Durante as semanas seguintes, Adrian e Victória se adaptaram à vida na comunidade de pescadores. A rotina de pesca e o ambiente tranquilo deram a eles uma sensação de normalidade e segurança que há muito tempo não sentiam. Victória começou a ajudar as mulheres da vila em tarefas domésticas e na preparação de alimentos, enquanto Adrian se tornava cada vez mais hábil nas artes da pesca, sempre sob a orientação paciente de Hassan e Jaime.A comunidade era solidária e acolhedora, aceitou o casal e o bebê como parte de sua família. Eles aprenderam sobre as tradições locais, as marés e os segredos do mar. No entanto, a tranquilidade foi interrompida quando um grupo de pescadores trouxe notícias preocupantes de um visitante estranho que fazia perguntas sobre um casal com um bebê.— Precisamos ser cautelosos, Adrian. — alertou Hassan ao ouvir a notícia. — Parece que estão atrás de vocês.Adrian concordou, ciente de que a segurança deles poderia estar comprometida. Decidiram manter sua estadia
Novamente o destino usava uma falsa morte e dessa vez, para proteger Adrian. Ele estava na ilha, deitado na areia e sentindo dores pelo corpo após se debater por horas naquelas águas, seu corpo doía e ele apenas pensava em Victória e seu filho.A ilha era quase deserta, a não ser por uma parte iluminada em seu centro, onde alguns poucos moradores tinham suas casas. Adrian tentou recobrar as forças e foi até aquela direção esperando encontrar alguém que pudesse ajudá-lo. Aquele era um dia de celebração para aquelas pessoas, estavam reunidos no centro do local e pararam quando avistaram aquele homem, olharam para ele e correram para socorrer.Adrian foi levado para dentro, recebeu ajuda e pode tentar um descanso até pensar em como agir para ter novamente a vida que fora roubada dele pela segunda vez. Longe dali, em Dubai, Victória estava tentando sobreviver a intimidação que era estar morando na casa de Qa'id, ela sabia que apesar do medo que sentia de tudo o que estava acontecendo, ele
Omar encontrou Sônia na sala, folheando alguns papéis enquanto parecia perdida em pensamentos sobre o filho perdido.— Sônia, eu marquei um encontro com um advogado para discutir os bens de Adrian. Acho que é importante resolver isso o quanto antes e sei que gostaria de estar presente! Resolva isso de uma vez. — disse ele, com um semblante sério.Ela olhou para ele com determinação nos olhos.— Só aceito falar sobre isso com esse homem porque precisamos proteger o patrimônio do nosso neto. Mas você sabe que nosso flho está vivo!Omar assentiu, sorrindo por dentro e sabendo que as frases insistentes da esposa sobre a falsa morte de Adrian poderiam ajudar a tirá-la de cena em breve. Quem sabe com uma internação compulsória para tratar os nervos... A esperou sair para se dirigir até o quarto da jovem.Encontrou Victória, no quarto, terminando de vestir o bebê Adrian, agora um pouco mais esperto e a cada dia aprendendo a interagir mais, com um sorriso terno.— Coloque-o no berço, precisamo
Ahmed sabia que precisavam agir rápido. Agora que Sônia sabia de tudo o que o marido havia sido capaz de fazer... poderia perder o autocontrole e até revelar que Adrian está vivo.Ele passou aquele mesma noite em claro, vasculhando os dados das trasações da empresa de Qa'id. Ao vasculhar discretamente os registros financeiros e comunicações de Omar, acabou descobrindo uma transação suspeita envolvendo uma empresa offshore que havia sido criada há pouco tempo. A empresa é utilizada para lavagem de dinheiro que vinha do tráfico humano e outras atividades ilegais, conectando diretamente Omar a uma rede internacional do crime organizado. Naquele mesmo instante ele telefonou para Adrian... não podia esperar mais para dar a ele a grande notícia, — Eu consegui! Encontrei as provas que precisávamos Adrian...O coração dele disparou, agora sabia que os dias de Comandante da vida... de Qa'id acabariam.Adrian esperou por mais dois dias, Ahmed firmou uma denúncia contra Omar na delegacia e todos
