PIETRO SALVATORE Seguimos todo o trajeto de volta para casa em silêncio. Ao adentrar a mansão, Giovana foi direto para o seu quarto, enquanto eu caminhei em passos firmes até o escritório. Sentei em minha poltrona e diante do painel de monitoramento de toda mansão e também da sede da Cosa Nostra, fui passando as imagens chegando até o momento que chamei mamma para cuidar da Giovana, vejo quando saio do seu quarto e em seguida uma escuridão total preenche toda a tela do monitor. A raiva que sinto chegou em um nível tão alto, que foi ao ponto de me queimar por dentro. Sem pensar duas vezes, levanto e jogo a poltrona na tela a minha frente, fazendo o vidro se espalhar pelo chão do ambiente. Tiro meu celular do bolso, ligo para Lucca que atende no primeiro toque, não o deixo falar absolutamente nada e já ordeno para vir imediatamente, faço outra ligação para o setor de monitoramento e exijo que o responsável pelas câmeras venha até o meu escritório, além de controlar tudo pelo meu esc
PIETRO SALVATORE Não gosto de deixar assuntos inacabádos, mas preciso retornar ao hospital. Augusto me informou que mamma acordou muito agitada e chama por mim, mas as expressões que vi no rosto da bambina me dão a certeza que está escondendo alguma coisa, porém, ficou nítida sua surpresa ao saber que não foi um acidente e quando a acusei, vi o ódio direcionado em seu olhar para comigo, nunca pensei que tivesse a ousadia em falar que queria me jogar escada abaixo. “Ah bambina, se não fosse pelas circunstâncias, te mostraria o preço por tal atrevimento.” Mas não nego que esse comportamento dela muito me atrai. Deixo esses pensamentos ao chegar no hospital, encontro Cristóvão e Marcus que já vem me perguntando se tenho informações sobre o acidente, só respondo que não foi acidente, eles ficam sem expressão alguma, os deixo e vou a procurar Augusto, pois a prioridade é a minha mãe. Ao adentrar o quarto, o vejo tentando aplicar um calmante, mesmo com um dos braços imobilizado, mamma l
ÂNGELA GRECO Após um banho demorado, preparei algo para comer e resolvi deitar um pouco, estava com as pernas doloridas devido à caminhada, passei um bom tempo pensando em tudo que aconteceu e buscando nas lembranças algo que me desse uma pista por onde começar a investigar, porém, a preocupação por não ter nenhuma notícia da tia Verônica estava me enlouquecendo, fiquei perdida em pensamentos até que caí em um sono profundo. Acordo em um sobressalto com o barulho vindo do lado de fora do quarto, levantei rapidamente e peguei a arma. Saindo do quarto em passos lentos, fui caminhando até que avistei um vulto parado a minha frente, quando estava a ponto de puxar o gatilho, as luzes foram acessas e lá estava ele com um sobretudo preto, seus olhos negros gélidos cravados em mim. Sem desviar os olhos dos meus, ele me cumprimentou fazendo todo o meu corpo estremecer com o som da sua voz. — Ângela Greco. Tento me controlar, se bem que isso estava longe de ser possível, arqueio uma sobranc
ÂNGELA GrecoCom meus pensamentos ainda tumultuados pelos últimos acontecimentos, passei todo o caminho de volta para mansão perdida em neles, relembrando os momentos que passei com tia Verônica em minha infância e por mais que não quisesse que Pietro me olhasse chorando, foi difícil conter as lágrimas que caiam descontroladamente, inundando minha face, não é fácil perder alguém que amamos, ainda mais quando é uma pessoa especial. Eu sei que preciso ser forte, mas está sendo muito difícil. Senti quando ele colocou suas mãos sobre a minha, o que de imediato me trouxe a realidade, me fazendo recolher minha mão imediatamente.Ao chegar próximo à entrada da mansão, já dava para ver o enorme fluxo de veículos em sua frente, Pietro pediu que eu deixasse a mochila dentro do automóvel, assim ninguém saberia da minha fuga fracassada. Assim que passamos pelo enorme portão da propriedade, senti todo o meu corpo estremecer e meu coração bater cada vez mais forte, olhei algumas pessoas circu
PIETRO SalvatoreEstou ainda me recuperando do ataque da bambina, estava prestes a beijá-la quando a diaba me acertou precisamente e ainda saiu me afrontando, vou fingir que concordo com os seus ternos, propor um acordo e juntos descobriremos o traidor, e quando tudo se resolver, ela poderá ter a sua liberdade de volta. Enquanto ela estiver por perto e acreditando que aceitei tudo, terei tempo de reconquistar novamente o amor e o perdão dessa diaba com nome de anjo.Saio dos meus pensamentos com Lucca que acabou de adentrar meu escritório, após algumas horas explicando tudo sobre minha vingança contra o infeliz do Usoian e ao ver Lucca próximo à porta, o informo que se algo sair errado, ele pagará com sua própria vida. Ele permanece em silêncio, deixando o ambiente em seguida. Termino todos os assuntos pendentes da máfia, e após ver o horário, resolvo ir para meu quarto e tomar um banho, comer alguma coisa e descansar. Ao terminar o banho, acabei deitado um pouco e caí no sono.
