Aurora Backer Após Taylor ter sumido o dia inteiro e eu ter ficado sozinha no tédio da pensão, agora me encontro no carro dele rumo a casa de campo. Não nego minha ansiedade e frustração pelo seu silêncio estranho. O que me leva a interrogar: — Tem algo errado? Taylor finalmente me olha e sorri de lado, mas rapidamente volta sua atenção a estrada escura e deserta. Isso me deixa nervosa, e sem perceber começo a roer as unhas. Assim a viagem chega ao fim depois de poucos minutos. O primeiro lugar a me chamar atenção é uma cachoeira em frente ao chalé. Desço do carro e Taylor também, o silêncio ainda reina entre nós, mas o som da água toma o lugar e é hipnotizante. — Cresci nessa casa, adorava jogar pedrinhas na água, embora eu nunca tenha conseguido fazê-la pular sob a superfície. — Se aproximou com nossa mala e sorriu. — É incrível! — Volto já! — Sei que ele falou isso para que eu não ande, mas odeio depender dos outros. Quando ele entrou na casa, fui pulando com um pé só at
Aurora BackerAbro meus olhos ao sentir cheiro de bacon, ainda sonolenta me espreguiço e toco o outro lado da cama procurando por Taylor. — Ué? Para onde esse homem foi? Dou de ombros e me levanto, por hora, esquecendo meu pé machucado.— Que merda! Xingo, ao pisar sem querer com ele. No mesmo instante, como se orquestrando, a porta se abre e Taylor entra com uma bandeja de café da manhã. Sua atenção corre logo para o meu pé em minha mão e depois para meu rosto buscando alguma reação. Ele, coloca, então, a bandeja de lado na mesa e caminha até onde estou, se ajoelhando diante de mim e perguntando em seguida:— Machucou? — Esqueci e pisei com ele, mas foi leve.— Aurora —, acaricia minha bochecha e torna a dizer: — Deita que vou olhar.— Não vai brigar comigo? — Sem entender seu carinho, interrogo.— Por quê? Não foi sem querer? Apenas um acidente?— Sim, acabei esquecendo e machuquei.— Deite-se para que eu possa dar uma olhada melhor. Deitei e Taylor tirou o curativo para olhar, a
Aurora BackerTenho uma brilhante ideia que fará Taylor parar tudo e me dar atenção. Enfiei o dedo na geleia e levei aos lábios, lambendo lentamente toda melosidade do doce.— Não para de provocar? — Interrogou olhando o meu movimento com o dedo na boca.— Do que está falando? — Sua diabinha, não vai funcionar, acordei blindado.— Que pena! Eu estava lembrando da noite de ontem e iria sugerir para a gente ir tomar banho na cachoeira e fazer loucuras.— Loucuras? — Sim! Loucuras, vamos? — Quais loucuras? — Taylor, as loucuras que envolvem a palavra luxúria.— Onde foi parar o seu juízo? Sabe que horas são? — Não, acho que perdi o juízo por culpa sua.— No que eu te transformei, Aurora?— Não gosta de sexo, doutor?— Sou viciado, e você não para de me provocar com isso.— Provocar? De onde tirou isso, doutor? — Com a testa franzida, perguntei.— Tão diabólica que nem ela percebe. — Cite as minhas provocações.— Coma, antes que eu jogue essa bandeja no chão e faça minha refeição ma
Taylor White Os dias com Aurora estão sendo tão calmos. É nosso segundo dia aqui, na noite que chegamos passamos a noite inteira fazendo amor. Ontem apenas nos curtimos reciprocamente, conversamos sobre vida e futuro. Chega a ser engraçado criar planos para algo incerto.— Marte, pronto para assistir um filme de terror? — Aurora pula nas minhas costas enquanto sento na cama com o controle.— Safira, terror não, zero paciência para filmes mentirosos.— Ação? — Falou no pé do meu ouvido.— É uma proposta interessante. — Quais gêneros você mais gosta?— Científico?— Isso foi uma pergunta? — Soltou uma risada gostosa de ouvir.— Gosto de filme científico, ou médico.— Tão óbvio, doutor! Virei e puxei suas pernas para que montasse em minha cintura. Aurora sorria por eu fazer cócegas em sua barriga. E tentava falar:— Não, por favor! — Pare de me provocar, sua safada!— Prometo! — Gritou em meio a gargalhadas.Joguei Aurora na cama e montei em cima dela e desci criando um caminho de b
