Taylor White Cheguei em casa e me joguei na cama, exausto mentalmente. Imaginei que minha conversa com Aurora não seria a melhor de todas, mas parecia ir tão bem. Porém, o bocudo aqui falou merda e não soube consertar, infelizmente. Fechei os olhos quando alguém bateu na minha porta, não estou querendo ver ninguém, mas é necessário saber se está tudo bem. Permito que entrem, e me sento ao ver Mike. — Estou surpreso, o que precisa? —Aponto para que ele sente no meu sofá. Mike senta enquanto fala: — Precisamos conversar sobre o atentado que Aurora sofreu.— Eu lembro, naquele dia foi intenso.— Já descobrimos o nome do mais velho, se chama Johnny Paiva e o outro é o Richard Makal. São gangsters locais, ainda não conseguimos pegá-los, embora estejam aqui em Newburgh há cerca de alguns meses.— Ainda não pegaram eles? — Suspiro.— São ratos de esgotos, conhecem a cidade e, para ser sincero, até mais que a polícia. — Sério? Então, quem me garante que eles vão ser pegos? Se nem você
Aurora Backer Quase vinte e quatro horas sem dormir, sinto-me destruída, mas não consigo dormir por alguma razão. O meu médico entrou na sala e sorriu, embora seu riso se desfez quando me viu. — O que houve? Está doente? — chegou verificando meus batimentos cardíacos, colocou as costas da sua mão na minha testa e me olhou apreensivo. — Ela não dormiu ansiosa, esperando o namorado vim vê-la. — John interrompe. — Não acho que valha a pena, se ele não te procurou no dia do acidente, depois ele não iria procurar mais… — O médico parou olhando de lado com uma expressão confusa e engraçada, a testa franzida e um bico na boca puxado para o lado esquerdo. — Calma, eu não quero ser intruso, mas estou confuso… — Apontou para John. — Vocês não são casados? Nossa farsa havia sido descoberta, abri minha boca duas vezes e nada saia, meu coração estava ficando pesado pelo nervosismo. John responde após alguns segundos em silêncio: — Sim, estamos em processo de divórcio. — Ah, que pena. O casa
Taylor White Alguns dias depois…Estou exausto, foram dias tentando pegar esses caras e nada. Só tentativas e frustrações. Suspiro e passo a mão no rosto focando nos olhos cansados, uma semana que não vi Aurora. Para ser honesto, nem ela quer me ver, pelo menos é o que parece, seguiu em frente. Voltou a postar conteúdo na internet, a cidade teve mais movimento quando ela deu uma nota à imprensa. Tudo indo por água abaixo entre nós, e cada vez mais ela se afoga na mentira das redes sociais.O hospital onde ela está internada vive lotado de fãs com cartazes clamando de noite e dia por seu nome. É tão doentio essa obsessão por uma pessoa. Me pergunto como chegou a tudo isso, já sei que ela tem uma fama estúpida, mas quero saber a origem, se foi como modelo, ou por ser filha de um magnata de Nova Iorque.— Taylor, temos notícias importantes! — Entrou Mike em meu quarto correndo, desesperado.— O que aconteceu? —Sentei na cama enquanto perguntava.— Encontramos o esconderijo dos dois asse
Taylor White 45 A sensação de levar um tiro é completamente nova, uma dor terrível. Busco forças para levantar e nada disso adianta, não sei como Mike aguentou vir até aqui, andando. É a pior dor que já sentir, sinto minha adrenalina ir às alturas quando pego minha pistola da cintura e miro na direção do homem em minha frente. Mesmo sentindo como se estivesse caminhando pelo inferno, consigo mirar e atirar com dificuldade, ele cai no chão. Notando que meu tiro não teve muita eficacia, me assusto. — Taylor? — Mike me chama, e a dor é tão forte que aperto minha barriga com força. — Aguenta! Tento falar, mas fico com medo de piorar, a dor não me deixa pensar, e por mais que eu seja médico me pego na dúvida de errar. Dependendo da região existe chance para sobreviver, mesmo com medo, ainda tenho esperança. Procuro respira calmamente pelo nariz, para não permitir que entre ar e forme bolhas. Após um tiro, você precisa trabalhar seu psicológico, dói, mas é necessário passar um tempo
