Capítulo 04
GIOVANA VITALLELentamente vou abrindo meus olhos, minha cabeça está pesada, minha mente completamente enevoada, me sinto perdida de uma maneira que nem eu mesma consigo me encontrar. Gradualmente as lembranças vão se tornando claras e com elas, o medo invade todo o meu corpo. Levanto-me num pulo, totalmente atordoada.O lugar não era totalmente escuro, estava na penumbra, porém, não me traz boas sensações. De repente, senti um calafrio por todo o meu corpo. Desesperada, corro até a porta e ao perceber que está trancada, o pânico toma conta do meu ser, só me resta gritar.— Socorro! Socorro! — grito em agonia. — Alguém me ajuda!Começo a bater na superfície de madeira, minhas mãos doem, mas continuo batendo. Quando já estou no limite da minha agonia, vejo a maçaneta sendo girada, me afasto um pouco, a porta é aberta pelo mesmo indivíduo responsável por todo o meu sofrimento. Engulo em seco.Com a porta aberta, a claridade invadiu o quarto, ele ficou parado junto à porta, sua expressão estava indecifrável. O silêncio permaneceu no ambiente, então resolvi questioná-lo.— O que você quer de mim, por que não me deixar em paz?Um sorriso irônico se fez presente em sua face, tudo naquele homem me transmitia medo e raiva, porém a raiva era maior por tudo que está me fazendo passar. Saio dos meus pensamentos com a voz do indivíduo.— Você ainda não entendeu que agora me pertence? — ele balança a cabeça de um lado para o outro como se estivesse chateado. — Chegou o momento de você entender que não poderá fugir nunca de Pietro Salvatore.Suas palavras ecoavam em minha mente, meu coração batia descompassado, não sei explicar o motivo de o seu nome me causar sensações que nunca senti antes.— Não sou objeto ou propriedade, seu louco, psicopata, me deixa em paz...Mal tenho tempo de fechar a boca, quando ele vem em minha direção, seus olhos estavam fulminantes, mortais, e, sua face completamente transformada, eu comecei a tremer, meu coração estava ainda mais acelerado.Quando ele avança sobre mim como um animal sedento por sua presa, tentei recuar, mas fui puxada agressivamente, fazendo nossos corpos se unirem. Desesperada, tentei me soltar, mas ele me apertou com mais intensidade, antes que tentasse algo novamente, fui jogada bruscamente no chão, as lágrimas já desciam sem minha permissão.Meus pensamentos foram interrompidos quando escutei que ele estava se despindo, meu coração batia tão forte que parecia que logo sairia pela minha boca, sabia o que aconteceria, seria violentada. Se caso, após o ato permanecer viva, arcarei com as consequências. Mais um tormento que levarei por toda vida, o que só aumentou meu desespero.Rastejei até as pernas dele e implorei por misericórdia. Ele, com um movimento brusco, me ergueu do chão e me empurrou para a cama. Tentei levantar, mas ele subiu em cima de mim.— Não! Por favor, me deixe em paz.— Cala a boca, porra.Logo senti uma de suas mãos apertando meu pescoço, ele me beijou com violência, enquanto a outra mão explorava o meu corpo, lutei o quanto pude, mas minhas forças já estavam chegando ao fim, enfiei as unhas em sua pele, deslizando por toda sua costa. Vendo meu desespero, ele aliviou a pressão, escutei sua voz estrondosa, ordenado.— Ou você colabora e para de resistir, ou caso contrário, faremos do modo difícil.Tudo o que eu queria era que aquilo acabasse, fiquei ali imóvel, enquanto as lágrimas não paravam de descer. Pedi a Deus que tudo aquilo não passasse de um pesadelo, mas assim que ele levou uma de suas mãos até o meu sexo, senti uma forte pontada em minha cabeça. Comecei a tremer sem parar, o homem se levantou rapidamente, enquanto a dor me dominou. A sensação era que haviam cravado algo em minha cabeça, minha vista escureceu e já não conseguia respirar, meus pulmões arderam, indicando que eu estava a ponto de perder a consciência, ouvi os gritos dele, enquanto me