Taylor WhiteFecho a porta com o pé, e levo a caixa até a mesa. Destampei e o cheiro estava maravilhoso, coloquei em pratos mantendo o cuidado de deixar apetitoso e bonito. Levei para o quarto com duas taças e o vinho rosé.Quando entrei, Aurora estava cochilando, serena e linda. Coloquei a bandeja na mesa ao lado da cama e fui até ela para acordá-la.Acariciei seus rosto e ela se mexeu abrindo os olhos, sua voz saiu baixa e sensível:— Taylor, você demorou.— A demora valeu a pena, olha o nosso jantar! — Apontei para a mesa onde estava a bandeja. — Trate de despertar, iremos beber um bom vinho chileno e comer as delícias que o restaurante preparou.— Isso tem um cheiro ótimo.Peguei a bandeja e coloquei em nosso meio na cama, ela pegou uma garfada e levou aos lábios saboreando e só pela sua reação notei estar impecável, o gemido de prazer que soltou ao experimentar a comida, evidenciava isso. — Então?— Nossa, delicioso. Comemos em silêncio terminando de assistir o filme clichê, co
Aurora Backer Acordo na manhã seguinte e olho para o lado onde Taylor dorme, ele é tão lindo que nem existe palavras para descrevê-lo. Sento-me na cama e o celular dele toca, mas deve está tão cansado que não atende. Atrevo-me a chamá-lo: — Taylor, seu celular está tocando. — Volta a dormir, meu amor. — Parei com os olhos arregalados por ele me chamar de amor, embora o celular toca incansável, pego e atendo: — Alô? — Tay? — Era a voz da Nadja, e isso já foi motivo para que eu enjoasse. — Desculpa, ele está dormindo. — Você está pegando o celular dele sem a autorização? Isso é roubo, garota! Trate de passar para meu homem. — Ela gritava histérica. — Você deveria ter bons modos, primeiro damos bom dia. — Caminho até a janela estressada e continuo falando baixo: — Segundo, perguntamos como a pessoa está, terceiro pedimos por gentileza para chamarem outra pessoa. — Não preciso de aulas sobre bons modos passa para o Taylor. — Sinto muito por isso, mas não passarei.— Aurora,
Aurora BackerTaylor confirmou com a cabeça, enquanto voltei a olhar o álbum de fotos, ignorei o fato de conhecer ou pensar conhecer o pai de Taylor. Tinha fotos dele indo para escola, brincando de carros, fantasiado no halloween de vampiro, até direito a capa teve, sorrimos como bobos por ver essa foto dele, na sequência tinha uma da Ellie vestida de princesa. Então Taylor deixar escapar uma coisa de seus lábios:— A vantagem de ter um filho comigo, é que ele será lindo. Analisei sua expressão e era doce, a cabeça de Taylor estava levemente inclinada para o lado e seus olhos estavam incógnitos, mas tinha um brilho forte que me refletia na sua imensidão azul. — O que foi? — Taylor estalou os dedos bem na frente dos meus olhos. — Estou retribuindo o que fez ontem, Marte. — Amo quando me chama assim, minha safira. Agora vamos comer? Estou faminto, e precisamos ver seu pé, como vive fazendo estripulias preciso ficar examinando. — Nem é para tanto, só tomei banho sozinha hoje, apena
Aurora Backer Taylor passou o dia fora, infelizmente teve uma consulta no hospital e precisou ir atender o paciente. Confesso que estou muito triste e sozinha aqui, como se fosse nos velhos tempos. Onde eu vivia vazia em Nova Iorque, sentei na cadeira de balanço da varanda do quarto, observei a cachoeira brilhando e refletindo a lua na água. Tempo depois um farol iluminou o chalé e eu sabia quem era, agradeci a Deus olhando para o céu ao ver Taylor chegar. Como não posso sacrificar meu pé, deixo que entre na casa, ansiosa o espero no quarto. Não demora e a porta se abre, e com um sorriso lindo o mesmo caminha até minha frente e diz: — Sentiu minha falta? Pois morri de saudades suas. — pegou minha cintura e apertou ao nos unir com um abraço apertado. — Taylor, você ainda pergunta? — Enfio a mão em seus cabelos curtos da nuca o puxando para mim, sentindo seu cheiro. — Me senti abandonada por você. — Minha safira, minha! — Beijou meu pescoço e me encarou pela primeira vez falando: