LAYLA
Ajeito-me o melhor que posso, meu corpo dói, minhas mãos estão manchadas de sangue, minha cabeça está repugnantemente pesada e meus pensamentos estão um caos. Olho ao meu redor sem entender nada, tudo está muito escuro tornando minha visão nula. Onde estou? O que aconteceu? Tantas perguntas e todas sem uma resposta clara. A última coisa que me lembro é que não me cansei de lutar contra aqueles caras até que meus dedos sangraram, então senti uma picada no braço e tudo ficou escuro. Minha pobre calça de pijama está nojenta e sem falar na minha pequena blusa. Não me deram tempo para fazer nada, nem mesmo para vestir algo mais digno. Choro, eu choro de raiva, choro de dor, choro absurdamente cheia de medo, choro até secar as lágrimas, choro como nunca antes. Por que isso aconteceu comigo? O que eles farão comigo? Eu não entendo, não entendo absolutamente nada. Meu peito queima de dor e sinto meu coração na garganta, impedindo-me de me acalmar. Estou apavorada sem entender o que está acontecendo. Meu pai, meu próprio pai fez isso comigo, eu não entendo, por que ele me odeia tanto? — Pequena Layla. – sussurra uma voz áspera, profunda e poderosa. Eu pulo em estado de choque e olho para cima, não vendo nada além de um pequeno reflexo de alguém encostado na parede do outro lado da sala. Ele estava me observando todo esse tempo? Fiquei tão absorta em entender o que havia acontecido que nem percebi que não estava sozinha. Estou com medo, mas a curiosidade naquela voz faz meu pensamento arderem. Minhas pernas viram geleia de medo. A sombra se move lentamente. Assim que ele sai para a luz fraca, ela me deixa ver um homem. Um homem em todos os sentidos da palavra. Seus olhos cinzentos, absurdamente profundos, não têm emoção, seus cabelos negros como a noite caem sobre sua testa até atingir as sobrancelhas espessas, E tantos músculos que por um momento esqueço onde estou. Deus, que homem atraente. Eu olho para ele e seus olhos encontram os meus. Não há nada nele, nenhuma expressão, nenhum sentimento, nada. Fico tensa quando ele dá outro passo mais perto. Ele usa um terno que se ajusta aos seus músculos que parecem trabalhados. Não posso deixar de memorizar seu rosto, o queixo definido, lábios carnudos e uma pequena tatuagem aparece em seu pescoço quando ele levanta um pouco o rosto. Meu coração b**e muito rápido enquanto ele continua se aproximando, recuo o máximo que posso até que minha costa b**e na parede fria. Ele aproveita para me encurralar colocando os braços, um de cada lado do meu rosto. Um cheiro requintado enche minhas narinas, fazendo-me endireitar as costas. De repente, me vejo perdida em seu olhar e hipnotizada por seu aroma. — Pode se afastar por favor? — minha voz sai em um sussurro cheio de medo. Ele sorri de lado e levanta a mão, ignorando meu pedido. Meus músculos ficam tensos sob sua ação e o terror me enche Fecho os olhos quando seus dedos acariciam minha bochecha. Quero me virar, mas meu corpo não parece receber sinais de compreensão. — Sua pele é tão macia quanto imaginei — Ele diz com seu sotaque perfeitamente marcado. Eu engulo em seco. Meus sentidos estão completamente alertas. Ele pressiona seu corpo contra o meu, ficando tão perto que é impossível para mim mover um único músculo, seu cheiro delicioso me atinge fazendo meus sentidos ficarem fora de controle, seu hálito fresco atinge meu pescoço e seu nariz roça sutilmente minha pele, o pelos na minha nuca se arrepiam completamente com a aproximação dele. -Não me machuque... - Eu imploro em voz baixa. Ele se afasta um pouco e seus lábios tocam minha orelha suavemente. — Eu nunca faria isso, pequena. — ele sussurra com uma voz rouca, dá um beijo casto perto da minha orelha e eu literalmente paro de respirar. — Por favor... — gaguejo, horrorizada. Ele se afasta um pouco e seu olhar encontra o meu, olhos que mostram absoluta luxúria, desejo e satisfação. Seu olhar se fixa em meu rosto enquanto passa suavemente a língua pelos lábios, umedecendo-os levemente. Em um segundo, e sem me deixar processar ou dizer nada, seus lábios tomam conta dos meus. Paro de respirar quando suas mãos tatuadas chegam ao meu rosto e o simples contato