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Salva pelo Sheik milionário
Salva pelo Sheik milionário
Por: Paula Tekila
Capítulo 1 – Um sonho levado pelo vento

Victória Alexia, uma jovem determinada, viu sua vida desmoronar após a perda de sua avó Lizarda, sua única família e companhia no modesto subúrbio de São Paulo. Enquanto trabalhava como manicure para sobreviver, nutria um sonho distante: ser uma bailarina renomada e espalhar sua arte pelo mundo. As lembranças dolorosas da partida da avó pareciam prendê-la um passado sombrio, marcado por tragédias. Seu pai, um traficante, faleceu em um assalto violento, e a mãe, Lea, tirou a própria vida quando Victória era apenas uma criança de dez anos. Mesmo diante de tanto sofrimento, a jovem tinha a esperança de um futuro mais brilhante através de sua paixão pela dança.

Naquela tarde, Victória reuniu as últimas peças de roupa que restavam na casa de sua avó e decidiu doá-las, deixando para trás as lembranças que elas traziam de volta. Determinada a buscar novas oportunidades, seguiu para o centro da cidade para distribuir currículos. No caminho, sempre fazia uma parada em frente à mesma academia, onde o balé atraía sua atenção como um ímã. Ela já tinha frequentado aulas por alguns meses, mas precisou desistir por causa das dificuldades financeiras e da distância.

Enquanto contemplava as aulas através do amplo espelho da academia, Victória foi notada pela professora, que prontamente a reconheceu e acenou em sua direção. Um sorriso surgiu no rosto de ambas e a professora saiu para cumprimentá-la, ansiosa para saber sobre seus planos e sonhos.

— Por que nunca mais voltou para as aulas? Ainda tenho esperança de que a minha melhor aluna retorne...

— Sinto muito professora Ângela, mas as coisas se complicaram ainda mais... — respondeu constrangida e demonstrando tristeza.

— Não me diga que sua avó piorou de saúde?

— Ela faleceu há pouco tempo!

— Sinto muito...

Após sair de lá, preparou seus currículos e seguiu seu rumo entregando o currículo por algumas lojas... Um homem bem-vestido se aproximou dela, questionou se ela já havia trabalhado antes:

— Sou manicure, nunca cheguei a ter um trabalho fora de casa... — respondeu ela, percebendo que sua fala poderia desestimular uma oportunidade, Victória completou — Mas eu tenho disposição para aprender!

— Entendo, dê-me seu contato e veremos uma oportunidade para você.

Sem muitas esperanças, Victória passou seu contato para aquele homem, seguiu seu caminho o final do dia e regressou para casa. Alguns convites para sair, mas ela não os respondeu e tentou adormecer o mais cedo que conseguiu.

No dia seguinte, havia algumas mensagens em seu celular, mas nada relacionado a uma oportunidade de trabalho... Apenas uma semana depois, uma ligação e uma entrevista a levou novamente a ter esperança.

Victória chegou a um lugar bonito, era uma sala comercial e um homem sorridente a recebeu.

— É um grande prazer conhecê-la! — disse ele, ambos se cumprimentaram com um aperto de mão. — Nossa empresa é nova no mercado, buscamos jovens que queiram ingressar no mundo da moda...

— Perdoe-me senhor, sou manicure apenas...

— Sim, entendo... Achamos que você tem potencial para ser uma modelo fotográfica em nossa agência, talvez pareça repentino, mas acredite, eu trabalho nesse ramo há muitos anos e reconheço uma bela modelo quando vejo uma!

Tudo aquilo parecia tão longe de sua realidade e planos de vida, mas os valores eram atraentes e Victória queria aquele salário incrível para, quem sabe, chegar a dançar fora do país.

Ela tinha medo de viajar sozinha, mas conheceu outras meninas que iriam para o mesmo destino. Pesquisou sobre a agência e seriedade dos homens que trataram as negociações com ela e tudo parecia estar de acordo. Em dois meses seu passaporte estava pronto, havia feito um Book fotográfico e recebido um adiantamento pequeno que foi usado para custear algumas roupas e coisas de uso pessoal.

Victória avisou para algumas amigas e vizinhas que iria para Dubai a trabalho, o voo era pela classe econômica. O medo de voar pela primeira vez era um turbilhão de emoções para ela. Sentada na poltrona do avião, segurava firmemente os braços da cadeira, observando ansiosamente cada movimento dos comissários de bordo. As mãos suavam, o coração batia acelerado e ela tentava disfarçar o nervosismo.

