Ao chegar, entro no prédio e vou até o porteiro, que, aparentemente, não tem muito o que fazer, já que está assistindo pornografia no computador.
— Olá, boa noite! — Digo, e ele leva um susto, fechando o site imediatamente. Eu lhe dou um sorriso amigável. — Não irei contar para ninguém, só preciso de algumas informações.
Olho firmemente em seus olhos e ele acena com a cabeça, sinalizando para que eu continue.
— Quero saber o andar e o número do apartamento de Kéfera Khan. Se houver código no elevador, também preciso dele. E não quero ser anunciado. Quero o código do alarme dela e a chave reserva…
— Senho
Minha vida mudou drasticamente nos últimos tempos. Descobrir que meu noivo estava tendo um caso com minha assistente e amiga foi um baque. Nem sequer fui ao jantar na casa da Kim. Só liguei para ela e contei o que havia acontecido. Não demorou muito até ela aparecer na confeitaria e me tirar de lá. Me levou para a casa da minha mãe, porque eu não queria voltar para o apartamento. Ela ficou comigo o tempo todo e, apesar de todo o apoio, me sentia péssima por estragar seu momento feliz.Mas, alguns meses depois, Kim perdeu o bebê e eu me culpei, mesmo ela dizendo que não tinha nada a ver com isso. Ainda assim, me sinto mal por não ter estado ao seu lado, por não apoiá-la, como ela sempre fez comigo. Mas acho que isso já não importa mais. Kim está grávida novamente, e farei tudo o que eu puder para ajudá-la.O que aconteceu com Romolo me cegou. Estivemos juntos po
A semana passou voando entre tantas encomendas, tudo correu bem e, no sábado, bem cedo, começo a terminar as encomendas da Kim. O e-mail chegou na quinta à noite e agora sei exatamente como farei a surpresa no bolo e nos doces. Tudo será branco com detalhes em rosa e azul, e, por dentro, o recheio terá a cor do sexo do bebê. Quando cortarem o bolo, o recheio escorrerá, revelando a surpresa.Por volta de meio-dia, estou com tudo pronto e amei o resultado. Espero que a Kim também goste. Coloco tudo no carro refrigerado, o que me dá tranquilidade até a hora de sair. Também arrumo a roupa que vou vestir depois, me despeço de minha mãe mais uma vez, perguntando se ela não quer mesmo ir. Mas Dona Arlet, com sua teimosia, mais uma vez diz que não, e então sigo para o prédio onde minha amiga mora.<
Assim que a porta do apartamento de minha irmã se abre, sou recebido pela visão de um paraíso. Uma mulher linda está à minha frente, com cabelos loiros que caem em ondas suaves e olhos azuis profundos, quase hipnotizantes. Ela usa um vestido que realça cada curva de seu corpo e está descalça, o que, de alguma forma, só torna a cena ainda mais encantadora. Por um momento, penso que bati na porta errada, mas, se for o caso, foi o melhor engano da minha vida.— Adam? — a mulher diz, e por um instante fico parado, como um bobo, apenas olhando para ela.Será que ela me conhece? Tento fazer um esforço para lembrar quem poderia ser, e então meus olhos se fixam nos dela, os grandes olhos azuis. São inesquecíveis.&m
Ouço as amigas de Kim gritarem que serão as tias mais babonas do mundo. Mesmo por vídeo, consigo perceber o carinho e o companheirismo delas. Kim está radiante, e é impossível não perceber o quanto todas ainda se importam uma com a outra, como se o tempo e a distância não tivessem mudado nada entre elas.— Parece que vamos nos ver muito a partir de agora, né? — sussurro no ouvido de Lunna, enquanto observamos as reações da família e amigos ao redor.— É… parece! — ela responde, um pouco sem graça. Percebo o rubor em suas bochechas e, antes que eu possa dizer mais alguma coisa, Kim entrelaça seu braço no meu e começa a me puxar para longe de Lunna.— D&aacut
Eu e Kim estamos rindo e conversando quando os rapazes voltam com uma garrafa de whisky, algumas cervejas e suco. A ideia de beber algo forte me parece tentadora, mas faz tempo que não toco em álcool, então decido ficar com as cervejas mesmo. A conversa flui com facilidade, até que Kim, sempre curiosa, me pergunta sobre a obra da confeitaria.— Como está a obra da confeitaria? — ela pergunta com aquele olhar interessado, já sabendo que vendi tudo e comprei outro lugar para tentar recomeçar do zero.— Infelizmente parada. — Respondo com um suspiro, um tanto frustrada com a situação.— Que pena! — ela lamenta, fazendo uma expressão de compaixão.— Posso pe
Voltamos para a sala, despeço-me da minha amiga mais uma vez, de seu marido, e saio do apartamento, sendo seguida pelo Adam. Ele chama o elevador e as portas se abrem. Entramos e fico olhando para aqueles números no painel descerem, tentando me concentrar neles. Sei que seus olhos estão em mim, posso sentir!— Vai precisar passar no seu carro para pegar algo?— Só preciso pegar minha carteira, está bem? — digo, sem olhá-lo.— Sem problemas.O elevador chega ao estacionamento, as portas se abrem e o lugar está com uma luz baixa, dificultando um pouco a visão. Bebida, salto alto e escuridão não combinam muito bem, acabo tropeçando e só não caí de bunda
Acordo com a cama ao meu lado vazia. Pensei que, se dissesse que precisava vir ao meu apartamento antes de levá-la para casa, seria o plano perfeito. Mas a Lunna já me viu fazer isso com muitas meninas no passado, então estou sozinho hoje, de novo. Não é por opção nem escolha, apenas uma decisão de esperar por algo muito melhor. E esse "algo" tem nome e endereço.Vou ao banheiro e tomo um bom banho. Meu celular começa a tocar e, quando vou atender, a ligação cai. Olho no visor para ver quem era e ligo de volta.— Me ligou, maninha?— Está ocupado?— Não, infelizmente.— Adam, preciso te perguntar uma coisa
Minha semana foi intensa. Na segunda-feira, minha mãe passou mal e precisou passar a noite no hospital. Fiquei tão preocupada, sozinha com ela naquele lugar, lutando contra o medo de reviver outra perda. Felizmente, a pressão dela voltou ao normal e o médico decidiu liberá-la, mas pediu alguns exames. Para garantir que tudo ficaria bem, decidi contratar uma enfermeira para acompanhá-la durante o dia enquanto estou no trabalho.É claro que foi uma batalha. Minha mãe insistiu que não era criança nem doente terminal para precisar de alguém cuidando dela. Afirmou que Paulínia, nossa ajudante de anos, bastava. Mas fui firme. Depois de alguns dias emburrada, ela finalmente cedeu. Consegui uma enfermeira por meio de uma agência que Paulínia recomendou, e tudo se ajeitou, apesar dos resmungos frequentes da senhora Arle