3. Lábios que me enlouquecem

SEBASTIAN

— Tem certeza do que está fazendo, Bas? — Matteo pergunta com uma sobrancelha encurvada e uma cara séria.

Reviro os olhos e os fixei nos dele. Nada de bom vai sair dessa conversa, eu o conheço há muito tempo, desde que éramos crianças, ele é basicamente meu único e melhor amigo, claro que sei que ele não gosta nada da minha ideia, mas, sério, eu poderia ligar pra opinião dele, só que não dou a mínima.

—Sim, estou esperando há anos que aquele idiota pague meu dinheiro.

Ele me lança um olhar de reprovação e eu o ignoro completamente. Não quero sermões estúpidos agora.

— Você é uma pessoa muito doente. — ele sussurra, balançando a cabeça. Se levanta ao ver que eu o ignoro e sai do escritório.

Sim, ele pode estar certo, sou uma pessoa doente. Aquele idiota do Coren me deve o maldito dinheiro há mais de dois anos e agora quer pagá-lo com uma mulher, quem sou eu para recusar?

Muito menos quando se trata de uma mulher extremamente atraente como ela. Ainda fico com o pau duro só de lembrar daqueles lábios vermelhos, os olhos do azul mais profundo que eu já vi e daqueles peitos lindos e enormes grudados naquela blusa minúscula, que até hoje estou morrendo de vontade de experimentar. Porra!

Sorrio maliciosamente ao lembrar que tenho ela bem ao meu alcance, em um segundo posso pegá-la até secar por dentro. Aquela garotinha não sabe em que inferno ela está, ou melhor, seu pai não sabe em que inferno colocou sua filha.

A porta do meu escritório no clube se abre, revelando um par de olhos que me atormentam até mesmo nos meus malditos sonhos. Respiro fundo porque por estar pensando na sobremesa que tenho em casa, não lembrei que tenho um jantar com minha família.

Eu realmente espero que minha mãe não fique chateada quando eu contar a ela que os malditos italianos cancelaram o contrato, tenho muito peso sobre mim para ter que suportar a importunação de uma louca.

— Meu lindo filho. — ela abre os braços enquanto sorri feliz.

Ela me levanta da cadeira e beijo sua testa enquanto se agarra ao meu torso. Caminhamos juntos até a sala que fica a apenas algumas portas de distância e, assim que entramos, vejo as pessoas em quem posso dizer que confio, reunidas.

Me sento no meu lugar enquanto meu pai beija minha mãe nos lábios e depois dirige seu olhar severo para mim.

— Diga-me que os malditos italianos não vão nos ferrar. — Fico em silêncio, fazendo-o me olhar sério e torcer os lábios — Eu te avisei, Sebastian, eu te disse que não era uma boa ideia se associar com essas malditas pessoas.

— Porra. Sabíamos que mais cedo ou mais tarde eles nos trairiam. — rosna minha mãe.

— Não esqueça que você está em meu território. As decisões que tomo são só minhas, assim como as consequências. — afirmo com seriedade. Minha mãe sorri satisfeita e meu pai apenas revira os olhos.

Absolutamente ninguém pode negar que sou filho dele. Tão louco e um completo filho da puta quanto, sou idêntico e igual a eles em todos os sentidos da palavra. E estou feliz por ser um Messina, mas isso não significa que vou deixá-los meter o nariz nos meus negócios, é a porra do meu território. Basicamente controlamos a Europa, cada um de nós é dono do seu território e como já disse, este é meu e ninguém está acima de mim.

— Mamãe está orgulhosa de você. Você é tão idêntico ao seu pai quando ele tinha a sua idade. — ela sussurra, mas todos podemos ouvi-la. — Apesar de ser um bastardo.

— Viviam, controle-se — Meu pai pede, pegando a mão dela.

Não posso negar que admiro a força deles, eles são marido e mulher há anos, muito raramente os vi chateados. Se não fosse pelo temperamento da mamãe, tenho certeza que eles seriam o casal perfeito, ou o que quer que essa merda signifique.

Graças ao tio Tomie que não guarda segredos da família, agora todos sabemos a extensão daquela louca, caso contrário nunca saberíamos o quão impecável minha mãe é diante de seus inimigos, e meu pai, como sempre, apoia suas decisões sendo um príncipe para o resgate, embora para mim a mãe seja quem sempre salva a pele dele.

— Estou investigando junto com minha equipe para descobrir quem nos traiu — Matteo presta atenção — Em breve saberemos quem é o maldito traidor.

Assinto.

—Quando o tiver em mãos lhe ensinarei uma boa lição. Mas eu exijo que você fique fora disso. — Eu ordeno.

- Tudo bem. Mas se percebermos que há problemas, não hesitaremos em vir.— diz meu pai.

— Mudando de assunto. Você não está louco por aceitar o método de pagamento daquele idiota do Coren? — Mamãe pergunta com as sobrancelhas levantadas.

