Saio dos meus devaneios com o comandante avisando que estamos quase chegando. Estou indo para Nova York, Kim já está lá, e quando estava em Boston, ela me ligou várias vezes. Acabei perdendo a hora para pegar o voo, até porque o senhor Fiore não queria que o piloto viesse me buscar. Mas aqui estamos nós, ele teve que vir de qualquer jeito! Passei a noite inteira pensando no que a Lunna me disse, e ontem fui até o dormitório dela, mas nem cheguei a subir. Fiquei parado do lado de fora, esperando que a qualquer momento ela pudesse sair para conversarmos. Mas vê-la agarrada com aquele cara me fez ferver de raiva, e até cogitei por um minuto deixar para lá esse negócio de pegação e ser só dela. Porém, não quero ser enganado mais uma vez, e sei que Lunna não é desse tipo de mulher. Mas, vou enganar quem? Eu não conseguiria viver amarrado a uma mulher só! Gosto de festas, de muitas mulheres, que eu possa escolher a dedo. Se abusar, fico com todas na mesma noite. Pensando nisso, tenho certez
Já no restaurante, o Metri nos leva para uma sala reservada. Peço um aperitivo e, não demora muito, o garçom nos serve. Conto a Kim tudo o que aconteceu.— Mentira!— Não é mentira.— Como ele teve coragem?— Isso eu não sei! Mas ele quer jogar toda a culpa em nossa mãe, ele não a ajuda em nada e depois quer sair de coitadinho.— A mamãe não está bem! Eu a acompanhei hoje na consulta com o psiquiatra e já faz mais de 15 anos que tudo aconteceu, ela ainda se sente culpada.— Mas ela não teve culpa de nada, ninguém teve! Foi algo que aconteceu.— Sabemos disso, mas ela se julga uma péssima mãe. Ela acha que foi por causa dela que a Alanna se foi. — Suspiro, sem realmente saber o que fazer para ajudar nossa mãe.Alanna tinha apenas três anos quando caiu na piscina de nossa casa. O portão de proteção estava aberto e ela saiu sem que qualquer um de nós percebesse. Quando encontrei Alanna, já estava na piscina, se afogando. Mamãe ficou arrasada e, depois disso, nunca mais foi a mesma.Saio
Meu aniversário estava chegando, e mais uma vez eu o passaria longe de casa. Sentia muitas saudades da minha mãe, da minha avó e da senhora Salinas, com quem já fazia um bom tempo que eu não falava.— Lunna, vai fazer o quê no seu aniversário? — Kim perguntou enquanto almoçávamos no nosso restaurante preferido.— Nem sei por que ainda pergunta. Você sabe que ela vai passar com o Romolo e vai nos deixar mais uma vez — Jully comentou, bebendo seu suco e me encarando como se quisesse me desafiar com o olhar.— Não é bem assim, meninas!— Claro que é! Então, não programe nada, porque iremos ter o nosso dia de amigas — Kéfera disse, endireitando-se na cadeira. — Temos um presente para você, então comece a preparar as malas. Aproveitaremos o recesso da faculdade.— Tenho escolha? — perguntei, olhando para as três, que se entreolharam.— Você tem três opções — Kim disse, mostrando os dedos. — Um: você vem conosco de livre e espontânea vontade.— Dois: amarrada e amordaçada — completou Kéfera
— Estamos quase chegando, então iremos te vendar — diz Jully, se aproximando.— Isso não é justo! Vocês não me deixaram olhar pela janela, não ouvi o piloto dizer nada, e agora também não posso ver?— É surpresa, então aceite! — ela diz, me vendando. — Vou me sentar, porque já vamos pousar. E fique aí quieta, o Adam vai te ajudar a descer do avião.Quando eu ia protestar, sinto o avião pousar. Ouço uma voz baixa bem próxima ao meu ouvido:— Relaxa, não vou fazer nada que você não queira.Meu coração dispara e minha pele se arrepia. Ouç
Após matarmos um pouco a saudade, com minha mãe conhecendo todo mundo e descobrindo que ela e Kéfera armaram tudo sem que eu soubesse, entramos na casa. Percebo que não estamos onde morávamos antes de eu ir para a faculdade.— Vocês se mudaram?— Sim, queríamos uma casa maior. Então eu e sua avó encontramos esta, que mais parece um sítio. Imaginei que você iria gostar! — diz minha mãe, animada. Fazia tempo que eu não a via assim. — Gosto de ver a casa cheia — completa, olhando para todos nós, que estamos sentados à mesa comendo.A campainha toca e olho para o relógio: 2 h da manhã. Quem será a essa hora?— Deixa que eu atendo, tia! — diz Kim, se levantando e indo até a porta.— Então, filha,
Quando acordo, já é bem tarde. A casa é bem grande e as meninas ficam comigo no meu quarto, Adam fica com a Natasha e Romolo em outro. Termino de me arrumar, desço as escadas indo até a cozinha e encontro vovó lá.— Bom dia, Abuela! — dou-lhe um beijo no rosto, e ela sorri.— Buenos dias, mi amor.— Como a senhora está?— Estou bem. E dormiu bem?— Sim, parece que não durmo há décadas — ela sorri — Cadê a mama?— Saiu com as meninas, foram comprar as coisas para se alegrarem.— Isso foi a Jully
Eu realmente imagino que meu pai está fugindo de Nova York ou, talvez, realmente disposto a se redimir e viver uma nova vida com minha mãe. Eles já estão morando aqui em Boston, e hoje me chamaram para ir jantar com eles. Não me lembro de nada importante para justificar esse jantar. Quando chego em frente aos portões, eles se abrem, e sigo até a entrada da mansão. Estaciono o carro, desço e sigo até a porta. Quando ela se abre, cumprimento Carmelita e sigo até a sala de jantar, já que estou atrasado devido a várias coisas da empresa e à mudança da sede.Assim que entro, vejo-o e não consigo me controlar. Vou até onde ele está, agarro seu colarinho e o levanto do lugar.— O que pensa que está fazendo aqui? — digo, entre
Já fazia algumas semanas que havíamos voltado da Nicarágua e eu estava à beira de surtar. Estava fugindo de Romolo, na verdade, fugindo da conversa que eu precisava ter com ele. Hoje, as meninas haviam decidido dar uma festa no dormitório da Kim, mas o problema é que seria apenas para nós, e acabou se espalhando para todos os alunos da universidade. Agora, tinha gente pelo prédio todo, até pelos corredores. Isso não estava certo! Quer dizer, eu deveria estar feliz e me divertindo com as minhas amigas, mas não me sinto bem e decido sair dali. Só que antes, preciso fazer algo.••••♥•••••Kim Fiore.Eu não esperava que nossa festa fosse ficar desse jeito, com tanta gente. Vejo Romolo entrar, olhando para todos os lados, e decido ir até ele.— Oieeee, está procurando a