Aurora Backer Uma semana se passou, com ela novas dores de cabeça chegaram, no dia que eu estava fazendo meu vídeo para os stories do Instagram, John chegou falando de Taylor e o vídeo foi publicado com minha reação. Tive um colapso nervoso por medo que algo grave lhe acontecesse. Foram dias de muita dor, a imprensa publicou várias teorias do tipo: Aurora Backer traindo John Cullen com um homem chamado Taylor/ Qual será o segredo da Miss Nova Iorque para atrair tantos homens?/ O mistério chamado por Taylor. Tive uma reunião com meus sócios pelo notebook e muitos odiaram meu sumiço, outros ficaram calados me analisando, grandes tubarões observam a vítima de baixo para atacar, não esqueça que o mundo corporativo é assim, e muito pior. Lobos não caçam cordeiro em nossa rede de ego, lobos se desafiam até a morte. E agora até Taylor está na mira desses abutres, se o descobrem será destroçado pela mídia, eles não param até que a verdade venha à tona. Eles querem meu retorno para Nova Ior
TAYLOR WHITENunca fiquei tão ansioso como estou agora. Olhando para o teto me pego buscando uma explicação para dizer o porquê não estou enviando mensagem, olho para a tela e vejo nossa conversa aberta no aplicativo WhatsApp. Atualmente ela não está online, deve ter desistido de mim…Visto por último ontem às 23:57Já fazem cinco minutos que ela sumiu, será que pegou no sono? Queria muito poder ouvir um áudio de Aurora, isso com certeza seria um calmante para meu coração. — Você ainda está aí? — Pergunto, e rezo para que me responda.Alguns minutos e nada, acredito que ela tenha ido dormir. Bloqueio a tela do meu iPhone e fecho os olhos, imaginando que após dias, pelo menos conversamos e pude ter certeza que ela não me odeia, e provavelmente me perdoou, o tiro valeu a pena.Durante esses dias acompanhei as fofocas com o nome dela por dizer meu nome, o que me deixa esperançoso, sua reação no vídeo entregou o quanto se importou ao saber que eu estava entrando no hospital ferido. O rui
Taylor WhiteLogo em seguida uma foto chegou, ela estava usando uma camisola rosa sem decote, apenas com algo desenhado, talvez um passarinho. O cabelo semi preso em um coque no topo da cabeça e outra metade de fios soltos, um pouco rebelde e mesmo assim ela continuava linda, um sorriso enorme nos lábios e os olhos brilhantes, minha doce tentação. Digitando…“O que anda fazendo? Quero minha foto e meu vídeo.”— Pagarei, estou procurando um vídeo decente. Irei lhe enviar um que fiz há dois meses, na cachoeira Blue.Ela reagiu à minha mensagem com um coração, peguei um que estava reformando o chalé, e Ellie filmou sem eu ver. E dizia que estava me vendendo para as amigas, enquanto eu quebrava madeira para fazer lenha, sem camisa. Meu objetivo era fazê-la lembrar do chalé, esse era o único que eu tinha, espero que ache engraçado e se recorde das nossas noites calorentas. A foto, tirei uma recente, mostrando que estou usando essa bata ridícula de hospital, um sorriso bobo na cara, e ch
Taylor White Acordo com alguém me chamando: — Taylor, acorde, eu preciso contar o que aconteceu. — Não, por favor, deixe-me dormir mais um pouco. — Ainda com os olhos fechados, intercedo. — É sobre Aurora. Desperto em um impulso, abro os olhos e vejo a enfermeira loira da noite passada, Sabrina, que ficou de me ajudar com a surpresa para Aurora. Após bocejar pergunto: — O que descobriu? — Ela aparentemente gosta de chocolate amargo, e orquídeas azuis. — Essa planta existe? — Esse é o problema, não existe, ela é feita com agulha e seringa.— Como assim? — Ela é branca, às vezes, as floriculturas tingem elas de azul com uma seringa e agulha bem fininha.— Nossa, vocês mulheres nos dão cada missão impossível, vou precisar encomendar uma, na floricultura. — Ela tomou café da manhã e eu fingi que estava lá para anotações nos monitores. Ficou me olhando desconfiada, mas consegui reverter. Deixei uns sorrisos idiotas e cantarolei para fazê-la me perguntar meus motiv