Taylor White Segurei as mãos de Nadja, buscando ler seus olhos na esperança de que ela me ajudasse a salvar Aurora da morte. Aperto levemente suas mãos, ela abaixa a cabeça e murmura: — Não sei se consigo fazer isso. — Isso é sério? — Me afastei dela impressionado com sua atitude vingativa. — Vai deixar de salvar uma vida por que eu te deixei para trás? Você trabalha para saúde, não esqueça o que uma enfermeira de verdade faria. — Me trocou por ela, e agora consigo tirá-la de você. — Não tem problema, irei procurar outro doador. Obrigado por mostrar que defende a saúde para benefício próprio e não por amor ao próximo. Passo por ela seguindo para o corredor, mas a voz de Nadja faz com que eu pare novamente, ao me chamar: — Taylor! Olhei para ela que me mirava com os olhos em lágrimas, sabia que Nadja não era má, embora o mundo estivesse de cabeça para baixo, e eu fique em dúvida sobre a verdadeira personalidade das pessoas ao meu redor. Insegurança é o pior sentime
Taylor WhiteSegurei sua nuca com minhas duas mãos e posicionei meus lábios nos seus, por Aurora eu mataria alguém, que dirá ficar por apenas uma noite mais. Beijei Nadja e procurei nela aqueles simples arrepios que me correriam o corpo se fosse com minha safira. Busquei sentir algo, mas só existia um vazio horrível, caí na real que aquilo trairia quem eu era e no dia que minha garota descobrisse ficaria chateada. Se tinha algo que eu odiaria fazer, era ferir minha princesa. Diante da situação, me afastei de Nadja como se tivesse levado um choque e sem saber me expressar apenas neguei várias vezes.— Eu sinto muito, não consigo.— Isso é sério? — Perguntou incrédula.— Nadja, você é linda, mas depois de Aurora sinto que não posso mais ter outra em minha cama além dela. Sinto muito. — Baixei a cabeça decepcionado.— Eu também sinto muito, Taylor. — Escondeu o corpo na toalha e saiu do banheiro.Eu não queria que fosse assim, mas aconteceu. Sabia que um dia iria ferir Nadja, e esse dia
Taylor White Olhei John profundamente, o Idiota realmente tem controle sobre as decisões dela. Respirei fundo e direcionei meus olhos para a cama onde minha menina estava dormindo profundamente.— Você não é mais o médico dela.— O fitei sorrindo,diante de sua afirmação sem sentido .— Eu quem fiz a cirurgia de Aurora, não pode impedir de que eu entre no quarto dela.— Aurora será transferida para a capital. — Confesso que o sorriso que estava ostentando em meus lábios se desfez quando ele diz que irá levá-la para longe.— Aurora só poderá ser transferida mediante autorização médica, e acredite, não irei permitir isso. Eu sou seu médico e ela só sai se eu permitir! — Ou qualquer outro médico, por isso, o Dr. Alex vai resolver isso.— Alex não pode, infelizmente para você, ele é só um psicólogo e eu, sou o neurocirurgião de Aurora.Apontei para Aurora na cama, a porta se abriu e Bianca entrou nos encarando profundamente.— Vocês sabem que ela pode ouvir tudo, certo? — Calado estava e
Taylor White 39Abrindo o livro, passei as primeiras páginas e comecei a ler o início. As cenas que Shakespeare descreveu e a leveza de cada personagem era evidente. Conforme a noite passou eu li algumas páginas e para ser honesto, não sou fã de ler romances, mas quando uma pessoa escreve com consciência e sentimentos a experiência é incrível. Existem linhas paralelas que, no fim, unem um universo imaginário com o mundo real. Pergunto-me sobre o equilíbrio que Shakespeare consegue passar neste livro e por mais que seja um drama triste e que você saiba o final, mesmo assim fica preso.Existe uma razão para que eu me pergunte o que será de mim nos próximos dias? A dor me consome, eu ainda acredito que Deus é justo e que vai agir ao meu respeito, imagino que no fundo ele está me testando para ver até onde eu aguento.Seguro na mão de Aurora e observo seu rosto ferido na testa com um corte descendo até a sobrancelha direita. O cabelo castanho e ondulado agora perdeu o brilho, os lábios f
Taylor WhiteO analisei sem compreender o que o incomodava de verdade, sem ter muito o que dizer, apenas assenti:— Estou ouvindo.— Conheço Aurora desde quando eu me entendo por gente. No colegial eu reprovei em várias matérias por estar sofrendo depressão por dois fatores: esconder dos meus pais minha escolha sexual e sofrer bullying por ser gay na escola.— Calma aí —, parei John com uma mão, confuso — você era gay, ou é?— Sou, e Aurora sempre soube. O que precisa saber é que nunca fomos marido e mulher por essa razão. Ela é como minha amiga-irmã, cuidou de mim mesmo quando meus pais me condenaram. Fingimos que eu era um galanteador perante a imprensa, casei-me com ela e passamos a morar juntos.Ele olhou para o teto e fechou os olhos. Eu não fazia ideia do que era passar por algo assim,, mas de alguma forma eu sentia sua dor, quando seus olhos encontraram os meus mais uma vez eu notei o quanto sincero ele estava sendo.— Foram anos sofrendo, cada um em um lugar, me viciei em drog
Aurora Backer Abro meus olhos permitindo que minha vista se acostume à a luz ambiente r. Não sei exatamente o que aconteceu, nem sei a razão de estar em um hospital, tento me sentar, mas sou impedida por minha perna engessada Meu corpo está um pouco dolorido, porém não me lembro como cheguei nessa situação. Enquanto me perco em pensamentos preocupantes, um homem moreno entra na sala. Ele é baixo, aparenta ter uns sessenta anos, com cabelo preto, crespo. Ao notar que estou acordada, arregala os olhos e se aproxima. — Quem é você? — Aurora, consegue me ouvir? — Sim, o que aconteceu? — Consegue me ver? — Sim, eu consigo falar, ouvir e ver. — Preciso testar seu olfato e paladar. Ele saiu da sala correndo, se eu já estava confusa antes, agora estou em dobro. Não demorou para que John aparecesse na porta da sala boquiaberto. Para ser bem honesta, essa é a primeira vez que o vejo assim, barbudo, e pálido. — É um milagre! — John, você vai me contar o que aconteceu? — Você a
Aurora Backer 41Diante dos meus olhos estava Taylor, mais lindo do que de costume. O cabelo cortado, a barba recém-feita, estava usando uma camisa social azul que combinava com seus olhos na cor do mar, a camisa estava aberta no peitoral. À medida que ele se aproximava da cama eu agradecia a Deus por estar deitada, a presença desse homem me nocauteia.— Aurora. — Baixei a cabeça diante de Taylor, que estava ao meu lado na cama. — Fala comigo… — Sua voz falhou, mas mantive meus olhos fixos no chão.— Vou deixá-los a sós. — John saiu do quarto.— Eu senti tanto a sua falta. Eu queria beijá-lo, abraçá-lo com força e dizer que preciso dele, mas as palavras de Taylor ainda me penetram. Se não tivesse acontecido o acidente, ele nunca iria me procurar.— Me conta o que está pensando. — Em nada.— Você me odeia?— Eu… — fitei Taylor, e pelo seu semblante constatava sua dor. — Eu não te odeio, Taylor.— Então conversa comigo.Não sabia como responder, a dor do aborto ainda me doía, meus olh
Taylor White Cheguei em casa e me joguei na cama, exausto mentalmente. Imaginei que minha conversa com Aurora não seria a melhor de todas, mas parecia ir tão bem. Porém, o bocudo aqui falou merda e não soube consertar, infelizmente. Fechei os olhos quando alguém bateu na minha porta, não estou querendo ver ninguém, mas é necessário saber se está tudo bem. Permito que entrem, e me sento ao ver Mike. — Estou surpreso, o que precisa? —Aponto para que ele sente no meu sofá. Mike senta enquanto fala: — Precisamos conversar sobre o atentado que Aurora sofreu.— Eu lembro, naquele dia foi intenso.— Já descobrimos o nome do mais velho, se chama Johnny Paiva e o outro é o Richard Makal. São gangsters locais, ainda não conseguimos pegá-los, embora estejam aqui em Newburgh há cerca de alguns meses.— Ainda não pegaram eles? — Suspiro.— São ratos de esgotos, conhecem a cidade e, para ser sincero, até mais que a polícia. — Sério? Então, quem me garante que eles vão ser pegos? Se nem você