PIETRO SalvatoreAssim que o carro estacionou, juntos, saímos do veículo em direção a entrada principal, um frio congelante se fazia presente no local, tirei meu sobretudo e coloquei na bambina para a proteger do frio, andamos para a porta onde Lucca já me aguardava. Quando adentramos, percebi que de início ela estava inquieta, seguimos para a parte de trás da masmorra, onde fica o setor de tortura feminina, assim que chegamos ao ambiente, Ângela, ao olhar para imagem à sua frente, uma faísca onírica percorreu seus olhos como se ela estivesse perdida em outro momento, a fazendo dar um passo para trás. O silêncio se fez presente por alguns segundos, até que vi em sua face a mesma expressão de onze anos atrás, quando nossos pais torturavam alguns traidores no galpão.Olhei em direção a Marta Usoian, que se encontrava com os olhos vendados, sentada em uma cadeira com os tornozelos e pulsos presos por correntes, me aproximei e a imagem do seu belo rosto repleto de hematomas me deixo
ÂNGELA GrecoHoje foi um dia cheio de fortes emoções, mas nada se compara com a adrenalina provocada em ser a responsável pela morte de alguém, pode-se dizer que fui iniciada na máfia. Um lado meu chegou a cogitar que aquilo era errado, passei dez anos ouvindo no orfanato sobre o amor ao próximo, mas algo dentro de mim era mais forte, como se tudo aquilo fizesse parte de quem realmente sou.Não posso negar que gostei e muito. Cheguei a me sentir viva como há muito tempo não sentia e uma vibração poderosa tomou conta de mim. Pietro me olhou com tanto desejo e admiração, que acendeu uma chama ardente no meu interior, pois. eu também o desejava, todo o meu corpo reagiu com aquele olhar, mas me controlei para não sucumbir ao desejo momentâneo e me entregar a ele naquele lugar horrível que cheirava a morte. Antes de sair da sala, Pietro somente disse a Murilo para limpar a bagunça, fazer o combinado com o corpo e em seguida deixamos o ambiente. No caminho para a mansão, ele perguntou
ÂNGELA GRECOApós colocar algumas coisas dentro da mochila, Pietro adentrou o quarto dizendo que deveríamos deixar a mansão, pois dentro de algumas horas o cheiro no ambiente seria muito desagradável. Caminhamos até a biblioteca e resolvemos deixar a casa pela passagem secreta, seguimos até o portão que dava acesso para fora da casa, e ao contrário do dia da minha fuga, agora ao lado dele, me sentia segura ao lembrar que sempre fazíamos esse percurso juntos.Após uns quinze minutos, avistei o rio do qual sempre foi o motivo de vir a esse lugar, adorava tomar banho sentindo o vento bater em minha face, me dando uma sensação de paz. Comecei a correr deixando Pietro para trás, que começou a gritar dizendo que eu deveria ter cuidado, pelo visto o Pietrinho ainda não se deu conta que não sou mais a garotinha que vivia colada nele. Assim que cheguei próximo das margens do rio, me abaixei e levei as mãos de encontro a água, tão limpa que dava para ver alguns peixinho nadando, sem pensa