provoca um arrepio na minha espinha. Sua língua atravessa minha boca com força e sinto que estou perdendo forças. Ele não é gentil em nenhum momento, toma posse da minha boca, devorando tudo em seu caminho, com uma agilidade que me deixa sem fôlego, suas mãos descem pela minha cintura. Tento empurrá-lo, mas minhas mãos tremem, assim como é um absurdo ele fazer isso, seria um absurdo para mim afastá-lo, ele é três vezes maior, mais forte e mais poderoso que eu. — Doce... Deliciosa... Delicada. – ele sussurra contra meus lábios, não posso deixar de suspirar. Absurdo, insano, o próprio diabo, mas não posso negar que ele beija como um deus. E como se o pensamento em minha cabeça fosse um sinal, ele me beija novamente com mais ímpeto, mais posse e muito mais agilidade. Descanso minhas mãos em seu peito e ele me puxa contra seu membro ereto por baixo da calça. Caramba! Se ele está assim sob a pressão de uma roupa como seria... Sua boca corta todos os meus pensamentos, como se já esperasse por isso há muito tempo. Sinto meu peito subir e descer devido à intensidade, enquanto meu oxigênio parece ir pelo ralo, ele para ao ver que estou sem fôlego, assim como ele. Seus olhos selvagens olham para os meus. Seus lábios seguram os meus entre os dentes, sua iris dilatada e sua respiração está difícil quando ele aperta um pouco mais meus lábios. É como se uma m*****a tentação tivesse tomado forma humana. — Por favor... senhor, não me machuque. — Meu tom sai gemendo e implorando ao mesmo tempo. Me dou um tapa mental mil vezes, parece que estou gostando e a verdade é que estou, mas não posso, estou pensando com os hormônios, e não com a cabeça. Agora não. Ele me libera do contato aos poucos, mas antes de se afastar completamente, deixa um beijo em meus lábios, tão curto, mas que faz meu corpo arrepiar. Ele se afasta e ajusta a gola da camisa preta. Não diz mais nada, vira-se, deixando-me ver suas costas enormes. Sem mais delongas, ele sai pela escuridão. Soltei todo o ar que estava segurando de forma inconsistente, toco meu peito e sinto como se meu coração quisesse sair pela boca. O que acabou de acontecer? Quem é esse homem? Tomo bastante ar e enxugo a testa que estava suando pela intensidade daquele momento mesmo estando em estado de choque. Dou alguns passos para tentar sair como o homem fez, mas no segundo em que tento, alguém entra novamente, me agarra pela cintura e cobre minha boca com um lenço. Aos poucos começo a fechar os olhos e minhas forças começam a desaparecer. Era o meu fim, é a única coisa que eu sabia agora, este era o meu fim. [...] Acordo com a cabeça pesada e as mãos trêmulas, abro os olhos devagar para que eles se acostumem com a luz, sento aos poucos na cama e... Espere, eu disse cama? Franzo a testa quando percebo que agora estou em uma sala, mas não na minha, não reconheço absolutamente nada ao meu redor. É muito luxuoso e grande. Levanto-me e caminho até a porta completamente assustada e tremendo. Giro a maçaneta da porta, mas ela não abre, me deixando completamente desesperada. — Me tirem daqui!! — grito e bato com força na porta. Medo, angústia e dor é a única coisa que passa pela minha cabeça — Tem alguém aí?! Silêncio, silêncio absurdo. Ando pelo quarto procurando algo que me ajude a sair daqui, tenho que fazer isso antes que tudo isso piore. Mas não há nada, nada que pareça útil pelo menos. Agarro meu cabelo em desespero, o que diabos eu faço? Não tenho ideia do que fazer, o desespero não me deixa pensar com clareza. Meu coração não para de bater forte quando penso que estou em um beco sem saída. Quem iria querer me machucar? Com que tipo de pessoas meu próprio pai me deixou? — Fui sequestrada... — Sussurro. Minhas lágrimas rolam pelo meu rosto e eu caio no chão, trago as pernas até o peito e enterro a cabeça nelas. Me permito chorar. Por que eu tenho que passar por isso? Por que eu? As portas se abrem me fazendo pular, levanto os olhos completamente assustada e congelo com o que meus olhos captam. Esse olhar, aquele olhar que me encara feito uma fera, faminto e sem vergonha. Suas veias estão marcadas em seu pescoço, destacando mais a tatuagem e seu rosto está vermelho de raiva. Tremo