sacudia, mas naquele momento eu me entreguei de vez a toda obscuridade que predominava ao meu redor.PIETRO SALVATOREEu estava tão enfurecido, que ao sentir suas garras penetrando a minha carne, a vontade era de quebrar o seu pescoço, entretanto, ela me pagaria por todo o seu atrevimento. Porém, quando estava prestes a saciar a minha vontade, o que veio em seguida me deixou por alguns segundos sem reação, a princípio pensei que fosse uma encenação, porém, ver toda aquela agonia me tirou do transe em que eu estava.Assim que ela desmaiou, acabei por chamar um médico da minha confiança e este, alguns minutos atrás, me avisou que ela precisava com urgência fazer alguns exames para saber o motivo de sentir essas dores. Medicada, olhei para a mulher em cima da cama, ela permanecia dormindo um sono profundo. Por hoje deixarei que ela descanse, mas não pense essa infeliz que não irei ter aquilo que desejo.GIOVANA VITALLEAcordo num sobressalto. Olho em volta e percebo que continuo no mesmo quarto. A claridade adentra o ambiente através da janela com enormes grades a sua volta. Fecho os olhos novamente e as imagens de tudo que aconteceu vem a minha mente.Depois de todo aquele tormento, quando voltei a recuperar a minha consciência, ouvi sussurros e uma voz dizendo que eu precisava fazer alguns exames. De olhos fechados, pude sentir alguém perfurando a minha pele e novamente me deixei ser vencida pela escuridão.Deixo algumas lágrimas cair, no entanto, abro de imediato os meus olhos ao ouvir o barulho da porta sendo aberta. Meus olhos se arregalam e eu fiquei totalmente horrorizada quando olhei para cabeça da mulher que surgiu no meu campo de visão, e esta que está envolvida por uma faixa branca."Até que ponto eu cheguei. Nunca pensei que poderia machucar alguém." – digo em pensamento.— Levante-se filha, você precisa tomar esse medicamento e se alimentar.Apesar do que fiz, sua voz denotava preocupação.— Maria, me desculpa por agredir você. Não era minha intenção machucá-la — digo arrependida.— Não precisa perdi desculpas, sei que você estava assustada e com medo.Eu queria pedir a Maria que me ajudasse a fugir, mas depois de tudo que fiz a ela, me faltou coragem. A única certeza que tenho é que não deixarei aquele homem conseguir o que tanto almeja, antes terá que acabar com a minha vida.Após ela ter se retirado, tomei um banho e vesti a camisola que ela trouxe. Acabei por achar a minha bolsa em cima da mesinha de cabeceira e rapidamente a peguei para ver se o colar ainda estava no fundo falso da bolsa, agradeci a Deus quando me certifiquei.As horas foram passando e eu já não aguentava mais ficar naquele quarto. Não sei até quando esse homem pretende me manter presa nesse local. Deixo os devaneios de lado quando a porta é aberta com brutalidade. Senti um calafrio percorrer por todo o meu corpo, levantei da cama, enquanto os olhos frios me analisavam de cima a baixo e o sorriso cínico em sua face, só me deixou mais indignada.Assim que ele começou a se aproximar, fui me afastando, à medida que recuava, ele caminhava. Quando percebi, já estava encostada à parede, minha respiração se entrecortou, meu medo era tanto que minhas pernas estavam moles.Quando estava a centímetros de distância, ele direcionou seu olhar para os meus seios, sua boca estava entreaberta, como se estivesse me saboreando. Num impulso, vendo sua distração, o tapa saiu sem que eu pudesse impedir e o estalar da minha mão em seu rosto ecoou por todo ambiente, amedrontada, tentei me afastar, porém, ele colocou às duas mãos na parede, impedindo minha passagem. Assim que levantei o olhar, o que vi em seus olhos me fez engolir a seco e me questionar."Porque fui atrevida ao ponto de bater nele?"Capítulo 05GIOVANA VitalleMeus olhos arregalados estavam fixos naquelas órbitas negras, seu olhar mortal exalava o mais puro ódio sobre mim, sua face estava totalmente transfigurada, comecei a tremer. “Ele vai me matar, antes mesmo de eu ter qualquer reação” – foi meu único pensamento.E mostrar que eu estava certa, ele me deu uma bofetada, me fazendo cair com todo peso do meu corpo de encontro ao chão, lágrimas brotaram em meus olhos, minha face estava queimando. Saio do meu desespero quando ouço sua voz.— Venha aqui.— Não!Ele me olhou como se fosse soltar raios mortais sobre mim e assim que começou a se movimentar, o pânico me dominou.— Levanta agora, porra. — ele gritou.Fiquei ali imóvel, sem desviar meus olhos do seu rosto. Ele abaixou-se, pegou-me pelos cabelos e saiu me puxando. Os puxões foram tão fortes, que meu couro cabelo doía. Tentei falar, mas só saiu um gemido, ele me arrastou por um corredor e quando chegamos ao final, ele me levou até uma porta e a abri
Capítulo 06PIETRO SalvatoreComo sempre, o homem que no momento em que entrei no meu escritório, já estava a minha espera, mostrou porque foi escolhido para ser o meu braço direito. Eficiência era o sobrenome de Lucca.— Toda informação que encontramos sobre ela está aqui, puxamos uma ficha completa. Mas não entendi o porquê de tanto interesse por essa garota. Você nunca se importou com mulher alguma.— Já pode se retirar Lucca, prepare tudo que em dois dias iremos para a Itália.— Sim, senhor — além de sua eficiência, gosto que ele não rebate minhas ordens.Reclino na minha poltrona com o arquivo em mãos, começo a ler. Há um mistério em meio a tudo isso e eu vou desvendar. Tomo uma decisão: ela irá comigo para Itália. Seja o que for lá será o lugar certo para acabar com todo esse mistério.GIOVANA VitalleEu estava aninhada em algo tão macio, lentamente abro meus olhos, e aos poucos vou tentando me acostumar com a forte claridade, meu corpo ainda está um pouco dolorido, mas me
Capítulo 07 PIETRO SALVATORE A bambina resolveu fazer voto de silêncio mesmo eu a provocando constantemente, mas percebo pelos olhos brilhantes de fúria, o tanto que está se segurando para não revidar, sua atitude só aumenta minha vontade de provocá-la. Veremos por quanto tempo permanecerá nessa calmaria, terei bastante tempo para testar seus limites. Infelizmente meus planos foram frustrados, quando olho para o lado e ela estava em um sono profundo, a pego e levo para quarto e a deixo descansar, deu para ver seu cansaço em seu rosto, evidente pelas olheiras. Por hora deixarei que descanse. Mas terei muito tempo para tirar essa marra, mostrada pelo olhar de desafio, o qual me fitava. Seu olhar me fez lembrar a Angel, toda vez que era contrariada, me encarava dessa forma, ainda mais quando nossos pais estavam torturando alguém no galpão e eu não a deixava ver certas torturas, pois algumas eu considerava inapropriada para uma garota, em contrapartida, sua expressão era semelhante com
GIOVANA VitalleApós desfazer minha mala, acabei por observar a vista pela janela do quarto, o jardim era maravilhoso. Tinha muitas flores em volta de todo o ambiente. A piscina, essa nem se fala, é enorme como nunca vi antes. Fiquei um pouco deitada e acabei caindo no sono, assim que levantei, acabei indo tomar um banho. Não sei ao certo quanto tempo estou debaixo desse chuveiro, a água está tão boa que não queria sair tão cedo daqui. Após sair do box, peguei uma toalha e comecei a enxugar todo o meu corpo, passei um pouco do creme que estava sobre o móvel, escovei os dentes e mesmo não gostando de andar só te toalha, acabei esquecendo minha roupa em cima da cama. Saio do banheiro e ao adentrar o quarto, não acredito na imagem a minha frente.Ele estava parado próximo à cama, vestido somente com uma calça, seu físico perfeito estava à mostra. Braços musculosos e um abdome definido, sua beleza máscula era estonteante, olhei em seus olhos e eles brilhavam de desejo. Pietro me olhav
