4. A reencarnação de Lúcifer

LAYLA

Eu sinto que isso que tomou conta de mim é o caos. Meus pensamentos nunca me deixam em paz, meu peito arde e minhas lágrimas não param de cair. Quero sair daqui, tenho que fazer isso ou estarei perdida.

Como? Mas como diabos vou fazer isso? Aqueles homens que parecem feras me mantiveram trancada a noite toda, nem consegui dormir por causa do medo que esse lugar me dá. Porque de uma coisa tenho plena certeza: aquele homem, aquela fera, virá a qualquer momento e tirará de mim o que quiser e eu não poderei fazer nada a respeito.

Porra. O pior? O pior é que aquele maldito troglodita fica me fazendo sentir sensações estranhas e me deixando nervosa toda vez que ele está por perto, eu tento, tento mesmo me controlar e me manter firme mas ele é um demônio com cara de homem. A aparência de um anjo, e pode ser um monstro, mas aquele beijo nunca para de assombrar minha mente.

Quero ir embora, não por medo do que vai acontecer comigo no futuro, nem mesmo por medo dele, quero ir embora porque tenho medo do que sou capaz de fazer se aqueles lábios lindos encontrarem os meus novamente.

Não sou especialista em sexo e muito menos já fiz isso, só tive um namorado na vida e foi o suficiente para eu não querer ter outra pessoa. Mas, caramba, ninguém nunca me beijou com a necessidade e a paixão com que ele fez.

E essa simples ação faz com que o meu medo se transforme em outra coisa, algo que me apavora porque, eu gosto, gosto da sensação...

Estou louca?

Acomodo meu corpo na cama e me enrolo nos lençóis limpos. A verdade é que não experimentei a comida.

Depois que ele veio e mandou buscar algo para mim, nem ele nem a senhora de meia-idade com cabelos grisalhos apareceram a noite toda. E embora uma funcionária tenha aparecido, ela simplesmente deixou a comida na porta e saiu novamente.

[...]

Acordo com a cabeça pesada e a pouca força que tenho me permite abrir os olhos. Ainda estou no mesmo lugar, na mesma posição e no mesmo pesadelo.

Contenho as lágrimas sabendo que as horas passam e isso parece não ter fim. Meu corpo está cansado e meus pensamentos não aguentam mais. Estou com medo, ansiosa e confusa, não sei o que será de mim no futuro, só sei que não quero isso

Eu preferiria estar na casinha velha, morando com meu pai bêbado e a vida pobre que ele tem. Eu voltaria para aquela vida miserável só para não ter que viver nesse inferno, nessa incerteza que aos poucos está me matando. Porque antes eu era pobre, e infeliz, mas pelo menos era livre, tinha minha própria vida e decidia por mim, agora, isso parece tão longe, que me parte o coração.

Percebo que não estou mais usando minhas roupas, fazendo com que meus alarmes disparem de medo. Estou usando um short de lã com uma blusa, meu cabelo está penteado e sinto um cheiro de flores. Pelo amor de Deus, quanto tempo eu dormi?

Caminho rapidamente até chegar à porta e tento abri-la, mas como na outra noite, ela está fechada.

— Tire-me daqui! — Grito e bato com força na porta. — Por favor!

Tento até ficar sem forças. Minha visão está embaçada e tudo em mim está pesado.

Recuo até que minhas costas toquem a cama e deixo meu corpo cair no chão. Respiro pesadamente e minha mente fica em branco. Só tenho que pensar em um jeito de sair daqui, se eu pensar em algo rápido eu consigo fazer. Eu só preciso pensar.

[...]

Não sei quando adormeci, mas sinto um braço grande e pesado na minha cintura me fazendo me mexer desconfortavelmente. Abro bem os olhos quando percebo e tento me levantar mas não consigo, fazendo com que ele se agarre mais a mim.

Sinto seu membro em meu abdômen, meu pulso acelera e meu corpo formiga sob seu toque. Eu me movo ainda mais tentando fugir, mas quanto mais me mexo, mais a coisa dele fica dura contra mim e meu coração acelera.

— Droga, fique quieta. — ele fala ainda com os olhos fechados.

Pense, pense. Antes que tudo fique fora de controle.

— Tenho que ir ao banheiro, me solta. — grito com ele.

— Supere isso. — Reviro os olhos quando vejo que não há nem um pingo de diversão em sua voz. Bati em seu peito com os nós dos dedos, mas com um movimento ágil ele segura meus pulsos com força.

Seus olhos se abrem lentamente, ele me olha sério e com o rosto neutro, fico congelada e perplexa com sua intensidade e meu corpo não para de tremer com todas as emoções juntas.

-Eu tenho que fazer xixi, você pode me deixar ir antes que minha m*****a bexiga exploda por sua causa? - ele rosna irritado e seus olhos se prendem aos meus lábios.

Droga, ele realmente tem que ser tão absurdamente atraente? Mesmo quando ele acabou de acordar, ele parece um deus do submundo, enquanto eu provavelmente pareço nojento. Boa sorte para mim.

— Você sempre foi tão chata ou estou recebendo um tratamento especial? — Pergunta sem soltar seu aperto frio.

