GIOVANNAPassei os últimos dias pensando em tudo que aquele maldito me fez sentir, e, agradeci a Deus por ele não ter voltado a me procurar, pois, não saberia como agir em sua frente após ter me entregado tão facilmente. Esses dois dias foram de puro tédio, fiquei todo o tempo trancada nesse quarto. Uma senhora muito educada sempre trazia minhas refeições e após analisar todo o movimento no jardim através da janela, concluí que Pietro Salvatore é muito mais que um simples empresário, o jeito será entrar no jogo desse homem, enquanto isso, eu vou procurar uma maneira de fugir daqui.Tomei um banho rápido, peguei uma das roupas que trouxe de New York e me arrumei, tenho tantas saudades das irmãs do orfanato, da Laurinha que acabei arrumando o seu corpo após ter rasgado, a única coisa que me restou foi o colar da minha mãe, que continua escondido em minha bolsa. Saio dos meus pensamentos com o barulho da porta sendo aberta, para minha surpresa, era a mãe do Pietro.— Bom dia, dona V
GIOVANA VitalleQuando cheguei ao salão da mansão, Pietro veio ao meu encontro, porém ao me falar sobre a ordem que deu aos seus homens, caso eu resolvesse fugir, tirou todo o sorriso da minha face, para completar, Sophia e seu pai logo se juntaram a nós, eu já estava constrangida com toda situação até que dona Verônica chegou e me tirou de perto deles. Nas horas seguintes, ela me apresentou a várias amigas, algumas muito educadas, outras me cumprimentaram por pura aparência diante de Verônica, mas, no fundo, eu sabia que não queriam fazer aquilo.Não demorou muito e todos os homens se retiram do ambiente ficando somente as mulheres. Fiquei sentada no canto somente as observando, dona Verônica como sempre muito atenciosa sempre vinha até onde eu estava perguntar se eu queria algo para beber, os minutos foram se passando logo Sophia e mais duas mulheres muito elegantes se juntaram as demais.Estava perdida em meus pensamentos, até que voltei à realidade com o som de várias gargalh
PIETRO SALVATOREAssim que saí do quarto branco, resolvi ir ao meu escritório, não demorou muito e mamma adentrou o ambiente, então resolvi questionar se ela sabia algo sobre o ocorrido enquanto estávamos na reunião. Embora dizendo que não, achei seu comportamento muito fora do normal e eu vinha percebendo isso desde o dia da chegada de Giovana. Notei que ela parece estar sempre perdida em seus pensamentos. Algumas horas, após ligar o som no quarto branco, também liguei o ar-condicionado na maior potência permitida, se ela não quis aprender por bem, será da pior forma possível.Já haviam se passado nove horas que a bambina estava presa naquele quarto, sem água e sem comida. Após tomar mais um pouco do meu whisky, resolvi sair do meu escritório e tomar um banho. Ao terminar, adentrei no meu closet, após estar arrumado, me aproximei da cama, o dispositivo que monitora os batimentos cardíacos de Giovana começou apitar e eu peguei o notebook para acessar as câmeras do cômodo. Mesmo co
PIETRO SalvatoreQuando percebi que a discussão sobre o ocorrido entre Giovana e Sophia já estava indo longe demais, dei um bastar na situação. Cristóvão e Marcus mostraram toda sua indignação pelo que aconteceu a Sophia, embora os dois sejam de grande importância no Conselho e ocupem cargos de confiança na Cosa Nostra, mostrei a todos que sou o chefe e a minha vontade é soberana.Lucca mantinha uma expressão indecifrável, ultimamente andava muito desligado da realidade. Cristóvão, responsável por toda contabilidade da máfia, nos apresentou o relatório anual de todos os gastos e recursos que obtivemos, embora Rômulo tivesse tratado de frisar que o último carregamento nos causou um prejuízo de milhões, e que deveríamos o quanto antes descobrir quem é o informante dos russos, esse fato não chegou a ser um enorme rombo nas finanças.Minuciosamente, observei cada rosto a minha frente. Marcus elogiou o grande desempenho dos soldados de Milão, enquanto Lucca mostrou os relatórios que tr
