Gil(...)Ainda com a carta de Fillipo em mãos, fico analisando minuciosamente cada detalhe. Segundo seus relatos, após uma breve viajem de Dimitri Salvatore para fora da Itália, o mesmo lhe deixou no comando da Cosa Nostra. Greco tinha uma reunião na sede da máfia, mas acabou tendo um imprevisto antes de chegar ao seu destino, foi quando pegou um atalho e sentiu um mal-estar, deixou o carro a alguns metros de distância e seguiu o caminho a pé tentando chegar a uma cabana que ficava próximo ao local, onde residia um grande amigo. Ainda distraído, ouviu vozes alteradas e se escondeu, ao observar, acabou por ver um dos membros que todos tinham como uma pessoa capaz de fazer de tudo pelo bem da famiglia conversando com alguns russos no território italiano, no mesmo instante ligou os fatos sobre os ataques e roubos das cargas que começaram a ser interceptadas durante seu trajeto, certamente, só alguém próximo a eles poderia estar fornecendo as informações.Cuidadosamente deixou o loca
ÂNGELA GRECOAinda desnorteada pelos últimos acontecimentos, fico com os olhos fixos em Pietro, que está colocando seu aparelho celular para recarregar. A possibilidade de descobrir finalmente quem é o infeliz responsável pelas minhas maiores perdas, fez meus batimentos acelerarem ao ponto de pedir logo ao Gil que nos revelasse o nome do maldito, em questão de minutos, toda a minha euforia deu lugar a uma angústia que me deixou paralisada ao ponto de os meus pés não se moverem um passo do local que estava. Sem que eu pudesse controlar, as lágrimas surgiram em minha face, não posso acreditar que depois de tanto almejar por esse momento, serei privada de acabar com esse infeliz. Saio dos meus devaneios quando o celular de Pietro volta a tocar novamente e ele atende de imediato.— Sem rodeios, fala logo o que aconteceu.— Quando o caminhão atingiu o carro do senhor Grissom, já imaginávamos que cairia no barranco, então quando o veículo começou a capotar, saímos do nosso carro e de
RÔMULO AbrantesA idiota da Sophia desapareceu depois da surra que levou por ser tão estúpida e não conseguir prender um homem. Era para aquela incompetente estar casada e com um herdeiro daquele moleque, mas nem para isso ela prestou. Devia ter a matado assim como fiz com a sua mãe, a imprestável não serviu nem para me dar um herdeiro homem, não me servia para mais nada depois de ficar estéril devido às complicações no parto. Então a matei na esperança de um dia poder estar ao lado da única mulher que já amei, porém, tudo fugiu do meu controle.Fui até a mansão, me fingindo de pai preocupado com a filhinha desaparecida, até disse que poderia ser um sequestro, mas o casal estava muito estranho, dava para ver a impaciência no rosto da fedelha. Quando Pietro falou que tinha que ir ao hospital, um sinal de alerta se acendeu em mim, resolvi perguntar quem era tão importante ao ponto de ele não fazer nada a respeito da mulher que até dias atrás era sua noiva, o infeliz ficou transtor
SOPHIA ABRANTESNunca na minha vida, papa tinha levantado a mão para me bater, era tratada como uma princesa. Tudo que eu desejava, ele realizava, mas tudo mudou desde o dia que Pietro desfez o acordo. Eu estava destruída, me sentia humilhada diante de todos. Fui preparada desde criança para ser a dama da máfia, mesmo ainda quando Ângela Greco era viva, papa já me dizia que ia ser eu a prometida de Pietro. Quando a fedelha morreu, ele começou a me levar sempre à mansão Salvatore, me elogiava sempre na frente de Verônica, que mesmo tendo crescido sem mãe, eu era uma menina muito meiga e dócil.Mesmo contra minha vontade, ele me obrigou a me aproximar de Verônica, me fazendo de carente de amor materno, não demorei muito a conquistar o afeto e proteção dela, e logo o acordo foi firmado, eu era a nova escolhida para ser a dama da máfia, e se antes era tratada como princesa, depois, meu papai multiplicou sua atenção comigo.Quando Pietro acabou com o acordo, sai amparada pelos ombros
