começar a diversão. — sussurrei, me aproximando dele com a barra de ferro.PH e Maicon imobilizavam seus braços, segurando Russo com força. O desgraçado finamente cedeu e começou a implorar em tom ameaçador.— Me soltem agora, seus infelizes! — gritou.— Eu juro que vou matar cada um de vocês!Cada pensamento meu se voltava para a Amélia e o meu filho.Eu não sentia pena, só necessidade de vingança. Peguei a barra de ferro e me aproximei mais.— Isso é pelo meu filho. — murmurei bem perto dele, com voz carregada de ódio.Aquilo para nós era justiça.PH e Maicon seguravam Russo firmemente, seus braços e pernas imobilizados, garantindo que ele não tivesse como resistir.— E isso é pela minha irmã e por pensar que poderia fazer al