PIETRO SALVATOREQuando Giovane saiu do banheiro enrolada somente com uma minúscula toalha, todo o meu corpo vibrou com aquela visão de menina mulher. Eu a queria, e, ela se entregaria a mim. Mesmo contra sua vontade, caminhei em pequenos passos, enquanto ela recuava balançando a cabeça em negativa, quando percebi que não estava se sentindo bem.A peguei pela cintura a trazendo de encontro ao meu corpo, o cheiro impregnado em sua pele estava me enlouquecendo, seus batimentos cardíacos estavam acelerados, e ao ver aquela boca linda tão perto, não resisti e a beijei com intensidade, a empurrando até a cama, sugando seus pequenos seios, feitos na medida certa para mim. Quando ela atingiu o limite do seu prazer, afastei-me e ao posicionar o meu corpo sobre dela, senti algo totalmente diferente. Nunca tive preocupação alguma em satisfazer as mulheres, mas com ela foi diferente, eu queria estar junto dela mesmo após ter me dado por satisfeito.Atordoado, saí do quarto, porém, precisava
GIOVANNAPassei os últimos dias pensando em tudo que aquele maldito me fez sentir, e, agradeci a Deus por ele não ter voltado a me procurar, pois, não saberia como agir em sua frente após ter me entregado tão facilmente. Esses dois dias foram de puro tédio, fiquei todo o tempo trancada nesse quarto. Uma senhora muito educada sempre trazia minhas refeições e após analisar todo o movimento no jardim através da janela, concluí que Pietro Salvatore é muito mais que um simples empresário, o jeito será entrar no jogo desse homem, enquanto isso, eu vou procurar uma maneira de fugir daqui.Tomei um banho rápido, peguei uma das roupas que trouxe de New York e me arrumei, tenho tantas saudades das irmãs do orfanato, da Laurinha que acabei arrumando o seu corpo após ter rasgado, a única coisa que me restou foi o colar da minha mãe, que continua escondido em minha bolsa. Saio dos meus pensamentos com o barulho da porta sendo aberta, para minha surpresa, era a mãe do Pietro.— Bom dia, dona V
GIOVANA VitalleQuando cheguei ao salão da mansão, Pietro veio ao meu encontro, porém ao me falar sobre a ordem que deu aos seus homens, caso eu resolvesse fugir, tirou todo o sorriso da minha face, para completar, Sophia e seu pai logo se juntaram a nós, eu já estava constrangida com toda situação até que dona Verônica chegou e me tirou de perto deles. Nas horas seguintes, ela me apresentou a várias amigas, algumas muito educadas, outras me cumprimentaram por pura aparência diante de Verônica, mas, no fundo, eu sabia que não queriam fazer aquilo.Não demorou muito e todos os homens se retiram do ambiente ficando somente as mulheres. Fiquei sentada no canto somente as observando, dona Verônica como sempre muito atenciosa sempre vinha até onde eu estava perguntar se eu queria algo para beber, os minutos foram se passando logo Sophia e mais duas mulheres muito elegantes se juntaram as demais.Estava perdida em meus pensamentos, até que voltei à realidade com o som de várias gargalh
PIETRO SALVATOREAssim que saí do quarto branco, resolvi ir ao meu escritório, não demorou muito e mamma adentrou o ambiente, então resolvi questionar se ela sabia algo sobre o ocorrido enquanto estávamos na reunião. Embora dizendo que não, achei seu comportamento muito fora do normal e eu vinha percebendo isso desde o dia da chegada de Giovana. Notei que ela parece estar sempre perdida em seus pensamentos. Algumas horas, após ligar o som no quarto branco, também liguei o ar-condicionado na maior potência permitida, se ela não quis aprender por bem, será da pior forma possível.Já haviam se passado nove horas que a bambina estava presa naquele quarto, sem água e sem comida. Após tomar mais um pouco do meu whisky, resolvi sair do meu escritório e tomar um banho. Ao terminar, adentrei no meu closet, após estar arrumado, me aproximei da cama, o dispositivo que monitora os batimentos cardíacos de Giovana começou apitar e eu peguei o notebook para acessar as câmeras do cômodo. Mesmo co