Adrian precisava recomeçar em todos os sentidos, agora tinham apenas uma terra para cuidar e ele precisava fazer isso dar certo. Não sabia como lidar com os animais, mas estava feliz por recomeçar ao lado da família. Sônia sabia que agora tinham um grande desafio pela frente, precisava de dinheiro para manter os animais e fazer reparos na propriedade. Londres é uma cidade grande e, apesar de viverem na zona rural, tinham que investir de alguma forma.— Quero que use isso, deve valer muito! — disse Victória, entregando a joia que ganhara de Qa'id no cativeiro há mais de um ano.Sônia ficou em silêncio, mas Adrian a encorajou.— Pegue, mamãe, precisamos de tudo o que pudermos. Lamento que eu mesmo não possa solicitar um empréstimo, mas ainda sou um homem procurado em Dubai!— Não se preocupe, tudo dará certo, sei que essa fazenda renderá o bastante para nos manter e pagar esse empréstimo, filho!Os três se abraçaram, Sônia foi até a cidade que ficava a 13 quilômetros dali. Victória se a
Após comemorarem aquele empréstimo aprovado, Sônia, Adrian e Victória finalmente conseguiam respirar com um pouco de tranquilidade, embora todos soubessem que o trabalho na fazenda apenas começava. À noite, após um jantar de comemoração eles tinham ido descansar... Victória e ele havia tido uma noite tórrida de prazer e descansavam lado a lado. Dagmar dormia, após tomar alguns remédios para dor.Era por volta de três da madrugada quando um ruído vindo do lado de fora acordou Adrian. Seus sentidos de sobrevivência estavam sempre atentos, desde que passou a lutar por sua vida. Ele nunca mais dormiu tão tranquilamente e despertava com qualquer som. Rapidamente, ele se levantou, puxando uma faca que mantinha embaixo do colchão.Victória, ainda meio sonolenta, percebeu a tensão no rosto dele e sussurrou quando o viu desperto:— O que houve, Adrian?Ele fez um sinal para que ela ficasse em silêncio, aproximando-se da janela. A silhueta de dois homens se movia ao redor da casa, a luz da lua
A manhã estava quente e silenciosa na fazenda. Apenas ouvia-se som das ferramentas nos campos e os mugidos dos animais que sempre despertavam primeiro o pequeno Adriano. Adrian observava Rafael de longe, guiando um grupo de gado em direção ao estábulo. O homem parecia ser eficiente como havia dito na entrevista de trabalho, mas algo em sua postura incomodava Adrian. Desde que ele chegara, havia uma hesitação nos olhos de Rafael que não combinava com a confiança de um trabalhador experiente.Victória apareceu ao lado de Adrian, trazendo Adriano no colo e beijando o marido.— Ainda não confio nele, amor. Ele é bom demais para ser verdade. — disse ela, enquanto ajeitava o chapéu para proteger o filho do sol.Adrian suspirou, olhando fixamente para Rafael ao longe.— Eu também tenho minhas dúvidas princesa, mas precisamos de ajuda. Não podemos cuidar de tudo sozinhos. — Ele virou para Victória, o olhar firme. — Mas fique de olho nele. Se ele fizer algo fora do normal, quero saber imediat
Victória Alexia, uma jovem determinada, viu sua vida desmoronar após a perda de sua avó Lizarda, sua única família e companhia no modesto subúrbio de São Paulo. Enquanto trabalhava como manicure para sobreviver, nutria um sonho distante: ser uma bailarina renomada e espalhar sua arte pelo mundo. As lembranças dolorosas da partida da avó pareciam prendê-la um passado sombrio, marcado por tragédias. Seu pai, um traficante, faleceu em um assalto violento, e a mãe, Lea, tirou a própria vida quando Victória era apenas uma criança de dez anos. Mesmo diante de tanto sofrimento, a jovem tinha a esperança de um futuro mais brilhante através de sua paixão pela dança. Naquela tarde, Victória reuniu as últimas peças de roupa que restavam na casa de sua avó e decidiu doá-las, deixando para trás as lembranças que elas traziam de volta. Determinada a buscar novas oportunidades, seguiu para o centro da cidade para distribuir currículos. No caminho, sempre fazia uma parada em frente à mesma academia,