— Você sempre foi troglodita ou estou recebendo tratamento especial? — E como se eu tivesse dito algo muito engraçado, o canto dos lábios dele sobe, me deixando ver uma covinha perfeita em seu lado esquerdo — Porra, me solta agora! - Grito com desespero, mas como se estivesse dando a ordem contrária, ele me abraça ainda mais ao seu corpo e me prende com as mãos na minha cintura.

Estou a poucos centímetros de seu rosto, seu peito está nu, fazendo com que meus dedos entrem em contato direto com sua pele. Ele é quente e não só a pele, seu membro parece muito maior e ereto fazendo minha imaginação voar.

Controle-se!

Seus lábios se unem aos meus, deixando neles um beijo ávido e possessivo, fecho os olhos aproveitando o contato que, sem querer admitir, desejo há algumas noites.

Bem, estou aqui há mais de duas semanas e a última vez que ele veio foi na noite em que quase desmaiei em seus braços. Até hoje ele não tinha aparecido no quarto, a única pessoa com quem tenho contato é a governanta Amélia. Alguém de quem gostei muito porque me lembra minha avó.

Sua língua percorre minha boca, devorando-a como um louco, perco a linha de pensamento, ele me obriga a focar nele. Suas mãos descem até minha bunda, segurando-a com força, me aproximando ainda mais contra seu membro duro e ansioso.

Eu suspiro em seus lábios quando sinto isso, o beijo se torna cada vez mais intenso e suas mãos não param de tocar tudo em seu caminho. Eu gosto disso, odeio admitir, mas estou completamente fascinada. Ele sabe beijar, sabe exatamente onde tocar, para me fazer perder o controle e sabe o que dizer para me deixar sem palavras.

Nos separamos por falta de ar, seus lábios estão inchados e seus cabelos caem na testa suada. Ele está tão ansioso quanto seu pau, e sou eu quem provoca isso. Não sei se é muito bom ou muito assustador.

Ele sorri e seu aperto suaviza. Eu me afasto dele e saio da cama.

— Ame me contou que você não tem comido bem. Eu já te disse que se você não comer, eu usarei meus métodos até você fazer isso sozinha. Por favor, me obedeça.— pede, ou melhor, ordena.

Ele parece de bom humor, não como da última vez que quase me matou com seus olhos cinzentos. Ele sai da cama, literalmente me deixando sem fôlego.

Santos deuses do Olimpo! Ele só tem uma cueca boxer que revela seu bumbum redondo e perfeito, suas pernas fortes e grandes, suas costas largas e musculosas e seus braços tatuados trabalhados demais. Assim que seu corpo se vira, seus olhos me perfuram até a alma, sua mandíbula fica tensa e suas mãos caem ao redor de seu corpo.

Ele não parece ser uma fera, nem parece assustador, agora ele é um deus, um deus do submundo, daqueles que te faz queimar até perder o controle. É o verdadeiro significado da tentação, a reencarnação do pecado e do próprio Lúcifer.

Suas tatuagens cobrem todo o seu tronco, braços, mãos e pescoço, não consigo diferenciar nenhuma delas, mas a que se destaca é uma espécie de cobra envolvendo seu tronco até o pescoço, à primeira vista parece tão real Isso realmente me deixa fascinada e por alguma estranha razão o faz parecer mais sexy.

Um sorriso surge em seus lábios e meu olhar vai para ele. Droga, ele está tirando sarro de mim por me pegar olhando, mas droga, é impossível não fazer isso.

Parece que ele estava gostando. Ele sabe que é gostoso, por isso está brincando com minha mente.

-Você gostou? — Pergunta se aproximando perigosamente da cama, meu corpo não para de tremer sob seu olhar atento, e meu pulso se torna um caos, novamente.

— Não... — Me dou um tapa mental pelo quão estúpida e mentirosa minha voz parecia. Seus olhos me devoram enquanto todos os traços de diversão escapam de seu rosto.

— Quão mentirosa você pode ser, para negar algo tão óbvio. — ele sussurra com a voz rouca.

Soltei uma risadinha debochada e seus olhos foram direto para meus lábios. Eu fico tensa e minhas pernas ameaçam falhar

Estou ciente de que provavelmente estou brincando com fogo, mas não consigo evitar. Provocá-lo e deixá-lo duvidar de sua virilidade me dá uma certa satisfação, mas, para ser sincera, tenho certeza de que a Torre Eiffel cairá primeiro, antes que ele duvide de sua masculinidade.

— Você quer brincar? — Ele chama minha atenção novamente. — Você só tem que pedir Layla, é só pedir e eu te farei minha. Vou te foder tão deliciosamente que seu prazer terá um nome e sobrenome. — ele sussurra com uma voz rouca e sedutora.

Minha mente fica em branco diante de suas palavras, por algum motivo não consigo desviar o olhar dele, é como se tudo nele me hipnotizasse mesmo sem querer. Fico tensa e minhas pernas tremem com a sensação que minha parte inferior experimenta.

Layla, você está doente! O que há de errado com você? Você foi sequestrada, você tem perda de memória de curto prazo ou que diabos?

Mas....

Uma ideia passa pela minha cabeça.

"Você só precisa dar a ele o que ele quer, só precisa fazer isso uma vez e isso acabará."

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