Aurora Backer Envolvidos pela luxúria, ouvindo apenas o som da água caindo. O azul dos olhos de Taylor me penetrava ao mesmo tempo que me afogava em sua imensidão sensual. Atrevo-me a rebolar em sua cintura em provocação e ele sorri.— Será que existe alguém mais safada que você? — Se existisse você estaria com ela, correto?— Sim, como consegue sair da doce safira e ir para uma danada safada tão rapidamente?— Você me ensinou ser assim! — Dei uma gargalhada e jogo a cabeça para trás.— A que ponto chegou? Tenho pena do seu doutor.— Esse mesmo doutor a quem se referiu, me tortura em dobro! Enquanto rebolava, Taylor apertava a minha bunda com força dentro da água.— Estou louco e cem por cento pronto para te ter, então, espero que entenda e tenha piedade do meu coração e da minha cabeça de baixo.Prevendo do que se tratava, apenas concordei com a cabeça, já extasiada mesmo que ele ainda não tivesse me tomado, estava ansiosa pelo nosso próximo passo. Taylor aproximou nossos rostos e
AURORA Backer Após nossa manhã deliciosa no banheiro, tomamos café com Ellie ainda no chalé. Agora estávamos indo para a cidade, aproveitando que Taylor iria ao hospital, pegamos uma carona com ele, Ellie veio com Mike, mas ele iria seguir a patrulha em outra rota, por isso, acabamos vindo com Taylor. Ouvindo a música de “James Arthur — Rewrite The Stars” às vezes eu olhava para Taylor e como idiotas sorrimos um para o outro por lembrar que essa música foi a primeira que tocou na noite em que transamos nesse carro.— Vão continuar assim? — Ellie interrompe nosso momento.— Assim? — Taylor perguntou olhando pelo retrovisor.— Vomitarei com tantos olhares brilhantes e sorrisos bobos. — Ela faz sinal de ânsia.— Não é para tanto, Ellie!— Claro que não é, fiquei doida do nada! Faz trinta segundos que vocês fazem essas caras enjoadas.— Isso é inveja, prima? — Taylor provoca. — Brigou com Mike? — Não, mas somos um casal normal e não um de filme clichê como você e Aurora.— É meu amor, e
Aurora Backer Após pegar meu carro na oficina no dia anterior, eu e Ellie nos divertimos muito passeando pela cidade. Por sorte tinha um dinheiro perdido no meu carro e com ele comprei um biquíni.Não quis aceitar o dinheiro de Taylor, não quero que o mesmo pense que sou interesseira. Hoje é o dia que terá o evento na cachoeira Blue, e me sinto tímida por aparecer de biquíni na frente de todos.Olho meu reflexo no espelho e lembro de quando eu era modelo e adorava me exibir, mas hoje, eu não sinto prazer. Embora eu tenha uma roupa de banho linda na minha cor preferida: azul, ainda não me sinto representada.Não quis nem comprar um fio dental, optei por um, cintura baixa que amarra nas laterais e a calcinha é proporcional às minhas nádegas. A parte de cima tinha as tiras trançadas com branco, em uma trama muito bonita. Saio dos meus devaneios quando a voz de Taylor me alcança:— Você está incrível! Olhei para ele pelo espelho, e o via encostado na parede me contemplando com um sorris
Aurora Backer Bem em minha frente estava o homem com quem sou casada. Era com ele que compartilhava segredos, mesmo que não fôssemos marido e mulher de verdade, pois nunca consumamos ou consumaríamos tal ato. Apesar de tudo, tínhamos uma amizade, quebrada no momento em que ele usou minha herança em um jogo de azar.— John! — Ele levantou rapidamente da poltrona e tentou se aproximar, mas Taylor se colocou em minha frente.John olhou para ele confuso, então voltou sua atenção para mim e sorriu como se nada tivesse acontecido.— Aurora, você está viva! — Tentou mais uma vez se aproximar e recuou quando Taylor bradou:— Se der mais um passo quebrarei suas pernas! — Embora eu gostasse de ser defendida por ele, não achei sua ameaça legal.— Quem você pensa que é? — John se aproxima de Taylor e o enfrenta sem medo. — Era esse cara que te mantinha como refém?— Qual é a sua cara? — Taylor solta uma risada amarga. Essa situação estava tão constrangedora, olhar para John me lembrava a vida
Aurora Backer Entro no quarto de Taylor para tentar explicar minha insegurança de não ter lhe dito a verdade. Ao entrar ele está pegando várias coisas e pondo em uma mochila com rapidez, me atrevo interromper:— Por favor, vamos conversar, Taylor! Ele apenas negou com a cabeça e continuou arrumando a tal mochila. — Taylor, deixe-me contar tudo.— Você teve quinze dias para fazer isso! — Virou sua atenção para mim e gritou. — Foram a porra de quinze dias, Aurora!— Não fala assim.— Não? Eu deveria falar como? — Podemos conversar sozinhos?Olhei para Nadja que estava rindo, ele olhou para onde eu mirava e sorriu amargamente.— Vai embora!Embora Taylor não olhasse em meus olhos, eu sabia o quanto ele estava mal por sua voz embargada. — Por favor! — Caminhei até ele e segurei sua mão, fazendo com que o mesmo me encarasse.O olhar azul sereno que pertencia a Taylor agora estava vermelho e uma veia na sua testa estava saltando de tão revoltado que o mesmo se encontrava. — Me solta!