Minutos depois...VERÔNICA SalvatoreAo chegar em meu quarto, tudo que Ângela me contou não saia da minha mente, sei que prometi não contar nada a Pietro, mas se esse infeliz está em nosso meio, ele pode fazer algo contra ela a qualquer momento e Pietro não vai me perdoar nunca por ter omitido essa informação.Fiquei andando de um lado para outro, até que cheguei à conclusão de que ela terá que entender minha atitude, não poderia ficar de braços cruzados. Assim que saí do quarto, tomei um susto com a imagem a minha frente.— Você? Pensei que estavam em reunião.— Pietro deu uma pausar na reunião— Então vamos, preciso contar algo muito importante a ele.Assim que me aproximei dos degraus da escada, parei ao ouvir sua voz.— Você não vai a lugar algum, sei o que pretende contar e não vai atrapalhar meus planos.— Então é você?Assim que ia gritar, senti uma mão tapando minha boca e me empurrando escada abaixo, minha cabeça batia nos degraus da escada. Tudo começou a escurecer
PIETRO SALVATORE Seguimos todo o trajeto de volta para casa em silêncio. Ao adentrar a mansão, Giovana foi direto para o seu quarto, enquanto eu caminhei em passos firmes até o escritório. Sentei em minha poltrona e diante do painel de monitoramento de toda mansão e também da sede da Cosa Nostra, fui passando as imagens chegando até o momento que chamei mamma para cuidar da Giovana, vejo quando saio do seu quarto e em seguida uma escuridão total preenche toda a tela do monitor. A raiva que sinto chegou em um nível tão alto, que foi ao ponto de me queimar por dentro. Sem pensar duas vezes, levanto e jogo a poltrona na tela a minha frente, fazendo o vidro se espalhar pelo chão do ambiente. Tiro meu celular do bolso, ligo para Lucca que atende no primeiro toque, não o deixo falar absolutamente nada e já ordeno para vir imediatamente, faço outra ligação para o setor de monitoramento e exijo que o responsável pelas câmeras venha até o meu escritório, além de controlar tudo pelo meu esc
PIETRO SALVATORE Não gosto de deixar assuntos inacabádos, mas preciso retornar ao hospital. Augusto me informou que mamma acordou muito agitada e chama por mim, mas as expressões que vi no rosto da bambina me dão a certeza que está escondendo alguma coisa, porém, ficou nítida sua surpresa ao saber que não foi um acidente e quando a acusei, vi o ódio direcionado em seu olhar para comigo, nunca pensei que tivesse a ousadia em falar que queria me jogar escada abaixo. “Ah bambina, se não fosse pelas circunstâncias, te mostraria o preço por tal atrevimento.” Mas não nego que esse comportamento dela muito me atrai. Deixo esses pensamentos ao chegar no hospital, encontro Cristóvão e Marcus que já vem me perguntando se tenho informações sobre o acidente, só respondo que não foi acidente, eles ficam sem expressão alguma, os deixo e vou a procurar Augusto, pois a prioridade é a minha mãe. Ao adentrar o quarto, o vejo tentando aplicar um calmante, mesmo com um dos braços imobilizado, mamma l
ÂNGELA GRECO Após um banho demorado, preparei algo para comer e resolvi deitar um pouco, estava com as pernas doloridas devido à caminhada, passei um bom tempo pensando em tudo que aconteceu e buscando nas lembranças algo que me desse uma pista por onde começar a investigar, porém, a preocupação por não ter nenhuma notícia da tia Verônica estava me enlouquecendo, fiquei perdida em pensamentos até que caí em um sono profundo. Acordo em um sobressalto com o barulho vindo do lado de fora do quarto, levantei rapidamente e peguei a arma. Saindo do quarto em passos lentos, fui caminhando até que avistei um vulto parado a minha frente, quando estava a ponto de puxar o gatilho, as luzes foram acessas e lá estava ele com um sobretudo preto, seus olhos negros gélidos cravados em mim. Sem desviar os olhos dos meus, ele me cumprimentou fazendo todo o meu corpo estremecer com o som da sua voz. — Ângela Greco. Tento me controlar, se bem que isso estava longe de ser possível, arqueio uma sobranc