—Você ainda está pensando em estragar a vida daquela garota?— Papai se lança sobre a mesa e sua carranca afunda ainda mais.

Lanço um olhar severo para Matteo, que é o único que sabia desse maldito negócio. Como sempre, ele tinha que ser um idiota intrometido, parecia que eu era mais filho dos meus pais do que do meu tio.

— Sebastian Messina, se você vai machucar aquela menininha, juro que eu mesmo corto seu saco e você vai esquecer que tem mãe. Você ouviu? — Ele ameaça com seu dedo apontado em minha direção.

—É um problema meu. Eu já disse para você não se envolver nos meus negócios. — rosno irritado — Mais alguma coisa?

Ambos trocam um olhar e balançam a cabeça. Viviam Fecchini pode ser uma m*****a ameaça quando quer, ela não é fraca e muito menos piedosa nem mesmo sendo seu próprio filho. Ela é minha mãe por um motivo.

— Só não estrague tudo. Não seja tanto como seu pai. — Ela se levanta e beija minha bochecha enquanto meu pai revira os olhos divertidos.

A única maneira de vê-lo feliz, sorridente ou relaxado é quando ela está por perto, é como se eles fossem uma m*****a necessidade um pro outro.

Mas o que eles chamam de amor, eu chamo de fraqueza.

— Tenho coisas para fazer. — Afirmo e os dois saem.

Solto a respiração que estava prendendo e fecho os olhos com força. Nesse momento, o que aconteceu na noite anterior veio à mente como uma lembrança. Aqueles malditos lábios fazem minha imaginação voar. Não posso deixar de imaginar ela me dando prazer com eles, é tão apelativo. Estou ficando louco para possuí-la.

É tão sensual e não precisa de nada para parecer. O que há de errado em desejar uma mulher? Nada. E muito menos se seu pai me deu sem hesitar. Ele não merecia ter um anjo como ela.

Saio do clube depois de deixar algumas coisas organizadas e preparar a remessa que sai amanhã para o porto da minha irmã. Entro no carro, mas não antes de receber um olhar de reprovação de Matteo que assume a posição de copiloto. Ele é um pé no saco.

Estou há semanas imaginando tê-la em meus braços e transar com ela em todas as posições possíveis, não me importo se a trouxe à força, não me importo se Matteo ficar chateado e eu não me importo se eu quebrar as regras. Ela será minha, farei dela uma das minhas amantes, vou usá-la até cansar e então o Matteo poderá fazer o que quiser com ela. Isso não será mais da minha conta.

Poucos minutos depois entramos na minha mansão, meus homens estacionaram um segundo depois, deixando os caminhões no estacionamento subterrâneo. Não paro para cumprimentar ninguém e vou direto para o quarto. Seus lábios são tão doces e deliciosos que me deixaram louco de vontade de ter mais. Quero que ela seja minha e me dê prazer agora.

– Sr. Sebastian. A senhorita ainda está dormindo – paro no meio do caminho, furioso.

Dormindo? Desde ontem, quando a tirei do maldito porão, ela ainda estava dormindo. Amaldiçoo dentro de mim e a raiva preenche meus pensamentos completamente. Porra!

Ouço gritos e meus músculos ficam tensos me fazendo virar o rosto com força. Os gritos vêm do quarto dela, aparentemente ela acordou e acordou com muita energia para gritar como uma louca.

Caminho até lá e entro, batendo a porta no processo. Pareço chateado? Estou furioso! A idiota teve uma overdose e estragou meus planos. Aqueles olhos que não me deixam sozinho há uma semana inteira me olham completamente horrorizados e não param de chorar.

A agarro com força, levantando-a.

— Isso me machuca! Me solta! — Eu a solto e ela se lança sobre mim pronta para me bater, mas antes mesmo de conseguir me tocar, ela fica instável e fecha os olhos sutilmente. A pego pela cintura quando percebo que ela estava prestes a cair.

Merda!

— Amélia, traga comida para Layla! — Ordeno e a mulher de meia idade que estava nos observando na porta saiu correndo.

— Eu exijo que você coma ou eu mesmo enfio a comida em você. — Ameaço e ela me olha confusa enquanto ainda chora.

Saio do quarto batendo a porta e no corredor encontro Matteo, que está encostado na parede com um sorriso provocativo.

Eu o ignoro e vou direto para o meu escritório antes que eu quebre os ossos dele para me livrar dessa frustração.

—E esse mau humor todo é por qual motivo? —ele pergunta enquanto sirvo um uísque

— Você não dá a mínima — Bebo todo o conteúdo do copo.

—Achei que era isso que você queria — ele zomba.

— A m*****a coisinha só chora, quem vai transar com ela desse jeito? — Eu deixo escapar furiosamente. — Saia!

Ele sorri e sai da sala, me deixando perdido naqueles lábios que quero provar novamente. Porra. Se eu não me livrar desse desejo vou enlouquecer.

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