Taylor White 34Traído, essa é a palavra que me define agora. De coração partido por tanto teatro, me perguntando como nunca percebi o que ela era. Ou de como não prestei atenção em sinais, será que ela deixou sinais? Um idiota, deixou se levar pelo coração e só se ferrou. Nunca deixe que seu coração dê ordens, eu preferia nunca tê-la escolhido, pois agora essa dor me lateja inteiro. Como se meus músculos estivessem sentindo falta de algo.Tomei um banho ligeiro e me vesti com a roupa do hospital, preciso distrair minha mente. Indo para longe da pensão talvez seja um alívio.A noite estava tão pesada que começou uma tempestade. E só em avistar o clima assim, lembro que ficamos juntos no chalé em uma noite bem parecida e juntos lemos as crônicas de Nárnia. Ela dormiu em meus braços.“Para de pensar nela, Taylor, não vale seu tempo!”Olho para o espelho e vejo meu reflexo destruído. Um homem tem que ser forte e não pode chorar, mas estou agora segurando lágrimas que não deviam existir
Aurora Backer Qual a sensação da morte? Teríamos como acordar em um lugar novo? Lembraríamos de algo se voltássemos para a Terra, se regressássemos ao mundo dos vivos? Para ser honesta, eu sentia estar vivenciando isso agora. Ao meu redor só havia uma espécie de algodão bem branquinho. Ouso tocar e percebo no mesmo instante que é como fumaça, não consigo segurar. Olho para meus pés, observei pela primeira vez que piso na mesma fumaça que tentei tocar e se dissipou. Confusa, apenas caminho até chegar a um grande corredor branco, uma voz me interrompeu no caminho:— Aurora! — Reconheço de imediato a voz que me chama, era a voz do meu pai. — Confirmando minhas suspeitas, vejo um senhor no final do corredor, o reconheceria mesmo que se passassem mil anos, corro desesperada até ele para poder abraçá-lo. Meu pai é um senhor de meia-idade, os cabelos grisalhos me lembram a cor da paz espiritual. Seu sorriso aberto para mim, me remete uma gostosa sensação de esperança, noto quando seus o
Taylor White Embora todos ao meu redor digam que ela partiu, meu coração grita o contrário. Lá, no fundo, eu sinto isso, pois somos um só. Aurora é tão minha quanto sou dela, e por esse motivo sei que posso trazê-la de volta. Já perdi as contas de quantas vezes usei o desfibrilador. “Volte, por favor.” Eu estava tão quebrado e cansado, ainda assim, joguei o desfibrilador para o lado e fiz massagem cardíaca nela com as mãos. Me recuso a perder a esperança agora, não posso. Sentia as lágrimas mancharem meu rosto, pois eu sabia que uma hora teria que parar. Coloquei forças para suportar a dor, mas nada a trouxe de volta. Tudo que eu fazia era inútil. Caí aos prantos e deitei a cabeça em seu peito e não ouvir o coração de Aurora bater era demais para mim. Seu corpo frio me lembrava que a morte dela foi culpa minha. “Por que, Deus? Por que?” Não fui devoto o suficiente? Nada justifica tirá-la de mim. Levantei a cabeça e observei-a em silêncio, sem entender o quanto perdi nessa m