Por outro lado, o medo do novo trabalho em um país onde não falava o idioma local a assombrava igualmente. A incerteza de não conseguir se comunicar em inglês, a língua predominante no novo ambiente de trabalho, a deixava insegura. Pensamentos ansiosos invadiam sua mente, fazendo-a questionar sua capacidade de viver naquele país...

Victória deixou sua casa, abandonou tudo o que conhecia, mergulhando completamente em um sonho. Esta, sem dúvida, seria a maior aventura de todas. Assim que aterrissaram, algumas meninas seguiram em um carro preto, enquanto Victória e as outras foram em outro veículo. A separação das demais deixou uma apreensão dentro dela. Um dos homens que as acompanhava falava árabe o tempo inteiro; raramente dialogavam em inglês. Entre conversas incompreensíveis, eles as olhavam constantemente. O trajeto foi longo e se estendeu até anoitecer; algumas meninas dormiam, mas ela definitivamente não conseguia fechar os olhos. Finalmente, pararam em um local próximo ao mar. Ela observou atentamente ao redor, notando um navio ancorado, quase na escuridão em comparação aos demais. A cena parecia estranha, e ela se acomodou melhor no banco do carro para observar tudo com mais clareza.

— Saiam! — disse um dos homens que as conduziam.

— Para onde estamos indo, senhor? — questionou uma das meninas, e Victória ficou apenas observando.

— Vamos fazer um novo passeio... — surpreendentemente respondeu ele, em português.

Foram guiadas para embarcar naquele navio e o homem que as conduzia tirou um maço de dinheiro, parecendo ser dólares. O medo tomou conta dela... toda a segurança que sentira ao ser contratada por aquela agência parecia ter sido um mero disfarce, pois estavam sendo vendidas!

Antes que pudessem correr, seu nariz foi coberto por um pano embebido em algo forte, e ela desmaiou. Seus olhos pareciam pesados, e mal conseguia mantê-los abertos. Dois homens estavam à sua frente, e ela foi levada por um corredor escuro...

Victória é colocada em um quarto isolado das outras garotas, eles sabiam que juntas, elas poderiam tramar uma fuga. A agência que as contratou era usada por um dos traficantes, algumas garotas chegavam ao seu destino inicial e outras... As escolhidas, não!

Ao despertar assustada, ela percebe que não parece estar mais em um navio. Era um quarto branco com paredes, adornadas com tecidos finos e ornamentos dourados, de uma elegância que ela jamais havia visto, a não ser em filmes e novelas. O piso de mármore polido, complementado por tapetes que pareciam macios...

A cama, majestosamente ampla e repleta de almofadas de seda ricamente decoradas, se destacava no centro do quarto. Os lençóis são de uma seda exuberante e macia, enquanto cortinas vermelhas pendiam dos quatro postes, criando uma aura de privacidade.

Toda aquela beleza foi interrompida ao, Victória perceber que estava presa por uma corrente em seu calcanhar, desesperada ela chorou e buscou uma forma de sair daquele lugar. Até que a porta foi aberta e um homem com aparentemente entre cinquenta a sessenta anos e um porte físico imponente, além de traços bem característicos árabes. Seus olhos eram penetrantes e não perdiam Victória de vista sequer por um momento...

Adornado com diversos acessórios dourados, ele sorriu ao vê-la e se aproximou da cama lentamente... Enquanto ela, se afastou.

— A beleza é um presente de Alá, mas também um veneno para quem se perder em sua miragem! — disse ele, encerrando o sorriso que ostentava.

A jovem sentiu horror naquele momento, quando percebeu que aquele homem era o líder de toda aquela facção. Pelo modo como os demais se referiam e faziam reverências, ela havia visto seu rosto e nunca mais seria livre ou sairia viva daquele lugar.

Victória estava certa, todos o chamavam de Qa'id al-Hayat" (قائد الحياة), que significa "O Comandante da Vida. Ele determinava todas as regras daquele jogo mortal... As visitas daquele homem estranho, passaram a se tornar cada vez mais frequentes e a aproximação dele com Victória a fazer temer o desfecho de tudo.

Até que um dia, ela foi levada para uma tenda onde havia mulheres que cuidaram de sua beleza ao longo de um dia inteiro e ela foi coberta por ouro e um lindo vestido. Mandada de volta para o seu cativeiro de luxo e acorrentada em volta de seu tornozelo novamente, Victória sabia que aquele não era um dia convencional... Qa'id al-Havat entrou no quarto, dessa vez não com a intenção de contar-lhe histórias sobre o Alcorão.

Victória passou a ser violentada por ele, dia após dia... Ele a chamava de esposa, sempre se referia a jovem como a única dona de seu coração. Apesar de ostentar uma aliança de casamento em seu dedo, ele lamentava precisar retornar a sua vida era algo que era forçado a fazer.

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