PESADELOEu tava na salinha, discutindo com PH e Maicon sobre a contabilidade. O ambiente era tenso, o ar pesado com o silêncio que pairava sobre nós. As luzes piscavam, lançando sombras nas paredes sujas de umidade.Maicon quebrou o silêncio:— Deixou a tua mina sozinha em casa, cara? — Maicon perguntou, quebrando o silêncio que pairava entre nós.Levantei os olhos, sentindo a pressão aumentar nos meus ombros. A preocupação com Amélia não saía da minha mente. Aquela mulher era uma constante fonte de estresse e dor de cabeça, mas eu não conseguia deixar ela de lado.— Ela foi pra casa da Liliana depois que a gente brigou. — respondi, a voz carregada de exaustão.Maicon arqueou uma sobrancelha, cético. Ele nunca entendeu completamente o porquê de eu insistir tanto em manter Amélia por perto, apesar de todos os problemas.— De novo, parceiro? — ele perguntou, o tom cheio de incredulidade. — Quantas vezes isso já aconteceu?Suspirei, sentindo a frustração borbulhar dentro de mim. Era dif
[AUTORA]Pesadelo voltou para casa sentindo o cansaço das últimas semanas pesando sobre seus ombros. Ao chegar à porta, encontrou Larissa esperando por ele.— O que você quer agora? — ele perguntou, sua voz carregada de impaciência.— Essa vai ser a última vez, eu prometo. — Larissa respondeu, tentando não deixar transparecer seu nervosismo. — Eu só quero pedir desculpas e resolver as coisas.Pesadelo suspirou profundamente, sua paciência no limite.— Tá bom, mas essa é a última vez. — Ele olhou para ela com desdém, destrancando a porta e entrando na casa.Larissa o seguiu, seu coração batendo acelerado. Assim que entraram, Pesadelo foi direto para a cozinha.— Fala logo o que você quer — ele disse, abrindo a geladeira e pegando uma água.Larissa aproveitou o momento em que ele estava de costas. Com mãos trêmulas, pegou um copo e encheu com whisky. Discretamente, tirou um pequeno frasco de seu bolso e despejou o líquido transparente no copo, mexendo rapidamente.Pesadelo se virou, sua
AMÉLIAEu estava com os pensamentos embaralhados e o coração despedaçado enquanto corria pelas ruas da comunidade, as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto. Não conseguia acreditar na cena que havia presenciado. Como Arthur pôde fazer isso comigo?Perdida nos meus pensamentos, acabei esbarrando em alguém. Olhei para cima e vi Maicon, que parecia surpreso ao me ver chorando.— Amélia, o que aconteceu? — perguntou ele, preocupado.— Pergunta pro teu amiguinho, o Arthur! — respondi, furiosa. — Ele tá com a Larissa nesse exato momento, no quarto dele.Maicon ficou pálido, seus olhos arregalados de choque.— Eu sabia que ele não valia nada! — gritei, fora de controle. — Eu me arrependo de cada momento que passei com ele. Ainda bem que ele nunca ouviu um 'eu te amo' sair da minha boca, porque ele não merece nada de mim. Eu odeio o dia que coloquei os pés aqui e cruzei o olhar com o do Arthur, eu odeio ele.Mas dane-se, eu não tinha tempo para explicar mais nada. Maicon tentou me acal
LILIANADepois que Amélia saiu, não consegui conter as lágrimas.Não consegui impedir minha amiga de sair sem rumo, sozinha e aquela hora da noite.Eu devia ter insistido mais.Num rompante, decidi ir até a casa do Pesadelo. Eu precisava olhar para a cara daqueles dois e dizer tudo que estava entalado na minha garganta.Cheguei lá e encontrei Maicon do lado de fora, preocupado e ligando para alguém, desesperado.— O que tá acontecendo, Maicon? — perguntei, estranhando o jeito dele.— O Pesadelo tá lá dentro e não acorda de jeito nenhum. Acho que a Larissa fez alguma coisa com ele. — respondeu, agitado.Passei por Maicon rapidamente e entrei na casa, subindo as escadas até o quarto.Quando cheguei lá, a cena que vi me deixou sem ar. Ele deitado na cama, nu e inconsciente, Enquanto Larissa estava sentada no chão, com as pernas encolhidas, chorando. Ela levantou os olhos cheios de lágrimas ao me ver entrar.— Eu fiz isso porque amo ele! — Larissa tentou se explicar. — Sem a Amélia no cam