ÂNGELA GRECODesgraçado! Como teve a audácia em me privar de participar da emboscada que dará o fim merecido para aquele traidor de merda, estou com tanta raiva que seria capaz de matar quem aparecer em minha frente, só para aplacar o ódio que estou do Pietro. O desgraçado ainda usou as palavras que era para minha segurança, e o blábláblá de sempre que não poderia correr o risco de me perder, mas ele vai me pagar caro, vou arrancar suas bolas de tanto bater nele.Com os olhos fixos no relógio a minha frente, os ponteiros pareciam até uma tartaruga de tão lentos, horas e horas se passaram, enquanto continuava presa nesse maldito quarto. O infeliz como sempre, pensou em tudo, abasteceu o quarto com água e comida, assim não precisaria que ninguém viesse adentrar o ambiente. Segundo ele, não poderia correr o risco que eu nocauteasse um dos seus funcionários, e aparecer de surpresa no lugar, colocando todo o plano a perder.— Filho da puta! Que tia Verônica me perdoe, mas o maledetto
ÂNGELA GRECOApós tomar um banho de banheira, que foi todo preparado por Pietro, que permaneceu no banheiro o tempo todo com a desculpa de que eu poderia desmaiar novamente, ele não tirava seus olhos famintos do meu corpo, me deixando atordoada com sua atitude. Saio dos meus devaneios e levanto o olhar ao ver o prato de sopa a minha frente, mesmo contra minha vontade, comecei a comer, enquanto era observada por um enorme par de olhos negros fixos em mim, desde o momento que acordei, ele não saiu um só minuto do meu lado. Após me dar por satisfeita, afasto a bandeja de lado, e tudo que eu mais almejo nesse momento é ir ao encontro daquele infeliz e acabar com sua vida miserável. Mas o Pietro está certo, eu preciso descansar, pois durante o banho, voltei a sentir novamente minha vista escurecer e um forte enjoo, porém, me calei com receio de que ao saber que ainda estou indisposta, ele resolva não me levar até Rômulo, e sozinho querer acabar com a vida daquele maldito.Não sei ao
ÂNGELA GRECOO medo agudo e cru, arranhou meu peito quando adentrei a sala e meus olhos foram de encontro ao infeliz, medo não dele e sim de todas as sensações que percorriam o meu corpo. Durante dez anos recebendo no orfanato os ensinamentos sobre o amor, a compaixão e o perdão, não foram suficientes para tirar esse lado que desde criança habita dentro de mim.Olhando para o maldito a minha frente que minutos atrás estava mijando nas próprias calças, as lembranças dos meus pais e tudo que eu passei vieram à minha mente, anos sem dormir direito, tudo por culpa desse homem que agora está a minha frente. Saio dos meus devaneios quando Pietro se aproxima, e logo meus olhos vão de encontro ao objeto em sua mão. Rômulo permanece preso em uma cadeira com todos os membros amarrados e uma coleira de couro com alguns objetos perfurantes na sua parte interna, tento assim contato com sua pele.— Você não sairá daqui vivo, mas vai depender de você, quanto tempo ficaremos nessa sala — Pietro
ÂngelaAssim que o carro entrou em movimento, encostei minha cabeça no vidro da porta e logo as palavras daquele infeliz vieram à minha mente. Talvez se naquele dia não tivesse esquecido a Laurinha de propósito, somente para voltar e avisar o Pietrinho que estava indo viajar, Rômulo não teria ouvido a conversa e meus pais estariam vivos. Sem que eu pudesse controlar, as lágrimas surgiram em minha face, eu fui a responsável pela morte deles. Minha mente foi inundada por memórias dolorosas, abalando profundamente o meu coração.Ainda atordoada, ouvi Pietro avisando que tínhamos chegado. Saio do veículo e ao adentrar a mansão, senti mãos fortes em volta da minha cintura, me puxando de encontro ao seu peito. Fecho as portas dos meus pensamentos e com a raiva inflamando em minhas veias, me dirigi a Pietro.— O que pensar que está fazendo? — ele continua me segurando.— Sei muito bem o que está passando por sua cabeça — ele falou já com a voz alterada.— Me solta.— Porra! Já falei qu