de medo, fico imóvel enquanto ele entra com passos rápidos e pesados. Ele agarra meu braço com força, me levanta abruptamente com força brutal, e sinto meus ossos estalarem sob seu aperto. — Me solta, seu filho da puta! — Grito com raiva e medo. Sua mandíbula fica tensa e seus olhos olham para mim com severidade. Minhas lágrimas não param de cair e meu peito queima horrivelmente. Sim, oficialmente estou morta.SEBASTIAN — Tem certeza do que está fazendo, Bas? — Matteo pergunta com uma sobrancelha encurvada e uma cara séria.Reviro os olhos e os fixei nos dele. Nada de bom vai sair dessa conversa, eu o conheço há muito tempo, desde que éramos crianças, ele é basicamente meu único e melhor amigo, claro que sei que ele não gosta nada da minha ideia, mas, sério, eu poderia ligar pra opinião dele, só que não dou a mínima.—Sim, estou esperando há anos que aquele idiota pague meu dinheiro.Ele me lança um olhar de reprovação e eu o ignoro completamente. Não quero sermões estúpidos agora.— Você é uma pessoa muito doente. — ele sussurra, balançando a cabeça. Se levanta ao ver que eu o ignoro e sai do escritório.Sim, ele pode estar certo, sou uma pessoa doente. Aquele idiota do Coren me deve o maldito dinheiro há mais de dois anos e agora quer pagá-lo com uma mulher, quem sou eu para recusar?Muito menos quando se trata de uma mulher extremamente atraente como ela. Ainda fico com o pau duro só de
LAYLAEu sinto que isso que tomou conta de mim é o caos. Meus pensamentos nunca me deixam em paz, meu peito arde e minhas lágrimas não param de cair. Quero sair daqui, tenho que fazer isso ou estarei perdida.Como? Mas como diabos vou fazer isso? Aqueles homens que parecem feras me mantiveram trancada a noite toda, nem consegui dormir por causa do medo que esse lugar me dá. Porque de uma coisa tenho plena certeza: aquele homem, aquela fera, virá a qualquer momento e tirará de mim o que quiser e eu não poderei fazer nada a respeito.Porra. O pior? O pior é que aquele maldito troglodita fica me fazendo sentir sensações estranhas e me deixando nervosa toda vez que ele está por perto, eu tento, tento mesmo me controlar e me manter firme mas ele é um demônio com cara de homem. A aparência de um anjo, e pode ser um monstro, mas aquele beijo nunca para de assombrar minha mente.Quero ir embora, não por medo do que vai acontecer comigo no futuro, nem mesmo por medo dele, quero ir embora porqu
LAYLA Ele lentamente se aproxima de mim e ficamos sobre a cama, seus olhos finalmente, mostram algo mais do que frieza me dando uma pequena indicação de que essa fera tem coração. Seu olhar se move lentamente sobre mim enquanto seus lábios sorriem. É inevitável que a proximidade dele cause mil estragos em todo o meu corpo, meu coração quer explodir e meus pensamentos são um redemoinho. Estou queimando. Suas palavras ecoam e a tentação que ver seu corpo me causa me confunde. Estou brincando com fogo e talvez queira queimar. — Eu... — Sussurro, pegando sua mão e colocando suavemente contra seu peito — Eu nunca vou te pertencer. Reuni coragem de onde quer que tivesse e minha voz saiu mais forte do que eu pensava. O sorriso que decorava seu rosto perfeito desapareceu e seus olhos se concentram em mim com óbvio aborrecimento. Faço uma tentativa de me afastar, mas ele me agarra pela com força e fica a centímetros do meu rosto. Sua mandíbula está tensa, a veia do pescoço se destaca e s
LAYLAPerdi a noção do tempo, não tenho ideia de quantos dias estive trancada nesta prisão de ouro. A única coisa boa é que finalmente me deixaram sair do quarto, agora ando pela casa e até pelos jardins, mas sempre com um cara atrás de mim feito um maldito carrapato.É melhor que nada...Eu me encorajo com um suspiro cansado. Estou cansada de tudo isso, de tanta dor, de tanta solidão, se não fosse a Ame tenho certeza que já teria enlouquecido.Por outro lado, o troglodita do Sebastian só aparece à noite, entra no meu quarto, me observa por alguns minutos e depois sai sem olhar para trás.Todas as noites a mesma rotina, ele não se cansa de me incomodar com sua presença, e aí vai foder outra. Como sei disso? Simples, a coitada não para de gritar, dá para ouvir em toda a porra do quarto e até na sala. Ouvi tudo, ouvi seus suspiros, seus gemidos, seus xingamentos, absolutamente tudo.A pior coisa? Não valho nada para ele, como tentou me fazer acreditar. No fundo, doeu, doeu que ele me tr