AMÉLIAEu estava em um campo aberto, o céu de um azul límpido, sem nuvens. A brisa suave acariciava meu rosto, e o som de risadas preenchia o ar. Olhei ao meu redor e vi Arthur correndo, sua figura forte e imponente agora leve e descontraída. Ao seu lado, um menininho de cerca com cerca de três anos corria com ele, suas risadas se misturando.O menino era a cópia perfeita de Arthur.Uma versão em miniatura sua. Tinha os cabelos castanhos escuros e levemente ondulados e os olhos eram de um castanho profundo. Tanto Arthur quando o menino tinham a pele morena.O menininho tinha os mesmos cabelos castanhos, mas os cachos eram mais soltos e suaves, balançando com o vento enquanto corria. A pele dele era um pouco mais clara, mas ainda mantinha o tom bronzeado do pai.Era impossível não notar a semelhança. Os traços fortes de Arthur estavam todos presentes no menino. Era como se estivesse olhando para uma versão do passado e do futuro de Arthur ao mesmo tempo.Ele corria em minha direção, se
AMÉLIADois homens me seguravam firmemente pelos braços, enquanto um terceiro tentava tirar minha blusa. O quarto homem segurava minhas pernas, impedindo qualquer tentativa de resistência.Tentei chutar várias vezes e em uma dessas vezes, consegui fazer com que ele soltasse as minhas pernas.— Segura ela direito, caralho! — um deles gritou.— Olha só o que temos aqui, vai ser uma diversão e tanto. — outro zombou, rindo enquanto conseguia puxar minha blusa para cima.Ele conseguiu rasgar meu sutiã, expondo meus seios, e os homens começaram a apertar fazendo sons e comentários que me davam asco.— Que delícia, hein? — um deles disse, apertando com mais força.— Eu tenho certeza de que você vai gostar de nós quatro, putinha. Os quatro ao mesmo tempo ou revezando.Era nojento.— Por favor, parem! — eu implorei, tentando me contorcer, mas era inútil.— Não adianta gritar, ninguém vai te ouvir. — disse, aproximando o rosto do meu, o hálito quente e fétido me fazendo enjoar.— Vamos nos reve
AMÉLIATrês dias depois...O quarto onde estou presa cheira a xixi e sujeira. O ar pesado e fétido é sufocante. Tento ignorar, mas é impossível. Minha cabeça lateja, o corpo inteiro dói. Faz três dias que não como. Às vezes, jogam um pouco de água no chão, e eu bebo do chão como um animal, mas não me dão nenhuma comida.Estou suja e com fome, sem forças. Sinto uma humilhação profunda. Não tentaram mais me estuprar, porque durante a última tentativa, eu fiz xixi na roupa.Lembro da última vez que tentaram me atacar. Russo se aproximou, me puxou pelos cabelos e me forçou a ficar de pé. Meu corpo tremia de medo e fraqueza, eu imediatamente senti a pressão aumentar na bexiga, mas não consegui segurar. O xixi escorreu pelas minhas pernas, encharcando minhas roupas sujas. Russo observou tudo com um olhar de desprezo.— Que nojo! — ele exclamou, dando um passo para trás. — Você me dá nojo, sua vadia imunda!Ele me empurrou de volta para o chão, onde fiquei encolhida.Ainda bem que isso tinha
PESADELOO caminho até o cativeiro da Amélia tinha sido um inferno. Estávamos a poucos quilômetros de distância e a ansiedade aumentava a cada segundo.Eu só queria chegar logo lá. Droga!Os carros estavam parados no meio do nada, numa área isolada cercada por mato. Pegamos as armas, ajustamos os coletes à prova de balas, o som metálico das munições sendo carregadas e os barulhos dos homens ajustando os equipamentos preenchiam o ambiente. Ninguém falava nada.Eu estava fora de mim, a raiva e o desespero me consumindo. Tudo o que eu queria era salvar Amélia logo, abraçar ela, prender ela nos meus braços e nunca mais soltar.Marreta estava do meu lado e parecia ansioso para dar um fim no Russo logo, como todos aqui. Maicon, PH, e o resto dos homens estavam prontos, todo mundo tinha um motivo para odiar o Russo, mas o meu era maior nesse momento, e por isso a morte dele deveria ser pelas minhas mãos.— Vamos acabar com essa porra de uma vez! — gritei, segurando minha arma com força.Marr