LAYLA — Te deixar fazer compras? Você fumou alguma coisa? — ele rosna. — Você acha que eu faria uma coisa tão estúpida? Encolho os ombros. Me levanto da cama, aqueles olhos penetrantes me detalham a cada passo e em um segundo, eles escurecem e seus ombros ficam tensos. — OK. Aí você manda seu guarda me vigiar enquanto compro ou melhor ainda... — passo os dedos pelo torso dele — vou deixar que ele me veja de calcinha e... Assim que as palavras saem dos meus lábios, ele me agarra pelo queixo, exercendo força com os dedos, impedindo-me de me mover. Porra. Você queria provocá-lo Layla, aceite as consequências. Juro que se ele não estivesse me segurando eu já teria caído no chão na frente desse homem. Ele inclina a cabeça e se aproxima lentamente, seu cheiro delicioso, aquele que me hipnotiza, inunda minhas narinas. Chega ao meu ouvido e ouço como ele respira, um ato tão simples faz minha pele arrepiar. — Você vai pagar por isso. — Ameaça e me solta. Sem mais delongas, ele
SEBASTIAN Aquela garotinha atrevida vai me pagar por todas as suas gracinhas. É ela quem sempre me provoca com suas atitudes de merda. Ela não conseguiu se comportar mesmo quando estavamos em um lugar público e eu ficaria feliz em confrontá-la na frente de todos se não fosse pelo fato de ser arriscado chamar atenção.Olho para sua bunda redonda e perfeita encaixada naquele short que deixa metade da bunda de fora. Maldita mulher.Não importa o quanto eu tente me conter, aquela garota estúpida consegue me seduzir sempre que tem vontade e depois age como uma idiota.Droga, não importa o quanto eu coloque meu pau nas outras, é ela que eu quero.Nem sei como aguento tanta tentação, muito menos nas últimas noites que dormi junto com ela, sentindo sua bunda esfregando, seu cheiro maldito que me deixa tonto e me faz trabalhar em milhões de pensamentos.Ela ouve meu telefone, eu pego e a garota de cabelos pretos me olha de canto de olho enquanto Ame conversava com ela sobre as compras maravi
LAYLA Estou literalmente chocada. Tudo neste lugar exala elegância, poder e acima de tudo perigo. Homens em ternos elegantes por toda parte e mulheres tão atraentes e possuidoras de joias que eu teria que vender meu rim para comprar qualquer uma delas. Mas, o mais surpreendente de tudo, é a família do Bas, literalmente todos parecem ter sido tirados de algum filme de máfia ou pior ainda, de um filme erótico. — E me diga Linda, a fera do meu filho tem sido bom com você? — Ela franze a testa em aborrecimento. Já faz algum tempo que converso com a mãe do Sebastian, ela é uma mulher muito inteligente, intimidadora e dá para perceber claramente que ela sofreu muito. Mas com tudo isso, ela ainda é uma das mulheres mais bonitas que já vi nos meus curtos dezoito anos. A pergunta passa pela minha mente, me deixando ao ver o quão preocupada ela está. Ela está ciente de tudo? — Ei querida, pode confiar em mim, eu nunca permitiria que alguém te machucasse. Não importa se é meu filho.
LAYLA O pai de Bas me dá a mão com uma cara séria e distante, vejo de onde ele tirou esse lado frio, e além dos olhos, eles são exatamente iguais aos do pai, e seu irmão não fica atrás, ele se parece com uma jovem versão. — Prazer em conhecê-la, querida. Eu sou o Matteo — ele sussurra, estendendo a mão, me olhando de cima a baixo, sinto-me nua sob seu olhar, mais do que estou, esse vestido só cobre o necessário e odeio isso, mas gosto de ver como o vestido deixa o Bas com o rosto vermelho de raiva vendo que não só ele adorou, mas também o menino loiro. Eu pego sua mão e ele beija meus dedos lentamente. Me forço não a fazer nenhuma expressão e ficar relaxada. Odeio demonstração de carinho com todo o meu ser, mas se for para irritar a fera, aguento qualquer coisa. Dou um largo sorriso ao Matteo, mas um puxão forte me faz franzir a testa em completo aborrecimento. Ele me puxa com o peito firme e duro, olho para cima e aquele par de adagas me assassina enquanto tensionava a mandí